segunda-feira, 25 de junho de 2018

SOLENE ADVERTÊNCIAS ÀQUELES QUE PROFESSAM A FÉ - PARTE 2


É assim, igualmente, que há cristãos avarentos. Sem dúvida, isso é ainda um paradoxo: valeria mais falar, me parece, da mancha nos serafins ou da imperfeição da perfeição, que da avareza de um discípulo de Jesus; e, no entanto (eu chamo a cada um dos que me ouvem), não encontramos todos os dias aqueles que se dizem cristãos, cujo cordão da bolsa dificilmente se desamarra ao grito de um pobre, que maquia seu amor ao dinheiro com o nome de prudência, e que, em vez de colocar seus bens em benefício do reino de Cristo, só pensa em granjeá-los? Eu vou mais longe, e digo que se queremos encontrar homens inflexíveis em seus negócios, ávidos em ficar ricos, duros para com seus credores, homens sórdidos, desleais, os quais, a exemplo dos fariseus de outrora, não têm escrúpulos em devorar as casas das viúvas, eu digo que se queremos encontrar tais homens, é freqüentemente no seio de nossas Igrejas que devemos procurá-los. Meus irmãos, esta confissão, eu enrubesço ao fazê-la, mas eu devo, porque é a verdade.
Sim, entre os membros mais considerados de nossos rebanhos, mesmo entre aqueles que ocupam cargos eclesiásticos, vocês encontrarão quem fixe suas afeições às coisas da terra, e que não possuem absolutamente nada desta vida escondida com Cristo em Deus, sem a qual não existe verdadeira piedade.
Preciso acrescentar mais? Estes grandes malefícios não são os frutos de uma religião sã, mas antes, aqueles de um formalismo vão. Deus seja louvado, o remanescente eleito é preservado dessas funestas tendências, mas a massa dos cristãos nominais que invadiram nossas Igrejas, foi atingida de uma maneira deplorável.
Um último traço pelo qual o Apóstolo caracteriza os falsos irmãos de Filipos é este: Eles põem sua glória naquilo que é enganoso. É isso, com efeito, uma disposição natural do formalista. Ele tira vaidade de seus próprios pecados; mais ainda: ele os chama de virtudes. Sua hipocrisia ele chama de retidão; seu falso zelo, de fervor. Os sutis venenos de Satanás, ele os reveste da etiqueta dos santos remédios de Cristo. O que ele chama de vício nos outros, nele mesmo ele considera como qualidade. Se ele vê seu próximo cometer a mesma ação que ele está acostumado a cometer, se a vida daquele mostra a imagem perfeita da sua própria vida, oh! Como ele se volta contra seu próximo! Sua presteza em cuidar dos deveres exteriores da religião é exemplar; ele é o mais estrito dos sabatistas, o mais escrupuloso dos fariseus, o mais austero dos devotos. Ele cuida de realçar a menor fraqueza na conduta do outro; ninguém o ultrapassa em habilidade; e enquanto ele acaricia à vontade seu pecado favorito, ele olha as faltas de seus irmãos através de uma lente de aumento. Quanto à sua própria conduta, ela não diz respeito a ninguém. Ele pode pecar impunemente; e se seu pastor, por acaso, lhe faz alguma observação, ele se indigna e o acusa de calúnia. As observações, não mais que as advertências, jamais o atingem. Não é ele um membro de Igreja? Não cumpre ele, exatamente, os ritos e as ordenanças? Quem ousaria colocar em dúvida sua piedade? Oh! Meus irmãos, meus irmãos, não façam, pura ilusão! Muitos pretensos membros de Igreja serão um dia membros do inferno. Muitos homens admitidos em uma, ou outra, de nossas comunidades cristãs, que receberam a água do batismo, que se aproximam de nossa mesa sagrada, que talvez, mesmo, tenham a reputação de estarem vivos, não estão menos mortos, em relação ao espiritual, que os cadáveres em seus sepulcros.
Hoje em dia é fácil se fazer passar por um filho de Deus! No lugar da renúncia, do amor por Cristo, da mortificação da carne, o pouco que se exige é aprender alguns cânticos, aprender algumas banalidades piedosas, algumas frases convencionadas, e vocês se imporão, mesmo aos eleitos. Filiem-se a uma Igreja qualquer; mostrem uma conduta exterior, de tal sorte que lhes possam considerar respeitável, e se vocês não conseguirem enganar os mais lúcidos, ao menos terão uma reputação de piedade bem estabelecida para lhes permitir andar com o coração aliviado e a consciência à vontade, no caminho da perdição.
Eu sei, meus amados, que eu digo coisas duras, mas são coisas verdadeiras; por isso não posso calar. Meu sangue borbulha algumas vezes em minhas veias, quando encontro homens cuja conduta me dá vergonha, ao lado de quem eu ousaria apenas me sentar, e que, no entanto, me tratam, com convicção, de "Irmão". O quê? Eles vivem no pecado, e chamam um cristão de irmão! Oro a Deus que lhes perdoe seu desvio de conduta; mas eu declaro - eu não posso de jeito algum me confraternizar com eles, e nem quero, até que se conduzam de uma maneira digna de sua vocação.
Certamente, todo o homem que faz de seu ventre um Deus e que põe sua glória naquilo que é enganoso, é completamente culpado; mas quando esse homem se veste com a roupa da religião, quando conhece a verdade, a qual ele ensina como necessária, faz abertamente profissão de ser um servo de Cristo, quanto mais culpado é ele! Vocês conseguem conceber, meus irmãos, um crime mais atroz que aquele do hipócrita audacioso que, mentindo a Deus e à sua consciência, declara solenemente que pertence ao Senhor e que o Senhor lhe pertence, depois vai viver como vive o mundo, anda seguindo o curso do presente século, comete as mesmas injustiças, persegue os mesmos objetivos, usa dos mesmos meios que aqueles que não são chamados pelo nome de Cristo?
Ah! Se houvesse nesta assembleia alguém que devesse confessar que este é o seu pecado; que chore, sim, que chore lágrimas de sangue, porque a enormidade de seu crime é maior do que poderíamos dizer!

II

Mas se o Apóstolo chorava, como acabamos de ver, por causa do pecado desses homens que tinham de cristão somente o nome, ele chorava mais ainda, talvez, por causa DOS DESGRADÁVEIS EFEITOS DE SUA CONDUTA, porque ele acrescenta esta palavra tão enérgica de forma breve: eles são inimigos da cruz de Cristo. Sim, tu dizes a verdade, ó Paulo! Sem dúvida, o cético, o incrédulo, são inimigos da cruz de seu Mestre; o blasfemador, o profano, o sanguinário Herodes, estes são também; mas os inimigos por excelência desta cruz santa, os soldados de elite do exército de Satanás, são estes cristãos fariseus, caiados por fora de uma aparência de piedade, mas cheios por dentro de toda a sorte de podridão.
Oh! Parece-me que, a exemplo do Apóstolo, todo o filho de Deus deveria derramar lágrimas ardentes, ao pensar que os mais duros golpes contra o Evangelho vêm daqueles que se dizem discípulos. Parece-me que deveria sentir uma dor nunca antes experimentada, ao ver Jesus ferido cada dia por aqueles que pretendem ser dele.
Vejam! Eis aqui meu Salvador que se adianta, os pés e as mãos ensangüentados... Oh! Meu Jesus, meu Jesus! Quem tem feito, de novo, teu sangue verter? Que significam essas feridas? Por que tu tens teu aspecto tão triste? "Eu fui ferido, responde ele, e onde você pensa que eu recebi o golpe?" – Certamente, Senhor, tu foste ferido na casa da intemperança ou da devassidão, tu foste ferido no banco dos escarnecedores ou na assembléia dos ímpios. "Não, diz Jesus, eu fui ferido na casa de meus amigos (Zc. 8:6); estas feridas me foram feitas pelos homens que levam meu nome, se assentam em minha mesa e falam minha língua. Estes são aqueles que me furaram, que me crucificaram de novo, que me lançaram à ignomínia..."
Ferir a Cristo e lançá-lo à ignomínia. Em tudo fazendo profissão de lhe pertencer! Não lhes parece, meus caros ouvintes, que um pecado tão odioso não deveria existir? Entretanto, infelizmente, é mais comum do que pensamos.
A história conta que César, expirando sob os golpes de seus assassinos, só percebeu que estava perdendo seu império, quando viu seu amigo Brutus adiantar-se para lhe dar o golpe. "Até tu, Brutus!" gritou então, e se cobrindo com sua túnica, chorou. Da mesma maneira, meus amigos, se Cristo aparecesse no meio desta assembleia, não poderia dizer a vários de vocês, escondendo a face de tristeza, ou antes, fazendo ouvir sua justa indignação: "E você, que te introduziste em minha Igreja, e você que dizes ser meu discípulo, me estapeias também?...". Se devo ser vencido na batalha, que sejam meus opositores que me vençam, mas meus aliados que ao menos não me traiam. Se a cidadela, que estou pronto a defender até meu último suspiro, deve ser tomada, que o inimigo entre marchando sobre o meu cadáver, mas, ainda uma vez, que meus amigos não me traiam. Ah! Se o soldado que combate a meu lado me vendesse a meus adversários, meu coração seria duas vezes quebrado; primeiro, pela derrota, e em seguida pela traição.
Quando das guerras religiosas que nossos irmãos suíços travaram para manter sua liberdade, um punhado de protestantes defendia valentemente um desfiladeiro contra uma corporação considerável do exército. Ainda que eles vissem seus irmãos, seus amigos, caírem a seu lado, ainda que eles mesmos se sentissem esgotados e prestes a desfalecer, eles não combatiam menos, mas com uma intrepidez heroica. Mas de repente, um grito se fez ouvir, um grito agudo, um grito terrível! O inimigo escalou uma protuberância, e ia cercar a pequena companhia dos reformados. Percebendo isto, seu chefe tremeu de indignação, rangeu os dentes, bateu os pés, porque ele compreendeu que um traidor, que um protestante covarde devia ter vendido seus irmãos a seus implacáveis inimigos. Voltando-se, então, em direção à sua gente, gritou: "Avante!" Com um tom de quem nada mais espera. E como os leões que saltam sobre sua presa, aqueles bravos se lançaram diante de seus inimigos, prontos, agora, a morrer, depois que um deles lhes havia traído.
Meus irmãos, um sentimento desta natureza que se espera de um corajoso soldado da cruz, quando ele vê um de seus companheiros de serviço desonrar a bandeira de seu divino Chefe e trair sua santa causa. De minha parte, não hesito em lhes dizer, que o que eu temo não são os inimigos declarados, 

Pr. Carlos Borges(CABB)

segunda-feira, 18 de junho de 2018

SOLENE ADVERTÊNCIA ÀQUELES QUE PROFESSAM A FÉ- Parte 1

                                                                  

por
Charles Haddon Spurgeon

Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas. (Fil. 3:18,19).
Meus queridos ouvintes. São Paulo nos oferece o modelo completo de um ministro cristão. Pastor vigilante, ele se preocupava sem cessar com o rebanho confiado a seus cuidados. Ele não se limitava a pregar o Evangelho, e não cria ter completado todo o seu dever em anunciar a salvação, mas seus olhos estavam sempre voltados às Igrejas que havia fundado, seguindo-as, com um interesse zeloso, no seu progresso ou declínio na fé. Quando ele tinha que ir proclamar o Evangelho eterno em outras regiões, ele não cessava de velar pelo bem estar espiritual de suas vibrantes colônias cristãs da Grécia e da Ásia menor, semeadas por ele em meio às trevas do paganismo; e enquanto acendia novas lâmpadas na tocha da verdade, ele não negligenciava aquelas que já flamejavam. É assim que, em nosso texto, ele dá à pequena Igreja de Filipos uma prova de sua solicitude, lhes dirigindo conselhos e advertências. E o Apóstolo não era menos fiel que vigilante. Quando via pecado na Igreja, não hesitava em denunciá-lo. Ele não lembrava a maioria dos pregadores modernos, que se vangloriam de não ter jamais tido uma relação pessoal com seu rebanho ou jamais ter incomodado suas consciências, e que põem sua glória naquilo que é enganoso; porque tivessem eles sido fiéis, tivessem exposto sem impureza todo o conselho de Deus, teriam infalivelmente, uma vez ou outra, ferido a consciência de seus ouvintes.
Paulo agia totalmente diferente: ele não temia atacar frontalmente o pecador, e não somente tinha a coragem de declarar a verdade, mas sabia da necessidade de insistir sobre esta verdade: "Repetidas vezes eu vos dizia, e eu vos digo ainda, que muitos entre vós são inimigos da cruz de Cristo”.
Mas se, por uma parte o apóstolo era fiel, por outra ele era cheio de afeto. Como todo ministro de Cristo deveria fazer, ele amava verdadeiramente as almas sob seu encargo. Se ele não podia admitir que algum membro das Igrejas colocadas sob sua direção se desviasse da verdade, não podia mais ainda lhes repreender sem derramar lágrimas. Ele não sabia brandir a ira com o olho seco, nem denunciar os juízos de Deus de maneira fria e indiferente.
As lágrimas brotavam de seus olhos, enquanto que sua boca pronunciava as mais terríveis ameaças; e quando censurava, seu coração batia tão forte de compaixão e amor, que aqueles a quem ele se dirigia não podiam duvidar da afeição com que suas censuras eram ditadas: “Eu, repetidas vezes vos dizia, e agora vos digo até chorando”.
Meus amados. A advertência solene que Paulo, outrora, dirigiu aos Filipenses nas palavras de meu texto, eu as dirijo a vocês hoje, para que entendam.
Temo que esta advertência não seja menos necessária em nossos dias que nos tempos do Apóstolo, porque em nossos dias como nos dias do Apóstolo, há vários na Igreja cuja conduta testemunha fortemente que são inimigos da cruz de Cristo. Que posso dizer? O mal, longe de diminuir, me parece ganhar terreno a cada dia. Há, em nosso século, um maior número de pessoas que fazem profissão de fé que no tempo de Paulo, mas há também mais hipócritas.
Nossas Igrejas, eu lhes digo para sua vergonha, toleram em seu seio membros que não têm nenhum direito a este título; membros que estariam bem melhor se postos em uma sala de festim, ou em qualquer outro lugar de dissolução e loucura, mas que jamais deveriam molhar os lábios no cálice sacramental ou comer o pão místico, emblemas dos sofrimentos de nosso Senhor. Sim, em vão procurariam dissimular que há vários entre nós – (e se tu voltasses à vida, ó Paulo. Quanto não te sentirias apressado em nos dizer, e quantas lágrimas amargas não derramarias ao nos dizer!...) – que são inimigos da cruz de Cristo, e isto porque o deus deles é o ventre, porque eles dirigem suas afeições às coisas da terra, e sua conduta está em completo desacordo com a santa lei de Deus.
Eu me proponho, meus irmãos, a procurar com vocês a causa da dor extraordinária do Apóstolo. Eu digo: dor extraordinária, porque o homem que meu texto apresenta como derramando lágrimas, não era, vocês sabem, um desses espíritos fracos, de sensibilidade doentia e sempre perto de se emocionar. Eu não li em nenhuma parte nas Escrituras que o Apóstolo chorasse sob o golpe da perseguição. Quando, segundo a expressão do salmista, se traçavam sulcos sobre seu dorso, quando os soldados romanos o lancetavam com suas varas, não sei de nenhuma lágrima que tenha escapado de seus olhos. Foi ele jogado na prisão? Ele cantava e não gemia. Mas, se jamais Paulo chorou por causa dos sofrimentos aos quais se expôs por amor a Cristo, ele chorou, nós vimos, ao escrever aos Filipenses. A causa de suas lágrimas era tripla: ele chorava, primeiramente, por causa DO PECADO de alguns membros da Igreja; em segundo lugar, por causa DOS EFEITOS DESAGRADÁVEIS DA CONDUTA DELES, e enfim, por causa do DESTINO que lhes esperava.
I
Primeiramente, nos foi dito, Paulo chorava por causa do PECADO destes formalistas que, ainda que façam parte exteriormente de uma Igreja cristã, não andam corretamente diante de Deus e dos homens. E notem a acusação que ele faz contra eles: o Deus deles é o ventre, escreve ele. Sua sensualidade.
Este é o primeiro pecado que eles têm, do Apóstolo, sua reprovação.
Havia, de fato, na Igreja primitiva, pessoas que após terem sentado junto à mesa do Senhor, iam participar dos banquetes dos pagãos, e lá se davam sem constrangimento aos excessos de comida e bebida. Outros, se abandonando às abomináveis concupiscências da carne, mergulhavam nesses prazeres (falsamente assim chamados), que não somente fazem perder a alma, mas afligem o corpo com justo castigo. Outros ainda, sem cair em tão vergonhosos excessos, se preocupavam muito mais com a aparência exterior que a interior, do alimento do homem exterior que da vida do homem interior; de sorte que, como os precedentes, ainda que de outra maneira, eles faziam do ventre o seu Deus.
Assim, meus queridos ouvintes, eu lhes pergunto, esta grave reprovação do Apóstolo é, para nós, menos aplicável que à Igreja de Filipos? Seria impossível encontrar entre os membros de nossos rebanhos, pessoas que deifiquem, de algum modo, sua própria carne, que se entreguem a ela num culto idólatra, que se inclinem diante da parte mais material de seu ser?
Não é notório, não é incontestável, ao contrário, que há homens fazendo profissão de fé, que cuidam da sua carne, que acariciam seus apetites sensuais, tanto quanto os mundanos declarados poderiam fazer?
Não há aqueles que são amantes dos prazeres da mesa, que se deleitam em seu bem estar, no luxo, nas luxúrias da vida presente? Não há quem gaste, sem escrúpulos, toda uma fortuna para embelezar o corpo que perece, sem refletir que agindo assim, eles destroem a beleza da causa do Salvador que eles pretendem servir? Não há aqueles cujo negócio da sua vida consiste em procurar seu bem estar, e cuja carne e sangue jamais tiveram ocasião de lastimar, porque não somente são escravos, mas ainda fazem disso seu Deus?
Ah, meus irmãos, há grandes manchas na Igreja, há grandes escândalos.
Ovelhas viciadas foram introduzidas no rebanho. Falsos irmãos introduziram-se entre nós, como serpentes sob a erva; e cada vez mais se descobre que eles têm infligido uma dolorosa ferida na religião e ocasionado sério dano à gloriosa causa de nosso Mestre. Eu repito com profunda tristeza, mas com plena convicção, há vários em nossas Igrejas (falo igualmente das Igrejas dissidentes e da Igreja estabelecida) – Spurgeon, ele mesmo pertencia a uma Igreja dissidente – aos quais se aplicam muito bem estas severas palavras do Apóstolo: o Deus deles é o ventre.
Uma segunda reprovação que Paulo dirigiu aos pretensos cristãos de Filipos, era a que eles se apegavam afetivamente às coisas da terra.
Meus amados; pode ser que a acusação anterior não tenha atingido suas consciências; mas, a presente, me parece bem difícil que dela vocês possam encontrar um escape. Há mais: afirmo que o mal assinalado aqui pelo Apóstolo, tem invadido em nossos dias a maior parte da Igreja de Cristo.
Para se convencer, basta abrir os olhos à evidência.
Assim, por exemplo, é uma anomalia, mas é fato que hoje existem cristãos ambiciosos. O Salvador declarou, é verdade, que aquele que quer ser elevado deve se diminuir; também, se pensava outrora, que o cristão era um homem simples, modesto, acostumado às pequenas coisas; mas em nosso século ele não é mais assim.
Entre os pretensos discípulos do humilde Galileu, há, ao contrário, gente que aspira conseguir a primeira escala das grandezas humanas, e cujo único pensamento é, não glorificar a Cristo, mas de se glorificar a si mesmo e a qualquer preço.
É assim, (para sua vergonha, ó Igreja) que há em entre nós, pessoas que mesmo tendo aparência de piedade, não são menos mundanas que os mais mundanos, e que não sabem mais sobre o Espírito de Cristo, que os homens mais carnais de fora.
 

Pr. Carlos Borges(CABB)

sábado, 9 de junho de 2018

A PRATICA DO ESTUDO DA PALAVRA



Jo 14.23-26
Introdução: “... Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha; Caiu à chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha; Mas quem ouve estas minhas palavras e não as pratica é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia; Caiu à chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda...” * (Mt. 7:24-27 NVI).

I A PRÁTICA DA PALAVRA
1-Vida cotidiana
·        A verdadeira sabedoria não está em conhecer toda a Bíblia, mas em praticar aquilo que se sabe dela!
·        As Igrejas cristãs estão repletas de pessoas cheias de conhecimento da Bíblia Sagrada, entretanto, vazias de sua pratica.
·        Ao que tudo indica, acreditam que o fato de saberem das coisas de Deus é o suficiente para livra-las no dia mau.
·        Se isso fosse verdade, então o rei Salomão, que foi o homem que mais recebeu sabedoria de Deus na face da terra, não cairia na desgraça da idolatria, arrastando o próprio povo de Israel com ele!
·        A pratica da Palavra de Deus basicamente consiste em 03 atitudes: 1-Integridade e Retidão; 2 - Temor do Senhor; 3 Desvio do Mal.
·        Essas 03 qualidades retratam o caráter perfeito do discípulo de Cristo, conforme o próprio louvor de Deus a Jo, diante de satanás, quando ele disse: “... Disse então o Senhor a Satanás: “Reparou em meu servo Jó”? Não há ninguém na terra como ele, irrepreensível, íntegro, homem que teme a Deus e evita o mal..." (Jo 1:8- NVI).
·        Deus honrou a Jó, não por aquilo que fazia na Terra, mais pelo que ele era; por seu caráter e sua conduta.
·         É muitíssimo importante examinarmos a nossa vida em relação a Deus, isto é, verificarmos se o que fazemos é mais importante do que o que somos para com Deus!

2-Conhecer e Praticar
·        Integridade e Retidão - A integridade e a retidão revelam uma conduta exemplar diante da sociedade em que vivemos. É um testemunho de vida que faz as demais pessoas glorificar a Deus. Veja o exemplo de Atos 2:47.
·        Temor do Senhor - Se a integridade e a retidão, como qualidade de caráter, dizem respeito ao relacionamento com outras pessoas, o temor do Senhor diz respeito exclusivamente a um relacionamento com Deus. Tudo o que a pessoa deve ser para agradar a Deus está no seu temor para com Ele.
·         Toda a qualidade de uma pessoa cristã está dentro (inclusiva) do temor ao Senhor. O temor não é o mesmo que medo!
·        Deus, certamente, não deseja que seus filhos tenham medo d'Ele, pois Ele não é alguém que possa causar terror ou pavor, muito pelo contrario, Deus é amor (1Jo. 4:18).
·        O temor do Senhor significa então, respeito profundo por tudo aquilo que se refere às coisas de Deus.
·         Quando isto acontece no coração, a pessoa vive em unção do seu relacionamento com Deus. Veja as seguintes passagens: Sl. 111:10; Jó 28:28; Pv. 14:27; Pv. 19:23 e Pv.22:4.
·        Desvio do Mal - Nós já vimos que a integridade e a retidão dizem respeito ao caráter da pessoa em relação aos seus semelhantes; que o temor do Senhor diz respeito ao caráter da pessoa em relação a Deus.
·         Finalmente, o desvio do mal é uma qualidade de caráter que diz respeito exclusivamente à própria pessoa.
·        Não basta que haja cuidado apenas em função dos demais e de Deus, é preciso que a pessoa fique cercada definitivamente por todos os lados, a fim de que não haja brecha para o diabo.
·        Somente quando o cristão possui estas 03 qualidades de caráter é que poderá construir definitivamente sua casa, onde construir? É com você.
·        Às vezes nos apegamos demasiadamente no fato das construções, mas nos esquecemos de que isto era apenas uma parábola, uma ilustração, que deveria buscar os elementos para que o homem se capacite na arte da construção, esta tarefa não é fácil, a capacitação está no tempo que você dedica a leitura, e estudo da Palavra, como disse em outros tempos, ninguém se transforma pelas musicas, ou orações, bênçãos etc... O que transforma o homem é o poder da Palavra, porque temos então tantos enfermos espirituais?
·        Para uns a Palavra de Deus é desagradável ao entendimento, é como Óleo de Rícino, mas que é benéfica a saúde espiritual.
·        Para outros a Palavra é como Cereal, parece seca ao paladar espiritual, mas, é um bom alimento para a alma.
·        Por fim para aqueles que se alimentam da Palavra de Deus a sua prática, é como Sobremesa, completa a boa degustação do alimento espiritual, traz prazer à vida e nos torna Robustos e Fortes para podermos enfrentar as nossas lutas diária.
·         Que dizem por nada, vou sair da Igreja aqui não fico mais? Por que ouve a Palavra de Deus e não pratica. Simples não? Ouvir e praticar esta são a mensagem para você hoje, está disposto?

3- Verdade que liberta
·        O conflito de Jesus com os fariseus, enquanto o Mestre ensinava no templo em Jerusalém, revela como a verdade humana é relativa, parcial e manipulável, segundo os interesses de quem a intenciona afirmar.
·        A verdade nos é apresentada como uma filosofia. Diversos pensadores falam da verdade como um conceito.
·        Mas a verdade não cabe em uma filosofia, nem muito menos em um conceito. Costuma se usar o termo "verdade", para pontuar as factualidades mais pensadas e resolvidas por nós.
·        Mesmo essas factualidades mais pensadas, analisadas, ouvidas, "provadas" e resolvidas são frutos do nosso olhar parcial e da nossa interpretação. Nenhuma filosofia é capaz de carregar em si mesmo, a multiplicidade dos significados da verdade!
·        A verdade é tão poderosa, envolve tantas variáveis, necessita de conhecimentos de intenção do coração, de conhecimento dos pensamentos humanos, que dificilmente um ser humano conseguirá afirmar tal verdade, pura, total, sem distorções!
·        Para cada percepção de verdade na existência humana, existe uma quantidade enorme de percepções não captadas, que acabam gerando "meias verdades", que geralmente levam ao preconceito.
·        Somente o Deus infinito, eterno e todo poderoso, que tudo sabe e tudo conhece, pode conter a verdade. "Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim." João 14:6.
·        Para uns a Palavra de Deus é desagradável ao entendimento, é como Óleo de Rícino, mas que é benéfica a saúde espiritual.
·        Para outros a Palavra é como Cereal, parece seca ao paladar espiritual, mas, é um bom alimento para a alma.
·        Por fim para aqueles que se alimentam da Palavra de Deus a sua pratica é como Sobremesa, completa a boa degustação do alimento espiritual, traz prazer à vida e nos torna Robustos e Fortes para podermos enfrentar as nossas lutas diária.


II DESAFIOS DA PRATICA
1-Mensagem de Deus
·        Ao lermos o evangelho de João logo no capítulo 1nos versículos 1-5, vemos que no principio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus, ao lermos o versículo 14, vemos que:
·        Este Verbo, que estava desde o princípio, com Deus e sendo o próprio Deus, se fez carne, e porque Ele se fez carne?
·        Para dar o andamento em seu plano de salvação e redenção, Ele se fez carne para que se iniciasse o cumprimento da profecia de Genesis 3.15.
·         Ele se fez carne, para mais uma vez, ter um relacionamento com o ser humano, Ele se fez carne para ter um relacionamento comigo e com você.
·        E é sobre este relacionamento que quero falar hoje, para que possamos entender e viver um relacionamento com Deus, pois, desde o princípio Deus quer ter um relacionamento com a humanidade.
·        Ao lermos a Bíblia sagrada, vemos que após Deus criar o mundo, Ele cria o Homem e em seguida a mulher. E vemos que Deus inicia ali um relacionamento com o ser humano, pois no final do dia Deus passeava no jardim do Edem para conversar com o homem.
·         Até que o homem desobedeceu a Deus e “quebrou” o relacionamento honesto e amigável que tinha com Deus, ao ponto de Deus expulsar o homem do jardim do Edem.
·        Após a desobediência do homem, Deus poderia nunca mais querer se relacionar com o homem, pois Deus não dependia e não depende do homem, pois Deus é Auto existente, Ele é a própria vida.
·        Então quando estamos diante da Bíblia ou de um culto no templo precisamos estar consciente que Deus em Espírito ali está presente.
·        Ela fala pessoalmente conosco através da Bíblia, sua mensagem pregada nos púlpitos ou através dos louvores dirigidos a Ele.
·        Em alguns casos Deus não responde em algumas reuniões no templo porque faltou reverencia, temor e adoração.
·        Individualmente, Deus não responde as orações ou fala através da sua Palavra, porque faltou a contrição do coração, fé, temor, tremor ou faltou à devida reverência do servo diante de seu Senhor.

2-Ajuda do Espírito
·        O Espírito Santo é muito importante na vida do cristão, pois Ele é o único que pode nos ensinar como deve ser nosso proceder diante do Senhor.
·         Em Lc. 12:12 está escrito “Porque o Espírito Santo vos ensinará, naquela mesma hora, as coisas que deveis dizer.”.
·        O Espírito Santo está disposto a nos ensinar, se estivermos dispostos a aprender! Para isso, precisamos estudar a Palavra de Deus, onde, a partir de então, o Espírito Santo trará as verdades de Deus às nossas mentes, ajudando-nos a apresentá-las aos outros de maneira eficaz.
·        O Espírito Santo é um grande ajudador na hora da evangelização, pois somente Ele pode convencer o pecador do pecado, da justiça e do juízo (Jo. 16:8).

3-Cooperação
·        Você sabia que o Espírito Santo nos ajuda a adorar o Pai de forma verdadeira?
·        Primeiro, Ele ora por nós, conforme está escrito em Rm. 8:26.
·        Como cristão você não depende de seus recursos para lidar com os problemas. Mesmo quando não souber as palavras certas, o Espírito Santo ora com e por você, e Deus responde.
·         Com o Espírito Santo o ajudando a orar, você não precisa ter receio de aproximar-se de Deus.
·        Peça ao Espírito Santo para interceder por você segundo a vontade de Deus. Confie nEle, pois Ele sempre faz o melhor! Segundo, Ele nos ensina as palavras de Cristo, conforme está escrito em Jo. 14:26.
·        Perguntas- Devemos nos questionar diante da Palavra de Deus se estamos realmente nos caminhos que Deus quer que devêssemos trilhar.
·        Obediência – Obedecer é melhor do que sacrificar muitas vezes em nossa caminhada nesta vida, somos mais tendenciosos a desobedecer do que obedecer ao que manda a Palavra de Deus, não podemos correr o mesmo risco que Saul, e outros personagens da Bíblia.
·        Confissão- Devemos diariamente confessar nossos pecados a Deus, pois não sabemos se ofendemos a Deus ou não, salvo pelo profundo conhecimento das Escrituras. Devemos fazer um balanço de nossa jornada ao fim de cada dia, na presença de Deus quando da nossa oração antes de dormir.
·        Motivação – E importante que sejamos motivados pelo Espírito Santo diariamente para andar com verdadeiros servos do Senhor por onde quer que andemos independente de ser servos, somos testemunhas de Cristo, pois através dos testemunhos do que Deus tem feito em nossa vida, podemos levar muitas pessoas aos pés de Jesus, como fez a mulher samaritana.


III PASSOS PARA A PRÁTICA
1-Foco Real (Fp. 3.14).
·        Paulo disse que seu objetivo era conhecer a Cristo ser semelhante a Ele e ser tudo aquilo que Cristo pretendia que ele fosse.
·        Esse objetivo consumia toda a sua energia, esse e um excelente exemplo para nós.
·        Não devemos deixar que coisas alguma desviem nossos olhos de nosso objetivo – Conhecer a Cristo.
·         Com a dedicação e a determinação de um atleta em treinamento, devemos deixar de lado o que for pernicioso e abandonar tudo aquilo que possa desviar nossa atenção a fim de sermos cristãos eficientes.

2- Escritura e experiência (Mt 22.29)
·        Os saduceus perguntaram a Jesus como seria o casamento no céu, O Senhor respondeu que era mais importante entender o poder de Deus do que saber detalhes relacionados ao céu.
·        Em todas as gerações e cultura, conceitos sobre a vida eterna são fundamentados em imagens e experiências da vida presente.
·        Jesus respondeu que essas elaborações tinham sua origem no desconhecimento da Palavra de Deus.
·        Não devemos criar doutrinas a respeito de Deus, do céu e da eternidade com base em cogitações humanas.
·        Devemos nos concentrar-nos mais em nosso relacionamento com Deus agora do que em expectativas relacionadas ao céu.

3-Vida Consagrada (Js. 1.8).
·        Quando consagramos alguma coisa, nós a separamos para o uso de Deus.
·         Portanto, quando consagramos nossas vidas, viramos nossas costas para os nossos desejos carnais, para os nossos valores mundanos, para o nosso pensamento carnal, para a nossa vida indisciplinada, para os nossos maus hábitos e para tudo o mais que não está de acordo com a Palavra de Deus.
·        Fechamos nossos ouvidos para o barulho do mundo e os abrimos para a voz de Deus.
·         Estabelecemos uma distância deliberadamente entre nós e as coisas que não procedem de Deus, de modo que estejamos preparados e disponíveis para que Deus nos use. A consagração não é fácil, mas vale a disciplina e o sacrifício que ela requer.
·        Ser forte e corajoso porque a tarefa seguinte não será fácil.
·        Obedecer à lei de Deus.
·        Ler e estudar a Palavra de Deus.
·        Para ser bem sucedido, siga as palavras de Deus a Josué (Js. 1.8). 

Pr. Carlos Borges(CABB)