domingo, 18 de dezembro de 2016

A PUREZA DO EVANGELHO - PARTE 2

Muitas pessoas, ao falar sobre evangelização, não tem nada para falar de suas próprias experiências. Dependem sempre do exemplo alheio:“Tal pessoa trabalhou e levou tantas pessoas a Cristo”. Não tem nada do que dizer do seu próprio trabalho. Paulo foi corajoso e se expôs ao risco de perder até sua vida no intuito de fazer o evangelho puro e cristalino chegar até os confins da terra.
Quando a mensagem verdadeira não é pregada, os falsos mestres aparecem e ensinam o erro como verdade. Se muitas pessoas se empenhassem em ensinar o evangelho puro e simples de Jesus, os falsos seriam desmascarados e o ensino verdadeiro prevaleceria. Esse é o seu papel, meu irmão. Ainda há muitas vagas para transmissores do evangelho de Cristo.
Quando é que o Evangelho é preservado puro? Em segundo lugar veremos que o Evangelho é preservado puro quando PESSOAS ENSINAM APENAS O EVANGELHO. “Anunciando-vos o testemunho de Deus”.
Sou pastor e sei o quanto é difícil pregar apenas o evangelho. As tentações são constantes, pois todos os pastores desejam ver suas igrejas crescerem. O problema é que são poucas as pessoas que se interessam pelo evangelho do modo como ele é. Jesus nos deixou uma mensagem belíssima de salvação, mas ao mesmo tempo nos advertiu dos problemas que os fiéis enfrentariam. Seriam perseguições, tentações, privações e até morte. Ele não prometeu vida mansa aos homens que lhe fossem fiéis, pelo contrário, advertiu sobre as dores que enfrentariam. Essa não é a boa notícia que o povo deseja.
O desafio é manter-se fiel aos preceitos puros e cristalinos do evangelho. É difícil se satisfazer apenas com promessas futuras. O povo não quer promessas, ele deseja realizações presentes. O problema é que o evangelho de Jesus não promete essas realizações de maneira clara ou deixa afirmações para crermos que elas serão possíveis. Jesus nos garante os céus e sua Palavra nos ensina o cuidado que Deus tem com seus filhos, mas esse cuidado não nos permite afirmarmos que bênçãos terrenas e curas se concretizarão nesse mundo. Podemos afirmar o cuidado divino, mas não podemos especificar como será a manifestação do cuidado de Deus sobre a vida do seu servo. Se afirmarmos tais promessas poderemos estar adulterando o conteúdo do evangelho. Fazendo promessas de bênçãos imediatas nós agradamos aos homens e os atraímos às igrejas, mas também, fraudamos o evangelho e condenamos à perdição eterna àqueles que atraímos com mensagens falsificadas do evangelho. O desafio é ser fiel ao evangelho mantendo-o como está registrado na Bíblia, quer muitos se convertam ou não. Essa fidelidade é cobrada de todos os pregadores do evangelho.
No interior do nosso país os fazendeiros vendem leite na porta das casas. Dizem que o leite que vendem é puro, mas nem sempre é. Na sua maioria o leite é“batizado” com água para render mais. O mesmo é feito com o mel de abelhas, que é “batizado” com melado de açúcar. O aumento fraudulento tem o objetivo de fazer render o produto e trazer mais lucros ao produtor. Usando a mesma técnica muitos pregadores têm “batizado” o evangelho. No afã de fazer a igreja encher pregadores tem misturado ao evangelho alguns elementos novos e perniciosos. Tais pregadores não sabem o mal que estão fazendo aos seus ouvintes. O mel“batizado”, com pouco tempo cristaliza e perde o seu valor comercial. Do mesmo modo o evangelho misturado às novidades pode até encher igrejas, mas perde o seu valor para a salvação de almas. As igrejas ficam lotadas de pessoas que creram nas promessas que lhes foram feitas, mas estes se tornarão crentes perdidos, pois creram num evangelho falsificado que não salva ninguém. Foram enganados com a mensagem falsa do evangelho “batizado”.
O evangelho é mantido puro e cristalino quando pessoas ensinam apenas o evangelho verdadeiro. Paulo disse: “Eu, irmãos, quando fui ter convosco anunciando-vos o testemunho de Deus.  Paulo, após sua conversão, foi para a região da Arábia e depois de um longo tempo começou a pregar o evangelho da salvação pela graça de Deus. Essa é uma mensagem que põe o homem na dependência de Deus para ser salvo. O apóstolo Pedro achou o ensino de Paulo difícil de entender, e muito mais difícil é propagá-lo do modo como ele é. Paulo se dispôs a ensinar o evangelho da graça de Deus e foi fiel aos preceitos verdadeiros até sua morte. O objetivo de Paulo era “anunciar o testemunho de Deus”. O evangelho adulterado não proclama o testemunho de Deus, pelo contrário, o nega.

A Bíblia é o testemunho de Deus. Ela inicia contando como Deus criou o mundo perfeito e colocou nele o homem que o traiu. Ela testemunha que Deus deu novas oportunidades e os homens continuaram pecando contra ele. Testemunha que Deus enviou o seu único Filho para morrer por esse homem traidor e salvá-lo, e que ele continua chamando o homem para ser salvo, até o dia que as portas se fecharão e o juízo acontecerá. Aí a Bíblia testemunha que o Jesus Salvador será o juiz impiedoso com aqueles que o trataram com desprezo.
A tarefa de pregar o evangelho puro é minha, como pastor, e também tua, como membro do corpo de Cristo. Como pastor eu tenho a tarefa de ensinar à igreja a doutrina correta, e como servo de Deus tenho a tarefa particular de propagar o evangelho. Do mesmo modo a igreja tem a obrigação de aprender o que lhe é ensinado e como servos têm a obrigação de propagar o evangelho sem misturas procurando mantê-lo puro e cristalino para que muitas outras pessoas conheçam a salvação da forma como foi oferecida por Jesus Cristo.

Quando é que o Evangelho é preservado puro? Em terceiro lugar veremos que o Evangelho é preservado puro quando PESSOAS NÃO FAZEM DO CULTO UM SHOW. “Não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado”.
Nas campanhas políticas os candidatos procuram todos os meios possíveis de atrair pessoas para ouvir as suas promessas. Eles contratam grupos musicais famosos e trios elétricos potentes para fazer o som das músicas chegar muito longe e assim arrastar os foliões para perto de si. Depois de o povo ter se divertido, o candidato lança sua plataforma de governo e as suas promessas usando todas as técnicas para convencer o seu eleitorado. Um problema quanto a esse costume político é que essas atrações são muito caras e eles acabam fazendo negociatas políticas que comprometerão o seu futuro governo. Gastam para atrair o povo e depois os roubam para pagar as atrações.
Do mesmo modo, os comerciantes contratam pessoas para tocar e cantar ao vivo em frente às lojas ou em trios elétricos com o intuito de chamar a atenção do público para as mercadorias que estão oferecendo. Quando o cliente é atraído ele entra na loja e deixa lá o seu dinheiro suado, mas precioso para o lojista.

Assim como políticos e comerciantes, muitos pregadores têm feito shows para atrair multidões. Muitos pregadores fazem questão de colocar suas fotos em outdoors e anunciar a sua chegada através dos meios de comunicação. A atração do culto é o homem que fala, não o Deus que inspira o que deve ser adorado.
O culto também perdeu a sua característica de adoração. Virou um show. Acabei de receber dois crachás que davam direito a assistir ao show de um grupo musical famoso, assentado bem pertinho do palco. Os organizadores se comprometeram até a pagar parte do valor gasto com ônibus para os pastores levarem suas igrejas ao show. O grupo musical foi escolhido a dedo e, como esperavam, uma multidão assistiu ao “culto”. Depois da apresentação musical a pregadora falou de vários assuntos até chegar na oferta. O show foi de graça, mas depois de falar sobre a oferta, a sacolinha foi repassada entre os participantes do evento.


Filipenses 1.15-18, diz: “Alguns, efetivamente, proclamam a Cristo por inveja e porfia; outros, porém, o fazem de boa vontade; estes por amor, sabendo que estou incumbido da defesa do evangelho; aqueles, contudo, pregam a Cristo, por discórdia, insinceramente, julgando suscitar tribulações às minhas cadeias. Todavia, que importa? Uma vez que Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado, quer por pretexto, quer por verdade…”. Paulo enfrentou as divergências na proclamação do evangelho com muita sabedoria. Seu intuito era ver o nome de Jesus sendo pregado. Mesmo que tivessem o objetivo de denegrir o nome de Jesus, uma vez que falavam do seu evangelho o Espírito Santo faria com que a mensagem certa chegasse ao coração do ouvinte da forma correta. A respeito disto, ouvi um depoimento de uma mulher que estava se preparando para ser “mãe de santo” em salvador e nos seus últimos preparos a chefe do terreiro lhe chamou em particular e disse: “Filha, nós temos todo poder a nossa disposição.

Pr. Carlos Borges(CABB) 

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