terça-feira, 25 de setembro de 2018

O FARISEU E O PUBLICANO(A atitude certa e na Oração)



Luc. 18.9-14
Introdução: Essa parábola de Jesus foi proferida com o objetivo de atingir alguns homens que “confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros” (Lucas 18.9). Ela mostra a história de dois tipos de homens diferentes, que em um mesmo dia tiveram um mesmo pensamento, que foi o de ir até o templo fazer orações. Jesus faz um contraste entre a oração realizada pelo fariseu, que era um religioso da época e a realizada por um publicano, que era um cobrador de impostos e, por esse fato, era de um grupo muito odiado pelas pessoas e até considerado pecador da pior qualidade.


I CARACTERÍSTICA  DA PARÁBOLA
1- O Fariseu.
·        As tradições dos fariseus, bem como a interpretação e a aplicação de suas leis, tornaram-se para eles tão importante quanto a Lei de Deus.
·        As leis farisaicas não eram totalmente más, algumas eram até benéficas, mas problemas surgiram quando os lideres religiosos: (1) - Sustentavam a ideia  de que as leis elaboradas por eles(homens) eram iguais às criadas por Deus; (2) -  Recomendavam a todos que obedecessem a suas leis, porém eles mesmos  não as respeitavam; ( 3) – Obedeciam às leis  não para honrar a Deus, mas  para terem uma aparência de homens justos.
·        Jesus geralmente não condenou o que os fariseus ensinavam, mas a hipocrisia deles.
·        Esses homens levavam tiras de couro que continham versículos das Escrituras (filactérios)
·        As pessoas muito religiosas atavam-nas à testa ou aos braços, a fim de obedecerem literalmente  à recomendação de Dt. 6.8 ; Êx.13.9-16.
·        Mas essas tiras que eram muito grandes, haviam se tornado mais importante pelo prestigio que conferiam aos que a usavam do que pela  verdade que continham.


2- O Publicano
·        Os publicanos eram cobradores de impostos para o império romano. Eles eram desprezados pelo povo porque muitos eram corruptos.
·         Jesus foi criticado por conviver com publicanos.
·        Os publicanos cobravam impostos aos seus compatriotas para o mantimento do império romano.
·        Os impostos do império eram pesados e os publicanos muitas vezes cobravam demais, enriquecendo a custa da miséria do povo.
·        Os judeus, que não gostavam do domínio romano, sentiam-se traídos pelos publicanos.
·        Os publicanos tinham uma reputação muito ruim. O publicano era conhecido como ladrão, avarento, sem coração.
·        Os fariseus e outros religiosos se recusavam a conviver com publicanos, para não serem contaminados.
·        Jesus nunca rejeitou ninguém que quisesse segui-lo.
·         Jesus não sentia repugnância pelos publicanos; ele via que eram pessoas que precisavam muito da salvação.
·        Por isso, ele fazia amizade com publicanos, visitava suas casas e até comia com eles.
·         Jesus não aprovava de sua conduta, mas ele oferecia perdão e uma chance para mudarem de vida (Mateus 9:11-13).
·        Alguns publicanos se tornaram seguidores de Jesus. Mateus, um dos apóstolos era publicano (Mateus 10:2-3). Zaqueu, o chefe dos publicanos, também se converteu.


3- A questão da oração
·        Jesus faz um contraste entre a oração realizada pelo fariseu, que era um religioso da época e a realizada por um publicano, que era um cobrador de impostos e, por esse fato, era de um grupo muito odiado pelas pessoas e até considerado pecador da pior qualidade.
·        Essa parábola mostra claramente que a religiosidade que ostentamos em nossa vida não significa nada para Deus se não brotar de um coração sincero e se não for de acordo com a vontade Dele.
·        O fariseu e o publicano tiveram atitudes de religiosos, pois estavam buscando a Deus em oração, porém, o fariseu, o mais religioso dos dois, é reprovado, pois sua religiosidade – e oração – era vazia.   
·        O publicano não era considerado um religioso, mas tinha um coração que agradava a Deus.
·        O fariseu mostrou o quanto estava distante de Deus quando exaltou suas próprias obras como sendo, na visão dele, o motivo de Deus o “aceitar” em Sua presença.
·        Porém, ele apenas mostrou o quanto adorava a si mesmo e não a Deus.
·        O publicano, apesar de não ser um atuante religioso, foi até a presença de Deus com uma visão bíblica de si mesmo e de sua situação corrompida de pecador.
·        De cabeça baixa, batia no peito, clamando pela misericórdia de Deus sobre sua vida.


II LIÇÕES DA PARÁBOLA
1- O orgulho Atrapalha
·        A oração do fariseu indica dois sintomas de orgulho espiritual.
·        Primeiro, ele julga o cobrador de impostos e todos os outros.
·        Em segundo lugar, a oração é toda sobre ele, suas boas obras e justiça.
·        Ao contrário do fariseu, o cobrador de impostos (publicano) está cheio do temor de Deus.
·        Para ele a presença de Deus é como um espelho que reflete o estado de sua alma.
·        Ele se arrepende e busca a misericórdia de Deus, ele não se gaba nem julga o fariseu.
·        Os fariseus eram ícones da espiritualidade enquanto os cobradores de impostos eram símbolos do pecado, o publicano sai justificado, mas o fariseu saiu da mesma forma que entrou.
·        Deus é misericordioso para com os humildes de coração, mas despreza os soberbos (Tiago 4:6).

2- Considere as outras pessoas
·        Esta parábola tem três lições para nós.
·        Se aplicarmos estas três verdades não vamos sair da presença de Deus da mesma forma que entramos; como o publicano vamos sair justificados, transformados e com paz de espírito.
·        1 -Não julgue-Julgar os outros significa pronuncia-los culpados.
v  É o fruto do orgulho espiritual.
v  Exemplo: fofoca, crítica, maledicência, condenação, denuncias falsas e etc.
v  Não usar a correção como uma cobertura para julgar os outros. A correção é pessoal, amorosa e respeitosa, mas julgar não é, (Mateus 18:15-17).
·        2-Não se gabe- Não ir à igreja para mostrar suas habilidades, riqueza ou conhecimento.
v  Deus condena tais motivos, peça ao Espírito Santo para lhe mostrar seus defeitos quando você estiver diante da presença de Deus.
v   Arrepender-se e buscar a misericórdia de Deus.
v   Ore para que ele lhe dê a graça de abandonar seus velhos hábitos.
·        3-Dependa de Deus- A falsa espiritualidade dos fariseus era usada como uma tampa para encobrir suas fraquezas e deficiências.
v  Na igreja também alguns cristãos muitas vezes cobrem suas fraquezas com uma sensação de falsa espiritualidade.
v  Não deixe que o ministério ou qualquer outra coisa sustentar sua autoimagem. Dependa de Deus e ele te exaltará, (... quem se humilha será exaltado... Lucas 18:14).

3- O Valor do Arrependimento
·        Muitos entendem que o termo “arrependimento” significa “tornar-se contra o pecado”, essa não é a definição bíblica de arrependimento.
·        Na Bíblia, a palavra “arrepender” significa “mudar de ideia/convicção”.
·        A Bíblia também nos diz que arrependimento verdadeiro vai resultar em uma mudança de comportamento (Lucas 3:8-14; Atos 3:19).
·        Arrependimento e fé podem ser entendidos como “dois lados da mesma moeda”.
·        É impossível colocar nossa fé em Jesus Cristo como Salvador sem primeiro mudarmos nossa convicção sobre quem Ele é e o que Ele tem feito.
·        Na Bíblia, arrependimento resulta em uma mudança de comportamento.
·         Por isso João Batista convidou as pessoas a produzir “frutos dignos de arrependimento” (Mateus 3:8).
·        Uma pessoa que realmente se arrependeu de sua rejeição de Cristo e passou a ter fé nEle vai tornar isso evidente através de uma vida transformada (2 Coríntios 5:17; Gálatas 5:19-23; Tiago 2:14-26).
·        Arrependimento, propriamente definido, é necessário para salvação.
·        Arrependimento bíblico é mudar de convicção sobre Jesus Cristo e tornar-se para Deus em fé para salvação (Atos 3:19).
·        Tornar-se contra o pecado não é uma definição de arrependimento, mas é um dos resultados do arrependimento genuíno que foi baseado em fé verdadeira pelo Senhor Jesus Cristo.

III CONCLUSÃO DA PARÁBOLA
1- O Perigo da teatralidade
·        Os fariseus seguiam não somente a lei escrita de Deus, mas também as tradições orais que lhes tinham sido passadas. Eles acreditavam que ambas era a vontade de Deus.
·        Jesus não seguiu as tradições deles; daí, eles atacaram-no (Mateus 15:1-14; Marcos 7:1-13). Ele respondeu às críticas deles distinguindo claramente entre a lei de Deus e os mandamentos dos homens.
·        Jesus guardou todas as leis de Deus, mas sempre ignorou as regras do homem. Ele lhes mostrou que, guardando a tradição, os fariseus na realidade quebravam a palavra de Deus (Mateus 15:3-6).
·        Muitas igrejas modernas imitam os fariseus. Elas se agarram a suas tradições acima da palavra de Deus.
·        Muitas delas têm credos ou catecismos junto com a Bíblia aos quais eles dão sua fidelidade. Outros colocam os ensinamentos do pastor, pregador ou papa no mesmo nível com as Escrituras.
·        Jesus advertiu: "Em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens" (Mateus 15:9).

2 - Oração é mais que Palavras
·        A melhor definição encontra-se, é óbvio, está  na Bíblia.
·         Nenhum conceito teológico expressa com a mesma clareza e simplicidade o que ela significa.
·        A oração é segundo as Escrituras, uma via de mão dupla através da qual o crente, com seu clamor, chega à presença de Deus, e este vem ao seu encontro, com as respostas (Jr 33:3 –“ Invoca-me, e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes.”).
·        A oração é fruto espontâneo da consciência de um relacionamento pessoal com o Todo-Poderoso, onde não há espaço para o monólogo, pois quem ora não apenas fala, mas também precisa estar disposto a ouvir.
·         É um diálogo onde o crente aprofunda sua comunhão com Deus e ambos conversam numa linguagem que tem como intérprete o Espírito Santo (Rm 8:26-27- “Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimível.”
·        “E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos.”

3-O Publicano é justificado
·        O fariseu saiu “sentindo-se justificado”.
·        Ele tinha acabado de falar com Deus.
·        Ele se impressionou e, sem dúvida, o outros também, que tinham ouvido sua recitação hipócrita de valores.
·        Ele tinha cumprido sua responsabilidade e, em sua mente, tinha-a cumprido muito bem. O coletor de impostos, por outro lado, saiu justificado por Deus, porque se humilhou.
·        Ele saiu justificado porque possuía a chave do oferecimento de uma oração que é aceitável por Deus.
·         Ele demonstrava as qualidades da verdadeira grandeza no reino do céu como é descrita em Mateus 20:26-28. " Quem quiser ser o primeiro entre vos será vosso servo".
·        Este homem desceu á sua casa justificado porque percebia que quem quer que se humilhe será exaltado (Mateus 23:12). "Ó Deus, sê propício a mim, pecador"?

      Pr. Carlos Borges (CABB)

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