Rm 9.6-10
Introdução: "Em
herança possuireis a sua terra, e eu vo-la darei para a possuírdes, terra que
mana leite e mel: Eu sou o Senhor vosso Deus, que vos separei dos povos.
Ser-me-eis santos, porque eu, o Senhor, sou santo, e separei-vos dos povos,
para serdes meus" (Levítico 20.24,26). Seja o que for que alguém escolha acreditar, a Palavra de Deus declara
repetida e claramente que Israel é Seu povo especialmente escolhido e que
jamais perderá essa condição singular.
I DEUS E O SEU POVO
1- A tristeza pelos Judeus (Rm 9.1)
·
Paulo expressou
sua preocupação com seus irmãos judeus, ao dizer que estava disposto a assumir
o castigo deles se isso pudesse salvá-los.
·
Embora o único
que pudesse salvá-los seria Cristo, Paulo demonstrou um raro amor.
·
Como Jesus, o
apóstolo estava disposto a sacrificar-se para que outros pudessem ser salvos.
·
Quando nós nos
preocuparmos com aqueles que não conhecem a Cristo, estamos de certo modo
imitando a Paulo.
·
Para levar essas
pessoas a Jesus, nos estamos dispostos há sacrificar nosso tempo, dinheiro,
conforto, energia e segurança? Se assim agirmos estamos imitando a Paulo,
quando ele disse “Sede meus imitadores”.,
como eu, de Cristo 1 Co (. 11.1).
·
As palavras que Paulo
escreve estão cheias de verdade – ele não mente e tem o testemunho da sua
consciência no Espírito Santo.
·
Aqui ele revela a
profundidade dos seus sentimentos; como apóstolo dos gentios.
2 – Deus é fiel
·
As pessoas sempre
fazem avaliações sobre as outras, tendo como base sua própria vida, quantas
vezes nós confiamos em alguém, e acreditamos que aquela pessoa jamais irá trair
a nossa confiança, e ficamos surpreendidos com a receptividade?
·
Porque em nosso
coração havia certeza absoluta que, se a outra pessoa confiasse em nós, ela
receberia o crédito de confiabilidade que nos foi depositado.
·
Não é diferente entre
nós e Deus, por possuímos um caráter que oscila, por sermos infiéis para com
Ele, por agirmos muitas vezes distanciados Dele, por andarmos vacilando, e por
muitas vezes não arcarmos com as nossas palavras ou promessas, pensamos o mesmo
de Deus.
·
E também aquele
que é a força de Israel não mente nem se arrepende, portanto não é um homem
para que se arrependa. I Samuel 15:29.
·
O apóstolo Paulo
é claro ao dizer que a incredulidade do homem não aniquila a fidelidade de
Deus, ou seja, Deus é verdadeiro, fiel e imutável, mesmo que o homem não creia
n’Ele ( Rm 3:3 ).
·
Neste sentido o
apóstolo dos gentios apresenta o povo de Israel como exemplo da fidelidade de
Deus, pois mesmo os israelitas sendo incrédulos, não significava que a palavra
de Deus havia falhado “Não que a palavra
de Deus haja faltado, porque nem todos os que são de Israel são israelitas” (Rm
9:6).
3- Deus age com Justiça
·
“... eu sou o SENHOR, que faço misericórdia, juízo e justiça na terra;
porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR”. (Jer 9:24).
·
Este texto e muitos outros lembram acerca da justiça de
Deus.
·
É importante saber que Deus trabalha pela justiça e pela
verdade, defende a causa dos pequeninos, é o Advogado dos injustiçados, consola
todos os que choram e atende o clamor dos necessitados.
·
Tudo isso é promessa Dele, do Deus que não mente e que
tudo que fala torna-se verdade.
·
Deus estará sempre do lado da
verdade e da justiça.
·
Ele sempre estará ao lado dos injustiçados,
caluniados e dos inocentes, porque Ele sofreu a injustiça.
·
Jesus sofreu a injustiça dos homens, pois por
qual crime Jesus foi condenado? O que fez Ele pra ter merecido a condenação
máxima?
·
Por isso Ele, que sofreu, defenderá os
inocentes.
·
Deus estará, obviamente,
contra os injustos, os infiéis, mentirosos, corruptos e contra os maldizentes.
·
Quem voce acha que ganha esta
briga? Os que estão contra ou ao lado de Deus?
·
Por isso é que devemos sempre
estar com a verdade, à honestidade e a justiça, pois assim atrairemos Deus pro
nosso lado. Deus nos defenderá.
II IRA E MISERICÓRDIA DE DEUS
1-Dependemos
do Criador
·
"Pois do céu é revelada a ira de Deus contra toda
a impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça." Rom
1.18.
·
“Os quais, conhecendo bem o decreto de Deus, que
declara dignos de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas
também aprovam os que as praticam”. “Rom 1.32”.
·
O fato de Deus
estar contendo sua ira por enquanto faz com que muitos pensem que podem
"escapar com seus pecados".
·
Por causa da misericórdia paciente que Deus
usa hoje, este pode ser um erro fácil de cometer.
·
Mas a todo pecado
cometido será solicitado uma prestação de contas.
·
Ninguém vai
"escapar ileso" da ira futura de Deus.
·
Ef. 2:3-5 (JFA) ... E éramos por natureza filhos da
ira, como também os demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, pelo seu
muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos
vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos).
·
Misericórdia - não
receber aquilo que você merece / punição impedida, contida.
·
Graça - receber
aquilo que você não merece / favor sem mérito algum de nossa parte.
·
A salvação é dada
por Deus por pura graça e misericórdia a pecadores que se encontram
perdidos.
·
Mas qual é o
critério da concessão desta graça e misericórdia? Que evidências nos foram
dadas na Bíblia para sabermos que a temos obtido?
·
Nenhum homem merece a
misericórdia de Deus. Nenhum homem pode reclamar a misericórdia de Deus por
mérito. As Escrituras concluem: “... pois todos pecaram e carecem da
glória de Deus” (Romanos 3:23).
·
Porém Ele tomou a
iniciativa, vindo ao nosso encontro, mergulhando de cabeça em nosso mundo,
fazendo-Se pecado por nós.
·
Zacarias, o pai
de João Batista, expressa isso em sua canção, afirmando que foi “por causa da entranhável misericórdia do
nosso Deus”, que o sol nascente das alturas nos visitou, “para iluminar os que jazem nas trevas e na
sombra da morte, e dirigir os nossos pés pelo caminho da paz” (Lc. 1:78-79).
3- A paciência de Deus
·
Sabemos que Deus
é amor (1 João 4:8) e que o amor é paciente (1 Coríntios 13:4).
·
Sem dúvida
alguma, a paciência ou longanimidade é um aspecto importante do amor de Deus.
·
É uma qualidade divina
mencionada várias vezes no Antigo Testamento.
·
Êxodo 34:6-7 descreve Deus nestes termos: “SENHOR”, SENHOR
Deus compassivo, clemente e Longânimo e grande em misericórdia e fidelidade;
que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a
transgressão e o pecado, ainda que não inocente o culpado, e visita a
iniquidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até a terceira e quarta
geração!
·
“Em Naum
1:3, encontramos este comentário sobre a paciência e a justiça de Deus: "O SENHOR é tardio
em irar-se, mas grande em poder e jamais inocenta o culpado; o SENHOR tem o seu
caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são o pó dos seus pés.”.
·
Deus demorou em
castigar o povo desobediente de Israel para manter a honra do seu próprio nome:
"Por amor do meu nome, retardarei a minha ira e por causa da minha
honra me conterei para contigo, para que te não venha a exterminar"
(Isaías 48:9).
3-Misericordia por Israel
·
Mas, ao
contrario, os vasos de misericórdia são os crentes, tanto judeus como gentios.
·
Sobre esses Ele derramará
as riquezas da sua Glória.
·
Essa é a soberana
escolha de Deus quando Ele trabalha com “vasos” preparados para a perdição (Rm
9.22) ou com “vasos para a glória”.
·
O ponto principal
é lembrar que tudo isso estava no plano de Deus desde o início.
III
ISRAEL E O EVANGELHO
1- A pedra de tropeço
·
Portanto, para
entendermos corretamente o significado de pedra de tropeço na Bíblia precisamos
analisar alguns textos onde essa expressão ocorre.
·
A expressão “pedra
de tropeço” pode ser usada para traduzir os vocábulos hebraicos mikshol
e makhshelah
usados para indicar aquilo em que alguém tropeça.
·
Esse termo
aparece, por exemplo, em Levíticos 19:14 para se referir à proibição de alguém,
porventura, colocar algum meio de tropeço diante de um cego.
·
A pedra na qual
os judeus tropeçaram é Jesus.
·
Não creram no
Messias porque não correspondia às expectativas que tinham em relação a Ele.
·
Ainda
hoje, algumas pessoas tropeçam em Cristo, porque a salvação pela fé não faz
qualquer sentido para elas.
·
Os judeus tinham um objetivo muito digno de honrar a
Deus.
·
As procuravam conquista-lo de maneira errada; por
uma rigorosa e dolorosa obediência a lei.
·
Assim, alguns se tornaram mais obedientes à lei do
que a Deus.
·
Acreditavam que se obedecessem a lei, Deus teria de
aceita-los como seu povo, mas o Senhor não pode ser controlado.
·
Os judeus não perceberam que as Escrituras ensinava
que a salvação dependia da fé, não do esforço humano (Gn 15.6; - “E creu ele no senhor, e foi lhe imputado
isto por justiça.”.
·
Às vezes nos assemelhamo-nos a essas pessoas, quando
tentamos ser agradáveis a Deus apenas observando suas leis.
·
Podemos pensar que frequentar a igreja, testemunhar,
ofertar e ter um comportamento gentil com os outros é o suficiente, afinal,
cumprimos todas as regras.
·
Podemos ser salvos somente colocando a nossa fé obra
que foi realizada por Jesus Cristo, se assim o fizermos, nunca ficaremos
desapontados.
2-
Oração de Paulo por Israel
·
Não podemos conhecer o Pai se não for por intermédio
do filho.
·
Deus encarregou Jesus de uni-lo a seu povo.
·
Não existe outra maneira de chegarmos a Deus.
·
Os judeus, e qualquer outro povo, devem encontrar a
salvação por intermédio de Jesus (Jo 14.6; At 4.12).
·
Como Paulo, devemos orar, a fim de que todos os
judeus possam ser salvos e, carinhosamente, partilhar com eles as Boas Novos.
·
Há assim uma nação eleita além daquela que foi
eleita na descendência natural de Jacó.
·
E esta é o Israel formado pela Igreja invisível
de Cristo, composta por todos os que foram lavados e remidos no Seu sangue.
·
Charles Haddon Spurgeon foi muito feliz
ao ter discorrido sobre este tema, comparando a salvação do Israel espiritual,
com o de descendência natural nos dias de Moisés, no seguinte texto que
escreveu: Todo o Israel será salvo – Rom 11:26ª.
3-Judeus
rejeitam a Graça
·
Para que uma pessoa pudesse ser salva pela Lei, teria
de observa-la com perfeição, sem ter pecado sequer uma vez.
·
Porque Deus nos deu a Lei, sabendo que ninguém seria
capaz de cumpri-la?
·
De acordo com Paulo, uma das razões foi para mostrar
as pessoas o quanto era culpadas (Gn 3.19).
·
O sistema sacrificial da Lei preparava as pessoas
para entenderem a obra de Cristo, o verdadeiro sacrifício (Hb 10.1-4).
·
As leis cerimoniais perduraram até a vinda de Cristo
(nascimento), pois apontavam para Ele, dai todos aqueles sacrifícios de
animais.
Pr. Carlos Borges (CABB)