1 Ts.1.1-10
Introdução: A permanência de Paulo e seus companheiros em
Tessalônica foi curta devido a perseguição dos judeus (At 17.1-10). Apesar do
pouco tempo entre os tessalonicenses, surgiu entre eles uma igreja que se
tornou firme e se desenvolvia de forma saudável.
1-Autoria e data (1
Ts.1.1a)
1. Paulo
foi a autoria da carta, que escreveu ao Tessalonicenses por volta do ano 51
d.C. em Tessalônica.
2. Depois
de algum tempo, Paulo envia até eles Timóteo, com o propósito de confirmá-los
na fé e exortá-los, bem como obter notícias sobre o estado da fé deles.
3. As
notícias que Paulo recebeu por meio de Timóteo foram bastante confortadoras, a
ponto dele, ao escrever esta carta (possivelmente a primeira epístola de
autoria de Paulo, escrita em cerca de 50 ou 51 d.C.), manifestar alívio pelo
estado em que aquela igreja se encontrava (1Ts 3.1-10).
4. Apesar das perseguições e do pouco tempo de
fé, essa igreja apresentava evidências de ser uma genuína Igreja de Cristo.
5. Havia
nela características que a identificava e a distinguia como uma igreja
saudável.
2-A Cidade e a Igreja (1
Ts.1.1)
1. Paulo
entrou debaixo da orientação do Espírito de Deus.
2. De
Filipos dirigiu-se a Tessalônica, distante 150 km.
3. Era uma cidade de maioria grega, tendo entre
os seus cidadãos alguns convertidos ao judaísmo. Eram os chamados “gregos
devotos” (At 17.4).
4. O
apóstolo escolhia os lugares mais estratégicos para que o evangelho se
propagasse com maior velocidade.
5. É
o caso de Tessalônica, a maior, mais influente e a capital da Macedônia.
6. Enquanto
viajava, ele passou por outras cidades (Anfípolis e Apolônia), mas foi em
Tessalônica que se estabeleceu e pregou por mais tempo (At 17.2).
7. Não significa, obviamente, que as demais
fossem indignas do Evangelho.
8. Paulo
alcançava as maiores cidades e as transformava em centros de evangelismo na
região.
9. Tessalônica,
modernamente, tem o nome de Salonica e
é a segunda maior cidade da Grécia, com 250 mil habitantes.
3-O Tema (1 Ts.1.10
1. O
tema (1.10) E para guardardes dos céus o seu Filho, a quem Ele ressuscitou
dentre os mortos, Jesus, que nos livra da ira vindoura.
2. Embora
houvesse outros objetivos, o tema principal da carta aos Tessalonicenses é
“esperança diante da volta do Senhor Jesus”.
3. Todos
os seus cinco capítulos fazem referência à volta de Cristo e à importância
desse evento para os santos (1.10; 2.19; 3.13; 4.13-18; 5.1-11,23).
4. De fato, o tema do retorno do Senhor Jesus é
superlativo para o salvo.
5. Essa
é a nossa esperança.
6. Como bem afirma o hino 300 da Harpa
Cristã: “Nossa esperança é Sua vinda; o Rei dos reis vem
nos buscar…”.
7. A
importância dessa carta alcança os nossos dias e aquece os nossos corações.
8. Essa
esperança pertence ao povo de Deus.
9. O mundo não a tem.
10. Qual a esperança do mundo?
11. Qual a esperança do não salvo ao morrer?
12. Não existe.
13. É
bem verdade, como veremos posteriormente, que os ensinamentos de Paulo sobre
a vinda de Cristo geraram alguns problemas, mas graças a isso temos essa carta.
-II AS MARCAS DA IGREJA
1-Fé (1 Ts.1.3 a)
1. Reconhecimento
de Paulo: Paulo e seus companheiros (Silvano e Timóteo) constantemente
davam graças a Deus pelo testemunho dos tessalonicenses, mencionando-os em suas
orações.
2. O
fato de ele lembrar-se continuamente demonstra o impacto e a
visibilidade dessa fé ativa.
3. Contexto
dos Três Pilares: Este versículo faz parte de uma tríade fundamental na
epístola e na teologia paulina: a fé operosa (trabalho), o amor
abnegado (esforço) e a esperança perseverante (firmeza).
4. Juntos,
esses três elementos caracterizam uma vida cristã madura e exemplar, mesmo em
meio a sofrimentos e perseguições.
5. Em
resumo, 1 Tessalonicenses 1:3a ensina que a fé autêntica é demonstrada através
de obras e ações, sendo a base para uma vida de amor e esperança perseverante
em Cristo.
1. Amor
e Esperança (1.3b) Da abnegação do vosso amor e da firmeza da
vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo.
2. O
apóstolo soma à palavra amor a abnegação.
3. O
amor nas Escrituras nunca se limita a um sentimento, mas à ação.
4. As
pessoas não salvas vivem para si mesmas.
5. O
crente é chamado a um amor abnegado.
6. “Amor abnegado“, diz um
comentarista, traz a ideia de trabalho exaustivo e labor intenso.
7. Nosso amor a Cristo e ao próximo não é
verborrágico, mas de atitudes e ações concretas.
8. Essas duas virtudes juntas, com a anterior,
lembram-nos 1 Coríntios a famosa trilogia apresentada em 1 Coríntios
13.13: fé, esperança e amor:
9. Lá
a ênfase está no amor, aqui na esperança da volta de Jesus.
10. Devemos observar nas três virtudes mencionadas
que a ênfase está naquilo que resulta delas, ou seja, uma fé que produz
obras, um amor que se doa exaustivamente e uma esperança que produz firmeza e
perseverança
1. Poder
do Espírito Santo (1.5) Porque o nosso evangelho não chegou
até vós tão somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e
em plena convicção, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós e
por amor de vós.
2. Paulo
foi um pregador que confiava no poder do Espírito Santo.
3. Ele
pregava, mas sabia que, sem o poder de Deus, suas palavras não teriam o poder
de converter ninguém.
4. Ninguém é salvo pela eloquência ou pela
sabedoria humana.
5. Sem a ação do Espírito de Deus, não existirá
conversão autêntica.
6. Pode
haver adesão numérica. Somente o Espírito Santo pode aplicar a obra da salvação
no coração do pecador.
7. Tão
importante quanto a obra de Jesus na cruz é a do Espírito Santo iluminando a
mente do pecador.
8. Como
disse Spurgeon: “É mais fácil ensinar um leão a ser vegetariano do que
converter um pecador sem o poder do Espírito Santo”.
9. O
homem sem Cristo está morto em seus pecados e somente um poder maior do que a
morte pode salvá-lo.
10. Esse
poder vem do Espírito Santo.
11. Conhecimento é importante, mas não é
suficiente.
1-Abandono dos ídolos (1.9a)
1. Pois
eles mesmos, no tocante a nós, proclamam que repercussão teve o nosso ingresso
no vosso meio, e como, deixando os ídolos, vos convertestes a Deus.
2. As
pessoas em geral testemunharam a mudança ocorrida nos tessalonicenses e o
abandono dos ídolos.
3. A
conversão deles foi verdadeira e completa.
4. Não há salvação sem arrependimento e mudança
de vida.
5. Arrependimento,
ser autêntico, abrange duas coisas: tristeza por causa do pecado e um desejo
por completa mudança de vida.
6. Jesus
Cristo precisa ser aquele em torno do qual organizamos nossa vida, agenda,
prioridades, esperanças e anseios.
7. Se isso for direcionado a outro nome ou coisa,
tornamo-nos idólatras.
8. Nem
toda idolatria implica em adorar imagens físicas ou estátuas, seja de que
material for.
9. Por isso, João não diz: “filhinhos,
guardai–vos das estátuas”, mas sim: “filhinhos, guardai-vos dos
ídolos” (1Jo 5.21).
10. Ídolos nem sempre são representados como
objetos físicos diante dos quais nos prostramos.
11. A idolatria moderna é bem mais sutil e
perigosa.
12. Nunca tivemos tantos ídolos como na
atualidade.
13. Os ídolos modernos são disfarçados, porém
cumprem o mesmo papel que no passado: tomar o lugar de Deus como o único a ser
adorado.
14. Nossa sociedade eleva pessoas questionáveis à
condição de ídolos.
15. Como já dito, o coração humano sem Cristo é
uma fábrica de ídolos.
16. O poder econômico é o grande ídolo de nossa
geração e o mais adorado no mundo. Homens matam, morrem, sacrificam a vida, a
família e a alma no altar de Mamom.
17. Quando
alguém se converte, o dinheiro deixa de ser a fonte da sua identidade e
realização e torna-se apena
1.
Para servirdes o Deus vivo e
verdadeiro
2. Uma
das palavras para identificarmos um cristão autêntico é conversão.
3. Mas
daí surge uma pergunta: converteu-se do que para o que?
4. Nesta
carta, Paulo diz que os tessalonicenses se converteram dos ídolos para servirem
ao Deus vivo e verdadeiro.
5. O contraste é proposital.
6. Os
ídolos que dantes serviam não tinham vida (totalmente incapazes de alguma
coisa) e eram deuses falsos.
7. Agora,
eles servem ao Deus vivo e verdadeiro.
8. Ninguém é salvo para a ociosidade, daí Paulo
dizer que eles foram salvos para servir a Deus.
9. Alguém
ilustrou isso dizendo que o reino de Deus é como um navio onde não há lugar
para passageiros ou turistas, apenas para a tripulação.
10. Conversão conduz ao serviço.
11. Como se espera que o crente aguarde o retorno
de Cristo? Servindo!
1.
E para guardardes dos céus o seu
Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que nos livra da ira
vindoura
2. O
apóstolo conclui este, como fará com todos os demais capítulos: falando da
volta de Cristo.
3. O
crente deve aguardar com alegria esse glorioso momento.
4. A
segunda coisa dita é que estamos livres da ira vindoura.
5. A
expressão “ira vindoura” é interpretada por alguns como uma referência às dores
e angústias que sobrevirão aos habitantes da terra роr ocasião da volta de
Jesus.
6. Essa
vinda não significará terror para o crente.
7. Ele não tem do que se preocupar.
8. Já estará na glória com o seu Senhor.
9. Outros veem essa expressão como uma referência
à ira de Deus sobre o pecado, a qual foi derramada sobre Cristo na cruz.
10. Dela,
todos os que Nele creem já estão livres, pois nenhuma condenação há para os que
creem em Jesus.
11. Para os incrédulos ela permanece, conforme Jo.
3.36: “…o que, todavia, desobedece ao Filho não verá a vida, mas sobre ele
permanece a ira de Deus.
Pr. Capl. Carlos Borges (CABB)