sábado, 15 de dezembro de 2018

A IGREJA E AS IDEOLOGIAS


2 Tm 4.1-5
Introdução: Você já deve ter ouvido este versículo: “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte.” (Provérbios 14:12) O significado dele é simples. Deus esta dizendo através de Salomão, que existem ideias e ideais que aparentam ter boas intenções e muitas vezes parecem que estão dentro da vontade de Deus, contudo, estas ideias e ideais resultam em mortes físicas e espirituais.

I O PADRÃO NAS IDEOLOGIAS
1- O seu surgimento
·        A lição de hoje alerta sobre o perigo das ideologias contrárias a palavra de Deus e a sua vontade.
·        Mas antes de tudo, o que é Ideologia? A maior parte dos dicionários define o termo ‘ideologia’, como um conjunto de ideias, convicções e princípios filosóficos, sociais e políticos que caracterizam um individuam ou um grupo coletivo.
·        A origem do termo ocorreu com Destutt de Tracy, [4] que criou a palavra e lhe deu o primeiro de seus significados: ciência das ideias.
·        Posteriormente, concluíram que esta palavra ganharia um sentido novo quando Napoleão chamou De Tracy e seus seguidores de "ideólogos" no sentido de "deformadores da realidade".
·        No entanto, os pensadores da Antiguidade Clássica e da Idade Média já entendiam ideologia como o conjunto de ideias e opiniões de uma sociedade.
·        O propósito da ideologia é fazer com que a conduta pessoal, moral, espiritual e financeira estejam alinhadas as premissas, pressupostos e preconceitos inerentes à ideologia seguida pelo individuo ou grupo social.
·         Em outras palavras, a ideologia fornece ao individuo, uma consciência exterior ou lente para que este interprete a realidade do mundo e da vida, conforme prega a sua ideologia.
·        Isso significa que se acredito em uma cosmovisão ou ideologia, pautarei a minha vida por ela, isso significa que minhas opiniões e comportamentos exemplificam o que penso e a forma como vejo a vida.

2- Regimes totalitários
·        Com o fim da Primeira Guerra Mundial, a Europa teve de enfrentar uma de suas piores crises econômicas.
·         O uso do território europeu como principal palco de batalha acarretou na redução dos setores produtivos e inseriu a população de todo continente em um delicado período de pobreza e miséria.
·         Além dos problemas de ordem material, os efeitos da Grande Guerra também incidiram de forma direta nos movimentos políticos e ideologias daquela época.
·        Apresentando essa perspectiva com ares de renovação, tais partidos conseguiram se aproximar dos trabalhadores, profissionais liberais e integrantes da burguesia.
·         A partir de então, alguns governos começaram a presenciar a ascensão de regimes totalitários que, por meio de golpe ou do apoio de setores influentes, passaram a controlar o Estado.
·        Observamos dessa forma o abandono às liberdades políticas, e as ideologias sendo enfraquecidas por um governo de caráter autoritário.

3-Regime Democrático
·        A democracia é um regime político que, por se basear na vontade do povo, tende a gerar melhores condições de vida para a população.
·         No entanto, não é um sistema político isento de defeitos: basta lembrar que Adolf Hitler ascendeu ao poder absoluto na Alemanha por via eleitoral e conduziu em seguida o país a um violento e desnecessário conflito mundial.
·        Tal defeito da democracia já era apontado pelo grego Platão, Sócrates e Aristóteles nos séculos V e IV a.C.
·        Segundo eles, a vontade do povo podia ocasionalmente ir contra as normas éticas, muitas vezes dirigida por políticos manipuladores, redundando em injustiça.
·        Apesar de seus defeitos, a democracia é o sistema político predominante no mundo atualmente e o que apresenta melhores resultados quanto à harmonia social e à qualidade de vida da população.
·        Um dos maiores obstáculos à existência de regimes democráticos duradouros são os golpes de estado, que se caracterizam por serem tomadas do poder abruptas por minorias, muitas vezes respaldadas no apoio das forças armadas.
·        Talvez a frase que melhor qualifique o regime democrático seja a que foi proferida pelo ex-primeiro-ministro inglês Winston Churchill em 1947 em um discurso na câmara dos comuns britânica: a democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais formas que têm sido experimentadas de tempos em tempos.
·        Ou seja, seria um regime cheio de defeitos, porém, ainda assim, seria melhor do que todas as outras formas alternativas de regime político.

II OS EFEITOS DA IDEOLOGIA
1-Oposição a Deus
·        O povo, desde sua libertação do Egito operada por Yahweh (Jeová), vivia na organização dos “juízes” (homens escolhidos por Deus para libertar o povo durante as dificuldades e para julgar os conflitos segundo a Torah (Lei Mosaica)).
·         Sendo povo de Deus, é óbvio que quem deveria para sempre os dirigir e os governar era Senhor.
·        O Todo-Poderoso era o Monarca Soberano de seu povo – o Único Rei de Israel.
·        Contudo, aprouve ao povo, em um ato de pura rebeldia, repudiar o Senhor.
·        E nessa loucura, requisitaram um rei. Pleitearam que um homem, um ser humano mortal, ao invés do Criador do universo, dominasse sobre eles.
·        Deus, em sua infinita misericórdia, concede o desejo, mas estabelece as regras da monarquia. Permite a instituição desse modelo humano de governo porque faria surgir da linhagem davídica o Rei, o Redentor e o Salvador: Jesus Cristo – Deus encarnado.
·        Todavia, a escolha do povo trouxe consequências catastróficas. A história dos reis de Judá e Samaria é a história da decadência e ruína do povo santo.

2- Relativização Moral
·        O relativismo é uma corrente que nega toda verdade absoluta e perene assim como toda ética absoluta, ficando a critério de cada indivíduo definir a sua verdade e o seu bem.
·         Opões-lhes o fundamentalismo, que afirma peremptoriamente a existência de algumas verdades e algumas normas fundamentais.
·        O indivíduo se torna o padrão ou a medida de todas as coisas.
·        Tal atitude está baseada em fatores diversos, entre os quais o historicismo: com efeito, a história mostra que tudo evolui e se tornam obsoletas coisas que em tempos passados eram plenamente válidas.
·        A Igreja rejeita o relativismo, mas também não aceita o fundamentalismo: ao lado de verdades e normas perenes, existem outras, de caráter contingente e mutável.
·        Ao cristão toca o dever de testemunhar ao mundo de hoje que a profissão de fé e a Moral Cristã nada têm de obscurantista e de recusa dos autênticos valores da civilização contemporânea.

3-A Deificação do Homem
·        Jesus disse que uma vida boa nada tem a ver em ser rico, por esta razão, guarde-se da cobiça (o desejo pelo que não tem).
·        Isto é exatamente o oposto do que a sociedade normalmente diz.
·        Aos empresários gastam milhões de dinheiro com publicidades e comerciais, a fim de levar os clientes a pensarem que se comprarem os produtos anunciados, serão mais felizes, e estarão satisfeito e confortáveis.
·        O homem rico da parábola do Rico e o Lázaro morreu sem antes de pudesse desfrutar do que estava guardando em seus grandes celeiros.
·        Vivemos em uma sociedade egoísta, materialista e desfalcada do amor ao próximo.
·        As igrejas (denominações) que estão surgindo, com lideranças que estão mais em busca dos bens materiais, e transmitem aos congregados, o mesmo conceito de que ser rico é ser abençoado por Deus.
·        As benções de Deus não estão relacionadas com bens materiais, a prosperidade do salvo, está mais ligada a obediências a Deus e a sua Palavra do que as especulações ou buscas frenéticas por bens materiais e financeiros.
·        As buscas por bens financeiros levou Judas a trair o Mestre, e vende-lo por 30 moedas de prata, preço de um escravo, o que prova que ele não valorizou o seu Mestre.
·        O que se percebe é a sutileza do adversário influenciando as pessoas a se tornarem um semideus, com seus orgulhos, vaidades, presunção, arrogância, a se assemelharem ao “anjo Caído”, como está registrado em Ez. 28.

III A IGREJA E A SUA MENSAGEM
1-Mensagem eterna
·        A fé é exigente. A fé não pode ficar presa. A fé não é estagnada. A fé se concretiza em ações. “Tive fome e me destes de comer”. Tive sede e me destes de beber.
·         Estava nu e me vestistes. “Estava doente e encarcerado e fostes me visitar” (Mt 25,31-46).  Assim disse Jesus que deveríamos agir. Tiago, em sua carta, afirma que “sem obras, a fé é morta” (Tg 2,17b.). 
·        “A quem iremos Senhor? Tu tens palavras de Vida eterna”. Aqueles primeiros que encontraram Jesus procuravam palavras e gestos de encorajamento para o nosso desânimo. Para a falta de fé. Assim, irmãos e irmãs, somente Jesus pode nos garantir palavras de mudança. Somente ele tem palavras de Vida; e de vida eterna. “Por melhor que seja alguém, chega o dia em que há de faltar, só o Deus vivo a palavra mantêm, e jamais ele a de falhar”.

2- Mensagem para o homem todo
·        A vida eterna é vida sem fim, não limitada mais pelo tempo. Jesus oferece a vida eterna a todo aquele que crê nele como seu salvador. A grande esperança de todo cristão é a ressurreição para a vida eterna.
·        “Buscai primeiro o Reino de Deus, e tudo mais vos será acrescentado” (Mt 6,33). Buscar o reino é buscar vida eterna. E quem pode dar vida se não Jesus; “eu sou o caminho, a verdade e a VIDA” (Jo. 14,6. Grifo meu). Em seguida, “eu vim para que todos tenham vida” (Jo 10,10b.). E dar vida é gerar vida. É fazer com que o outro tenha vida.
·        Muitas vezes, procuramos Jesus entre os mortos. Não temos a coragem de reconhecer que ele está no meio de nós, vivo. “Porque procurai dentre os mortos àquele que está vivo?” (Jo. 24,5d). Jesus vive. E de que forma vive? Vive através de sua Igreja. Vive através dos cristãos batizados. Vive naqueles que buscam e promovem a paz (Mt. 5,9a). Vive naqueles que são perseguidos por causa da justiça (Mt. 5 10). Vive nos misericordiosos (Mt 5,7).

 
3-Mensagem não ideológica
·        Quero evidenciar a pretensão abominável de muitos lideres religiosos amantes de si mesmos que apoiam políticos e partidos com interesses exclusivamente financeiros, ou que promovem os seus próprios amigos na política esperando facilidades quanto as suas pretensões neste mundo.
·         Estes líderes transformam seus seguidores em currais eleitorais, implantam o medo, satirizam e demonizam os seus opositores políticos, tudo com a intenção de direcionarem o voto dos seus fiéis.
·        Dizem que ‘não cai uma folha de uma árvore se Deus não quiser’, ou ‘que toda autoridade foi constituída por Deus’, ou ‘que tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus’, porém não creem no que dizem.

Pr. Carlos Borges(CABB)

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