quarta-feira, 23 de setembro de 2015

DONS ESPIRITUAIS



1 Co. 12.4-10
Introdução: Foi uma das promessas de Jesus que após morrer e ressuscitar Ele enviaria o Espírito Santo (o consolador), para habitar no crente (salvo) e disse: “Ele me glorificará, porque há de receber do que é e vo-lo há de anunciar” (Jo. 16.14). Em outras palavras o Espírito Santo revelaria Cristo ao mundo. Os dons espirituais não procedem do homem, mas de Deus. Não podem ser confundidos com talentos naturais. Não é um pendor humano nem uma habilidade inata que alguém desenvolve. Os dons espirituais são concedidos aos membros do corpo de Cristo, pelo Espírito Santo, quando creem em Cristo, e são desenvolvidos na medida em que os fiéis os utilizam para a glória de Deus e edificação dos salvos.
                                                              
I DONS DE REVELAÇÃO
1-Palavra de Sabedoria
·       É saber o que falar em determinada ocasião (solucionar um problema específico) é um fragmento da sabedoria divina dada ao crente. Não se trata de conhecimento humano ou inteligência. Exemplo: José (Gn 41.38,39); Salomão e as duas mães. (1Rs 3.16-28), Josué (Dt 34.9).
·       Dom da Palavra da Sabedoria (12.8). Trata-se de uma mensagem vocal sábia, enunciada mediante a operação sobrenatural do Espírito Santo. Tal mensagem aplica a revelação da Palavra de Deus ou a sabedoria do Espírito Santo a uma situação ou problema específico (At 6.10; 15.13-22).
·        Não se trata aqui da sabedoria comum de Deus, para o viver diário, que se obtém pelo diligente estudo e meditação nas coisas de Deus e na sua Palavra, e pela oração (Tg 1.5,6).
·       A palavra de sabedoria é um conhecimento dos mistérios do Evangelho e a capacidade de explica-los, um entendimento exato do propósito, da natureza e das doutrinas da fé cristã.

2-Palavra de Conhecimento
·       Dom da Palavra do Conhecimento (12.8). Trata-se de uma mensagem vocal, inspirada pelo Espírito Santo, revelando conhecimento a respeito de pessoas, de circunstâncias, ou de verdades bíblicas. Frequentemente, este dom tem estreito relacionamento com o de profecia (At 5.1-10; 1Co 14.24,25).
·       É uma revelação do que está acontecendo no momento. Não se trata de adivinhação, fenômeno psíquico ou telepatia e nem resultado de um profundo estudo teológico.
·       Através desse dom a igreja tem acesso a fatos a respeito de pessoas, circunstâncias e de verdades bíblicas. É a penetração na ciência de Deus. (Ef 3.3-6). Exemplo: Eliseu (2 Rs 6.12); Aías (1 Rs 14.1-6); Em Atos 20.23 O Espírito Santo revelava a Paulo o que ia acontecer.   
3-Discernimento de Espíritos
·       A Bíblia confirma o fato do mundo espiritual de que há verdadeiros seres incorpóreo (sem corpo físico). Na verdade, estes seres existem em grandes números e em três esferas principais, e eles têm personalidade e caracteres peculiares.
·       Deus soprou o espírito de vida para dentro do homem e ele passou a ser uma alma vivente. Quando o espírito parte, o homem morre (Gênesis 2.7; Eclesiastes 8.8; 12.7; 3.18-21; Tiago 2.26; Jó 32.8; 33.4). Ainda que tenhamos a tendência de ser inconscientes do mundo dos espíritos que nos cerca, somos, na realidade, altamente influenciados e controlados por ele.
·       Bíblia diz que os pecadores são tomados cativos pelo diabo e são controlados por sua vontade no âmbito espiritual (2 Timóteo 2.26).
·       Isto não é algo estanho ou incomum; ao invés, é a maneira como as coisas têm sido desde pouco depois de Adão ter sido criado.
·       Normalmente, é necessário que tenhamos uma experiência ou contato com o campo espiritual antes que, de fato, nos inteiremos de sua realidade. Antes disso, ele é mais uma teoria do que realidade.

II DONS DE PODER
A Fé
·       O termo “pistis”, em grego, que geralmente é traduzido por fé, tem inúmeros significados, por esse motivo, faz-se necessário ter cautela na interpretação dessa palavra, e principalmente, o contexto no qual se encontra. Isso porque a fé, nas Escrituras, pode ser salvífica, enquanto condição para a salvação (Ef. 2.8,9), aspecto do fruto do Espírito, que tem a ver com fidelidade e confiança (Gl. 5.22) e enquanto dom do Espírito Santo (I Co. 12.9).
·       A fé salvífica é manifestada no ato da conversão, quando o pecador reconhece que não há outro modo de ser salvo senão mediante Cristo. A fé fruto do Espírito é a fidelidade do cristão que, mesmo em meio às perseguições e adversidades, não desiste da caminhada, agradando a Deus em sua confiança irrestrita nEle, e que tem os heróis da fé como modelo (Hb. 11).
·       Essa fidelidade a Deus não decorre do dom, mas da disposição para crer, depois de ouvir continuamente a Palavra de Deus (Rm. 10.17). A fé enquanto dom trata-se de uma manifestação sobrenatural, pelo Espírito Santo, que capacita o cristão para a realização de milagres (I Co. 13.2).
·       Esse dom está interligado à cura e à operação de milagres, pois, a partir da fé dada instantaneamente pelo Espírito, diante de determinadas circunstâncias, o cristão pode fazer proezas em Deus, assim como fizeram os apóstolos, em diversas ocasiões registradas em Atos, em cumprimento às palavras de Jesus (Mc. 16.15-18).

2-Don de curar
·       No grego, a expressão “dons de curar” se encontra no plural, “iamaton”, ressaltando, assim, a pluralidade dentro desse dom diante das diversas doenças e enfermidades.
·       Isso quer dizer que existem cristãos a quem são dados dons específicos para que sejam instrumentalizadas por Deus para curar determinadas doenças e enfermidades.
·       Mas nem todos os membros da igreja recebem os dons de curar (I Co. 12.11,30), mesmo assim, como somente o Espírito Santo sabe a quem o dom foi concedido, compete aos cristãos, indistintamente, orarem pelos enfermos, cientes que a cura é proveniente de Deus, que decide, soberanamente, se quer ou não realizá-la.
·       Esse é um dom do Espírito Santo, não do crente, que cumpre a determinação de Jesus, que dotou os discípulos com a mesma autoridade “para curar toda sorte de doenças e enfermidades”.
·       Os que crerem no Seu nome, disse Jesus aos discípulos, “imporão as mãos sobre os enfermos e eles serão curados (Mc. 16.18)”. Os dons para curar os diversos tipos de doenças e enfermidades é uma capacitação divina sobrenatural para que a igreja atue na restauração física e mental das pessoais (At. 3.6-8; 4.30).

3-A Operação de Milagres
·       Os sinais, semeion em grego, acompanhavam a pregação, pois as pessoas ouviam a mensagem. O dom de operação de maravilhas, “energemata dynameon” em grego, possibilita a realização de atos sobrenaturais no poder do Espírito Santo.
·        Os milagres advindos da manifestação desse dom vão além das leis físicas conhecidas naturalmente pelos seres humanos. Basta citar, como exemplo, a atuação de Jesus sobre a natureza, que chamou a atenção dos discípulos, após acalmar a tempestade: “E eles, possuídos de grande temor, diziam uns aos outros: Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?” (Mc. 4.41).
·       A mente finita do ser humano, pautada nas leis que reconhece como naturais, é incapaz de compreender a sobre naturalidade dos eventos divinos (I Co. 2.14).
·        O Espírito Santo agiu, “pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários, a ponto de levarem aos enfermos lenços e aventais do seu uso pessoal, diante dos quais as enfermidades fugiam das suas vítimas e os espíritos malignos se retiravam” (At. 19.11,12).
III DONS DE EXPRESSÃO
1-Variedades de Línguas
·       O dom de línguas é a habilidade dada por Deus a alguém para que haja comunicação numa língua desconhecida, e para que seja interpretada na assembleia a fim de que todos possam compreendê-la.  II Co. 12:10 ; I Co. 14:5.
·       É uma manifestação do Espírito (I Co. 12:7), e não uma habilidade humana.  Isto não tem absolutamente nada a ver com habilidades linguísticas naturais, eloquência em discursos, ou uma nova maneira Santificada de falar-se. 
·        Ainda que o Espírito possa estar envolvido nestas características estão todas á parte do assunto em consideração. O dom de línguas é uma manifestação ou expressão sobrenatural do Espírito Santo, através dos órgãos vocais de uma pessoa. Ela é uma manifestação direta da esfera dos milagres.   A Bíblia revela três categorias gerais quanto ao falar-se em línguas.
·       Línguas que são faladas no momento em que recebemos o Batismo no Espírito Santo.
 (Atos 2:4 –6; 10:45-47 e 19:6).
·       Línguas para uma comunhão pessoal com Deus numa maneira contínua.
 (I Co. 14:1-15;  Judas 20; Rm. 8:26, 27 e Ef. 6:18).
·       Línguas que são dadas na igreja  para  uma  comunicação ao Corpo e  para  serem  um sinal ao incrédulo. ( I Co.12:10; 14:5; 14:21-22).  
·       Foi à confusão destas três categorias de línguas que o Senhor procurou corrigir na Igreja de Corinto. Aparentemente, alguns falavam em línguas demasiadamente nas reuniões, sem que interpretações fossem dadas e  isso produzia confusão e abusos. Portanto, o Senhor, através de Paulo, classificou-as para eles. Além disso, deveríamos entender que há três maneiras gerais em que a Bíblia usa a palavra “dom” ou “graça”.
·       1-O “dom” de Deus da Salvação através de Cristo. (Rm. 5:15-18; II Co. 9:15), o qual inclui:

2 – O “dom” do Espírito Santo. (Atos 2:38; 8:20 e 10:45) o qual inclui;

3 – Os “dons” do Espírito Santo. (I Co. 12:1, 4,9 e 28; Hb. 2:4). 
2-Interpretação de línguas
·       O Dom de interpretação de línguas é a revelação sobrenatural pelo Espírito do significado de uma expressão vocal em outras línguas. Não é tradução das línguas; é a interpretação das línguas. O dom da interpretação de línguas sempre vai depender de outro dom para poder operar. (Variedades de línguas).
·       O propósito desse dom é tornar o dom de variedades de línguas  inteligível aos ouvintes, para que a Igreja e aquele que possui o dom possam saber o que foi dito a possa ser edificada. (1 Co. 14:5).
·       Você pode perguntar; “Mas Deus não pode falar conosco de alguma outra maneira?” Sim! Ele pode e o faz. Temos mensagens que não é uma interpretação de línguas; é uma manifestação do dom da profecia.
·       Todos esses dons operam pela fé, mas é necessária mais fé para profetizar do que para dar uma expressão vocal em línguas ou interpretação de línguas.
·        Isso porque os que operam nestes outros dons têm outra pessoa de quem possa depender. Em outras palavras: a pessoa com o dom de variedades de línguas pode depender de quem tem o dom da interpretação de línguas, e vice-versa. Mas a pessoa que tem o dom da profecia precisa ter fé suficiente para simplesmente começar a falar aquilo que recebeu.
3-Profecias
·       Profeta é aquele que fala por outro; que entrega uma mensagem alheia. Moisés, profeta de Deus. Arão, de Moisés (Êxodo 7:1-2).
·       Para que Deus deu os profetas? - Para aperfeiçoamento, edificação e unidade (Efésios 4:11-13). - Para edificação, exortação (encorajar, aconselhar) e consolação (1 Coríntios 14.3).
·       A mensagem do profeta deve atrair o povo para Deus e não para si mesmo ou para outra coisa qualquer. (1 Samuel 7:3) - (Lamentações 3:40) - (Amós 5:4) - (Zacarias 1:3) (Malaquias 3:7) .- Falar uma falsa profecia em nome do Senhor significa transgredir o 3º mandamento: “Não usarás o nome do Senhor em vão” (Êxodo 20:7). Exemplos de falsos profetas: Jeremias 23; Ezequiel 13.
·       É comum o profeta de o Velho Testamento dizer; ASSIM DIZ O SENHOR! Quando transmitia a palavra de Deus: Pois Deus se comunicava verdadeiramente pela boca dos profetas, sendo assim a voz do profeta estava acima até do próprio rei, e não podia ser desobedecida por ser a Palavra de Deus, afinal a Bíblia, que é a revelação não estava completa.
·       Como os caminhos dos homens não é o Caminho de Deus, vários ou quase todos os profetas foram mortos por falar a verdade e recriminar o pecado dos poderosos.
Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, apedrejas os que a ti são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não o quiseste! Mateus 23:37. Palavra de Jesus sobre os profetas verdadeiros.
Pr. Carlos Borges(CABB)

sábado, 19 de setembro de 2015

OS DONS ESPIRITUAIS



Ef. 4.11-14
Introdução: Os dons espirituais são de grande valor e merecem um cuidadoso estudo bíblico para se evitar desordens na igreja que afete sua unidade. Eles proporcionam um conhecimento mais profundo de Cristo, e de toda a riqueza espiritual disponível para desempenho da missão que ele tem em nossa vida. Segundo a Palavra de Deus, conforme 1 Co 12.8-10 os dons do Espírito Santo são instrumentos para o crente utilizar na obra do Mestre.

I CONHECENDO OS DONS
1-Definição
·       Os dons espirituais são dádivas de Deus à igreja para a realização do ministério e a edificação dos santos. Não são dotes naturais, mas capacitação sobrenatural. Não são alcançados por mérito, mas distribuídos pela graça.
·       Não são distribuídos conforme o querer humano, mas segundo a vontade soberana do Espírito Santo. Quatro verdades merecem ser destacadas sobre os dons espirituais.
·       Em primeiro lugar, a origem dos dons espirituais. Os dons espirituais não procedem do homem, mas de Deus. Não podem ser confundidos com talentos naturais.
·       Não é um pendor humano nem uma habilidade inata que alguém desenvolve. Os dons espirituais são concedidos aos membros do corpo de Cristo, pelo Espírito Santo, quando creem em Cristo, e são desenvolvidos na medida em que os fiéis os utilizam para a glória de Deus e edificação dos salvos.

2-Propósito
·       Nenhum membro do corpo de Cristo ficou sem dons e nenhum recebeu todos os dons. Devemos suprir as necessidades uns dos outros. Dependemos uns dos outros. No corpo há unidade, diversidade e mutualidade.
·       Os membros não têm vida independente do corpo. Cada membro do corpo tem sua função. Cada membro precisa exercer o seu papel para que o corpo cresça de forma harmoniosa e saudável. O corpo cresce de forma harmoniosa e saudável quando servimos uns aos outros conforme o dom que recebemos.
·       Os dons espirituais têm dois propósitos: a glória de Deus e a edificação da igreja.

3-Recebimento
·       Os dons espirituais são recebidos de Deus e exercidos com Deus, por Deus e para Deus para que a igreja de Cristo tenha suas necessidades supridas e possa, assim, cumprir cabalmente sua missão no mundo. Não nos bastamos a nós mesmos.
·       Cumprida a recomendação bíblica, muitos problemas decorrentes do mau uso dos dons, seriam evitados.
·       O dom não é para uso particular. A pessoa com um dom, não pode usá-lo como se fosse proprietária dele, porque é recebido pela graça, é dom de Deus.
·       Os dons podem ser recebidos em qualquer ponto da carreira cristã, independente da condição espiritual da pessoa.
·       Muitas vezes, um crente mais antigo, fica constrangido diante de uma pessoa recém-convertida que começa a manifestar um dom.
·        A Igreja madura saberá conduzir o novato na fé, no caminho do entendimento espiritual, discipulando-o e acompanhando-o, até que ele possa alcançar o equilíbrio na utilização do seu dom.
·       Os dons devem ser desejados e buscados s com perseverança.

4-Diversividade
·       Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. “E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos” (1 Coríntios 12.4-6).
·       O Espírito Santo revela-Se não apenas em uma só pessoa nem de uma só maneira. A Igreja, o Corpo de Cristo, é como um corpo humano normal.
·       Assim como Deus diferenciou os membros de nosso corpo, assim o Espírito Santo faz ao formar o Corpo de Cristo. Ele coloca cada membro no lugar que designou, dando a cada um o dom que é necessário para aquele lugar específico. Essa diversidade marca e forma o Corpo. 
·       Na variedade de dons, a voz do Espírito pode ser ouvida, e as várias necessidades do Corpo são satisfeitas.
·       Podemos não ter a menor idéia da extensão das necessidades dos crentes, mas Ele concede dons para corresponder a cada uma delas. Contudo, Ele não as concede para uma única pessoa nem para um grupo pequeno. Quanto a isso, o apóstolo Paulo é uma exceção, pois tinha todos os dons.

II OS DONS MINISTERIAIS
1-Apóstolos
·       O título “apóstolo” se aplica a certos líderes cristãos no NT. O verbo apostello significa enviar alguém em missão especial como mensageiro e representante pessoal de quem o envia.
·        O título é usado para Cristo (Hb 3.1), os doze discípulos escolhidos por Jesus (Mt 10.2), o apóstolo Paulo (Rm 1.1; 2Co 1.1; Gl 1.1) e outros (At 14.4,14; Rm 16.7; Gl 1.19; 2.8,9; 1Ts 2.6,7).
·       O termo “apóstolo” era usado no NT em sentido geral, para um representante designado por uma igreja, como, por exemplo, os primeiros missionários cristãos. Logo, no NT o termo se refere a um mensageiro nomeado e enviado como missionário ou para alguma outra responsabilidade especial (ver At 14.4,14; Rm 16.7; cf. 2Co 8.23; Fp 2.25).
·       Eram homens de reconhecida e destacada liderança espiritual, ungidos com poder para defrontar-se com os poderes das trevas e confirmar o Evangelho com milagres.
·       Cuidavam do estabelecimento de igrejas segundo a verdade e pureza apostólicas. Eram servos itinerantes que arriscavam suas vidas em favor do nome de nosso Senhor Jesus Cristo e da propagação do evangelho (At 11.21-26; 13.50; 14.19-22; 15.25,26). Eram homens de fé e de oração, cheios do Espírito (ver At 11.23-25; 13.2-5,46-52; 14.1-7,21-23).

­2-Profetas
·       Os profetas eram homens que falavam sob o impulso direto do Espírito Santo, e cuja motivação e interesse principais eram a vida espiritual e pureza da igreja. Sob o novo concerto, foram levantados pelo Espírito Santo e revestidos pelo seu poder para trazerem uma mensagem da parte de Deus ao seu povo (At 2.17; 4.8; 21.4).
·       O ministério profético do AT ajuda-nos a compreender o do NT. A missão principal dos profetas do AT era transmitir a mensagem divina através do Espírito, para encorajar o povo de Deus a permanecer fiel, conforme os preceitos da antiga aliança.
·        Às vezes eles também prediziam o futuro conforme o Espírito lhes revelava. Cristo e os apóstolos são um exemplo do ideal do AT (At 3.22,23; 13.1,2).
·       A função do profeta na igreja incluía o seguinte: (a) Proclamava e interpretava cheio do Espírito Santo, a Palavra de Deus, por chamada divina. Sua mensagem visava admoestar, exortar, animar, consolar e edificar (At 2.14-36; 3.12-26; 1Co 12.10; 14.3).
·       Era dever do profeta do NT, assim como para o do AT, desmascarar o pecado, proclamar a justiça, advertir do juízo vindouro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de Deus (Lc 1.14-17).

3-Evangelista
·       No NT, evangelistas eram homens de Deus, capacitados e comissionados por Deus para anunciar o evangelho, i.e., as boas novas da salvação aos perdidos e ajudar a estabelecer uma nova obra numa localidade. A proclamação do evangelho reúne em si a oferta e o poder da salvação (Rm 1.16).
·       Filipe, o “evangelista” (At 21.8), claramente retrata a obra deste ministério, segundo o padrão do NT. (a) Filipe pregou o evangelho de Cristo (At 8.4,5, 35). (b) Muitos foram salvos e batizados em água (At 8.6,12). (c) Sinais, milagres, curas e libertação de espíritos malignos acompanhavam as suas pregações (At 8.6,7, 13). (d) Os novos convertidos recebiam a plenitude do Espírito Santo (At 8.14-17).
·       O evangelista é essencial no propósito de Deus para a igreja. A igreja que deixar de apoiar e promover o ministério de evangelista cessará de ganhar convertidos segundo o desejo de Deus. Tornar-se-á uma igreja estática, sem crescimento e indiferente à obra missionária. A igreja que reconhece o dom espiritual de evangelista e tem amor intenso pelos perdidos, proclamará a mensagem da salvação com poder convincente e redentor (At 2.14-41).



4- Pastores
·       Os pastores são aqueles que dirigem a congregação local e cuidam das suas necessidades espirituais. Também são chamados “presbíteros” (At 20.17; Tt 1.5) e “bispos” ou supervisores (1Tm 3.1; Tt 1.7).
·       A tarefa do pastor é cuidar da sã doutrina, refutar a heresia (Tt 1.9-11), ensinar a Palavra de Deus e exercer a direção da igreja local (1Ts 5.12; 1Tm 3.1-5), ser um exemplo da pureza e da sã doutrina (Tt 2.7,8), e esforçar-se no sentido de que todos os crentes permaneçam na graça divina (Hb 12.15; 13.17; 1Pe 5.2).
·       Sua tarefa é assim descrita em At 20.28-31: salvaguardar a verdade apostólica e o rebanho de Deus contra as falsas doutrinas e os falsos mestres que surgem dentro da igreja. Pastores são ministros que cuidam do rebanho, tendo como modelo Jesus, o Bom Pastor (Jo 10.11-16; 1Pe 2.25; 5.2-4).

5-Mestres ou doutores
·       Os mestres são aqueles que têm de Deus um dom especial para esclarecer, expor e proclamar a Palavra de Deus, a fim de edificar o corpo de Cristo (4.12).
·       A missão dos mestres bíblicos é defender e preservar, mediante a ajuda do Espírito Santo, o evangelho que lhes foi confiado (2Tm 1.11-14). Têm o dever de fielmente conduzir a igreja à revelação bíblica e à mensagem original de Cristo e dos apóstolos, e nisto perseverar.
·       O propósito principal do ensino bíblico é preservar a verdade e produzir santidade, levando o corpo de Cristo a um compromisso inarredável com o modo piedoso de vida segundo a Palavra de Deus.
·       As Escrituras declaram em 1 Tm 1.5 que o alvo da instrução cristã (literalmente “mandamento”) é a “caridade de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida” (1Tm 1.5).

III OS DONS DE SERVIÇO
1-Ministério
Responsabilidade para com Cristo.
·         Só fazer o que o Senhor ordenar.
·        Viver de acordo com os valores de Cristo.
·        Dar a Deus toda honra e louvor do que Deus lhe concede. (Ilustração do Jumentinho).
·        Completar as marcas de Cristo.
·        Responsabilidade para com a Igreja (o povo de Deus).
·        “Pastorear” o rebanho por amor – I Pe 5:2.
·        Com espontaneidade – sem constrangimento.
·        Com voluntariedade – sem ganância.
·         Com exemplicidade – sem prepotência
·         Ser exemplo em tudo.
·        Na palavra
·        No caráter
·        Na vida

2-Ensino
·       Sabedoria é o meio pelo qual podemos, de maneira eficaz usar o conhecimento, tanto para defender o evangelho (ser apologista) quanto para poder esclarecer questões controvertidas.
·       Não se trata de sabedoria comum, para o viver diário, que se obtém com estudo e meditação. Esse dom diz respeito mais especificamente a um fragmento da sabedoria de Deus que nos é concedida por meios sobrenaturais, ou seja, pelo Espírito de Deus.
·       É um dom essencial para o governo da Igreja. No pastor ou outro líder da Igreja que recebe o chamado de Deus para o cargo, esse dom é facilmente notado por quem necessita de seus conselhos.

3-Exortar
·       Entende-se por exortar, o poder de exercer influência sobre a vontade e as decisões de outra pessoa. Com o objetivo de guia-la para um código geralmente aceito de comportamento e encorajá-la a observar certas instruções.
·       A exortação sempre pressupõe algum conhecimento prévio. Exortar é dirigir se ao homem integral. Pelo menos no início, abrangem-se o conhecimento, a emoção e a vontade.
·       Este dom não envolve somente a exortação propriamente dita, mas também o conforto, o consolo e o encorajamento. O cristão dotado desta capacitação poderá colocar se ao lado de alguém, simpatizando - se com ele, compreendendo seus problemas e confortando o com uma palavra de exortação.

4-Contribuir
·       O dom de contribuir é a habilidade de dar dinheiro e outras formas de riqueza alegre, sábia e generosamente para satisfazer as necessidades de outros e ajudar a sustentar ministérios.
·       Independentemente da quantia, pessoas com este dom genuinamente veem seus tesouros, talentos e tempo como pertencentes a Deus e não a eles mesmos.
·        Eles são frequentemente movidos a satisfazer as necessidades físicas de outros. Eles gostam de dar de si mesmos e do que têm. Mesmo quando eles não possuem os recursos para ajudar, eles oram fervorosamente para que essas necessidades sejam atendidas.

­5-Governar ou presidir
·       “O que preside, com cuidado...” (Romanos 12:8). Presidir significa “estar à frente de; governar”.
·       Em 1 Coríntios 12:28, o dom de presidir é designado por governos. Então, o dom de governar (ou presidir) é um dom dado a certos membros do corpo de Cristo com o propósito de estar à frente do corpo, de presidir sobre o corpo e de dirigir o corpo.
·       O líder talentoso é aquele que governa, preside ou tem a gestão de outras pessoas na igreja. A palavra significa literalmente "guia" e traz consigo a ideia de alguém que dirige um navio. O que possui o dom de liderança governa com sabedoria e graça e exibe o fruto do Espírito em sua vida ao liderar com o próprio exemplo.

6-Misericórdia
·       Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia. - Mateus 5:7
·       Intimamente ligado com o dom de encorajamento, o dom de misericórdia é óbvio naqueles que são compassivos com pessoas que estão em angústia, mostrando simpatia e sensibilidade juntamente com o desejo e os recursos para diminuir seu sofrimento de uma maneira afável e alegre.
·       Um dom muito importante e pouco conhecido e exercido é o dom de misericórdia (Romanos 12:1–8). Poucas vezes pregadores abordam este tema, há rara bibliografia sobre o assunto e poucos cristãos conversam sobre isso. Apesar de não ser algo recorrente entre os seres humanos, a misericórdia é algo importante para o Criador. Fato que comprova o valor da misericórdia para Deus é a frequência que é citada na Bíblia.

7-Socorro
·       Deus estabelece socorros na igreja: são pessoas especialmente dotadas para “segurar com as mãos” o que está em risco de cair. Impelidas pelo poder de Deus elas agem em apoio dos outros membros e das atividades da igreja, a fim de que não se desanimem nem desvaneçam os seus esforços. O seu campo de atuação é vasto, mas exige certas características.
·       Plena consciência da sua função - Quem auxilia não concorre para substituir ao que está auxiliando, mas seu objetivo é sustentá-lo ou colocá-lo de pé novamente para que continue a desenvolver o seu trabalho. Deus não faz o trabalho dos Seus servos.
·       Humildade - Deve ser a característica de todo o crente, mas especialmente de quem presta socorro. Ele é um servidor (diácono em grego) de outros irmãos, que talvez estejam à testa de algum trabalho. Ele não deve esperar que o seu nome ou o seu trabalho seja “glorificado”, pois geralmente está na retaguarda e pouco aparece.
·       Dependência e obediência à vontade de Deus - Para que Deus o possa usar nessa tão nobre função é essencial que esse servo esteja em perfeita comunhão com Ele: aprendendo e cumprindo a Sua Palavra, mantendo suas mãos e coração limpos, e sempre que possível tendo paz e comunhão com os seus irmãos na fé.

Pr. Carlos Borges(CABB)