quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

A IGREJA DOS SONHOS DE JESUS

A igreja verdeira é aquela  que vive o sonho de Jesus, que tem Deus e Sua revelação na pessoa e obra de  Cristo claramente evidenciados, a igreja  nunca será  melhor e maior sem que haja pessoas que estejam dispostas a pagar o preço para  vê-la crescer em unidade e amor,pois se esse preço não for pago, ela tenderá a ver a ver  esse sonho morrer.
A igreja pode ser seriamente  prejudicada  ou até chegar a morte quando  pessoas,com desejo  de vê-la  crescer e tornar-se  a melhor de sua  região, substituirem  o poder  do Espírito Santo por esforços próprio;ou quando, em busca do poder, líderes  e pastores que são eleitos e moldados  não por Deus, mas por homens  que,como lobos, devoram a carne e usam a lã das ovelhas de Jesus Cristo, ganham em cima da fé simples e inocente de cada uma delas.A igreja e sua liderança precisam  entender que se todos trabalharem juntos, cada um  com seu dom concedido pelo Espírito Santo, os acontecimentos poderão fluir  e avançar.Quando os líderes são pessoas que Deus verdadeiramente mandou e vocacionou, as coisas  fluem  de tal maneira que as "portas do inferno não  prevalecerão contra essa igreja(Mt 16.18).
Paulo, em sua carta  a Timóteo, recomenda  aos discipulos manterem -se  forte diante da civilização em colapso.Esse alerta foi dado porque muitos estavam deixando a espiritualidade  para viver os prazeres da carne.(2 Tm1.6-11).
Timóteo era uma pessoa fraca físicamente  e emocionalmente. Sofria de dores no estomago(uma gastrite ou algo mais grave) e de desânimo,talvez por sua pouca idade(entre 20 e 24 anos) e pela enormidade  dos desafios.Ainda jovem, esse pastor, sem maturidade suficiente, teve de enfrentar alguns problemas eclesiasticos. Isso  demonstra que a imagem vendida, em nome da defesa do Evangelho, de uma pessoa feliz, sem problemas, não condiz com a realidade, muito  menos  com a natureza do Evangelho.Os cristãos, como qualquer outra pessoa, estão sujeito as dificuldades, problemas . Paulo, em suas cartas, comenta naturalmente sobre seus sofrimentos. O próprio  Jesus não escondeu sua  angústia  ante a iminência da morte.Timóteo precisava  reavivar o dom que recebera de Deus, reacender  o fogo que estava se apagando e lembrar  que o Espírito Santo habitava nele(2 Tm 1.14).
O caminho é tonar real a presença  de Cristo na vida da Igreja pela leitura bíblica, sempre focalizando  a pessoa de Cristo; é orar , buscando  submeter a mente e as emoções  ao controle do Espírito Santo; é identificar-se com o sentimento de esvaziamento de Jesus em benefício da salvação dos perdidos (Fl 2,5-7).
Por isso, o sonho de Jesus  na alma da Igreja só se concretiza  se Jesus se tornar  mais real na vida dos seus
fiéis.
Ev. Carlos Borges(CABB)

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

CONSTRUINDO RELACIONAMENTOS CERTOS -PARTE III FINAL

ENTREGA-Para muitos  é apenas uma palavra  e para poucos uma realidade.Sem a entrega verdadeira os relacionamentos não podem ser construídos adequadamente, não podem desenvolver-se por completo nem durar por muito tempo.Entrega, especialmente quando motivada pelo amor, é um dos mais belos materiais de construção que se pode usar para construir um relacionamento correto. Por causa  desse tipo de entrega o bebê sobrevive. Por causa da entrega  você poderá dar novo vigor às vidas dos necessitados ao seu redor.Cristo amou e se  entregou  a todos os que, apesar de suas dúvidas e fraquezas, vieram a Ele.Ele curou os contritos, animou os quebrantados,aos que se consideravam justos e deu solução aos que indagavam. Aceitou cada pessoa como era e dedicou-se a suprir a necessidade de todos eles.
O exemplo do amor e da entrega de Cristo a nós mostra que devemos nos entregar aos outros.Devemos aceitar os outros como são e aprender  a amá-los. Devemos nos entregar àqueles com quem temos  relacionamentos, preencher sua necessidades e fazer  com que  desenvolvam o melhor que possuem.E essa  entrega deve conter  o elemento sacrifício. Essa  entrega deve possuir a medida do amor.
CONFIRMAÇÃO POSITIVA- Assim como o bicho da seda construí seu casulo  com fios que saem de sua boca, assim também construímos  nosso relacionamentos com nossas palavras.Se  criticarmos e reclamamos, expondo pensamentos e sonhos negativos, nossos relacionamentos hão de sofrer. Na construção de relacionamentos sólidos, precisamos  empregar palavras positivas de confirmação. É preciso que edifiquemos  aos outros, que lhes mostremos sua importância  genuína e os façamos  saber  de nossa  gratidão por  sua amizade.Quando começamos criticar as pessoas de nosso circulo de amizade, achando que nosso ponto de vista é o mais correto, aos poucos a amizade vai se deteriorando, começa a aparecer os trincamentos na relação,o afastamento é inevitável, no decorrer do tempo, a amizada se torna em inimizade e o relacionamento acaba desastrosamente.
Se você deseja construir um bom relacionamento comece com um  alicerce sólido.Certifique-se  de que tenha um caráter honesto e perseverante.Tenha a certeza de incluir as provisões de Deus de um relacionamentos eterno e de uma esperança duradoura.Tenha  cuidado em usar os materiais de construção adequados.Construa com o compromisso de satisfazer às necessidades dos outros e ajudá-los a desenvolver o que tem de melhor.
Construa com palavras  de confirmação positiva.Construa com paixão em ação afirmativa. Construa  com uma atitude contínua de perdão. E, acima de tudo  deixe que Cristo seja a pedra angular.
Lembre-se: Deus deseja que você  tenha relacionamentos plenos e cheios de prazer. Os recursos dele estão ao seu dispor.Use-os e desfrute de uma qualidades que você jamais pensou ser possível em seus relacionamentos.

Ev. Carlos Borges(CABB)

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

CONSTRUINDO RELACIONAMENTOS CERTOS - PART II

Cristo viveu uma vida sem pecados.Ele é nosso exemplo  perfeito em tudo o que fazemos, especialmente na construção de relacionamentos com outros.Ao lermos a Palavra de Deus, a Bíblia, compreendemos mais  completamente os valores, prioridades e princípios  que Cristo ensinou  e exemplificou.
Por meio da oração, o  Espírito Santo pode  mostrar-nos, com maior clareza, as direções que nossa vida e relacionamentos devem tomar.
Mediante a comunhão dos  crentes podemos ter  vislumbres de Cristo nos  outros e compreender mais completamente como Cristo deseja operar por nosso intermédio.
Jesus Cristo não deve ser apenas Salvador; Jesus Cristo não deve ser apenas seu provedor diário; Jesus Cristo dever  ser também Senhor  de seus relacionamentos: Cristo,a pedra angular.

Compromisso e Amor
Durante a guerra  coreana uma senhora  jovem grávida fugiu para  o sul, para a liberdade. Sem amigos, ela enfrentou  com bravura a difícil viagem durante o inverno.Aproximando-se o final da jornada ela,de súbito, sentiu as dores de parto.Precisando de ajuda, desejava  chegar a uma cidade próxima onde vivia um casal de missionparios norte-americanos.Embora ela se apressasse tanto quanto possível, teve de parar  e dar à luz ao bebê debaixo de uma pequena ponte. O frio era intenso e depois do nascimento do menino ela tentou,  desesperadamente, conservar a criança quente.Enrolou  seu corpo e roupas  em volta do infante, fazendo com que seu calor, o conservasse com vida.Cedo pela manhã seguinte,o casal de missionários passava de carro pela pequena ponte. A esposa pensou ter ouvido o choro de um bebê. Pararam o carro e o marido desceu para investigar.
Encontrou uma mulher  nua,morta de frio, agarrada  a uma pequena  trouxa de roupas.O bebê  estava quase  mortom em  virtude do frio de inverno, mas por causa das roupas quentes, ainda respirava. Depois de enterrar a mulher no sopé de uma colina, ocasal levou o menino para casa.Durante os anos que se seguiram criaram-no como seu filho.Chegou então a época de ele entrar para a esola. O jovenzinho repetidamente perguntav  a seu pais adotivos a respeito de seu pai e de sua mãe. Com o temp, o casal  de missionário contou-lhe  o que acontecera.Diz-se que depois  de ter descoberto suas origens verdadeiras, ele encontrou a sepultura da sua mãe.Despiu-se , colocou as vestes sobre o túmulo, molhando o chão com lágrimas.

Ev. Carlos Borges(CABB)

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

CONSTRUINDO RELACIONAMENTOS CERTOS PART I

Uma vez que o alicerce tenha  sido  adequadamente assentado e tido tempo para se consolidar, pode-se dar início à construção da estrutura da casa. sobre o forte fundamento das provisões de Deus para um  relacionamento eterno e uma alegria duradoura, e sobre um caráter honesto, fiel e perseverante, pode-se  construir um relacionamento lindo e duradouro. A construção de um relacionamento sadio, contudo, não deve ser  feita com valores e prioridades escolhidos  ao azar. É preciso usar os materiais certos  de construção.

Cristo a Pedra Angular
Vários anos atrás, quando  se construiram paredes de edifício, a pedra angular representava o ponto de partida na construção de um edifício grande e  importante. O lançamento da pedra angular determinava o ângulo das outras paredes. Se a pedra  de esquina tivesse alguma imperfeição, o edifício todo,muitas vezes, era construído erradamente, com franquezas que diminuíam a sua segurança.
Na construção de nossos relacionamentos há uma pedra  angular.Para alguns é a pedra da convivência social.Nesses relacionamentos a pessoa é amiga  da outra porque parece a coisa certa ou por haver  certa quantidade benefício mútuo. A pedra angular da convivência social, entretanto, é pequena e fraca. Esse relacionamento jamais poderá  desenvolver-se nem poderá suportar os profundos poblemas que a vida vezes traz.
Outros relacionamentos tem pedra  angular da necessidade pessoal imediata. Certa pessoa necessita de algo que a outra possui e, com esse princípio  por guia, constrói-se  um ralacionamento. Há, inclusive, casamentos  fundados sobre a pedra angular  conjunta da necessidade pessoal imediata.. Mas a lascívia  jamais pode tomar o lugar do amor; o dinheiro nunca poderá substituir a riqueza da integridade. e a aceitação  social jamais  é substituida para a honestidade.
A pedra angular  da necessidade pessoal imediata  marca um relacionamento com fracasso à vista.Há  muitos  tipos e  qualidades de pedras angulares de relacionamentos.Algumas são mais estáveis  e mais  belas que outras.Mas não importa quão nobre uma pedra angular possa parecer, se nasceu  apenas do esforço e desejo humanos, não perdurará.Os  interessados não se desenvolverão como poderiam ter feito.
Há, porém, uma pedra  angular  perfeita. Esta pedra  é sem falhas; a  direção que ela proporciona constroí relacionamentos onde há sempre  o estímulo para desenvolvimento posterior.Esta pedra  angular é eterna; os  relacionamentos  construídos com sua direção podem resistir às tempestades do sofrimento, aos  dilúvios do medo e aos  furações  da desesperança. Esta pedra angular é JESUS CRISTO.

Ev. Carlos Borges(CABB)

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

ONDE ESTÁ O REINO DE DEUS - Parte 2 Final

A CHEGADA DO REINO- O povo judeu estava realmente interessado em saber se Jesus Cristo era o Messias, ou seja, o Rei Ungido que haviam de esperado por muito tempo. Em Mateus 12.28 Jesus Cristo confirmou os pensamentos dos judeus. "Se porém eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chaegado o reino de Deus sobre vós."Jesus lhes explicou que neste milagre de cura  do endemoninhado, havia chegado a eles o reino  de Deus.
O Senhor Jesus Cristo realizou milagres não para fazer-se popular, mas para demonstrar aos homens que o reino de Deus já havia chegado.Quando João  Batista teve dúvida quanto a isso, o Senhor Jesus Cristo logo mandou dizer-lhe: "Ide, e anunciai a João,... os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres  se anuncia o Evangelho(Lc7.22).De fato, o reino de Deus já havia chegado, e era demonstrado através dos milagres de Jesus e da sua Palavra.
Há duas razões pela quais podemos ter certeza que o reino de Deus teve início nos dias de Jesus Cristo.Primeira: o Senhor afirmou " que o reino  de Deus está  dentro de vós (Lc 17.20,21), e os  milagres que ele realizou eram provas disso. Segunda:de acordo com  a oração do Pai Nosso, o reino de Deus se estabelece na terra quando Cristo governa a vida  das pesoas que fazem a vontade de Deus, em lugar de fazer a própria vontade.
O QUE É NECESSÁRIO PARA FAZER PARTE DESSE REINO? " Quem não nascer de novo não pode entrar  no reino de Deus(Jo 3.3).Só um homem nascido do Espírito pode fazer parte desse reino.
A integração nesse reino é a tônica da pregação evangelística, por isso a mensagem do evangelho é uma necessidade imperiosa para o arrependimento e fé. O reino de Deus é dado aos que esperam nEle e os que o desejam como seu único tesouro. O reino de Deus é dado aos que creem. "Mas,  a todos quanto o receberam, deu-lhes  o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber: aos que creem no seu nome(Jo 1.12)

Ev. Carlos Borges(CABB)

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

ONDE ESTÁ O REINO DE DEUS? - Parte 1

   ONDE DEUS É ADORADO E SEGUIDO VÊ-SE O REINO DE DEUS
"Venha o teu reino , seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu"...Mt6.10.
O que é esse reino? Quando virá? Aonde está?  Que é necessário para fazer parte dele? todas essas interrogações foram dirigidas ao Senhor Jesus Cristo, e ele as respondeu com a máxima perfeição e clareza, próprio de um cidadão nato do reino de Deus, e que nele viveu desde  o inicio. aos doze anos de idade já dizia ele aos seus pais que sua missão consistia em viver em prol da consolidação desse reino.
O reino de Deus tem duas característica. do ponto de vista presente, está bem claro que ele se manifesta onde quer que Deus é adorado e seguido.
Do ponto de vista futuro, virá ao mundo de forma completa por ocasião do retorno de Cristo, que vencerá toda potestade, e Deus será tudo em todos, I Co 15.23-28. Este comentário visa a primeira  característica.
Deus sempre foi Senhor do mundo. Com a chegada de Jesus Cristo,o Messias prometido, o reino de Deus iniciou uma nova era(etapa). Pelo reino de Deus Jesus Cristo viveu e morreu. Era o seu ideal, sua paixão inabalável.
Que é esse reino? O reino de Deus é uma realidade espiritual no domínio de Cristo na vida de seus súditos. Não é igual aos reinos terrenos.
Perante a autoridade do Império romano, Jesus Cristo afirmou categoricamente: "O meu reino não é deste mundo.. agora o meu reino não é daqui", Jo 18.36. Indica claramente  que se o seu reino fosse deste mundo, seus ministros estariam, naquela oportunidade, em luta armada na defesa do regime.
Em Romanos 14.17, lemos  que o reino de Deus é justiça, paz e alegria no Espírito Santo. O reino de Deus não consiste em satisfazer os mesquinhos prazeres e confortos pessoais do homem, e sim coisas mais elevadas e espirituais.
Certa vez  o Senhor Jesus Cristo foi interrogado pelos fariseus: quando virá o reino de Deus? Ele deu esta resposta: "o reino de Deus não vem com aparência exteriores. Nem dirão: ei-lo aqui! ou lá está! Porque o reino de Deus está dentro em vós." , Lc 17.20,21.Para Jesus, o reino de Deus  é um fato interno, não pode ser promovido para observâncias exteriores  ou rituais dogmáticos, como pensavam os fariseus. É uma questão.
Ev. Carlos Borges(CABB)

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

O ESTUDO PROVEITOSO DA BÍBLIA

                                           A NECESSIDADE DE ESTUDARMOS AS ESCRITURAS

1-PARA A VIDA(Ef. 2.10).
a)  Temos  de conhecer bem a Palavra de Deus e aplicar em nossa vida os seus ensinamentos.
b) A sublimidade da Bíblia é a salvação em Cristo.
c) Depois da salvação vem a transformação de vidas.
d) "Somos feitura sua" significa que somos uma obra prima de Deus, obra de arte, onde o autor deu todo o seu talento  e tecnica.
e) A salvação só poderia ser feita por Deus, é o resultado  da sua obra criativa em nós.
f) Não devemos  nos tratar ou nos a semelharmos com desrespeito ao criador, nos julgando algo inferior

2-FÉ PELA PALAVRA (Hb 1.6)
a) Crer  que Deus existe,é apenas o começo, Ele não se  conforma com o mero conhecimento Dele.
b) Ele quer um relacionamento pessoal e dinâmico com seu povo.
c) É através desse relacionamento que Ele quer operar as transformações.
d) Aqueles que buscam  a Deus, observarão que são recompensados com a intimidade de sua presença.
e) A fé é algo surpreendente, na fé  acontece o improvável, o incrível e o sobrenatural.
f) A fé é o maior propulsor, que nos faz  romper  a inércia da vida para chegarmos  ao trono de Deus(na sua presença).
                                       PREPARO PESSOAL  
  
1- DISCERNIMENTO ESPIRITUAL(2 Co 2.14)
a) Os não cristãos não entendem as verdades espirituais e não podem assimilar o conceito de que o Espírito de Deus  vive em cada  um dos crentes.
b) Não espere que a maioria das pessoas  aprove ou entenda sua decisão de seguir a Cristo.
c) Assim como o surdo não pode apreciar uma boa musica, a pessoa que rejeita Cristo não pode  entender as verdades do Espírito de Deus.
d) Com a linha de comunicação(comunhão com Deus) interrompida, a pessoa não poderá ouvir o que Deus está lhe dizendo.

2-CONSCIÊNCIA DA REVELAÇÃO(Ef 1.18)
a) Devemos ter consciência das revelações de Deus contidas em sua Palavra.
b) Só podemos  tomar conhecimento dessa verdade, quando meditamos na Bíblia.
c) Qualquer revelação que venha de outra origem(fonte), dever ser  muito bem  analisada, para obter nossa confiança.
d) Ao ler a Bíblia, devemos buscar a iluminação do Espírito Santo

3-CARÁTER ESPIRITUAL (I Pe 1.2)
a) Pedro nos informa que fomos escolhidos por Deus, o Pai.
b) Ao aceitar  a Jesus, como nosso Salvador, nos tornamos sua propriedade.
c) Logo já não somos dono da nossa vontade, se  agirmos assim(dono da nossa vontade), nos tornamos rebelde.
d) A rebelião tem o peso da feitiçaria (ao pecado de feitiçaria).

4-MENTE ABERTA
a) Não devemos nos conformar com os valores do comportamento mundano.
b) A nossa recusa de ir além  de comportamento e costumes, deve estar em nossa mente confirmado(convicto), isto, é convicção.
c) Devemos deixar  Deus nos  transformar em uma nova pessoa,mudando a nossa  maneira de pensar e agir.
d)  É possível  evitar  a maioria dos costumes mundanos, e continuar a ser: orgulhoso,cobiçoso,egoísta, rebelde e arrogante.
e) Somente com a operação do Espírito Santo, na renovação do crente, é que podemos de fato ser nova criatura

                                                  FATORES DE COMPREENSÃO
1-FATORES POSITIVOS
a) RESPEITO - Foi com um espírito respeitoso que os primeiros cristãos, reverentes  e humildes , contemplaram e receberam a Palavra de Deus.(I Tm 2.13).
b) DOCILIDADE - A disposição de um espírito dócil é necessário para qualquer estudo, muito mais o da Bíblia(Mt  11.29). Ele procurará  lançar fora as preocupações e opiniões  preconcebidas, obstinadas e teimosias do homem natural( I Co2.14 ;2 Co4.3,4).
c)AMOR A VERDADE -Um coração que ama e deseja ardentemente conhecê-la à vida  é condição imperiosa para estudar as Escrituras(I Pe 2.1,2). Foi o que faltou aos judeus (Jo 3.19,20).
d)PACIÊNCIA- Jesus reconheceu a importância do exame minucioso das Escrituras(Jo 5.39). Isso requer a mesma disposição de um mineiro que escava a terra em busca de riquezas. Foi o que fizeram os bereanos (At 17.11)
e)PRUDÊNCIA - Procurar iniciar o estudo  pelas partes mais simples e prosseguir para as mais difíceis, afim de tirar proveito(Sl 119.99). Os imprudentes abandonam o estudo por acharem um livro incompreensível, desprezando a ajuda de Deus(Lc 24.45; Mc 4.34).

 2-FATORES NEGATIVOS
a) IRREGENERADOS -O homem natural não pode compreender totalmente o significado das Escrituras,nem mesmo  aplicá-la  à sua vida(I Co 2.14;2Co 4,4; Ef 2.1).Nem mesmo sendo um mestre(JO 3.10).
b) IRREVERENTE - Uma atitude de apatia  e arrogância em relação à Bíblia demonstra irreverência e jamais colaborará para seu entendimento( I Tm 1.9).
c) SOBERBOS- Não reconhecer as suas próprias limitações, ou que pode  estar errado na sua  interpretação, identifica soberba(Tg 4.6)
d) DESOBEDIENTES - A indisposição para obedecer, ou não praticar  a Palavra, obscurecendo o entendimento(Rm 1.21).
e) INDEPENDENTE - Não depender do Espírito Santo impede o interprete de ser guiado à verdade(Rm 16.13).
Ev. Carlos Borges(CABB)

sábado, 11 de janeiro de 2014

LEI E GRAÇA PARTE 3 FINAL



Bem-aventurados os que guardam as suas prescrições e o buscam de todo o coração; não praticam iniqüidade e andam nos seus caminhos.
Tu ordenaste os teus mandamentos, para que os cumpramos à risca.
Tomara sejam firmes os meus passos, para que eu observe os teus preceitos.
Então, não terei de que me envergonhar, quando considerar em todos os teus mandamentos.
Render-te-ei graças com integridade de coração, quando tiver aprendido os teus retos juízos.
Cumprirei os teus decretos; não me desampares jamais.
De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra.
De todo o coração te busquei; não me deixes fugir aos teus mandamentos.
Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti.
Bendito és tu, SENHOR; ensina-me os teus preceitos.
Com os lábios tenho narrado todos os juízos da tua boca.
Mais me regozijo com o caminho dos teus testemunhos do que com todas as riquezas.
Meditarei nos teus preceitos e às tuas veredas terei respeito.
Terei prazer nos teus decretos; não me esquecerei da tua palavra.
Sê generoso para com o teu servo, para que eu viva e observe a tua palavra.
Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei.
Sou peregrino na terra; não escondas de mim os teus mandamentos.
Consumida está a minha alma por desejar, incessantemente, os teus juízos.
De onde vem esse desejo do salmista pelos juízos de Deus? Da lei que opera sobre o homem natural? Certamente que não. Mas para o homem regenerado a lei de Deus se torna objeto de desejo da alma. A lei é maravilhosa para aquele que tem os olhos abertos pelo Senhor. Amar a lei de Deus é ensino claro das Escrituras para os regenerados. Viver na lei de Deus é bênção para o cristão, para o salvo. Ela é o nosso orientador para melhor conhecermos a vontade do nosso Senhor e assim melhor servi-lo. Observe que o viver segundo a lei de Deus é considerado uma bem-aventurança, é como ter fome e sede de justiça.
Pergunto: O que seria do cristão sem a lei para orientá-lo? Como conheceria ele a vontade de Deus? (essa, aliás, é uma das perguntas mais freqüentes entre os crentes no seu dia-a-dia). Ele seria um perdido, buscando respostas em seu próprio coração, na igreja, no consenso eclesiástico, na autoridade de alguém que considerasse superior. Mas o crente tem a lei de Deus, expressando objetivamente qual é o desejo do Criador para a criatura, qual o desejo do Pai para seus filhos.
Mas essa visão da lei não nos traz de volta ao legalismo? Estamos então novamente debaixo da lei? Certamente que não. Para bem entendermos a posição bíblica expressa por Calvino sobre a lei no pacto da graça, precisamos entender também como ele relaciona Cristo e a Lei.
V. Cristo e a Lei
Precisamos entender que Cristo satisfez e cumpriu a lei de forma plena e completa. Ele não veio revogar a lei. Façamos uma breve análise de Mateus 5.17-19:
Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra. Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus.
Alguns pontos interessantes são demonstrados por Jesus nessa passagem:
(a) Ele veio cumprir a lei e não revogá-la.
(b) A lei seria cumprida totalmente, em todas as suas exigências e em todas as suas modalidades (moral, cerimonial e civil) enquanto houvesse sentido em fazê-lo.
(c) Aquele que viola a lei pode chegar ao Reino dos Céus! (“aquele que violar...será considerado mínimo no reino dos céus.”) O sermão do monte é um sermão para crentes e o texto pode ser entendido dessa forma.
(d) Aquele que cumpre a lei será considerado grande no Reino dos Céus.

Como entender essas conclusões de Jesus com respeito a si mesmo e à Lei?
(a) Ele veio cumprir a lei e de fato a cumpriu em todas as suas dimensões: cerimonial, civil e moral. Não houve qualquer aspecto da lei para o qual Cristo não pudesse atentar e cumprir. Cristo cumpriu a lei de forma perfeita, sendo obediente até a própria morte. Ele tomou sobre si a maldição da lei. Ele se torna o fundamento da justificação para o eleito.
(b) Ele não só cumpriu a lei perfeitamente, mas também interpretou a lei de forma perfeita, permitindo aos que comprou na cruz, entendê-la de forma mais completa, mais abrangente.
(c) Os que nele crêem agora também podem cumprir os aspectos necessários da lei para uma vida santa. No entanto, esses que por ele são salvos não são mais dependentes da lei para a sua salvação. Por isso há uma diferença clara entre os que chegam ao       Reino dos Céus: alguns serão considerados maiores do que outros.
(d) Cristo, ao cumprir a lei, ab-roga a maldição da lei, mas não a sua magisterialidade.19 A lei continua com o seu papel de ensinar ao ser humano a vontade de Deus. A ab-rogação da maldição da lei é aquilo a que Paulo se refere em textos como Rm 6.14 e Gl 2.16 — estamos debaixo da graça! A lei continua no seu papel de nos            ensinar, pela obra do Espírito Santo. Não somos mais condenados             pela lei nem servos da mesma. A lei, por expressar a vontade de             Deus, se nos torna um prazer.
Johnson resume o material sobre Cristo e a lei no pensamento de Calvino da seguinte forma:
O ponto principal, claro, é que Cristo cumpriu a lei em todos os aspectos, seja no vivê-la, no submeter-se à maldição da lei para satisfazer a sua exigência de punição dos transgressores, ou restabelecendo sobre outras bases a possibilidade de cumprir aquilo que a lei requer. Cristo, em outras palavras, satisfez tudo o que a lei exigiu ou pode vir a exigir da humanidade. A justificação que estava associada à lei agora pertence completamente a Cristo.20 
Portanto, nossa obediência à lei não acontece e não pode acontecer sem Cristo. Tentar viver debaixo da lei, sem Cristo, é submeter-se à escravidão. Porém, obedecer à lei com Cristo é prazer e vida. Também, nesse sentido, Cristo é o fim da lei!
Conclusão
Como fica o aparente paradoxo inicial entre a Lei e Graça? Como corrigir essa visão distorcida? Mais uma vez creio que a visão correta da Confissão de Fé pode nos ajudar a entendê-lo:
Este pacto da graça é freqüentemente apresentado nas Escrituras pelo nome de Testamento, em referência à morte de Cristo, o testador, e à perdurável herança, com tudo o que lhe pertence, legada neste pacto.
Este pacto no tempo da lei não foi administrado como no tempo do Evangelho. Sob a lei foi administrado por promessas, profecias, sacrifícios, pela circuncisão, pelo cordeiro pascoal e outros tipos e ordenanças dadas ao povo judeu, prefigurando, tudo, Cristo que havia de vir; por aquele tempo essas coisas, pela operação do Espírito Santo, foram suficientes e eficazes para instruir e edificar os eleitos na fé do Messias prometido, por quem tinham plena remissão dos pecados e a vida eterna: essa dispensação chama-se o Velho Testamento.
Sob o Evangelho, quando foi manifestado Cristo, a substância, as ordenanças pelas quais este pacto é dispensado são a pregação da palavra e a administração dos sacramentos do batismo e da ceia do Senhor; por estas ordenanças, posto que poucas em número e administradas com maior simplicidade e menor glória externa, o pacto é manifestado com maior plenitude, evidência e eficácia espiritual, a todas as nações, aos judeus bem como aos gentios. É chamado o Novo Testamento. Não há, pois, dois pactos de graça diferentes em substância mas um e o mesmo sob várias dispensações (CFW 7.4–6).
Portanto, ao relacionarmos lei e graça devemos nos lembrar dos diversos aspectos e nuanças que estão envolvidos nesses termos.
Primeiramente, encontramos tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, a graça de Deus. Ele não reserva a sua graça somente para o período do Novo Testamento como muitos pensam. Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento podemos ver Deus agindo graciosamente, salvando aqueles que crêem na promessa do Redentor. Assim Abel, Enoque, Noé, Abraão e todos os santos do Antigo Testamento foram remidos. Nenhum deles foi salvo por obediência à Lei, ainda que o Senhor requeresse deles, assim como requer de nós, que sejamos obedientes.
Em segundo lugar, a lei opera para vida ou morte no pacto das obras e somente para a morte no pacto da graça. No pacto das obras, por mérito, o homem poderia continuar vivo e merecer a “árvore da vida.” Portanto, pela obediência o homem viveria. No pacto da graça a lei opera para condenação do homem caído. Porque o homem já está condenado, ele não pode mais cumprir a lei e ela lhe serve para a morte.


 último, o crente se beneficia da lei estando debaixo da obra redentora de Cristo. O mérito de Cristo, sendo obediente à lei até as últimas conseqüências, compra-nos o benefício da salvação e a graça de conhecermos a vontade de Deus pela sua lei. O único modo de o ser humano ser salvo é submeter-se totalmente àquele que, por mérito, compra-lhe a salvação. Ainda aqui o homem é beneficiado pela Lei. Cristo a cumpre e declara justificado aquele por quem ele morre.
Portanto, o nosso gráfico do início deveria ser modificado para refletir a verdade bíblica sobre a Lei e a Graça de Deus:

Disp. do Antigo Testamento  ------------------        Disp. do Novo Testamento
Obras
Graça – obras como fruto da fé
Lei
Evangelho – obediência à lei como conseqüência
Lei –justifica na
obediência
Lei – condena o não eleito
Usus Theologicus

“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele” (João 14.21).
 

Ev. Carlos Borges(CABB)

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

LEI E GRAÇA PART 2



Para esclarecer a função da lei de Deus dada por intermédio de Moisés12 nas diferentes épocas da revelação, Calvino usou a seguinte terminologia:
A. O Primeiro Uso da Lei: Usus Theologicus
É a função da lei que revela e torna ainda maior o pecado humano. Segue o ensino de Paulo em Romanos 3.20 e 5.20:
...visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.
Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça.13 
Calvino aponta para esse papel da lei diante da realidade do homem caído. Sendo o pecado abundante, vivemos no tempo em que a lei exerce o “ministério da morte” (2 Co 3.7) e, por conseguinte, “opera a ira” (Rm 4.15).
Cabe aqui uma nota sobre a terminologia dos reformadores (especialmente Calvino) a respeito da lei. A palavra lei é usada em pelo menos dois sentidos distintos, que devem ser entendidos a partir do contexto. Em alguns casos o termo lei é usado como um sinônimo de Antigo Testamento, da mesma forma como Evangelho é usado como um sinônimo de Novo Testamento. Em outros contextos o termo lei é usado como uma categoria especial referente ao seu uso como categoria de comando, um mandamento direto expressando a vontade absoluta de Deus sobre alguma coisa, sem promessa. É dessa forma que Calvino interpreta a lei em 2 Co 3.7, Rm 4.15 e 8.15. Nesse sentido, o binômio que se confirma é o binômio Lei x Evangelho. O mandamento que não traz salvação versus a graça salvadora de Deus. Porém, não podemos esquecer que é o próprio Antigo Testamento que nos apresenta a promessa da salvação de Deus, a sua graça operante sobre os crentes da antiga dispensação.
Em Romanos, Paulo aponta para a perfeição da lei, que, se obedecida, seria suficiente para a salvação. Porém, nossa natureza carnal confronta-se com a perfeição da lei, e essa, dada para a vida, torna-se em ocasião de morte. Uma vez que todos são comprovadamente transgressores da lei, ela cumpre a função de revelar a nossa iniqüidade.
Explicando isso, Calvino comenta:
Ainda que o pacto da graça se ache contido na lei, não obstante Paulo o remove de lá; porque ao contrastar o evangelho com a lei, ele leva em consideração somente o que fora peculiar à lei em si mesma, ou seja, ordenança e proibição, refreando assim os transgressores com a ameaça de morte. Ele atribui à lei suas próprias qualificações, mediante as quais ela difere do evangelho. Contudo, pode-se preferir a seguinte afirmação: “Ele só apresenta a lei no sentido em que Deus, nela, se pactua conosco em relação às obras.14 
B. O Segundo Uso da Lei: Usus Civilis
É a função da lei que restringe o pecado humano, ameaçando com punição as faltas contra ela mesma.15 É certo que essa função da lei não opera nenhuma mudança interior no coração humano, fazendo-o justo ou reto ao obedecê-la. A lei opera assim como um freio, refreando “as mãos de uma ação extrema.”16 Portanto, pela lei somente o homem não se torna submisso, mas é coagido pela força da lei que se faz presente na sociedade comum. É exatamente isto que permite aos seres humanos uma convivência social. Vivemos em sociedade para nos proteger uns dos outros. Com o tempo, o homem pode aprender a viver com tranqüilidade por causa da lei de Deus que nos restringe do mal. O homem é capaz, por causa da lei de Deus, de copiá-la para o seu próprio bem. É até mesmo capaz de criar leis que refletem princípios da justiça de Deus. Calvino menciona o texto de 1 Timóteo 1.9-10 para mostrar essa função da lei:
...tendo em vista que não se promulga lei para quem é justo, mas para transgressores e rebeldes, irreverentes e pecadores, ímpios e profanos, parricidas e matricidas, homicidas, impuros, sodomitas, raptores de homens, mentirosos, perjuros e para tudo quanto se opõe à sã doutrina...
Assim, a lei exerce o papel de coerção para esses transgressores e evita que esse tipo de mal se alastre ainda mais amplamente no seio da sociedade humana. Essa ação inibidora da lei cumpre ainda um outro papel importante no caso dos eleitos não regenerados. Ela serve como um aio, um condutor a Cristo, como diz Paulo em Gálatas 3.24: “...de maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé.” Dessa forma ela serviu à sociedade judia e serve à sociedade humana como um todo. Da mesma forma essa lei serve ao eleito ainda não regenerado. Ele, antes da manifestação da sua salvação, é ajudado pela lei a não cometer atrocidades, não como uma garantia de que não fará algo terrível, mas como uma ajuda, pelo temor da punição.
C. O Terceiro Uso da Lei
Esse uso da lei só é válido para os cristãos — ensina-os, a cada dia, qual a vontade de Deus.17 Segundo o texto de Jeremias 31.33, a lei de Deus seria escrita na mente e no coração dos crentes:
Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.
Se a lei de Deus está impressa na mente e escrita no coração dos crentes, qual a função da lei escrita por Moisés? Ela é realmente necessária? Não basta um coração convertido, amoroso e cheio de compaixão para conhecer a vontade de Deus? A “lei do amor” e a consciência do cristão orientado pelo Espírito Santo não bastam? Não seria suficiente apenas termos a paz de Cristo como árbitro de nossos corações? (Cl 3.15).
Creio que não é bem assim. A lei, assim como no Éden, tem ainda um papel orientador para os cristãos. Embora eles sejam guiados pelo Espírito de Deus, vivendo e dependendo tão somente da sua maravilhosa graça, a “lei é o melhor instrumento mediante o qual melhor aprendam cada dia, e com certeza maior, qual seja a vontade de Deus, a que aspiram, e se lhes firme na compreensão.”18 A paz de Cristo como o árbitro dos corações só é clara quando conhecemos com clareza a vontade de Deus expressa na sua lei. Deus expressa sua vontade na sua lei e essa se torna um prazer para o crente, não uma obrigação. Calvino exemplifica com a figura do servo que de todo o coração se empenha em servir o seu senhor, mas que, para ainda melhor servi-lo, precisa conhecer e entender mais plenamente aquele a quem serve. Assim, o crente, procurando melhor servir ao seu Senhor empenha-se em conhecer a sua vontade revelada de maneira clara e objetiva na lei.
A lei também serve como exortação para o crente. Ainda que convertidos ao Senhor, resta em nós a fraqueza da carne, que pode ser, no linguajar de Calvino, chicoteada pela lei, não permitindo que estejamos à mercê da inércia da mesma.
Vejamos alguns exemplos do relacionamento entre o crente do Antigo Testamento e o terceiro uso a lei. Primeiramente, podemos observar o prazer do salmista ao falar da lei no Salmo 19.7-14:
A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma; o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos símplices.
Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração; o mandamento do SENHOR é puro e ilumina os olhos.
O temor do SENHOR é límpido e permanece para sempre; os juízos do SENHOR são verdadeiros e todos igualmente justos.
São mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado; e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos.
Além disso, por eles se admoesta o teu servo; em os guardar, há grande recompensa.
Quem há que possa discernir as próprias faltas? Absolve-me das que me são ocultas.
Também da soberba guarda o teu servo, que ela não me domine; então, serei irrepreensível e ficarei livre de grande transgressão.
As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, SENHOR, rocha minha e redentor meu.
Que princípio de morte opera nessa lei, segundo o salmista? Nenhum. Para o regenerado, o crente no Senhor, a lei é prazer, é desejável, inculca temor, restaura a alma e lhe dá sabedoria. Isso de alguma forma parece contradizer os ensinos do Novo Testamento. O terceiro uso da lei é claro para o salmista. A lei em si não faz nenhuma dessa coisas, mas para o coração regenerado ela traz prazer e alegria. Na lei o salmista reconhece a sua rocha, o seu redentor, Jesus Cristo: “rocha minha e redentor meu.”
Observe também o Salmo 119.1-20:
Bem-aventurados os irrepreensíveis no seu caminho, que andam na lei do SENHOR.

Ev. Carlos Borges(CABB)