Uma Samaritana e um Judeu- Jo.4.6-19)
1.
Jesus se
assentou junto ao poço de Jacó, perto da hora sexta (meio-dia) ( Jo 4:6 e 8 ),
momento em que uma mulher samaritana chega junto à fonte para tirar água
(nomear alguém pelo nome da cidade era desonroso, pois demonstrava que tal
indivíduo não pertencia à comunidade de Israel), e foi abordada pelo Mestre que
lhe dirigiu a palavra dizendo: – Dá-me de beber ( Jo 4:7 ).
2.
A
atitude do Senhor para com a samaritana (solicitar água) trouxe à tona o que
todo homem e mulher possuem de mais nobre: a razão, o raciocínio ( Jó 32:8 ).
3.
Obrigatoriamente
a mulher formulou uma questão com base em uma gama de conhecimento prévio.
4.
Ela
não formulou o pensamento mais brilhante da humanidade, mas trouxe a lume uma
questão importante para aquela mulher e para o seu povo: – Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou
mulher samaritana? ( Jo 4:9).
5.
Os
samaritanos eram discriminados pelos judeus, mas Jesus, apesar de ser Judeu,
não deu importância a esta questão, antes a mulher serviu muito bem ao
propósito d’Ele naquele momento.
6.
Na pergunta, a
mulher destaca que era mulher e ao mesmo tempo samaritana, ou seja, que havia
um impedimento duplo àquele homem que, aparentemente, deveria ser mais um judeu
zeloso da sua religiosidade.
7.
Muitos
questionamentos surgiram na cabeça da samaritana, pois Jesus ignorou práticas e
regras pertinentes ao judaísmo ao solicitar água. – Será que ele não percebeu
que sou mulher e samaritana?
8.
Será que ele beberá
da água que eu lhe der sem receio de se contaminar?
1. Depois de despertar o raciocínio da
samaritana, Jesus estimula ainda mais o interesse da mulher: – Se
tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe
pedirias, e ele te daria água viva.
2. A mulher samaritana não alcançou de
imediato a excelência das palavras de Cristo, pois ela não possuía experiência
na verdade “Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os
quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o
bem como o mal” ( Hb 5:14 ).
3.
Se
a samaritana tivesse a mente exercitada na verdade não faria a pergunta: – Senhor, tu não tens com que a tirar, e
o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva?
4.
Pela
argumentação, dá para perceber que a Samaritana se foca na impossibilidade de
alcançar água sem os meios necessários, porém, não contestou o que Jesus
afirmou sobre possuir água viva.
5. Não considerando a argumentação
inicial de Jesus acerca do dom de Deus, ela analisou: – És
tu maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, bebendo ele próprio dele,
e os seus filhos, e o seu gado?
6.
Oferecer
uma alternativa de água sem ser a água do poço de Jacó fez parecer à samaritana
que aquele judeu desconhecido era, no mínimo, presunçoso, pois se colocou em
uma posição superior à de Jacó, que deixou o poço como legado aos seus filhos
e, que naquele momento, provia a necessidade de muitos samaritanos.
7. As questões seguintes precisavam de
respostas: – Tu
não tens com que tirar água e o poço é fundo! Onde tens água viva?
8.
Mas
Jesus estava trabalhando para que o “ouvir” daquela mulher fosse despertado
pela palavra de Deus, pois sua proposta dava a conhecer que Ele era, de fato,
superior ao próprio pai Jacó.
9.
É
neste ponto que estava a deficiência de conhecimento da samaritana, pois se ela
conhecesse quem era Jesus, concomitantemente conheceria o dom de Deus, pois
Cristo é o dom de Deus.
10.
Se
ela conhecesse quem era que pedia: – Dá-me de beber, saberia que Ele era
maior que o pai Jacó, saberia que Cristo era o descendente prometido a Abraão
em quem todas as famílias da terra seriam bem-aventuradas ( Gn 28:14 ).
11.
Se
ela conhecesse quem era o Cristo, veria que através da água que Cristo estava
oferecendo, de fato e de direito ela se tornaria um dos filhos de Abraão.
12.
Se ela conhecesse a Cristo, veria que os
filhos segundo a carne não são os filhos de Abraão, e sim os filhos da Fé, a
descendência do último Adão (Cristo) que estava se manifestando ao mundo ( Gl
3:26 -29; Rm 9:8 ).
13.
Se
ela conhecesse a Cristo, veria que apesar de fazer parte entre os últimos
poderia tomar parte entre os primeiros, pois através do Descendente é possível
a todos os povos serem bem-aventurada como o crente Abraão ( Mt 19:30 ).
14. Se ela conhecesse Aquele que pedia de
beber e que estava lhe oferecendo água viva, veria que Ele é o dom de Deus,
pois é Cristo que dá vida ao mundo ( Jo 1:4 ).
15. Ela veria que Ele é o sumo sacerdote
segundo a ordem de Melquisedeque, por quem todos os homens, de qualquer tribo
ou língua, podem oferecer dons e serem aceitos por Deus “Tu subiste ao
alto, levaste cativo o cativeiro, recebeste dons para os homens, e até para os
rebeldes, para que o SENHOR Deus habitasse entre eles” ( Sl
68:18 ).
16. Deus deu testemunho da oferta (dons)
que Abel oferecera por causa daquele que subiria ao alto levando cativo o
cativeiro, o sumo sacerdote constituído por Deus sem principio e fim (eterno)
de dias ( Hb 7:3), que ofereceu-se a si mesmo como Cordeiro imaculado a Deus, e
só através d’Ele os homens são aceitos por Deus ( Hb 7:25 ).
Pr. Capl.Carlos Borges (CABB)
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