terça-feira, 22 de janeiro de 2019

ABRAÃO: O AMIGO DE DEUS


ABRAÃO: O AMIGO DE DEUS
Gên. 12.1-5
Introdução: Tg. 2.21- Porventura não foi pelas obras que nosso pai Abraão foi justificado quando ofereceu sobre o altar seu filho Isaque? 22 Vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada. 23 “E se cumpriu a escritura que diz: E creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça, e foi chamado amigo de Deus”.

I SEU CHAMADO
1- A história da salvação (Gn. 12.1).
·        A chamada de Abraão por Deus, que pediu que ele saísse da sua terra natal e fosse para terra prometida, o que fora designado para testar a sua fé e obediência, bem como a fim de separá-lo para Deus.
·        A Palavra de Deus nos ensina que “... a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem", Hb 11.1. Esta definição de fé é dentro do que poderíamos chamar de "padrão de Deus".
·        Observem no versículo duas expressões significativas: a) coisas que se esperam – fé é esperança! b) coisas que não se veem – fé é ver o invisível.
·        Será que estas duas expressões poderiam qualificar a fé sob o ponto de vista humano?
·         Certamente que não.
·        Isto devido a nossa fragilidade!
·         Nossa fé é fraca e muitas vezes precisamos dizer como um pai em desespero disse a Jesus “... ajuda a minha incredulidade", Mc 9.24.

2-sua peregrinação (Gn. 12.5).
·        Em sua saída para peregrinar em Canaã, Hb 11.8, "8 Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, saindo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. 9 Pela fé peregrinaram na terra da promessa, como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa; 10 porque esperava a cidade que tem os fundamentos, da qual o arquiteto e edificador é Deus".
·        Veja que como Abraão, deixou tudo – família, bens, propriedades, e partiu sem saber para onde ia, apenas confiando naquele que lhe dera a missão. Aos olhos humanos seria uma fé burra!
·         Deixou todo conforto de uma classe média da época para viver como peregrino em terra estranha!
·        No sacrifício de Isaque, Hb 11.17-19, "17 Pela fé Abraão, sendo provado, ofereceu Isaque; sim, ia oferecendo o seu unigênito aquele que recebera as promessas, 18 e a quem se havia dito: Em Isaque será chamada a tua descendência, 19 julgando que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar; e daí também em figura o recobrou".

3-Sua obediência (Gn. 12.4).
·        A obediência a Deus e sua Palavra é outra coisa que nós como filhos de Deus somos deficientes.
·         Como é difícil obedecer! Recordo-me aqui de um texto importante que nos fala sobre a obediência de Cristo – “... ainda que fosse Filho, aprendeu a obediência por meio daquilo que sofreu", Hb 5.8.
·        Ora, se Cristo como homem precisou aprender a obedecer através de seu sofrimento, muito mais nós, temos muito a aprender na questão da obediência devida a Deus.
·        Somente através da obediência podemos agradar a Deus!
·         Deus não compactua com rebeldes, com desobedientes.
·         A palavra de Deus nos fala que "fomos eleitos para a obediência" – "eleitos segundo a presciência de Deus Pai, na santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo", 1 Pe 1.2.
·        Se formos de fato convertidos, renascidos pela Palavra e Espírito de Deus, devemos nos portar como "filhos obedientes".
 

II SUAS FALHAS
1-Medo (Gn. 12.12)
·        Em duas ocasiões, por causa de seu medo, ele se rendeu ao engano evidente a respeito de seu relacionamento com Sara.
·         Embora as Escrituras não explicitamente afirmar que, sem dúvida, o patriarca foi tomado posteriormente de vergonha que ele havia transgredido a vontade do Deus da verdade. Dt 32. 4.
·        Ele poderia muito bem ter jogado as mãos em desespero, mas ele abraçou o perdão do Céu e perseverou.
·        Quantos hoje abandonaram sua fé, porque eles foram superados pela vergonha de seus fracassos?
·        Aliás, o próprio fato de que as falhas do grande líder são tão honestamente retratadas nas Escrituras é uma evidência incidental da natureza sagrada do registro de Gênesis.
·         Em um documento construído estritamente por impulso humano, o autor poderia muito bem ter passado sobre essas manchas desagradáveis no silêncio de caridade.

2- Mentiras (Gn. 12.19)
·        “Durante sua permanência no Egito, Abraão deu prova de que não estava livre de fraqueza e imperfeição humana”.
·         Ocultando o fato de que Sara era sua esposa, evidenciou desconfiança no cuidado divino, falta daquela fé e coragem sublime tão frequente e nobremente exemplificada em sua vida.
·        Sara era “formosa à vista”, e ele não duvidou de que os egípcios de pele morena cobiçariam a bela estrangeira, e que, a fim de consegui-la, não teriam escrúpulo de matar a seu marido.
·        Raciocinou que não seria culpado de falsidade ao apresentar Sara como sua irmã; pois que era filha de seu pai, posto que não de sua mãe.
·        Mas esta ocultação da verdadeira relação entre eles era engano.
·        Nenhum desvio da estrita integridade pode encontrar a aprovação de Deus.


3-Métodos Próprios (Gn. 16.2).
·        Ora, Sarai mulher de Abrão, não lhe gerava filhos.
·        Um dos temas principais em Gênesis é a busca por descendentes, especialmente filhos homens.
·        Esta questão já aparece em Gênesis 4.1, com o nascimento de Caim (quando Eva declara: Alcancei do Senhor um varão).
·        Na vida de Abrão e Sarai, este assunto chama muito atenção (Gn 11.29,30; 12.1-3; 15.1-4; Gn. 17; 18; 21), pois, no mundo antigo, a infertilidade causava uma enorme angústia e vergonha, especialmente à mulher (Gn. 25.21).
·        Naquela época, a mulher era sempre a culpada (mesmo que a estéril não fosse ela).
·        Assim, quando ela não conseguia gerar filhos, seu marido podia divorciar-se e casar com outra.
·        A manobra desesperada de Sarai para ter um filho por meio de Agar seguia os padrões da época (que considerava como legítimos filhos do casal os filhos das escravas com seus senhores).


III SUA VIDA COM DEUS
1-Adorador (Gn. 12.8)
·        Em Gênesis 12 está o relato da vocação de Abraão. Ao sair da sua terra e parentela, foi até Betel e lá armou a sua tenda (Gn 12.8), bem como edificou um altar ao Senhor (Gn 12.8).
·         Anos mais tarde, após o episódio da mentira que contou a Faraó (Gn 13.3-4), ele voltou ao mesmo lugar que edificara um altar.
·        Após separar-se de Ló, Abraão foi até Manre e lá armou a sua tenda e construiu outro altar.
·        O que estas duas figuras nos ensinam?
·        Ensinam que a casa de Abraão era temporária e estava sempre disponível para ir e vir, segundo a orientação divina.
·        Já o altar que testemunhava a revelação de Deus era permanente.
·        Abraão estava sempre de passagem, mas o altar permanecia como testemunho eterno do Deus de Abraão.

2-Intercessor (Gn. 18.24).
·        Os dois anjos foram para Sodoma e deixaram nosso Senhor e Abraão a só observando a cidade do alto (cf. 19:27, 28).
·        Mesmo falando com reverência, Abraão manifestou diante de Deus uma ousadia sem precedentes.
·        E, aproximando-se a ele, disse: Destruirás o justo com o ímpio? Se houver, porventura, cinquenta justos na cidade destruirão ainda assim e não pouparás o lugar por amor dos cinquenta justos que nela se encontram? Longe de ti o fazeres tal coisa, matares o justo com o ímpio, como se o justo fosse igual ao ímpio; longe de ti. Não fará justiça o Juiz de toda a terra? (Gênesis 18:23-25)
·        Sem dúvida, a principal preocupação de Abraão era com Ló e sua família.
·        Embora isso não esteja expresso, está implícito (19:27-29).
·        Seu apelo tinha como base a justiça de Deus.
·         A justiça não iria permitir que o justo sofresse o castigo devido ao ímpio (versículo 25).
·        Abraão apelou para Deus poupar Sodoma a fim de poupar Ló6, não tanto para salvar a cidade ou os ímpios.
·        Todavia, é possível que ele tivesse a esperança de que Ló fosse poupado junto com os ímpios a fim de que estes pudessem chegar à fé em Deus no devido tempo.

3-Amigo de Deus (Tg. 2.23).
·        As obras de Abraão provaram que ele tinha uma profunda fé, do coração, e que realmente amava a Deus.
·         Demonstrou perante Deus e os homens que era, em palavras e em atos, amigo de Deus, a ponto de que o Rei Jeosafá podia referir-se a ele como sendo ‘aquele que amou’ a Deus, e Yahweh podiam dizer, por meio de seu profeta Isaías: “Porventura, ó Deus nosso, não lançaste tu fora os moradores desta terra, de diante do teu povo de Israel, e não a deste à semente de Abraão, teu amigo, para sempre”? (2 Cro. 20:7).
·         A palavra hebraica traduzida por “amigo” em Isaías 41:8 é a mesma palavra traduzida pela frase “aquele que (te) amou, em 2 Crônicas 20:7; e ali o Rei Jeosafá declarou que Abraão era o “amigo” de Deus”.
·         Foi posteriormente que Yahweh, mediante Isaías, chamou Abraão de “meu amigo” ou “aquele que me ama”.

Pr. Carlos Borges(CABB)

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