quarta-feira, 26 de agosto de 2020

O PARALÍTICO E SEUS AMIGOS



Mc.2.1-12
Introdução: Em Marcos 2, o autor começa relatando a cura de um paralítico em Cafarnaum. O doente foi colocada na presença de Cristo, por quatro amigos do rapaz que o desceram pelo telhado, isto porque a casa estava lotada e não havia outro lugar para entrar.

1 Dias depois, [Jesus] entrou outra vez em Cafarnaum, e ouviu-se que estava em casa. 
2 Logo juntaram-se tantos, que nem mesmo perto da porta cabiam; e ele lhes falava a palavra. 
3 E vieram a ele uns que traziam um paralítico carregado por quatro. 
4 Como não podiam se aproximar dele por causa da multidão, descobriram o telhado onde ele estava, fizeram um buraco, e baixaram [por ele] o leito em que jazia o paralítico. 
5 Quando Jesus viu a fé deles, disse ao paralítico: Filho, os teus pecados te são perdoados. 
6 E estavam ali sentados alguns escribas, que pensavam em seus corações: 
7 Por que este [homem] fala essas blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, a não ser somente Deus? 
8 Imediatamente Jesus percebeu em seu espírito que assim pensavam em si mesmos. Então perguntou-lhes: Por que pensais assim em vossos corações? 
9 O que é mais fácil? Dizer ao paralítico: “Os teus pecados estão perdoados”, ou dizer, “Levanta-te, toma o teu leito, e anda”? 
10 Mas para que saibais que o Filho do homem tem poder na terra para perdoar pecados, (disse ao paralítico): 
11 A ti eu digo: levanta-te, toma o teu leito, e vai para a tua casa. 
12 E logo ele se levantou, tomou o leito, e saiu na presença de todos, de tal maneira, que todos ficaram admirados, e glorificaram a Deus, dizendo: Nunca vimos algo assim


I ASPECTO DO MILAGRE
1-Amigos de Verdade (Mc.2.3)
1.      O centro da cura hoje é novamente a cidade de Cafarnaum e dentro de uma casa, lar, lugar de paz, de alegria, de harmonia, de conforto, de partilha, de misericórdia, de diálogo, de comunhão, de perdão, de amor e de vida!
2.      E Jesus sabendo a multidão estava precisando do acima referido, dirige-se voluntariamente para aí, começa diante de tudo e de todos, a anunciar os valores que estão por debaixo do conceito casa, ou seja, lar que também pode significar família.
3.      Alias, eles são o conteúdo da Sua mensagem salvífica.
4.      E porque a Sua palavra cura, transforma, constroe, edifica, liberta, reconcilia, e salva, muita gente se reúne à Sua volta.
5.      Feliz ou infelizmente o público é diversificado.
6.      Existem aqueles que acorrem para Ele como meros telespectadores.
7.      Vão para se divertir, passar tempo; uns, que vão por curiosidade; outros que vão por que seguem o movimento dos demais; alguns que o procuram para encontrarem motivos para o acusarem de blasfemo  e o entregarem à morte.
8.       Porém existem também os que preocupados com o bem estar de todos, com a saúde, com a situação injusta e sobretudo com a presença do pecado que provoca a morte espiritual.
9.      Com a alma o corpo, procuram e veem em Jesus a solução de todos os seus problemas e como se não bastasse aquele que pode perdoar os pecados dos homens e não só, Ele é o Salvador do mundo.

2-Superaram os obstáculos (Mc.2.4)
1.      Graças a ousadia daqueles homens onde não havia lugar para os excluídos se tornou o lugar da cura e da libertação de todos os pecados.
2.      É assim que Deus vem ao encontro dos que n’Ele esperam e confiam!
3.      Os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mudos falam, os coxos andam, a boa nova é anunciada aos pobres.
4.       Quer dizer os céus se abrem para acolher todos aqueles que renunciando a vida do pecado se entregam à Deus.
5.      É fundamental nesta luta não desistir! Lutar até ao fim.
6.       Como aqueles amigos do paralítico, que acreditavam que Jesus era diferente, porque a mensagem d’Ele era diferente da dos demais mestres da lei e fariseus, e portanto aquele “pobre paralítico” tinha que ouvi-la.
7.      Então vamos fazer o impossível para que os doentes da nossa família, da nossa casa, da nossa sociedade e do nosso País e do nosso mundo ouçam a esse Jesus de cuja mensagem é a Boa Nova da Salvação.
8.      Corramos o risco.
9.      Visto que a única saída para que os nossos sejam atendidos é o buraco do teto.
10.    Vamos e subamos esse Jesus é inigualável.
11.    Essa é a atitude de fé de quem entende que Jesus é único, inigualável este é um momento único na tua e na minha vida e principalmente na vida do meu e do teu paralítico.


3-Cheios de Fé (Mc.2.5)
1.      Saiba que, fé que faz com que Jesus se admire não é a fé no milagre da cura, mas a fé no milagre do Reino, a fé no milagre de que, no Reino, eu posso me aproximar com ousadia na presença de Deus sem intermediários.
2.       A fé que causa espanto em Cristo é a fé daqueles que entendem que a mensagem do Reino é inigualável, e quebra com todas as barreiras que separam.
3.      A fé que move a mão de Jesus é a fé de que no Reino todos, somos realmente o próximo do outro.
4.       E, portanto nos preocupamos uns com os outros.
5.      E ao nos preocuparmos com bem estar dos outros, também Cristo nos dá o necessário.
6.      Pois é dando que se recebe, é amando que se é amado, é perdoando que se é perdoando, é morrendo que se ressuscita para a vida eterna.
7.      Por mais que naquele momento eles desejassem ver o amigo deles curado, a fé deles já os havia curado, pois eles entenderam a importância da mensagem do Reino.
8.      Nessas condições não há mais pecados, os pecados foram perdoados, e somente aquele paralítico podia entender a profundidade daquela afirmação de Jesus em sua vida.
9.      Se ele entendeu que em Jesus nada mais o separava de Deus, então ele foi alvo ali do perdão de Deus, pois ninguém se aproxima com tamanha fé diante de Deus se antes o próprio Deus não o tivesse perdoado.


II O QUE REVELA SOBRE JESUS
1-Jesus age livremente (Mc.2.8)
1.      O primeiro capítulo de Marcos apresenta Jesus como uma figura popular que teve muitas experiências bem-sucedidas.
2.      Os capítulos 2 e 3 mostram a oposição que houve à Sua missão e aos Seus ensinamentos, e que há mais drama e suspense por vir.
3.      O livro de Marcos é um grande registro das obras de Jesus, mas o que Cristo disse também não é esquecido.
4.       O autor descreve aqui como o Mestre anunciava-lhes a palavra, a mensagem da chegada do Reino.
5.      O paralítico foi carregado por quatro homens, provavelmente em algum tipo de maca posta embaixo de sua cama (v.11).
6.      Muitos em meio à multidão procuravam Jesus na esperança de ver curas e milagres.
7.      O povo bloqueou a porta da casa, que já estava lotada.
8.      No entanto, a determinação daqueles homens é vista pelo fato de eles descobrirem o telhado do aposento onde Jesus estava pregando.
9.      É bem provável que aquela cobertura fosse de telhas e que sua superfície fosse plana.

2- Jesus surpreende a todos (Mc.2.5)
1.      Vendo-lhes a fé. Não foram apenas os quatro homens que tiveram fé, mas o paralítico também.
2.      Quando Jesus lhe disse: Perdoados estão os teus pecados, dentro de si, Ele percebeu que o paralítico o reconhecia como o Messias.
3.      Todos se admiraram e glorificaram a Deus.
4.      A reação da multidão demonstrou que todos entenderam a importância do milagre de Jesus.
5.      É bem provável que alguns escribas e fariseus tenham dito o mesmo.
6.      Porém, o que Cristo sempre buscava era que as pessoas tivessem uma fé que transformasse sua vida, não a adoração momentânea do povo.
3- Jesus age além das expectativas (Mc.2.10)
1.      Jesus fez a pergunta: Qual é mais fácil?,
2.      Para mostrar que Ele podia mesmo perdoar os pecados do homem, algo que somente Deus pode fazer.
3.      Qualquer um seria capaz de dizer que podia perdoar pecados, já que não havia nenhuma forma humana de confirmar isso.
4.      Mas ao dizer: Levanta-te, e toma o teu leito, e anda, isso poderia ser provado na mesma hora, vendo se o paralítico iria andar ou não.
5.      Ao curá-lo, Jesus mostrou que Seu perdão tinha muito mais valor do que todos pensavam.
6.      Filho do Homem era um título muito usado pelo Messias (Mc 8.31; Dn 7.13).

III ENSINAMENTOS
1-Animo(Mt.9.2)
1.      Em Mateus 9, o escritor narra o episódio em que alguns homens trouxeram um paralitico até Jesus para que ele o curasse.
2.       Mas antes de declarar a cura, o Senhor declarou que os pecados daquele homem estavam perdoados.
3.      Isso muito desagradou aos mestres da lei, que acusaram Jesus, em seus pensamentos, de blasfêmia pois apenas Deus pode perdoar pecados.
4.      Jesus que conhece os pensamentos de todos nós e para provar sua autoridade ordenou que aquele homem se levantasse e andasse, e assim foi. Imediatamente ele foi curado.
5.      O homem foi chamado de paralitikon.
6.      Uma casa antiga com o eirado plano devia ter uma escada que dava para cima, a qual poderia ter servido aos que carregavam o paralítico a subir sem dificuldade.
7.      Descobriram o eirado, isso foi feito cavando a massa de capim, estuque, tijolos e sarrafos, conforme indica o exorysantesj de Marcos - fazendo um buraco.

2-Perdão (Mc.2.5)
1.      Se uma pessoa aceita a suposição dos escribas de que Jesus era um simples homem, só pode chegar a mesma conclusão.
2.      Ele dizia blasfêmia.
3.      O conflito básico relacionava-se com a divindade de Cristo.
4.      Para que saibais
5.      A cura do paralítico tornou-se uma prova do poder do Senhor em perdoar pecados e, consequentemente, de sua divindade.
6.       O resultado foi que admiraram todos. Ficaram tão aturdidos que ficaram fora de si.
7.       O verbo existêmi significa "sair do lugar" ou "descontrolar-se".

3-Cura (Mc.2.12)
1.      Que ele levantou-se logo indica cura instantânea, tão completa que o homem pôde carregar seu próprio catre.  
2.      Deus nos deu a grande possibilidade de usarmos a criatividade para abençoar.
3.       Eu aprendo isso olhando para a história de cinco amigos.
4.      Quatro desses amigos eram normais, gozavam de saúde perfeita, mas um deles era paralítico.
5.      Certamente os rumores de que um tal Jesus, Filho de Deus, estava na casa de certa pessoa ali na cidade de Cafarnaum, acendeu a vontade daqueles homens de abençoar.
6.      A amizade e o amor conduziram os amigos a levar o paralítico de Cafarnaum até o Senhor Jesus.
7.      “Alguns foram ter com ele, conduzindo um paralítico, levado por quatro homens.” (Mc 2. 3). 
8.      Até aqui vemos apenas a boa intenção dos amigos para abençoar esse querido paralítico.
9.       Mas logo a sua boa intenção iria ser provada.

         Pr. Carlos Borges

terça-feira, 18 de agosto de 2020

FIGUEIRA QUE SECOU

 


Mt. 21.18-22

18-De manhã, quando Jesus estava voltando para a cidade, ele teve fome.

19-E vendo uma figueira na beira da estrada, ele foi até lá para ver se achava alguns figos, mas não achou nada, somente folhas. E ele disse a ela: "Que nunca mais você dê frutos!" E a figueira secou imediatamente.

20-Os discípulos ficaram maravilhados quando viram isso e disseram: "Como a figueira secou tão depressa?”.

21-E Jesus respondeu a eles: “Eu falo a verdade a vocês: Se vocês tiverem fé e não duvidarem, não somente poderão fazer o que foi feito à figueira, mas até se dizer a este monte: ‘Levante-se e jogue-se no mar’, e isso acontecerá”.

22-”E qualquer coisa que vocês pedirem em oração, se crerem, vocês receberão”.

******************************************************************************************Introdução: Esse acontecimento, narrado nos evangelhos de Mateus e Marcos, é muito rico em ensinamentos de Jesus. Em uma leitura superficial, podemos ficar surpresos e até mesmo confusos com a atitude de Jesus perante a figueira sem frutos.
Na narrativa do evangelho de Marcos, uma informação importante é acrescentada: não era tempo de figos (Mc 11:13).

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I ASPECTO DO MILAGRE

1-A figueira é um símbolo (Mt. 21.19b).

·        No caso da figueira, os frutos aparecem antes da árvore ficar repleta de folhas.

·        O fato dessa figueira apresentar folhas, indicava que ela já teria frutos também.

·        Compreendemos que Jesus não amaldiçoou a figueira pelo simples fato dela não apresentar frutos, mas sim pela sua aparência enganosa de “frutífera”.

·        Essa não foi um ato impensado de indignação, mas uma representação, uma parábola.

·        Jesus estava demonstrando sua ira diante de uma religião vã.

·        Assim como a figueira causava boa impressão a distancia, mas se mostrava infrutífera quando examinada de perto.

·        O templo parecia imponente à primeira vista, mas seus sacrifícios e outras atividades eram vazias, porque não visavam adorar a Deus sinceramente (Mt. 21.43).

·        Os maiores inimigos de Jesus foram os mestres da Lei e os fariseus, que aparentavam ser algo, que na realidade não eram.

·        Eram “homens de Deus”, conhecedores da Lei e religiosos, porém tudo isso não passava de aparência.

 2-A figueira deve dar frutos

·        Aqueles que ostentam sua fé, sem coloca-la em pratica, são semelhantes à figueira que secou e morreu por não produzir frutos.

·        Tramavam matar Jesus. Várias vezes, Jesus os chama de hipócritas (Mt 23).

·         Uma pessoa hipócrita é dissimulada, finge ser algo que não é.

·        Ter uma fé genuína significa produzir frutos para o Reino de Deus.

·        A figueira também é usada na Bíblia para representar a nação de Israel (Mq 7:16; Jr 8:13 e 24:3-7; Mt 24:32-33).

·        Apesar dessa nação, ao decorrer da história, ter experimentado o sobrenatural de Deus, Israel não reconheceu Jesus como o Messias.

·         Era uma nação estéril espiritualmente.  

 

3-A figueira alimenta outros (Mc. 11.14).

·        A figueira seca tinha toda a aparência de uma árvore  frutífera.

·        Suas folhagens atraíam os desavisados, praticando assim um tipo de “farisaísmo vegetal”. 

·        Tinha aparência de ter, mas não tinha.

·        Parecia ser, mas não era.

·        E enganava, iludia, passava por algo que não era, que não possuía.

·         O exterior estava lindo, cheia de folhas verdinhas, enquanto que as outras árvores, devido a estação do ano, estavam todas peladas, sem folhas alguma.

·        Interessante que o Mestre, contra as outras figueiras, que estavam sem folhas e sem frutos, de nada reclama.

·        As outras figueiras estavam sem frutos, porém apresentavam sua imagem verdadeira, sem querer se passar por algo que não eram.

·        Estavam sem folhagens; quem as vissem saberiam que não encontrariam figos nelas.

·        Muitos religiosos Israelitas, apesar de terem testemunhado tantos favores divinos através dos séculos, tantos milagres e livramentos, insistiam em apresentar sob sua cultura, uma aparência religiosa e superficial, mas infelizmente, desprovida de frutos de arrependimento.

·        Eles queriam ser vistos pelos homens como melhores, mais justos, mais adoradores, que oravam mais, que jejuavam mais, que se sacrificavam mais.

 

II O QUE REVELA SOBRE JESUS

1-Ele tem direito (Mt. 21.18).

·        A parábola da figueira estéril nos dá um importantíssimo ensinamento. 

·        Somos todos filhos do nosso Pai celeste, somos iguais.

·         Não há ninguém “melhor do que ninguém”.

·        Se nos submetermos em amor às águas do Espírito Santo, em igualdade, em irmandade, Ele o nosso agricultor, cuidará de nós, para que no tempo certo, apresentemos nossos frutos em amor.

·       No tempo certo, de tempos em tempos, frutificai.

·        Ante o susto dos Apóstolos, o Senhor evita comentar a questão da figueira seca em si, mas lhes incute o valor da oração.

·        Ela é muito poderosa quando feita com fé ardente (cf. Mt 17,19), e é atendida não conforme os nossos caprichos, mas, sim, segundo a vontade de Deus.

·         Ele, por exemplo, não afasta o cálice de Cristo – a Paixão – como Este pede (cf. Mc 14,36-37), mas Lhe dá algo muito maior.

·         O faz vencedor da morte e – mais que isso – Senhor dos vivos e dos mortos (cf. Hb 5,7; Ap 2,8).

2-Ele tem expectativa (Mc. 11.13).

·        Tudo fica mais fácil se interpretarmos a figueira como o sistema do Templo de Jerusalém, que não respondia mais as propostas divinas, com seus sacrifícios, prescrições, festas anuais, e separação de pessoas entre puros e impuros.

·        Esta maldição de Jesus que faz a figueira secar, está profetizando que Jerusalém será castigada  e o castigo atingirá toda a nação escolhida por Deus.

·        Marcos compara o sistema do Templo a figueira com exuberante folhagem verde, mas que não produzia mais frutos era estéril.

·        O Judaísmo da época de Jesus, com o esplendor de Templo, de seus Cultos, com praticas religiosas feitas na perfeição, desejando ardentemente a chegada do Messias está prevendo uma safra superabundante de frutos, que seria o amor a Deus, o fazer sua vontade e abertos a salvação do Messias.

·        A maldição da figueira feita por Jesus nos fala em uma grande ameaça: Deus não suporta está situação, Ele vai ferir o povo eleito, com uma punição severa, pois seu povo não correspondia mais a seus designíos, estava estéril.

·        Marcos nos apresenta mais uma de suas já conhecidas inclusões, em que intercala dois textos aparentemente independentes, mas teologicamente implicados.

·        No relato seguinte, Jesus amaldiçoa uma figueira sem fruto.

·        (A), expulsa os vendedores que simbolizam um sistema religioso igualmente infrutífero.

·        (B) e finalmente retorna ao destino da figueira que, sem fruto, não servem para nada.

 

3-Ele julga (Mt. 21.20).

·        Pela manhã, novamente no caminho, na intimidade do discipulado, Jesus e os discípulos passam pela figueira – agora ressecada “até a raiz” (v. 20).

·        Pedro nota o acontecido e interroga Jesus (v. 21).

·         O Mestre começa sua resposta por aquilo que faltava no Templo e que o fará secar, cedo ou tarde: “Tem fé em Deus” (v. 22).

·         E explica o sentido da fé e da oração: é já a realização esperançosa daquilo que se pede a Deus (v. 23-24); ou o exercício da gratuidade e do perdão, tal como os experimentamos do Pai (v. 25).

·         Não se trata de mesquinhez, troca ou usura, como no Templo, há pouco.

·        Mas da generosidade e da misericórdia – frutos genuínos da fé e da oração.

  

III ENSINAMENTOS

1-Aparencia não serve (Mt. 21.19b).

·        De fato, os sistemas religiosos de todos os tempos correm o mesmo risco.

·         Por tratarem daquilo que as pessoas consideram e buscam como mais sagrado, as religiões e as autoridades religiosas podem se esquecer de seu papel de “dispensadores do mistério” e “administradores generosos da graça de Deus” (1 Pe. 4,10-11).

·         Em vez disso, podem se tornar proprietários mesquinhos e gananciosos, disponíveis a todo tipo de negociata em troca dos bens sagrados; antros de corrupção e adulteração; distribuidores de culpas e misérias àqueles que buscam refúgio e misericórdia; focos de poder tirano que esmaga em vez de fazer viver – tudo em nome do Deus que pretendem representar.

·         Aos olhos de Jesus, são apenas figueiras sem fruto. E, por mais belas que sejam suas folhas, seu destino é um só: a maldição.

 

2- Frutos sinalizam maturidade (Mt. 21.21).

·        Também nisso Jesus é um “Messias inesperado”, pois não vem dar novo alento às instituições clássicas de Israel.

·         Se não é um “Messias–Rei”, também não é um “Messias–Sacerdote”.

·        O Templo tinha finalidade basicamente penitencial.

·         Digno de castigo segundo a Lei, o pecador oferecia no Templo uma vítima em seu próprio lugar, para expiação da culpa cometida e reconquista do favor de Deus.

·        A execução do sacrifício era condição para reconquistar a pureza moral e, em certa medida, a cidadania civil.

·         O que Marcos nos diz é que, a partir de Jesus, todos têm acesso à misericórdia de Deus, sem pessoas ou instituições que se interponham como condição indispensável e quantificadora desse perdão divino.

·        A fé e o coração contrito, expressos na oração sincera, são a única condição para acolher o perdão que Deus sempre concede a todos quantos os busquem.

·        Há lugar para a instituição religiosa?

·        Sim, desde que em função da manutenção e aprofundamento dessa Aliança – graça de Deus e acolhida pessoal.

 

3-Fruto que Deus quer (Mt. 21.22).

·        Esse versículo não é a garantia de que podemos obter qualquer coisa se, simplesmente, pedirmos a Jesus e crermos.

·        Deus não concede favores que possam ferir alguém ou que violem a vontade e a natureza divina.

·        A afirmação de Jesus não é um cheque em branco.

·        Para serem concedidos, nossos pedidos devem estar em harmonia com os princípios do Reino de Deus.

·        Quanto maior for a nossa fé e quanto mais as nossas suplicas estiverem de acordo com a vontade de Deus, mais ELE FICARÁ FELIZ EM ATENDÊ-LAS. 

 

 Pr. Carlos Borges (CABB)