terça-feira, 20 de dezembro de 2022

SOFRIMENTO E MORTE DO SERVO

 


Mc. 15.22-47

Introdução: Vimos a intenção das autoridades em matar Jesus. Num encontro, uma mulher unge a Jesus com um perfume caríssimo em sinal de amor, o Senhor elogia e diz que a atitude dela será lembrada para sempre. Judas Iscariotes se reúne com as autoridades para entregar Jesus.

I JULGAMENTO

1-Pilatos Enrascado (Mc. 15.1)

1.      Logo pela manhã-Provavelmente ao amanhecer.

2.      O propósito da nova reunião era ao que parece levantar contra Jesus alguma acusação de natureza civil (Lc. 23.2).

3.      Porque os lideres judeus enviaram Jesus a Pilatos, o governador romano?

4.      Os romanos haviam cassado o direito dos judeus de infligir a pena capital, por isso, a pena de morte deveria ser sentenciada por um líder romano.

5.      Os líderes judaicos queriam que Jesus fosse morto em uma cruz, uma forma de execução que, segundo acreditavam, indicava, indicava a maldição de Deus (Dt.21.23).

6.      Esperavam persuadir o povo de que Jesus fora amaldiçoado, e não abençoado por Deus.

7.      Rejeitado por Seus discípulos, condenado pelo conselho e negado por Pedro, Jesus, agora, enfrentaria as impiedosas autoridades romanas e a multidão enfurecida.

8.      Em vez de assassinarem Jesus, os políticos judeus resolveram buscar a autorização de Pilatos para que pudessem executar o “blasfemo”, amparados pela lei.

9.      Suas acusações incluíam muitas coisas, mas, ao que tudo indica, traição era a principal. Jesus havia declarado que era um rei, desprezando César dessa maneira (Lc 23.2).

10.    Este crime era punido pelo império romano com a morte.

11.    Nada mais respondeu. 

12.    Durante todo o Seu julgamento e Sua crucificação, Jesus foi o único que não agiu por medo, inveja ou pelos próprios interesses.

 2-Barrabás solto ( Mc. 15.15)

1.      Ainda que Jesus, de acordo com a lei romana, fosse inocente, Pilatos, sob  pressão, cedeu ao condená-lo.

2.      Deixou de lado tudo o que sabia ser direito.

3.      Para satisfazer o desejo dos líderes judeus, Pilatos preferiu a decisão que agradava a todos e o protegia politicamente.

4.      Quando tomamos decisões conforme as preferências de nossa audiência e ignoramos as claras instruções de Deus sobre o que é certo e errado, pecamos.

5.      Deus prometeu honrar aqueles que agem corretamente, não aqueles que procuram agradar todos.

6.      Pilatos fez com que Jesus fosse açoitado.

7.      Essa palavra, usada duas vezes apenas no Novo Testamento (aqui e em Mateus 27-26), descreve uma punição mais severa do que uma surra ou chicotada.

8.      O prisioneiro era açoitado com um chicote feito de várias tiras de couro, na ponta das quais eram atados vários pedaços de ossos e metais que rasgavam a carne e cortavam-na em pedaços.

9.      Pilatos tinha esperança de que os judeus desistissem da crucificação de Jesus depois dessa punição brutal, mas ele não tinha como ir contra a vontade deles.

10.    Cristo ficou muito fraco depois dos açoites.

 3- Soldados Cruéis (Mc.15.19)

1.      Os soldados romanos zombaram de Jesus, fingindo adorá-lo.

2.      A reação de Jesus a todo este tratamento desumano foi muito tranquila, pois Ele tinha certeza de que estava no centro da vontade do Pai.

3.      [Eles] o levaram para fora, a fim de o crucificarem revela que o lugar da crucificação era fora da cidade (Hb.13.12).

4.      Todos os três Evangelhos Sinóticos dizem que foi Simão Cireneu quem carregou a cruz de Jesus, mas somente Marcos complementa essa informação dizendo que ele era pai de Alexandre e Rufo.

5.      Estes homens, certamente, eram conhecidos pelos leitores de Marcos em Roma, e o interessante é que o próprio apóstolo Paulo saúda Rufo em Romanos 16.13.

6.      Cireneu- Cirene era uma importante  cidade na região da Líbia atual.

7.      Havia uma grande colonização judaica  em Cirene,, que remontava  a centenas  de anos atrás (At.6.9).

8.      Alexandre e de Rufo- Os filhos de Simão podiam ter sido membros de uma comunidade  cristã, provavelmente em Roma, à qual Marcos escreveu (Rm.16.13).

9.      A carregar a cruz- Normalmente o condenado devia carregar a cruz, que pesava de treze a vinte quilos.

10.    Simão,  ao tomar a cruz de Jesus, tornou-se  um quadro visível do verdadeiro discipulado que Jesus  exige (Mc.8.34) ...se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz  e siga-me ...

 II CRUCIFICAÇÃO

1-Rumo ao Gólgota (Mc.15.22)

1.      E levaram-no ao lugar do Gólgota, que quer dizer: Lugar da Caveira.

2.      Gólgota é lugar da Caveira em aramaico.

3.      O local tradicional da crucificação é onde foi edificada a Igreja do Santo Sepulcro, localizada fora dos muros da cidade (Lv 24:14 – Nm.15:35-36 – Hb.13:12).

4.      E deram-lhe para beber vinho misturado com mirra, mas ele não recebeu.

5.      Vinho misturado com mirra era um narcótico primitivo. A oferta cumpre Sl 69.21.

6.      A mirra era uma forma primitiva de analgésico, a mirra era uma especiaria muito cara e era usada como cosméticos.

7.      Foi oferecida a Jesus por ocasião de seu nascimento, como dádiva para um Rei(Mt.2.11) e usada em seu  sepultamento por Nicodemos (Jo.19.39,40).

8.      A mirra também era usada como uma droga usada nas crucificações que misturada a vinho servia de um analgésico para atenuar as dores do martírio impetrado aos condenados e que também permitia aos condenados a ficarem mais calmos.

9.      Porém Jesus não aceitou tomar essa mistura, pois a sua missão era sofrer dores horrenda, pois ele foi pregado na cruz sem nenhum analgésico para aliviar as suas dores (nossas dores).

10.    Pois Ele teria de sentir de forma plena o castigo da Lei pelos pecados do mundo.

 2-Sofrimento Horripilante (Mc.15.24) 

1.      E, havendo-o crucificado, repartiram as suas vestes, lançando sorte sobre elas, o que cada homem tomaria. 

2.      E, havendo-o crucificado é tudo que Marcos escreveu sobre o principal evento do evangelho.

3.      A crucificação aconteceu em uma sexta-feira, conhecida hoje como Sexta-Feira Santa.

4.      E era a hora terceira, e eles o crucificaram.

5.      Hora terceira é as nove horas da manhã.

6.      Os judeus contavam o tempo do dia a partir do nascer do sol.

7.      E a epígrafe de sua acusação estava escrita: O REI DOS JUDEUS.

8.      A acusação pela qual uma pessoa esta sendo condenada geralmente era escrita em um cartaz e pendurada em volta de seu pescoço.

9.      No caso de Jesus, ela foi pregada a Sua cruz.

10.    Os quatro evangelhos registram as palavras de modo diferente (cp. Mt.27:37), talvez porque a inscrição era trilíngue.

11.    O REI DOS JUDEUS ironicamente proclamava a verdade acerca de Jesus.

 3-Insultos e escárnios (Mc.15.30)

1.      E crucificaram com ele dois ladrões, um à sua direita, e outro à sua esquerda.

2.      v. 28 E cumpriu-se a escritura, que diz: E com os transgressores ele foi contado.

3.      Ladrões é a palavra usada para descrever Barrabás em Jo.18:40 (cp. Mc 14:48).

4.      A crucificação de Jesus entre “ladrões” foi feita como uma paródia de Seu reinado (como se Ele tivesse servos de cada lado), mas pelo plano de Deus, o evento inteiro era, realmente, Sua entronização real.

5.      A expressão um à sua direita, e outro à sua esquerda lembra o pedido de Tiago e João (Jo. 10:37).

6.      E os que passavam insultavam-no, meneando as suas cabeças, e dizendo: Ah! Tu que destróis o templo, e em três dias reconstróis.

7.      Salva-te a ti mesmo, e desce da cruz.

8.      Insultavam-no significa “blasfêmias”.

9.      Portanto, os que passavam eram culpados da mesma acusação pela qual o Sinédrio condenara Jesus (Mc.14:64).

10.     Os insultos dos expectadores, meneando as suas cabeças, cumpriram Sl. 22:7 e Lm. 2:15.

 III MORTE

1-Trevas (Mc.15.33)

1.      Essas trevas foram uma escuridão sobrenatural que tomou os céus.

2.      Das sete palavras da cruz, esta quarta foi a mais comovente. Citando Salmos 22.1, Jesus demonstra Sua agonia por ter sido abandonado pelo Pai para levar sozinho os pecados do mundo.

3.      A aflição espiritual de Jesus foi imensa, mas, mesmo assim, Ele se dirigiu ao Pai chamando- o de Deus meu.

4.      Os que ouviram Jesus chamar pelo profeta Elias não entenderam o que Ele estava dizendo.

5.      A desidratação causada pela crucificação geralmente faz com que a pessoa tenha dificuldade de falar.

6.       Então, embeberam uma esponja em vinagre, prenderam-na em uma cana e deram-na a Jesus, pois Ele disse: Tenho sede (Jo.19.28).

7.       Isso fez com que Jesus pudesse dizer Suas últimas palavras: Está consumado (Jo 19.30) e Pai, nas tuas mãos entrega o meu espírito (Lc 23.46).

 2-Jesus expira (Mc.15.37)

1.      Jesus, ainda consciente, dando um grande brado, expirou.

2.       A crucificação quase sempre fazia com que a pessoa perdesse os sentidos ou entrasse em coma antes de morrer, mas Jesus manteve todas as Suas faculdades até a hora de entregar voluntariamente Sua vida (Jo 10.17,18).

3.      Ele entregou Sua vida por nós de livre e espontânea vontade.

4.      O significado espiritual de o véu do templo ter sido rasgado é que, agora, todos têm acesso direto a Deus.

5.       Não precisamos mais de sacerdotes ou sangue de bois e carneiros para nos achegarmos ao Altíssimo, pois o véu foi rasgado, o que também simboliza o corpo de Jesus sendo rasgado na cruz (Hb.10.20).

6.       De alto a baixo indica que o próprio Deus jogou por terra essa barreira.

 3-Sepultamento (Mc.15.46)

1.      José, ajudado por outro discípulo que antes havia procurado Jesus em segredo.

2.      Nicodemos (Jo 19.39) —, envolveu o corpo de Jesus em um lençol fino, ao que parece, com uma grande quantidade (quase 100 arráteis) de uma resina viscosa e pegajosa, misturada com mirra e aloés, para evitar o mau cheiro e a rápida decomposição do corpo.

3.      João explica que este era o costume dos judeus para o sepultamento (Jo 19.40).

4.       A pedra usada para fechar o sepulcro devia ter não mais do que um metro ou um metro e meio de diâmetro, já que a abertura dos sepulcros não era tão alta como a de uma porta.

5.      Na verdade, em João 20.5, é dito claramente que era preciso abaixar-se para entrar nela.

6.      Porém, quando uma pedra era encaixada nela, dificilmente conseguiria ser removida.

 

 Pr. Capl. Carlos Borges (CABB) 

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