segunda-feira, 1 de outubro de 2018

A ARTE DE GOVERNAR NO ANTIGO TESTAMENTO



Gên.1.26-28
Introdução: De onde viemos, para onde vamos? Porque fomos criados? Desde o tempo antigo, o homem olha para o céu, para os astros e estrelas, buscando respostas a essas perguntas fundamentais e ao mesmo tempo tão intrigantes. Diversos filósofos, astrônomos, físicos e outros pensadores têm se dedicado a tentar explicar qual seria a origem do universo e, de forma especialmente particular, da criação do ser humano.

I O HOMEM É A CRIAÇÃO DE DEUS
1-Feito à Imagem de Deus
·        Adão [do hebraico "vermelho", adom], termo similar ao usado para designar 'terra' [hb. 'adama], foi assim chamado pois Deus formou Adão do barro, da terra.
·        "E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente." Gênesis 2:7.
·        Diferentemente de todo o restante da criação, onde Deus simplesmente utilizara o termo 'haja', com o homem o Senhor demonstra profunda consideração e planejamento.
·        O Elohim emprega a frase “façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”.
·        Em que sentido foi feitos à imagem de Deus? Obviamente Deus não nos criou exatamente como Ele, porque Deus não possui corpo físico.
·        Apesar disso, devemos entender que o homem, em todo o seu ser, é a imagem e semelhança de Deus, de modo que sua plena constituição, material e imaterial (corpo e alma/espírito), representa a Deus.
·        O homem é uma criatura racional, pessoal, criativa e moral, com quem o próprio Deus compartilha seus atributos comunicáveis.
·        Ele possui vida proveniente de Deus e potencial para se relacionar com Ele.
·        O auto valor do homem não está baseado  em posses, conquistas, atrativos físicos ou aclamação pública.
·        Saber que somos pessoa  de valor, ajuda-nos a amar a Deus, conhece-lo pessoalmente e prestar uma valiosa contribuição às pessoas ao nosso redor.
·        Adão era o único ser em que Deus utilizou a sua própria imagem, uma criatura feita para refletir a sua glória.
·         A visão tradicional da criação está associada com a imagem de Deus no homem, representando a sua moral e ética, bem como a habilidade intelectual que recebeu do criador. 

2- Feito a semelhança de Deus
·        Algumas pessoas tentam estabelecer diferenças entre “ser à imagem de Deus” e “ser à semelhança de Deus”. Todavia, as palavras “imagem” e “semelhança” são sinônimas.
·         Na Bíblia elas são aplicadas para se referir ao mesmo significado.
·        Os termos hebraicos tselem e demuch são traduzidos como “imagem” e “semelhança” respectivamente. Apesar da Septuaginta (versão grega do Antigo Testamento) e a Vulgata (versão latina da Bíblia), inserirem um “e” entre essas duas expressões, na frase em hebraico não existe nenhuma conjunção entre essas palavras. Isto significa que no original lemos: “à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”.
·        É muito fácil notar que não há diferença entre “imagem” e “semelhança” nesse sentido no texto bíblico. Isto pode ser percebido quando analisamos alguns versículos do próprio livro de Gênesis. O autor bíblico utiliza essas duas palavras de forma intercambiável.
·        Mesmo ficando claro que essas expressões são sinônimas, é possível que talvez o autor de Gênesis tenha usado essa repetição particularmente em Gênesis 1:26, para garantir que as pessoas compreendessem algo muito importante.
·        Apesar de o homem ser criado à imagem de Deus de modo algum ele é divino. Em outras palavras, o homem é uma representação de Deus, mas não é um semideus.
·         O homem reflete sua imagem, na medida em que é semelhante a Ele em alguns aspectos.

3-Coroa da Criação
·        Muitas são as perguntas no mundo natural a respeito de quem seja o homem.
·        Entretanto o ser humano no seu entender carnal, jamais poderá chegar a um consenso de quem ele é realmente.
·        O artista e filosofo francês Augusto Rhodire, configura a seguinte questão: Quem sou eu,  onde vim, porque estou aqui e para onde vou?
·        Fica difícil para a nossa espécie saber tais mistérios. A não ser que Deus resolva revelar através da sua misericórdia.
·        O Salmista nas suas profundas revelações chegou a questionar: Salmo 8:4-5 –...que é o homem mortal para que te lembre dele? E o filho do homem, para que o visites? – Contudo, um pouco menor o fizestes que os anjos, e de gloria e de honra o coroastes.
·        Vimos que o Senhor tem usado todos os meios para que cada um se componha humildemente e receba as bênçãos que Ele tem preparado para cada momento da nossa existência no século presente.
·        Mas infelizmente alguns rejeitam e levam uma vida de soberba e sem encanto.

II O HOMEM COMO GESTOR DA TERRA
1-Dominio
·        O HOMEM QUE DOMINA Nosso Deus, a quem pertence todo o Poder, o Domínio, a Honra e a Glória, que nos criou à Sua imagem e semelhança nos deu o poder para dominar.
·        Portanto, o homem que domina busca o poder de Deus e, dessa forma: * Exerce o poder sobre o inimigo (Lc 10.19).
·         Está debaixo da graça de Deus e não sob o domínio do pecado (Rm 6.14).
·        Exerce o controle de todos seus pensamentos,  sentimentos e  emoções (Co 2,16; Fp 4.8).
·        Vence o mundo e a carne (1 Jo 4-5)
·         Posiciona-se no controle sobre as circunstâncias, pondo a sua confiança em Deus (Rm 8.35-39).
·        O homem foi criado por Deus para dominar, para ser governo.
·         Deus já nos deu o poder para vencer, derramando, sobre nós, da Sua graça e do Seu fortalecimento para que fôssemos livres do domínio do inimigo, do pecado, do mundo, da carne, das circunstâncias e das interferências contrárias  em nossos pensamentos.
·         Cristo, na Sua vinda restaurará, por completo, o nosso domínio.
·         “Ao único Deus, Salvador nosso, por Jesus Cristo nosso Senhor, seja glória e majestade, domínio, e poder, antes de todos os séculos. Agora e para todo o sempre. Amém!” (Jd 25).

2-Trabalho
·        A Bíblia nos ensina a encarar o trabalho de forma equilibrada.
·        Ela condena a preguiça e incentiva a pessoa a ser trabalhadora (Provérbios 6:6-11; 13:4).
·        Mas ela não aprova trabalhar em excesso.
·        Em vez disso, ela nos incentiva a relaxar e descansar de tempos em tempos.
·         Eclesiastes 4:6 diz: “Melhor é um punhado de descanso do que um punhado duplo de trabalho árduo e um esforço para alcançar o vento.”
·        Portanto, não devemos ficar tão envolvidos com o trabalho a ponto de negligenciar nossa família ou nossa saúde.
·        Se o salário é bom, o trabalho é bom. Essa ideia, junto com a tentação do dinheiro fácil, leva algumas pessoas a se envolver em práticas comerciais desonestas e até a aceitar um trabalho ilegal.
·        Não há nenhum mérito em se matar de trabalhar! “Para o homem não há nada melhor do que comer, e deveras beber, e . . . ver o que é bom por causa do seu trabalho árduo.” — Eclesiastes 2:24.
3- Capacidade
·        “Deus move o céu inteiro naquilo que o ser humano é incapaz de realizar, mas não move uma palha naquilo que a capacidade humana pode resolver.”
·        Certa vez, um príncipe duvidou de Jesus e da Sua capacidade de salvar e levar as pessoas ricas para o céu.
·        Em resposta à falta de fé daquele jovem, Jesus disse: “As coisas que são impossíveis aos homens são possíveis a Deus.” Lucas 18:27.
·        Deus dotou-nos de capacidades para resolvermos várias situações da vida; e devemos empenhar-nos em resolvê-las da melhor maneira.
·        Há coisas que Deus não pode fazer por nós, mas há outras coisas que só Deus pode resolver.
·        Aquilo que pertence a Deus; chamamos de milagres, e milagres acontecem! Em uma outra ocasião Jesus ressuscitou Lázaro depois de 4 dias que estava morto.
·        O ato de ressuscitar foi divino, mas os atos de remover a pedra e tirar os panos que envolviam Lázaro, foram humanos.
·        Há coisas que só os seres humanos podem fazer, e a isso chamamos de ocupação útil.
·         Ocupemos nosso tempo em fazer nossa parte nesta vida, mas sempre com a colaboração do nosso Pai de amor.

III GOVERNAR É UM PRINCIPIO DIVINO
1-Governo entre os povos
·        O governo vem de Deus para manter a ordem e a paz.
·        Os governantes têm grande responsabilidade diante de Deus.
·        Eles devem fazer justiça e guiar o povo com sabedoria e cuidado.
·        Deus julgará os governantes de acordo com suas ações.
·        Deus mandou respeitar e orar pelas autoridades governamentais.
·        Nem sempre o governo é bom, mas devemos orar para que o país seja bem liderado.
·         Orar pelos governantes é querer o bem do país.

2-Governo  em Israel
·        Os hebreus se organizaram, no início, como uma república social bem descentralizada, municipalista, campesina e artesã, comunitária, com economia mista, com ampla intervenção planificadora do Estado e estatais, regida por “juízes” (legisladores e julgadores) eleitos pelo povo. Esta foi a república dos Juízes, tendo grandes estrelas como Débora.
·        Davi foi eleito pelo povo.
·        E isso após ir galgando aos poucos o poder, como numa escada de cargos, numa carreira.
·        Davi também teve ser aclamado (eleito, apoiado) pelo povo em várias ocasiões e assembleias, como ocorreu com Saul, até poder se sentar no trono.
·        Tudo isso deixa claro que a Bíblia considera que o poder deve ser consensual (obediência racional voluntária) e que o poder deve servir (libertar) o povo.
·        As linhas gerais de uma democracia social estão implícitas nos textos da Bíblia, estando bem claras nas normas da República hebraica, pautada pelas leis reveladas a Moisés.
·        A Igreja, o cristianismo, seguiu os passos hebraicos e também da Paidéia (das melhores ideias egípcias, etruscas, sumérias, persas, gregas, romanas etc).
·         Uma prova disso é que o Novo Testamento foi escrito, quase todo, em grego e parte do Antigo Testamento foi escrito em aramaico.

3-Governo Eterno
·        Reino é uma forma de governo em que a autoridade reside em um rei.
 Esse governo se estende sobre todos os territórios e pessoas que estão debaixo do domínio do rei.
·        Nos tempos bíblicos, a maioria do povo era governada por reis. Por isso, as nações eram chamadas reinos. 
·        A grande diferença para o Reino Eterno de Cristo é que o Reino Milenar será na terra e ainda existirá uma vida natural, não glorificada.
·        Isto quer dizer que os homens daquela geração estarão ainda vivendo em seus corpos naturais, sujeitos ao envelhecimento e a todas as limitações humanas, porém com uma diminuição substancial dos percalços e das dificuldades que o pecado trouxe à raça.
·        Também haverá morte, mas a vida natural dos homens experimentará uma sobrevida jamais sabida desde a Promessa.
·        Todas essas características deste inédito Reino futuro são sublinhadas pela Palavra de Deus entre as características do Milênio como a Bíblia as apresenta, citamos as que se encontram no texto de Miquéias 4:1-7 para começar:
·        O engrandecimento do Templo do Senhor em Jerusalém (vs. 1; Is. 31:5; 54:5; 60:7b,13).
·        O afluxo dos povos para Jerusalém com o fim de aprender a Palavra do Senhor (vs. 1,2).
·         Ver também Is. 2:3; a terra se encherá do conhecimento do Senhor conforme Is. 11:9b; 54:13;
·        Juízo e Justiça no exercício da autoridade, num alcance imediato e amplo até às partes mais remotas da terra (vs. 3a.); (ver também Is. 11:3-5; 32:1;)
·        Desarmamento mundial por completo (vs. 3b)
·        Desaparecimento das hostilidades internacionais (vs. 3c).
       
       Pr. Carlos Borges (CABB)

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