sábado, 7 de outubro de 2023

O NASCIMENTO DO FILHO DO HOMEM

Lc. 2.1-24

Introdução: Lucas foi o único escritor do Evangelho que relaciona os acontecimentos que registrou com a História mundial. Seu relato foi dirigido a um público predominantemente grego, interessado e familiarizado com a política. A Palestina estava sob os romano; César Augusto, o primeiro Imperador romano, era o líder. Os governantes romanos, tidos como deuses, viviam como tal, sendo as suas ordens como leis imutáveis, e que o povo tinha que obedecer sob pena de severas punições, daí o temor do povo em não contrariar esses deuses.

 I O NASCIMENTO DE JESUS

1- O Decreto de César (Lc. 2.1,3).

1.      Um censo romano foi feito para ajudar o recrutamento militar e/ou à coleta de impostos.

2.      Os judeus não tinham que servir no exército romano, mas talvez não deixassem de pagar as taxas.

3.      O decreto de Augusto foi editado no tempo perfeito de Deus e de acordo com seu perfeito PLANO de trazer Seu Filho ao mundo.

4.      Deveria ser tributado – Essa palavra “imposta” significa arrecadar e arrecadar dinheiro para o uso do governo.

5.       Este não é o significado da palavra original aqui.

6.      Significa antes “inscrever-se” ou fazer uma “lista” dos cidadãos, com seus empregos, a quantidade de suas propriedades etc., equivalente ao que se entende por censo.

7.      A Judéia era naquela época tributária de Roma.

8.      Pagou impostos ao imperador romano; e, embora Herodes fosse “rei”, ele ainda mantinha sua nomeação sob o imperador romano e estava sujeito a ele na maioria dos assuntos.

9.      Além disso, como essa “inscrição” era apenas para verificar os números e as propriedades dos judeus, é provável que eles estivessem muito dispostos a se matricular dessa maneira; e, portanto, ouvimos dizer que eles foram de bom grado, sem tumulto – ao contrário do modo comum quando deveriam “ser tributados”.

 2-O menino nasceu (Lc. 2.4-7).

1.      Deus controla toda a história.

2.      Devido ao decreto do Imperador Augusto, toda a situação encaminhou-se para que Jesus nascesse justamente na cidade profetizada para o nascimento dEle (Mq. 5.2), embora José e Maria não vivessem lá.

3.      José e Maria eram descendentes de Davi.

4.      No AT, há inúmeras profecias que asseguram que o Messias nasceria da linhagem de Davi (Is. 11.1; Jr.33.15; Ez. 37.24; Os. 3.4.

5.      Tiras de pano eram usadas para manter um bebê aquecido e dar-lhe uma sensação de segurança.

6.      Acredita-se que estes panos protegiam os órgãos internos.

7.      O costume de enrolar crianças deste modo ainda é praticado em muitos países do Oriente Médio.

3-Os anjos e os pastores (Lc. 28.20).

1.      Deus continuou a revelar seu Filho, mas não àqueles a quem poderíamos esperar.

2.      Lucas registrou que o nascimento de Jesus foi anunciado aos pastores no campo.

3.      Talvez estes provessem cordeiros para os sacrifícios no Templo, por meio destas ofertas Deus concedia o perdão dos pecados.

4.      Aqui, é relatado que os anjos convidaram os Pastores a saudarem o cordeiro de Deus (Jo. 1.36), que tiraria os pecados do mundo inteiro para sempre.

5.      Os pastores ficaram apavorados, mas o temor transformou-se em alegria quando os anjos anunciaram o nascimento do Messias.

6.      Primeiro os pastores correram par ver o bebê, depois divulgaram a noticia.

7.      Jesus é o seu Messias, o seu Salvador.

8.      Nós os salvos esperamos ansiosamente encontrá-lo por meio da oração e da Palavra todos os dias?

9.      Quem de nós, já descobriu este Senhor tão maravilhoso, a ponto de não conseguir evitar compartilhar nossa alegria com os nossos amigos e familiares?

 II CIRCUNCISÃO E APRESENTAÇÃO

1-Consagração de Jesus (Lc. 2.21-24).

1.      As famílias judias observavam várias cerimônias logo após o nascimento de um belo bebê.

2.      Entre as mais importantes estão.

3.       (1) A circuncisão­- Todo menino era circundado e recebia um nome no oitavo dia após o nascimento (Lv. 12.3; Lc. 1.59,60).

4.      A circuncisão simbolizava a separação dos judeus dos gentios e seu relacionamento singular com Deus.

5.      (2)- A redenção do primogênito- O filho primogênito era apresentado a Deus um mês após o nascimento (Êx. 13.2, 11-16; Nm. 15,16).

6.      A cerimônia incluía o resgate da criança para Deus por meio de uma oferta.

7.      Deste modo, os pais reconheciam que o filho pertencia a Deus, o único com poder de dar a vida.

8.      (3) A Purificação da mãe- Por quarenta dias depois do nascimento de um filho, ou oitenta após do nascimento de uma filha, a mãe era considerada impura e não podia entrar no Templo.

9.      No final desse período de separação, os pais deveriam oferecer um cordeiro em holocausto e um pombo (macho ou fêmea) como oferta pelos pecados.

10.    O sacerdote sacrificava estes animais e declarava a mulher purificada.

11.    Se um cordeiro fosse muito caro para a família, os pais poderiam oferecer dois pombos (macho ou fêmea).

12.    José e Maria fizerem isso por Jesus, apesar de ser Filho de Deus, eles cumpriram a Lei, Jesus não se esquivou da Lei, pelo contrario Ele a cumpriu perfeitamente.

 2-O Cântico de Simeão (Lc. 2.25-35).

1.      Simeão profetizou que Jesus traria duplas consequências a Israel, alguns cairiam por causa Dele (Is. 8.14,15), enquanto outros seriam elevados (Ml. 4.2).

2.      Nessa oração, Simeão frisou dois fatos de grande importância.

3.      Primeiro, ele entendeu que a vinda de Jesus ao mundo significava a vinda da salvação.

4.      Ver Jesus era o mesmo que ver a salvação divina.

5.      Quando adulto Jesus descreveu sua missão nestes termos: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido (Lc. 19.10)”.

6.      O apóstolo Paulo escreveu alguns anos depois: Fiel é a Palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal (1 Tm. 1.15)”.

7.      Não é possível manter-se neutro em relação a Jesus, as pessoas o aceitam alegremente ou rejeitam-no.

8.      Como mãe, Maria ficaria entristecida pela rejeição que Jesus enfrentaria.

9.      Esta é a primeira referência à dor materna no Evangelho de Lucas.

 3-A profetiza Ana (Lc. 2.36-38).

1.      Embora Simeão e Ana fossem muito idosos jamais perderam a esperança de que veriam o Messias.

2.      Guiados pelo Espírito Santo, eles estão entre os primeiros a dar testemunho sobre Jesus.

3.      Na cultura judaica, os anciãos eram respeitados, devido à idade de Simeão e Ana, suas profecias trouxeram uma confirmação extra.

4.      Nossa sociedade valoriza mais a energia da juventude do que a sabedoria dos anciãos, assim, as contribuições dos idosos são frequentemente ignoradas.

5.      Como cristãos, devemos inverter estes valores.

6.      Encoraje as pessoas na terceira idade a compartilharem suas sabedoria e experiências.

7.      Ouça cuidadosamente quando falarem.

8.      Ofereça-lhes sua amizade e ajude-as a encontrar caminhos para continuarem a servir a Deus

 III A INFANCIA DE JESUS

1- O regresso a Nazaré (Lc. 2.39-40).

1.      Maria e José teriam retornado imediatamente a Nazaré ou permanecido em Belém por algum tempo, como sugere o relato em Mt. 2?

2.      Houve um intervalo de vários anos entre os acontecimentos descritos nos versículos 38 e 39, tempo suficiente para o casal encontrar um lugar para morar em Belém, fugir para o Egito, a fim de escapar da ira de Herodes, e retornar a Nazaré em outra ocasião segura.

3.      Jesus era cheio de sabedoria.

4.      Este fato não surpreende, uma vez que Ele permanecia em intimo contato com o Pai celestial.

5.      Em Tg. 1.5, é dito que Deus generosamente dá sabedoria a todo aquele  que pede.

6.      De acordo com os ensinamentos de JESUS, podemos crescer em sabedoria se andarmos com Deus.

 2- O menino entre os doutores (Lc. 2.41-50).

1.      De acordo com             Lei, todo homem devia ir a Jerusalém três vezes por ano, por ocasião das grandes festas: A Páscoa, Festas dos Pães Asmos, que dura uma semana.

2.      A Páscoa judaica comemora a noite em que os hebreus saíram do Egito, quando Deus matou os primogênitos egípcios, mas não feriu os lares marcados com o sangue do cordeiro (Êx. 12.21-36).

3.      Lucas inicia a narrativa, afirmando que os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém para a festa da Páscoa (Lc 2,41).

4.      Na história do povo de Israel, por vários séculos, esta festa era uma celebração doméstica, um momento de memória coletiva do povo, mas também de fortalecimento de vínculos familiares.

5.      Entretanto, o rei Josias (640-609 a.C.) determinou que a festa deveria ser celebrada de forma centralizada em Jerusalém, a capital (2Rs 23,21-23).

6.       Com essa medida, ele conseguiu concentrar poder através do controle do culto praticado no templo, que ficava em Jerusalém.

7.      Houve muita resistência, mas a medida do rei Josias foi imposta pela força bruta.

8.      Para Lucas, os pais de Jesus seguem essa tradição, inclusive quando ele completa doze anos (Lc 2,42).

9.       Terminada a festa, eles começam a viagem de volta, sem notar que o menino não está na caravana.

10.    Depois de andarem um dia inteiro, percebem a sua falta e começam a procurá-lo entre os parentes e conhecidos.

11.    Como não o encontram, retornam a Jerusalém (Lc 2,43-44).

 3- E crescia Jesus (Lc. 2.51-52).

1.      Quando os dias festivos terminaram em Jerusalém, Jesus ficou para trás, enquanto seus pais presumiram que ele estava na comitiva que voltava para a Galileia.

2.       Eles estariam em uma caravana com muitos parentes e amigos (2:43-44), então seria fácil supor que Jesus estava entre o grupo em algum lugar.

3.      Quando perceberam que ele havia desaparecido, voltaram a Jerusalém e o encontraram após três dias de busca (2:45-46).

4.      Ele estava no templo, interagindo com os mestres e surpreendendo-os com seu entendimento (2:46-47).

5.      Quando seus pais perguntaram por que ele os preocupava, Jesus respondeu: Você não sabia que era necessário que eu estivesse na casa de meu Pai? (2:48-49).

6.      Eles não entenderam que ele tinha uma missão única no reino de seu Pai celestial (2:50).

7.      No entanto, ele também tinha a responsabilidade de honrar seu pai e sua mãe terrenos (ver Êxodo 20:12), então ele obedeceu e foi para casa com eles (Lucas 2:51).

8.      Embora seu filho a confundisse, Maria guardava todas essas coisas em seu coração (2:51). Um dia, ela entenderia. Enquanto isso, Jesus crescia em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens (2:52).

9.      Isso demonstra sua verdadeira humanidade.

10.    Ele não era simplesmente Deus disfarçado de homem.

11.    Ele tinha uma natureza divina perfeita e uma natureza humana genuína que amadureceu à medida que crescia.

 

 Pr. Capl.. Carlos Borges (CABB)

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