segunda-feira, 13 de agosto de 2018

O BOM SAMARITANO (Quem é o meu próximo?).



Luc 10.30-36
Introdução: “A pior coisa que pode acontecer a um ser humano é ele se enclausurar dentro do próprio ego. É viver alheio ao sofrimento do próximo. É viver apenas para sua própria satisfação.”.


I CARACTERÍSTICA DA PARÁBOLA
1- O Contexto
·        Muitos se dizem religiosos, cristãos, mas não desejam nenhum comprometimento com os problemas dos outros. Isto é negação de religião, isto é negar a Cristo.
·        Muitos julgam que devam ajudar aos seus familiares, seus parentes, colegas e amigos, e nada mais. O seu círculo de amor é muito limitado, sua atuação muito restrita.
·        Na concepção cristã, o nosso próximo não está limitado à nossa família, nossas amizades, nossa raça. Nosso próximo é todo aquele que necessita de auxílio e quem podemos ajudar.
·        A parábola nos ensina que a verdadeira religião é a prática do amor. É crer fazendo. É viver o que crê, e fazer o bem que se deve fazer. Tiago diz: "A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações." Tiago 1:.27.
·        Não achamos que vale a pena gastar nosso tempo, energia, disposição.
·         No fundo, não queremos nos envolver porque pensamos “cada um por si, Deus por todos”.
·        O QUE É SEU É SEU, MAS O QUE É MEU PODE SER SEU TAMBÉM - O bom samaritano enxergou o outro como parte de si. Ele entendeu o verdadeiro sentido do reino de Deus.

2-Os Samaritanos
·        Os samaritanos eram um grupo religioso que tinha conflito com os judeus no tempo de Jesus. Eles viviam na região de Samaria e misturavam o judaísmo com outras crenças.
·         Jesus escandalizou muitos judeus porque não rejeitava os samaritanos.
·        Os samaritanos surgiram quando o povo de Israel se misturou com pessoas de outros povos e crenças.
·        Depois do reinado de Salomão, o povo de Israel se dividiu em duas nações: Israel e Judá (1 Reis 12:20).
·        Em Judá o povo continuou a adorar a Deus em Jerusalém, mas em Israel o povo se virou para a idolatria e misturou a adoração a Deus com outras religiões.
·         A capital do reino de Israel era Samaria.
·        Depois de muito tempo de idolatria, o reino de Israel foi conquistado pelo rei da Assíria. Muitos israelitas foram deportados para outras partes do império assírio e pessoas de outras nações conquistadas foram colocadas em Samaria (2 Reis 17:23-24).
·        Os novos habitantes de Samaria aprenderam sobre Deus, mas misturaram o judaísmo com a adoração de outros deuses.
·        Os judeus que restaram em Samaria se misturaram com os novos habitantes e surgiram assim os samaritanos.

3- O Conceito do próximo
·        Quem é o nosso próximo? A quem realmente devemos nos importar e demonstrar o nosso amor cristão?
·        Jesus contou esta história ao um doutor, "Intérprete da Lei" (V.25) a quem demonstrava que o único caminho para a vida eterna era : "Amar a Deus em primeiro lugar e amar o próximo como a si mesmo. A isto o doutor perguntou, “E quem é o meu próximo”?
·        Próximo não está relacionado com distancia, mas, sim com disponibilidade de fazer um bem, a quem estiver necessitando do mesmo.
·        É uma questão de amor ao seu semelhante, é ter compaixão, misericórdia, ajudar quem está necessitado.
·        Na história do Bom Samaritano, os indivíduos não são identificados pelos nomes, mas caracterizados pelas funções e ações.
·         O homem assaltado é um anônimo: talvez um viajante, um desempregado em busca de trabalho; quem sabe um boia-fria.
·        Enfim, é alguém carente, desprotegido, marginalizado, sem amigos, sem dinheiro, sem família - sem ninguém - a sós no mundo, como milhões de outros por aí. Lá está ele: jogado à beira da estrada, caído na sarjeta abandonado.

II LIÇÕES DA PARÁBOLA
1-As três Filosofias de vida.
·        Os assaltantes pensavam da seguinte maneira: O que é meu é meu; o que é teu deve ser meu também.
·        Esse tipo de mentalidade olha para o próximo com a intenção de tirar vantagem dele.
·         Está certo que poucos de nós chegaríamos ao ponto de assaltar alguém, mas quantas vezes não nos aproximamos de alguém para conseguir alguma coisa para nós mesmos?
·        Quantas vezes não cobiçamos aquilo que é do outros, sentindo inveja de seu sucesso, de sua casa, de sua família?
·        Essa mentalidade egoísta sempre nos levará para longe de Deus e para longe de qualquer felicidade verdadeira.
·        O pensamento do levita e do sacerdote pode ser expresso da seguinte forma: O que é meu é meu; o que é seu é seu.
·        O levita e o sacerdote representam as pessoas religiosas, que conhecem a lei de Deus detalhadamente, mas não entendem o real sentido dela.
·         Provavelmente o homem que foi assaltado na parábola estava sujo de sangue, ferido.
·         Se os religiosos tivessem tocado nele ficariam “impuros cerimonialmente” e não poderiam entrar no templo.
·        Por isso, preferiram passar ao largo, cuidar de sua própria vida.
·        Muitas vezes nos esquivamos daqueles que precisam de ajuda porque não queremos tocá-los.

2- A Religiosidade que aliena
·        Hoje, o que importa é anunciar um Cristo milagreiro, que soluciona qualquer problema pessoal, que é capaz de promover riquezas, curas, bem-estar pessoal etc.
·        Há uma verdadeira dosagem de alienação a partir do culto, da pregação da palavra e das músicas. 
·        O culto ou a celebração gira em torno de louvores, orações prolongadas desvinculadas da vida sofrida do povo, aplausos, choros, lágrimas, pula, pula, gritaria, chegando às vezes ao histerismo.
·        No dicionário Aulete Digital, a pessoa religiosa é um religioso, e o religioso é o seguidor de uma religião.
·        Vejamos bem o significado de tal religiosidade, o religioso crê e segue uma religião, ou seja, algo criado por homens.
·        Nós que nos chamamos cristãos temos por obrigação ser igual a Cristo, isso implica que somos seguidores da Palavra de Deus, independente de nossa denominação, antes somos cristãos.

3-Ortodoxia sem Misericórdia nada vale
·        O que significa Ortodoxia - É a condição de cumprimento absoluto com todas as decisões, preceitos e ideais de certo padrões ou dogma considerado tradicional, de modo rigoroso e rígido.
·        Este termo é normalmente associado a uma doutrina cristã, que é caracterizada por seguir rigorosamente todas as normas tradicionais da igreja.
·        A ação social não é um substituto do evangelho, mas uma demonstração de sua eficácia. As boas obras não são a causa de nossa salvação, mas o resultado dela. Somos salvos pela graça, mediante a fé, para as boas obras. Não somos salvos pela fé mais as obras, mas somos salvos pela fé, para as boas obras. Destacaremos três verdades solenes sobre esse magno assunto:
·        Em primeiro lugar, a igreja é o povo que manifesta ao mundo a misericórdia de Deus. A igreja alcançada pela graça demonstra ao mundo a misericórdia divina, através de atos concretos de bondade.
·        Em segundo lugar, a igreja é o povo que demonstra o seu amor por Deus ao amar de forma prática os necessitados. Não podemos dizer que amamos a Deus a quem não vemos se não amamos o nosso próximo a quem vemos.
·        Em terceiro lugar, a igreja é o povo que faz do socorro ao necessitado um culto de adoração a Deus. O apóstolo Paulo chamou a oferta recebida da igreja de Filipos de sacrifício aceitável e aprazível a Deus (Fp 4.18).

III CONCLUSÃO DA PARÁBOLA
1-Omissão e pecado
·        A falta de amor pode ser um tipo de pecado(1 Jo 4.7). Outra forma muito comum é o pecado de omissão.
·        Essa forma de transgredir as leis divinas, muitas vezes, é ignorada entre o povo de Deus.
·        Porém, as consequências do seu julgamento não serão menores diante do Altíssimo (Mt 25.31-46).
·        Não é apenas deixando de obedecer à lei expressa de Deus que incorremos em pecado, mas de igual modo, quando omitimo-nos de fazer o bem, pecamos contra Deus e a sua justiça (Lc 10.25-37; Jo 15.22,24).
·        Sendo assim, se podemos fazer o bem e não fazemos estamos sendo tão pecadores quantos aqueles que fazem o mal e o problema maior é que jamais conseguiremos esconder isso de Deus, ou seja, Ele sabe muito bem tudo aquilo que podemos e não podemos, já que é Ele que nos capacita e nos dá todas as condições de continuar.

2-O herói foi o samaritano
·        O samaritano sabe o que é sofrer, ele foi de certo modo hostilizado pelos judeus, alguns samaritanos podem até terem sido espancados pelos seus algozes (judeus).
·        Esperava-se deles(judeus) que fossem praticantes da palavra de Deus, pois a conheciam. Eles sabiam o que tinham de fazer.
·         Já o samaritano era considerado pelos judeus uma pessoa de segunda qualidade, indigna, pois eram inimigos.
·         O detalhe da história é que o sacerdote e o levita nem ligam para o homem que acabara de ser assaltado e agredido, mas o samaritano faz de tudo para salvar esse homem.
·        Quando o amor está acima do nosso comodismo, interesse, fazemos muito mais do que precisa ser  feito.
·        O amor é o combustível da caridade, sem amor a caridade não anda.

3- Vai e faz o mesmo
·        A importância da parábola do bom samaritano para o cristianismo é algo muito proveitoso, que a nossa mente, não consegue entender.
·        Jesus Cristo utilizou um exemplo fantástico para ensinar sobre o segundo mandamento.
·         Ele nos apresenta a essência do que significa amar ao próximo.
·        Quem é o nosso próximo e como devemos tratá-lo.
·        A minha distancia para Deus, deve ser a mesma para o meu próximo, e vice versa.
·        Em nossos dias é possível que no lugar do sacerdote e do levita, Jesus Cristo colocasse um padre ou um pastor. E para o lugar do samaritano, um representante dos grupos minoritários: negro, homossexual, índio, latino, cigano, pobre, etc.
·        Forte não?
·        Essa era a  intenção de Jesus na parábola. Não importa quem é a pessoa ou o que ela faz, se é um ser humano, é meu (nosso) próximo.

       Pr. Carlos Borges (CABB )

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