Ao Se dizer a vida, também disse ser a verdade
(Jo.14:6) e a verdade, disse em outra oportunidade, é a Palavra de
Deus(Jo.17:17). Por isso, a doutrina, enquanto ensino da Palavra de Deus, só
pode, mesmo, ser a fonte de vida, de modo que não tem qualquer sentido alguém
vir a dizer que o estudo, o aprendizado da Palavra de Deus seja causa de morte
(interpretando, fora de contexto e sem qualquer fundamento, a expressão “a
letra mata” de II Co.3:6). Bem ao contrário, é a doutrina quem nos desvia dos
laços de morte, pois só o conhecimento da doutrina da Palavra de Deus nos
impede de sermos enganados pelas falsas doutrinas, heresias e modismos que
proliferam com cada vez maior intensidade à medida que se aproxima o dia da
volta de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
- A Igreja, ao ensinar a sã doutrina, portanto, está sendo motivo de vivificação
dos homens, estando aí, aliás, como veremos na próxima lição, um dos elementos
fundamentais para o exercício da missão dinâmica da Igreja, ou seja, da
manutenção dos crentes como “pedras vivas” do edifício de Deus, do avivamento
espiritual. Uma igreja local que não prioriza a doutrina é uma igreja que está
se adaptando ao modelo da “igreja de Sardo”, uma igreja que tem nome de que
vive, mas que está morta, pois sem doutrina, não há possibilidade de vida
espiritual (Ap.3:1).
- Em Pv.16:23, a Versão Almeida Revista e Corrigida utiliza a palavra
“doutrina”, que é a mesma palavra hebraica “leqach”. Entretanto, tal versão
ficou isolada nesta tradução, pois a Versão Atualizada traduziu o termo por
“persuasão”, a Fiel e Corrigida por “ensino” e a Edição Contemporânea por
“instrução”. De qualquer modo, em que pese o isolamento da versão, temos aqui
um outro ensino relevante a respeito da doutrina. É a circunstância de que a
doutrina vem do coração, ou seja, o que o sábio ensina é o que lhe vem do
coração e, sabemos, que o princípio da sabedoria é o temor do Senhor. Por isso,
o que vem do coração do sábio é o que aí foi colocado pelo próprio Espírito
Santo e, portanto, temos que a doutrina nada mais é que o resultado da operação
do Espírito Santo na vida de alguém. O próprio Jesus nos ensina isto ao dizer
que o Espírito Santo, que Ele mandaria para ficar com os Seus servos, nos
ensinaria todas as coisas e nos faria lembrar de tudo quanto Jesus, a Palavra,
havia dito (Jo.14:26). Vemos, pois, que a doutrina nada mais é que o resultado
do ensino do Espírito Santo, o nosso Mestre por excelência. Mais uma vez,
portanto, sem qualquer fundamento quem acha que o estudo doutrinário é uma
exaltação humana. Bem ao contrário, o que temos é uma demonstração de submissão
do homem, de reconhecimento da soberania e supremacia divinas.
- A palavra “doutrina” reaparece na Versão Almeida Revista e Corrigida em
Is.29:24, onde, mais uma vez, traduz “leqach”, sendo seguido pela Fiel e
Corrigida, já que a Atualizada e a Edição Contemporânea traduzem o termo por
“instrução”. No texto, é dito que os murmuradores aprenderiam doutrina quando
houvesse a santificação que o profeta prometia para o povo do Senhor. A
santificação e o temor a Deus fariam com que os murmuradores, ou seja, aqueles
que se queixam de Deus, que se rebelam contra o Senhor, viessem a aprender
“doutrina”. Vemos que a “doutrina” só é aprendida por quem se separa do pecado,
por quem se submete ao Senhor, por quem prima por uma vida de comunhão com
Deus. Por isso, sentimos muita preocupação ao saber que muitos crentes, na
atualidade, fogem dos “cultos de doutrina”, dos “cultos de ensino”, prova de
que não estão a se santificar.
- A Versão Almeida Revista e Corrigida menciona “doutrina” em Is.42:4, para
traduzir, desta feita, “torah”, sendo seguida pela Versão Atualizada. Já a
Edição Contemporânea e a Fiel e Corrigida preferiram traduzir o termo por
“lei”, mas, como dissemos supra, o termo “torah”, embora tenha adquirido a
conotação de “lei” tem como seu significado o de “instrução”, de “doutrina”.
OBS: “…Há entre muitos judeus, e também cristãos, uma noção errônea muito
difundida de que a tradução exata de ‘Torah’ é ‘Lei’. Esse erro, provavelmente
involuntário em sua origem, foi sem dúvida cometidos pelos tradutores judeus de
Alexandria, no século III a.E.C., que prepararam a versão grega da Bíblia,
denominada Septuaginta. Estimulados, provavelmente, pela predileção pela lei
característica do ambiente cultural helenista, traduziram de maneira incompleta
o conceito da palavra hebraica, fazendo-a aparecer como ‘Lei’. Uma vez que a
versão Septuaginta das Escrituras era quase universalmente usada pelos judeus
fora da Judéia e das regiões de língua aramaica do mundo greco-romano — poucos
judeus ali sabiam hebraico ou mesmo aramaico (targum) — era natural que a
tradução de Torah como ‘Lei’ entrasse nas obras judaicas pós-bíblicas escritas
em grego ou traduzidas do hebraico para a língua grega.(…). O conceito de Torah
entre os judeus, no entanto, é muito mais amplo e mais profundo do que tão
somente a ‘Lei’: no seu sentido etimológico completo, ‘Torah’ também tem a
conotação de ‘doutrina’, ‘instrução’ e ‘orientação’. Mesmo o exame mais
superficial do Pentateuco comprova que a Torah tenta ser um inspirado guia
absoluto para toda a crença e o culto, e abranger todas as ramificações da
conduta individual e social. É, portanto, uma supersimplificação encarar a
Torah como sendo somente ‘Lei’. A Torah também é uma crônica genealógica dos
primórdios de Israel e inclui as biografias de seus ilustres antepassados e dos
primeiros líderes. Além disso, é um sermão fervoroso: ensina e moraliza
ininterruptamente. Exorta, incansavelmente, o israelita como indivíduo como a
coletividade inteira de Israel, a esquivar-se das más ações e tomar os caminhos
da verdade, da virtude, da misericórdia e da justiça, imitando os próprios
atributos de Deus; a abandonar a adoração de ídolos e a encontrar Deuys vivo na
prática do preceito ‘Ama teu próximo como a ti mesmo’, o qual, como disse Rabi
Akiva no século II, é o princípio central da religião judaica.…” (AUSUBEL,
Nathan. op.cit., p.81-2).
- Ao nos depararmos com este texto do profeta Isaías, vemos claramente que o
Servo do Senhor prometido para o futuro seria alguém que traria a “doutrina” de
Deus para as ilhas, isto é, até as extremidades da Terra. Neste texto, vemos
que a missão de Jesus, o Messias, o Servo do Senhor, era o de levar a
“doutrina” do Senhor para toda a Terra, “torah” que havia sido dada
inicialmente só a Israel. Por isso, ao iniciar Sua pregação, o Senhor conclamou
Seu povo ao arrependimento e a crer no Evangelho(Mc.1:14,15), o mesmo que
determinou que fizéssemos depois de Sua ascensão ao céu (Mc.16:15). O
“evangelho” é a “doutrina de Cristo”, é a “doutrina de Deus”. Por isso, não
podemos crer em qualquer outra doutrina, em qualquer outro evangelho, ainda que
seja trazido por anjos (Gl.1:8).
- Esta doutrina foi mantida pelos apóstolos e tal circunstância nos mostra,
claramente, que é a doutrina que deve ser seguida pelo povo de Deus, pela
Igreja. A primeira nota característica que se escreve a respeito dos salvos
reunidos para fora do mundo, a partir do dia de Pentecostes, foi o fato de que
“perseveravam na doutrina dos apóstolos” (At.2:42). Na igreja primitiva, o
trabalho dos crentes outro não era senão encher Jerusalém da doutrina
(At.5:28). A preocupação dos apóstolos era orar e ensinar a Palavra de Deus à
igreja, ou seja, dar doutrina (At.6:2,4). Com estas informações que nos vêm do
texto sagrado, temos alguma dúvida por que a igreja prosperava e a todo
instante o Senhor acrescentava aqueles que haviam de se salvar (At.2:47) ?
Simplesmente porque dava o primeiro lugar, em sua atividade, à doutrina!
- Esta primazia da doutrina foi sempre uma característica da igreja nos tempos
apostólicos
Pr. Carlos Borges(CABB)
terça-feira, 30 de dezembro de 2014
segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
PRESERVANDO A DOUTRINA-MISSÃO CONSERVADORA DA IGREJA - PARTE III
pessoas a quem deu os dons ministeriais
(Ef.4:11-16), a fim de que os salvos possam se tornar verdadeiros e genuínos
discípulos do Senhor Jesus e cresçam espiritualmente, formando Cristo em cada
um deles (Gl.4:19).
- A segunda vez que vemos a palavra doutrina nas Versões Almeida é em Jó 11:4 (é importante lembrarmos que Jó seja, talvez, o livro mais antigo da Bíblia e, portanto, a sua referência seria anterior mesmo a de Dt.32:2), que é a mesma palavra “leqach” já mencionada. Aqui, um dos “amigos” de Jó, Zofar, acusa Jó de dizer que a “sua” doutrina era pura e que ele se sentia limpo aos olhos de Deus. A palavra “doutrina”, aliás, também é empregada pela Tradução Brasileira, pela Nova Tradução na Linguagem de Hoje e pela Nova Versão Internacional. Temos o mesmo significado do texto anterior. Embora se esteja a referir a um conjunto de ensinos de Jó, Zofar está a considerar que o patriarca é presunçoso ao querer dizer que seus ensinos são provenientes da parte de Deus. Doutrina continua a ser considerada como um ensino vindo da parte de Deus, um ensinamento com origem no céu.
- Dentro deste sentido, vemos que a doutrina não é algo que venha da Igreja, mas algo recebido do céu para a Igreja. A Igreja é apenas a guardiã, ou seja, a instituição destinada a guardar os ensinos divinos e a divulgá-los para os homens. Não é a Igreja quem cria doutrinas, mas ela apenas transmite aquilo que foi ensinado pelo Senhor Jesus e que é constantemente lembrado e anunciado pelo Espírito Santo ao povo de Deus (Jo.14:26; 16:13-15).
- Isto se torna ainda mais evidente quando vamos ao Novo Testamento e ali observamos que a palavra grega “didaché”, que é a palavra grega para “doutrina”, possui um significado passivo, ou seja, em muitas ocasiões seu significado é “o que é ensinado”, como a demonstrar que a “doutrina” não é algo que seja criação humana, mas, sim, algo que é recebido pelo homem da parte de Deus. A “doutrina”, portanto, não é algo que venha da imaginação ou da mentalidade de um homem, mas, sim, única e exclusivamente aquilo que tem origem em Deus. Não foi à toa que, no mesmo evangelho segundo Mateus, vemos a expressão esclarecedora do Senhor: “aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para as vossas almas” (Mt.11:29b).
- Este é o mesmo significado que encontramos nos outros dois evangelhos sinóticos. Em Marcos e em Lucas, a doutrina é apresentada como o conjunto de ensinamentos de Cristo, ensinamentos estes que causavam admiração por parte do povo, que também sentia que era um ensino que vinha de quem tinha autoridade, ou seja, de quem vivia aquilo que ensinava (Mc.1:27; 4:2; 11:18; Lc.4:32).
- Não é diferente no evangelho segundo João. Neste evangelho, escrito para mostrar que Jesus é o Filho de Deus, está uma das mais importantes afirmações bíblicas a respeito da doutrina. Interpelado sobre Seus ensinos, o Senhor Jesus limitou-se a dizer: “…A Minha doutrina não é Minha, mas dAquele que Me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade dEle, pela mesma doutrina, conhecerá se ela é de Deus ou se Eu falo de Mim mesmo.” (Jo.7:16,17).
- Jesus mostra-nos, claramente, que a Sua doutrina outra não era senão a doutrina do Pai. A doutrina não fala do próprio doutrinador, mas, sim, de Deus e somente quem vivenciar a doutrina, quem nela crer e por ela viver, verá que esta doutrina é a verdade, que esta doutrina é a vontade de Deus. A doutrina é a manifestação da vontade de Deus para o homem. Seguir a doutrina é seguir a vontade de Deus para o homem e é por isso que muitos se têm levantado contra a doutrina, porque ela implica na renúncia do eu, na renúncia do ego, na renúncia de nós mesmos, sem o que é impossível seguir a Jesus (Mt.16:24). Daí porque Jesus foi interrogado pelo sumo sacerdote a respeito de Sua doutrina (Jo.18:19).
- Se temos a doutrina de Cristo, se a seguimos, não podemos, portanto, ser diferentes. A doutrina tem de ser a mesma e, neste passo, os doutrinadores não podem querer aparecer ou dizer o que é certo ou o que é errado, como muitos têm feito e já o faziam nos tempos apostólicos, onde já se registravam doutrinas de homens (Mt.15:9; Mc.7:7; Cl.2:22) e até doutrinas de demônios (I Tm.4:1). Devemos permanecer na doutrina de Cristo, pois quem não persevera nesta doutrina não tem a Deus (II Jo.9).
- Assim como Jó, a Igreja deve reconhecer que os ensinos provêm de Deus e que, portanto, não podemos alterá-los nem tampouco deles nos apropriarmos a ponto de gerarmos novas doutrinas, novos ensinos. É completamente equivocado o ensino de que a Igreja possui um “Magistério” e é capaz de gerar uma “tradição” que tem o mesmo valor da Palavra de Deus, como defendem os romanistas e os ortodoxos. Como grupo social, não há como deixar de verificar que as igrejas locais criam costumes e tradições, que, para não gerar escândalo nem tropeços na vida espiritual dos seus integrantes, devem ser observados. No entanto, tais costumes e tradições jamais podem se equiparar à Palavra de Deus, que é a sã doutrina, o único fundamento da Igreja, que nunca pode ser removido (I Co.3:11). A Igreja é a coluna e firmeza da verdade, tem a missão de sustentar e se manter na verdade, mas não é a Verdade, que é somente Cristo Jesus, seu Sumo Pastor.
- Um dos grandes erros do povo de Israel foi edificar um conjunto de tradições e de normas que sufocaram a Palavra de Deus (Mt.15:1-20). Jesus censurou os judeus por causa deste comportamento, comportamento este que, lamentavelmente, também se imiscuiu no meio daqueles que cristãos se dizem ser, a ponto de vários segmentos da denominada Cristandade hoje terem erigido as suas tradições e costumes ao mesmo nível da Palavra de Deus, quando não acima da própria Palavra. Tal comportamento é exatamente o oposto do que o Senhor exige da Sua Igreja, que é o de sustentar, acima de tudo o que há, a Palavra de Deus, a exemplo do que faz o próprio Deus (Sl.138:2).
- Em Pv.13:14, na Versão Almeida Revista e Corrigida bem como na Almeida Fiel e Corrigida, a palavra “doutrina” é utilizada para traduzir “torah”(תדח), palavra que é comumente traduzida por “lei”, mas cujo significado é mais precisamente “instrução”, “ensino”. Aqui se diz que “a doutrina do sábio” é fonte de vida para se desviar dos laços da morte. A doutrina do sábio não é, propriamente, do sábio, pois, como nos ensina o próprio proverbista, o temor do Senhor é o princípio da sabedoria (Pv.9:10), no que é acompanhado pelo salmista (Sl.111:10). Portanto, a “doutrina do sábio” outra não é senão a Palavra de Deus e só ela é capaz de dar origem à vida e nos desviar dos laços da morte. A doutrina, como se vê, portanto, é o próprio fator criador da vida espiritual e da sua manutenção até o fim.
OBS: A propósito, ensina-nos Nathan Ausubel que a Bíblia, para os judeus, no seu sentido singular de Torah, “…tem sido considerada pelos fiéis como redentora, quando entendida como forma total de vida…” (AUSUBEL, Nathan. Bíblia. In: A JUDAICA, v.5, p.77).
- Jesus, certa feita, disse que tinha vindo para trazer vida e vida em abundância (Jô.10:10). Disse, também, que Ele próprio era a vida(Jo.14:6), bem como o pão da vida(Jo.6:48).
Pr. Carlos Borges(CABB).
- A segunda vez que vemos a palavra doutrina nas Versões Almeida é em Jó 11:4 (é importante lembrarmos que Jó seja, talvez, o livro mais antigo da Bíblia e, portanto, a sua referência seria anterior mesmo a de Dt.32:2), que é a mesma palavra “leqach” já mencionada. Aqui, um dos “amigos” de Jó, Zofar, acusa Jó de dizer que a “sua” doutrina era pura e que ele se sentia limpo aos olhos de Deus. A palavra “doutrina”, aliás, também é empregada pela Tradução Brasileira, pela Nova Tradução na Linguagem de Hoje e pela Nova Versão Internacional. Temos o mesmo significado do texto anterior. Embora se esteja a referir a um conjunto de ensinos de Jó, Zofar está a considerar que o patriarca é presunçoso ao querer dizer que seus ensinos são provenientes da parte de Deus. Doutrina continua a ser considerada como um ensino vindo da parte de Deus, um ensinamento com origem no céu.
- Dentro deste sentido, vemos que a doutrina não é algo que venha da Igreja, mas algo recebido do céu para a Igreja. A Igreja é apenas a guardiã, ou seja, a instituição destinada a guardar os ensinos divinos e a divulgá-los para os homens. Não é a Igreja quem cria doutrinas, mas ela apenas transmite aquilo que foi ensinado pelo Senhor Jesus e que é constantemente lembrado e anunciado pelo Espírito Santo ao povo de Deus (Jo.14:26; 16:13-15).
- Isto se torna ainda mais evidente quando vamos ao Novo Testamento e ali observamos que a palavra grega “didaché”, que é a palavra grega para “doutrina”, possui um significado passivo, ou seja, em muitas ocasiões seu significado é “o que é ensinado”, como a demonstrar que a “doutrina” não é algo que seja criação humana, mas, sim, algo que é recebido pelo homem da parte de Deus. A “doutrina”, portanto, não é algo que venha da imaginação ou da mentalidade de um homem, mas, sim, única e exclusivamente aquilo que tem origem em Deus. Não foi à toa que, no mesmo evangelho segundo Mateus, vemos a expressão esclarecedora do Senhor: “aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para as vossas almas” (Mt.11:29b).
- Este é o mesmo significado que encontramos nos outros dois evangelhos sinóticos. Em Marcos e em Lucas, a doutrina é apresentada como o conjunto de ensinamentos de Cristo, ensinamentos estes que causavam admiração por parte do povo, que também sentia que era um ensino que vinha de quem tinha autoridade, ou seja, de quem vivia aquilo que ensinava (Mc.1:27; 4:2; 11:18; Lc.4:32).
- Não é diferente no evangelho segundo João. Neste evangelho, escrito para mostrar que Jesus é o Filho de Deus, está uma das mais importantes afirmações bíblicas a respeito da doutrina. Interpelado sobre Seus ensinos, o Senhor Jesus limitou-se a dizer: “…A Minha doutrina não é Minha, mas dAquele que Me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade dEle, pela mesma doutrina, conhecerá se ela é de Deus ou se Eu falo de Mim mesmo.” (Jo.7:16,17).
- Jesus mostra-nos, claramente, que a Sua doutrina outra não era senão a doutrina do Pai. A doutrina não fala do próprio doutrinador, mas, sim, de Deus e somente quem vivenciar a doutrina, quem nela crer e por ela viver, verá que esta doutrina é a verdade, que esta doutrina é a vontade de Deus. A doutrina é a manifestação da vontade de Deus para o homem. Seguir a doutrina é seguir a vontade de Deus para o homem e é por isso que muitos se têm levantado contra a doutrina, porque ela implica na renúncia do eu, na renúncia do ego, na renúncia de nós mesmos, sem o que é impossível seguir a Jesus (Mt.16:24). Daí porque Jesus foi interrogado pelo sumo sacerdote a respeito de Sua doutrina (Jo.18:19).
- Se temos a doutrina de Cristo, se a seguimos, não podemos, portanto, ser diferentes. A doutrina tem de ser a mesma e, neste passo, os doutrinadores não podem querer aparecer ou dizer o que é certo ou o que é errado, como muitos têm feito e já o faziam nos tempos apostólicos, onde já se registravam doutrinas de homens (Mt.15:9; Mc.7:7; Cl.2:22) e até doutrinas de demônios (I Tm.4:1). Devemos permanecer na doutrina de Cristo, pois quem não persevera nesta doutrina não tem a Deus (II Jo.9).
- Assim como Jó, a Igreja deve reconhecer que os ensinos provêm de Deus e que, portanto, não podemos alterá-los nem tampouco deles nos apropriarmos a ponto de gerarmos novas doutrinas, novos ensinos. É completamente equivocado o ensino de que a Igreja possui um “Magistério” e é capaz de gerar uma “tradição” que tem o mesmo valor da Palavra de Deus, como defendem os romanistas e os ortodoxos. Como grupo social, não há como deixar de verificar que as igrejas locais criam costumes e tradições, que, para não gerar escândalo nem tropeços na vida espiritual dos seus integrantes, devem ser observados. No entanto, tais costumes e tradições jamais podem se equiparar à Palavra de Deus, que é a sã doutrina, o único fundamento da Igreja, que nunca pode ser removido (I Co.3:11). A Igreja é a coluna e firmeza da verdade, tem a missão de sustentar e se manter na verdade, mas não é a Verdade, que é somente Cristo Jesus, seu Sumo Pastor.
- Um dos grandes erros do povo de Israel foi edificar um conjunto de tradições e de normas que sufocaram a Palavra de Deus (Mt.15:1-20). Jesus censurou os judeus por causa deste comportamento, comportamento este que, lamentavelmente, também se imiscuiu no meio daqueles que cristãos se dizem ser, a ponto de vários segmentos da denominada Cristandade hoje terem erigido as suas tradições e costumes ao mesmo nível da Palavra de Deus, quando não acima da própria Palavra. Tal comportamento é exatamente o oposto do que o Senhor exige da Sua Igreja, que é o de sustentar, acima de tudo o que há, a Palavra de Deus, a exemplo do que faz o próprio Deus (Sl.138:2).
- Em Pv.13:14, na Versão Almeida Revista e Corrigida bem como na Almeida Fiel e Corrigida, a palavra “doutrina” é utilizada para traduzir “torah”(תדח), palavra que é comumente traduzida por “lei”, mas cujo significado é mais precisamente “instrução”, “ensino”. Aqui se diz que “a doutrina do sábio” é fonte de vida para se desviar dos laços da morte. A doutrina do sábio não é, propriamente, do sábio, pois, como nos ensina o próprio proverbista, o temor do Senhor é o princípio da sabedoria (Pv.9:10), no que é acompanhado pelo salmista (Sl.111:10). Portanto, a “doutrina do sábio” outra não é senão a Palavra de Deus e só ela é capaz de dar origem à vida e nos desviar dos laços da morte. A doutrina, como se vê, portanto, é o próprio fator criador da vida espiritual e da sua manutenção até o fim.
OBS: A propósito, ensina-nos Nathan Ausubel que a Bíblia, para os judeus, no seu sentido singular de Torah, “…tem sido considerada pelos fiéis como redentora, quando entendida como forma total de vida…” (AUSUBEL, Nathan. Bíblia. In: A JUDAICA, v.5, p.77).
- Jesus, certa feita, disse que tinha vindo para trazer vida e vida em abundância (Jô.10:10). Disse, também, que Ele próprio era a vida(Jo.14:6), bem como o pão da vida(Jo.6:48).
Pr. Carlos Borges(CABB).
sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
PERSEVERANDO A DOUTRINA-MISSÃO CONSERVADORA DA IGREJA- PARTE II
- Esta expressão de Moisés, também, mostra-nos
que a doutrina é algo que vem do alto, que vem do céu, seja na forma de chuva,
seja por meio da condensação do vapor d’água encontrado no ar(o orvalho),
indicando-se que a doutrina não é obra do homem, mas resultado da revelação
divina, de um ensino vindo diretamente da parte do Senhor.
- Por fim, a expressão de Moisés dá-nos a nítida noção de que o trabalho da doutrina é manter a vida e uma vida renovada no ser humano, pois é comparada ao chuvisco sobre a erva e a gotas d’água sobre a relva. Todos nós já divisamos, pela manhã cedinho, o orvalho que está a manter molhadas as ervas e a relva, mantendo-as bem verdes, dando-lhes vida, vigor e exuberância (i.e., beleza). Os campos verdes, pela manhã, aquele frescor que sentimos quando nos encontramos em uma área verde logo pela manhã, que tão bem nos faz à saúde, é o resultado desta ação refrescante da chuva e do orvalho. Este é o papel da doutrina em nossa vida espiritual: refrigério para a nossa alma, renovação de nossas forças espirituais, concessão de beleza e de prazer aos nossos corações e a todos quantos travam contacto conosco. Bem se vê, portanto, que bem ao contrário dos que dizem que a doutrina torna o homem insensível a Deus, vemos que o papel da doutrina é precisamente o de nos conceder vida, vida abundante, refrescor e sensibilidade diante de Deus e dos homens.
- Por isso, a Igreja, na sua função de “coluna e firmeza da verdade”, faz com que o refrigério de Cristo alcance as vidas humanas. Ao defender a sã doutrina, a Igreja não está fazendo outra coisa senão levar aos homens o amor de Deus, o consolo do Senhor, a felicidade e a dignidade de que o homem é tão carente, separado que está de seu Criador pelo pecado. Não é outro o sentido da pregação de Pedro, registrada em At.3:19, quando disse aos ouvintes que deveriam se arrepender e se converter, para que os pecados fossem apagados e viessem os tempos do refrigério pela presença do Senhor.
- O refrigério pela presença do Senhor é algo que somente advém ao ser humano mediante o ensino da Palavra de Deus, mediante a ministração da doutrina. Jesus, mesmo, afirmou que somente encontraríamos descanso para as nossas almas quando aprendêssemos dEle, que era manso e humilde de coração (Mt.11:29). “Refrigério”, como sabemos, é o “ato ou efeito de refrigerar(-se); sensação agradável produzida pela frescura; consolo, alívio de qualquer natureza; conforto moral “. Somente através do “refrigério”, conseguimos ter a mudança de nosso caráter, tornando-o o nosso “eu”, sem empenho, arrefecido, esfriado, pois “refrigério” vem da palavra latina “frigere”, que tem, entre outros significados, o de esfriar, perder o empenho, arrefecer.
- Jesus afirmou que, para nós O seguirmos, precisamos renunciar a nós mesmos. Quem não renuncia a si mesmo não pode ser discípulo de Jesus (Mt.16:24; Lc.14:33). Para renunciarmos a nós mesmos, temos de fazer com que o velho homem, a velha natureza seja crucificada com Cristo (Gl.2:20) e isto só é possível se tivermos o refrigério pela presença do Senhor, ou seja, o aprendizado de Cristo, o que se dá única e exclusivamente pela doutrina. É preciso que soframos a sã doutrina (II Tm.4:3), isto é, que suportemos a doutrina, que nos submetamos a ela, pois só assim teremos descanso para as nossas almas, só assim manteremos o velho homem, a natureza pecaminosa sob domínio do Espírito Santo e poderemos servir a Jesus até o dia da glorificação.
- Esta tarefa da ministração da doutrina é mais uma das missões destinadas pelo Senhor Jesus à Igreja. O Senhor constituiu na Igreja pessoas para esta tarefa de ministrar a Palavra de Deus,
Pr. Carlos Borges(CABB)
- Por fim, a expressão de Moisés dá-nos a nítida noção de que o trabalho da doutrina é manter a vida e uma vida renovada no ser humano, pois é comparada ao chuvisco sobre a erva e a gotas d’água sobre a relva. Todos nós já divisamos, pela manhã cedinho, o orvalho que está a manter molhadas as ervas e a relva, mantendo-as bem verdes, dando-lhes vida, vigor e exuberância (i.e., beleza). Os campos verdes, pela manhã, aquele frescor que sentimos quando nos encontramos em uma área verde logo pela manhã, que tão bem nos faz à saúde, é o resultado desta ação refrescante da chuva e do orvalho. Este é o papel da doutrina em nossa vida espiritual: refrigério para a nossa alma, renovação de nossas forças espirituais, concessão de beleza e de prazer aos nossos corações e a todos quantos travam contacto conosco. Bem se vê, portanto, que bem ao contrário dos que dizem que a doutrina torna o homem insensível a Deus, vemos que o papel da doutrina é precisamente o de nos conceder vida, vida abundante, refrescor e sensibilidade diante de Deus e dos homens.
- Por isso, a Igreja, na sua função de “coluna e firmeza da verdade”, faz com que o refrigério de Cristo alcance as vidas humanas. Ao defender a sã doutrina, a Igreja não está fazendo outra coisa senão levar aos homens o amor de Deus, o consolo do Senhor, a felicidade e a dignidade de que o homem é tão carente, separado que está de seu Criador pelo pecado. Não é outro o sentido da pregação de Pedro, registrada em At.3:19, quando disse aos ouvintes que deveriam se arrepender e se converter, para que os pecados fossem apagados e viessem os tempos do refrigério pela presença do Senhor.
- O refrigério pela presença do Senhor é algo que somente advém ao ser humano mediante o ensino da Palavra de Deus, mediante a ministração da doutrina. Jesus, mesmo, afirmou que somente encontraríamos descanso para as nossas almas quando aprendêssemos dEle, que era manso e humilde de coração (Mt.11:29). “Refrigério”, como sabemos, é o “ato ou efeito de refrigerar(-se); sensação agradável produzida pela frescura; consolo, alívio de qualquer natureza; conforto moral “. Somente através do “refrigério”, conseguimos ter a mudança de nosso caráter, tornando-o o nosso “eu”, sem empenho, arrefecido, esfriado, pois “refrigério” vem da palavra latina “frigere”, que tem, entre outros significados, o de esfriar, perder o empenho, arrefecer.
- Jesus afirmou que, para nós O seguirmos, precisamos renunciar a nós mesmos. Quem não renuncia a si mesmo não pode ser discípulo de Jesus (Mt.16:24; Lc.14:33). Para renunciarmos a nós mesmos, temos de fazer com que o velho homem, a velha natureza seja crucificada com Cristo (Gl.2:20) e isto só é possível se tivermos o refrigério pela presença do Senhor, ou seja, o aprendizado de Cristo, o que se dá única e exclusivamente pela doutrina. É preciso que soframos a sã doutrina (II Tm.4:3), isto é, que suportemos a doutrina, que nos submetamos a ela, pois só assim teremos descanso para as nossas almas, só assim manteremos o velho homem, a natureza pecaminosa sob domínio do Espírito Santo e poderemos servir a Jesus até o dia da glorificação.
- Esta tarefa da ministração da doutrina é mais uma das missões destinadas pelo Senhor Jesus à Igreja. O Senhor constituiu na Igreja pessoas para esta tarefa de ministrar a Palavra de Deus,
Pr. Carlos Borges(CABB)
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
PRESERVANDO A DOUTRINA - A MISSÃO CONSERVADORA DA IGREJA -Parte I
À Igreja cabe a proclamação, a sustentação e a defesa da sã doutrina entre os homens.
INTRODUÇÃO
- Paulo denomina a Igreja de “coluna e firmeza da verdade” (I Tm.3:15). Como corpo de Cristo, que é a Verdade (Jo.14:6), a Igreja é a única instituição sobre a face da Terra que pode viver a verdade e, por isso, sustentá-la e defendê-la num mundo que vive enganado pelo pai da mentira.
- Como guardiã da verdade e se santificando nela (Jo.17:17), a Igreja tem a difícil tarefa de proclamar, sustentar e defender a sã doutrina, a Palavra de Deus. Lamentavelmente, porém, nos dias de apostasia em que vivemos, cada vez mais notamos o abandono da verdade por milhares de sedizentes cristãos.
I – O QUE É DOUTRINA E O SEU PAPEL NA IGREJA
- Doutrina é palavra de origem latina, cujo significado é “conjunto coerente de idéias fundamentais a serem transmitidas, ensinadas”. Em latim, “doctrina” significa “ensino, instrução dada ou recebida, arte, ciência, doutrina, teoria, método”. Assim, a doutrina é um ensinamento, uma instrução que alguém dá a outrem. Aliás, a palavra “doctrina” é derivada de “docere”, que significa ensinar. Doutrina, portanto, é um ensinamento, um ensino, uma instrução que alguém que sabe (o sábio ou “doutor”) dá a alguém que não sabe (o aprendiz).
- Vemos, portanto, pelo seu significado latino, que “doutrina” significa ensino e, portanto, quando falamos em “doutrina bíblica” estamos a falar no “ensino da Bíblia”. Ora, a Bíblia é a Palavra de Deus e, portanto, o “ensino da Bíblia” nada mais é que o ensino da Palavra de Deus, o ensino de Deus ao homem. “Doutrina”, portanto, é o ensino que Deus dá ao homem a partir da Sua Palavra, da revelação divina à humanidade, que consta da Bíblia Sagrada.
- Ora, se a doutrina é a Palavra de Deus e esta Palavra, como nos ensinou Jesus, é a Verdade (Jo.17:17), quando o apóstolo Paulo denomina a Igreja de “coluna e firmeza da verdade”(I Tm.3:15), está a dizer que a Igreja é a “coluna e firmeza da doutrina”, ou seja, cabe à Igreja sustentar e manter a doutrina, a Palavra de Deus.
- A primeira vez que surge a palavra “doutrina” nas Versões Almeida (Revista, Corrigida, Fiel e Contemporânea) é em Dt.32:2, onde, no cântico de Moisés, consta a expressão “goteje a minha doutrina”, palavra que é a tradução de “leqach”(לקח), cujo significado é “ensino”, “instrução”, tanto que a palavra é traduzida por “ensino” em outras versões bíblicas (como a Tradução Brasileira, a Nova Tradução na Linguagem de Hoje e a Nova Versão Internacional). Neste primeiro aparecimento da palavra, ainda que em um contexto poético, percebe-se claramente que Moisés considera que todos os ensinos que havia dado ao povo de Israel, ensinos estes que eram resultado da revelação divina ao próprio Moisés, constituíam ensinos que deveriam ser continuamente ministrados ao povo e que representavam para este povo a sua própria fonte de vida, a sua própria renovação, pois deveriam estes ensinos “gotejarem”, ou seja, pouco a pouco, de forma contínua e permanente, cair sobre o povo, a fim de lhe dar vida, assim como a chuva e o orvalho, pela manhã, fazem em relação à terra.
Pr. Carlos Borges(CABB)
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
REVERÊNCIA A DEUS - PARTE 4 FINAL
Se os crentes, ao entrarem na casa de oração, o fizessem
com a devida reverência, lembrando-se de que se acham ali na presença do
Senhor, seu silêncio redundaria num testemunho eloqüente. Os cochichos, risos e
conversas, que se poderiam admitir em qualquer outro lugar, não devem existir
na casa em que Deus é adorado.
Quando mostramos reverência, o inimigo é envergonhado (Tt 2.7,8). Quando não, envergonhamos a igreja (1 Co 11.22)
Reverência e obediência
Não há dúvida de que se amarmos a Deus, teremos reverência, e reverência significa mais do que dar louvores ou ajoelhar-nos quando oramos. Na verdade, não podemos reverenciar a Deus sem obedecer-Lhe. Muitos aceitam facilmente a Jesus como salvador, mas nem todos querem aceitá-Lo como o Senhor de suas vidas (Jo 14.21; Ec 12.13; 1 Jo 2.4).
Reverenciamos a Deus quando o honramos, obedecendo à Sua Palavra e não somente dando-lhe glórias com os lábios (Is 29.13; Sl 112.1; 119.63; Pv 16.6).
Reverência ao nome do Senhor
O nome de Deus é Santo e devemos ter cuidado em honrá-lo (Ex 20.7).
Quando invocamos (chamar, suplicar, conjurar, recorrer a, apelar para) o nome de DEUS, estamos nos referindo ao maior Ser de todo o Universo, Aquele que criou todas as coisas, que tem poder para mantê-las.
Entre os modernos judeus ortodoxos o nome do Senhor é considerado tão sagrado que se considera blasfêmia pronunciá-lo. Hoje eles costumam chamar o Senhor de Hashem, que em hebraico significa simplesmente “o Nome”.
Muitos não reverenciam o nome do Senhor, usando-o em juramentos e impropérios (Lv 19.12).
Alguns tomam o nome de Deus em vão na sua linguagem frívola e insincera dizendo: "se Deus quiser..." quando não manifestam nenhum respeito pelo que Deus quer (Tg 4.15,16; Mt 7.21).
Comportamento e aparência
Diante da santidade de Deus, devemos mostrar reverência em nossa aparência, não expondo o corpo em sensualidade e desrespeito. No AT, os sacerdotes não deviam expor o corpo na oferta a Deus (Ex 20.24-26; 28.42-43). Será que Deus mudou? Ou Sua santidade exige dos crentes que se mostrem reverentes em sua aparência diante Dele?
A nossa santidade começa no interior, mas transborda para o exterior (1 Pe 3.3-5; 1 Tm 2.9,10; Mt 23.26). Não devemos buscar somente a santidade aparente, mas também não podemos crer que uma vida santa tenha a aparência de uma depravada, em trajes sensuais, sem pudor ou respeito.
Orientações para os crentes
Não esperar o culto começar para depois entrar na igreja.
Não sentar na extremidade de um banco desocupado, de maneira a impedir a entrada de outros, nem ficar mudando de lugar.
Não entrar e nem se retirar durante uma oração ou leitura bíblica.
Se tiver de entrar depois do inicio do culto, não parar para cumprimentar, entrar discretamente e tomar ali mesmo a resolução de não se tornar um retardatário habitual.
Não ficar conversando na entrada ou nas dependências durante o culto.
Não sentar-se sem orar. Não interromper a oração para passar. Não ficar de olhos abertos observando. Não movimentar-se. A oração é atividade básica da igreja (Mt 21.13).
Os pais devem manter o controle de suas crianças, dando água e levando ao banheiro em casa.
Na hora da leitura da Bíblia, momento solene, de pé, sem movimentação e conversas.
Durante a pregação, mostrar concentração e atenção reverente.
Evitar movimentação durante o culto, mesmo para resolver assuntos da igreja.
Quando mostramos reverência, o inimigo é envergonhado (Tt 2.7,8). Quando não, envergonhamos a igreja (1 Co 11.22)
Reverência e obediência
Não há dúvida de que se amarmos a Deus, teremos reverência, e reverência significa mais do que dar louvores ou ajoelhar-nos quando oramos. Na verdade, não podemos reverenciar a Deus sem obedecer-Lhe. Muitos aceitam facilmente a Jesus como salvador, mas nem todos querem aceitá-Lo como o Senhor de suas vidas (Jo 14.21; Ec 12.13; 1 Jo 2.4).
Reverenciamos a Deus quando o honramos, obedecendo à Sua Palavra e não somente dando-lhe glórias com os lábios (Is 29.13; Sl 112.1; 119.63; Pv 16.6).
Reverência ao nome do Senhor
O nome de Deus é Santo e devemos ter cuidado em honrá-lo (Ex 20.7).
Quando invocamos (chamar, suplicar, conjurar, recorrer a, apelar para) o nome de DEUS, estamos nos referindo ao maior Ser de todo o Universo, Aquele que criou todas as coisas, que tem poder para mantê-las.
Entre os modernos judeus ortodoxos o nome do Senhor é considerado tão sagrado que se considera blasfêmia pronunciá-lo. Hoje eles costumam chamar o Senhor de Hashem, que em hebraico significa simplesmente “o Nome”.
Muitos não reverenciam o nome do Senhor, usando-o em juramentos e impropérios (Lv 19.12).
Alguns tomam o nome de Deus em vão na sua linguagem frívola e insincera dizendo: "se Deus quiser..." quando não manifestam nenhum respeito pelo que Deus quer (Tg 4.15,16; Mt 7.21).
Comportamento e aparência
Diante da santidade de Deus, devemos mostrar reverência em nossa aparência, não expondo o corpo em sensualidade e desrespeito. No AT, os sacerdotes não deviam expor o corpo na oferta a Deus (Ex 20.24-26; 28.42-43). Será que Deus mudou? Ou Sua santidade exige dos crentes que se mostrem reverentes em sua aparência diante Dele?
A nossa santidade começa no interior, mas transborda para o exterior (1 Pe 3.3-5; 1 Tm 2.9,10; Mt 23.26). Não devemos buscar somente a santidade aparente, mas também não podemos crer que uma vida santa tenha a aparência de uma depravada, em trajes sensuais, sem pudor ou respeito.
Orientações para os crentes
Não esperar o culto começar para depois entrar na igreja.
Não sentar na extremidade de um banco desocupado, de maneira a impedir a entrada de outros, nem ficar mudando de lugar.
Não entrar e nem se retirar durante uma oração ou leitura bíblica.
Se tiver de entrar depois do inicio do culto, não parar para cumprimentar, entrar discretamente e tomar ali mesmo a resolução de não se tornar um retardatário habitual.
Não ficar conversando na entrada ou nas dependências durante o culto.
Não sentar-se sem orar. Não interromper a oração para passar. Não ficar de olhos abertos observando. Não movimentar-se. A oração é atividade básica da igreja (Mt 21.13).
Os pais devem manter o controle de suas crianças, dando água e levando ao banheiro em casa.
Na hora da leitura da Bíblia, momento solene, de pé, sem movimentação e conversas.
Durante a pregação, mostrar concentração e atenção reverente.
Evitar movimentação durante o culto, mesmo para resolver assuntos da igreja.
O que é Temor
Para o descrente, temer a Deus é temer o julgamento de
Deus e a morte eterna, que é separação eterna de Deus (Lucas 12:5; Hebreus
10:31). Para o crente, temer a Deus é algo muito diferente. O temor do crente é
reverência a Deus. Hebreus 12:28-29 descreve muito bem: "Por isso,
recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus
de modo agradável, com reverência e santo temor; porque o nosso Deus é fogo
consumidor." Essa reverência e santo temor explicam exatamente o que temer
a Deus significa para os crentes. Esse é o fator que deve nos estimular a nos
entregar totalmente ao Criador do Universo.
Provérbios 1:7 declara: "O temor do SENHOR é o princípio do saber...". Até compreendermos quem Deus é, e até desenvolvermos um temor reverencial a Ele, não podemos obter sabedoria verdadeira. Sabedoria verdadeira tem sua origem apenas na compreensão de quem Deus é – que Ele é Santo, justo e correto. Deuteronômio 10:12, 20-21 afirma: "Agora, pois, ó Israel, que é que o SENHOR requer de ti? Não é que temas o SENHOR, teu Deus, e Andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração e de toda a tua alma... Ao SENHOR, teu Deus, temerás; a ele servirás, a ele te chegarás e, pelo seu nome, jurarás. Ele é o teu louvor e o teu Deus, que te fez estas grandes e temíveis coisas que os teus olhos têm visto." O temor de Deus é a base para andarmos em Seus caminhos, e para servirmos e amarmos a Ele.
Provérbios 1:7 declara: "O temor do SENHOR é o princípio do saber...". Até compreendermos quem Deus é, e até desenvolvermos um temor reverencial a Ele, não podemos obter sabedoria verdadeira. Sabedoria verdadeira tem sua origem apenas na compreensão de quem Deus é – que Ele é Santo, justo e correto. Deuteronômio 10:12, 20-21 afirma: "Agora, pois, ó Israel, que é que o SENHOR requer de ti? Não é que temas o SENHOR, teu Deus, e Andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração e de toda a tua alma... Ao SENHOR, teu Deus, temerás; a ele servirás, a ele te chegarás e, pelo seu nome, jurarás. Ele é o teu louvor e o teu Deus, que te fez estas grandes e temíveis coisas que os teus olhos têm visto." O temor de Deus é a base para andarmos em Seus caminhos, e para servirmos e amarmos a Ele.
Pr. Carlos Borges(CABB)
sábado, 6 de dezembro de 2014
REVERÊNCIA A DEUS - PARTE 3
O QUE É SANTIDADE
Se estamos na presença de um Deus Santo, o momento é de
respeito (Ec 5.1).
A visão da santidade de Deus proporcionou a Isaías uma idéia
de sua própria pecaminosidade (Is 6.1-5). O profeta reconheceu suas
imperfeições de caráter, elas se tornaram mais evidentes, diante da
contemplação de um Deus santo. Ao tomarmos consciência que estamos na presença
de um Deus Santo, nós, pecadores, devemos temer (Lc 5.8; Jó 42.5,6; 1 Sm 6.20;
Mt 17.6).
A principal característica da essência de Deus é a sua santidade. Ele é santo (Hb 3.3).
A santidade é o
atributo de Deus, enquanto separado e elevado acima de tudo o que é comum e
criado (Is 40.25). Os ídolos não são nada, mas Deus exige reverência (Hc
2.19,20). Por que vemos mais reverência
no lugar onde se adoram ídolos do que onde se adora ao Deus vivo?Outras
religiões, mais reverentes que nós - budismo, islamismo.A principal característica da essência de Deus é a sua santidade. Ele é santo (Hb 3.3).
A casa de Deus é santa (Sl 93.5). O Lugar onde Deus está se torna santo (Ex 3.5; Js 5.15)
Muitos estão agindo como Jacó, ignorando a presença divina onde estão (Gn 28.16,17)
Sempre que formos ao culto congregacional, devemos imaginar a grandeza e a majestade de Deus, e com certeza a nossa adoração será diferente!
O mesmo temor e reverência a Deus exigido no AT são requeridos da igreja No NT:
A Bíblia nos ordena que sirvamos ao Senhor em reverência (Hb 12.18-29).
As igrejas eram edificadas andando no temor do Senhor (At 9.31)
Pedro nos recomenda: “Andai em temor na vossa peregrinação” (1Pe 1.17)
Temer a Deus é compreender quão grande, poderoso e santo Ele é, em contraste como nossa pequenez, fraqueza e quão diferentes de Cristo nós somos (Hb 2.9).
Devemos ser reverentes diante de Deus porque somos criaturas e Ele é o Criador (Sl 33.6-9; 96.4,5; Jo 1.9)
Devemos ser reverentes porque reconhecemos nossa situação pecaminosa e Sua Santidade.
Devemos ser reverentes porque apesar de termos pecado, a cruz de Cristo nos alcançou e esse infinito amor nos constrange (Rm 11.20).
Dar toda a nossa atenção ao Senhor
Devemos estar no culto com toda a nossa atenção voltada para o Senhor. A nossa atenção geralmente está presa à importância que damos às coisas. Quando valorizamos, prestamos muita atenção. Ex.: TV, palestras, etc. O fato de muitos estarem desatentos na igreja é um sinal que não valorizam a Deus?
Cornélio e sua casa estavam diante de Deus, atentos (At 10.33)
Consideramos a presença de Deus em nossos cultos? Estamos conscientes que estamos diante de Deus? Agimos de acordo com essa consciência?
A Palavra é de Deus ou de homens? (1 Ts 2.13) Se é de Deus, prestemos a Ele a reverência devida, quando ouvimos Deus falar?
Estamos desejando a Palavra, como meninos desejam o leite? (1 Pe 2.2). Bem-aventurado o que tem prazer na Palavra do Senhor (Sl 1.2) Na igreja devemos ouvir Deus falar e conversar somente com Ele (Ec 5.2).
Se os crentes, ao entrarem na casa de oração, o fizessem com a devida reverência, lembrando-se de que se acham ali na presença do Senhor, seu silêncio redundaria num testemunho eloqüente. Os cochichos, risos e conversas, que se poderiam admitir em qualquer outro lugar, não devem existir na casa em que Deus é adorado.
Quando mostramos reverência, o inimigo é envergonhado (Tt 2.7,8). Quando não, envergonhamos a igreja (1 Co 11.22)
Pr. Carlos Borges(CABB)
segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
REVERÊNCIA A DEUS - PARTE 2
Ele é Capaz
Você gostaria de estar 100% correto, sobre todas as
coisas? Deus pode. Sua sabedoria não tem limites. Ele entende todos os
elementos de uma situação, incluindo a história e os eventos futuros
relacionados a ela. Nós não precisamos atualizá-lo, aconselhá-lo ou persuadi-lo
a fazer a coisa certa. Ele fará porque é capaz e seus motivos são puros. Quando
confiamos nele, podemos estar certos de que Ele nunca cometerá erros, nunca nos
deixará enfraquecido ou nos enganará. Você pode confiar completamente Nele. Ele
fará o que é certo, em todas as circunstâncias, em todo o tempo.
REVERÊNCIA A DEUS
A reverência dos escribas
Vou dar um exemplo de
reverência. Estou certo de que todos já ouviram falar ou já leram algo sobre os
escribas (ou copistas) na Bíblia. Na cultura hebraica, os escribas eram aqueles
que escreviam as leis. Eram eles que passavam os textos ditados e ouvidos para
o papel. Bem, todos aqueles que estudarem um pouco mais a fundo o trabalho dos
escribas saberão que eles tinham uma forma toda especial de escrever o nome de
Deus (Jeová). Cada vez que eles ouviam o nome Jeová, eles pegavam outra pena (a
caneta da época), escreviam o nome de Deus e depois quebravam a pena para que
ela nunca mais fosse utilizada. Alguns dizem que essas penas eram revestidas de
ouro. Que interessante, não? Caro irmão, essa atitude dos escribas expõe
claramente a reverência e o temor que eles tinham em relação a Deus.
A nossa reverência
Depois de ter lido muitos textos
bíblicos sobre reverência (inclusive a visão de Isaías no capítulo 6 de seu
livro) me pus a questionar: Será que nós, que fazemos parte da Igreja de
Cristo, estamos tendo reverência ao Deus todo poderoso? O que será que Deus
está achando de nossa adoração, de nossos cultos? Será que o Senhor da glória
está vendo em nós aquela sementinha de temor e reverência a Ele? Qual é a
atitude e a motivação do nosso coração quando nos chegamos a Deus para adorá-lo?
Caro irmão há alguns comentários que desejo realizar.
Comentários importantes...
Primeiramente, o pecado não
deve se tornar o "pecado nosso de cada dia". Quando nossas
transgressões tornam-se "normais", "banais" e corriqueiras
estamos caminhando contra a vontade de Deus. Sem aquela busca incessante pela
santidade não poderemos ser verdadeiros adoradores, porquanto nosso pecado
cheira mal diante do Santíssimo Pai. O pecado do homem é um desrespeito a Deus!
Mas vamos adiante. Ás vezes
tratamos a Deus muito mal. Nossos próprios cultos (que deveriam ser totalmente
para Ele) acabam se tornando momentos de lazer, de relaxamento, de petições e
reclamações sem fim. Nossa adoração se torna antropocêntrica, com músicas
gostosas, pregações bonitas e agradáveis, quando deveríamos mostrar reverência
a Deus, com nosso coração dizendo: como Deus é grandioso, como é majestoso,
Santo, Santo, Santo...
Às vezes a presença do Convidado principal da noite é ignorada. Em
muitas ocasiões, participamos dos cultos apenas "de corpo presente".
Em outras situações, participamos em "espírito, alma e corpo", mas
preferimos colocar a conversa em dia com
irmão ao lado, reclamar da pregação que está muito longa ou dar uma voltinha lá
atrás da igreja para esticar as pernas. Caros irmãos,muitas vezes estamos
sendo irreverentes e insensíveis sem percebermos!
Não posso deixar de
falar sobre os "pedintes
espirituais". Faço isso porque é assim que muitas pessoas têm se
portado em sua vida de adoração, achando que Deus é apenas uma muleta ou um "pronto-socorro" melhorado.
Obviamente todos sabem que Deus é refúgio, que Deus responde às orações e que Ele tem muitas bênçãos a dar, mas
se tratarmos a Deus somente como alguém disposto a nos conceder a "benção", estaremos sendo
cegos insensíveis. É como se disséssemos aos nossos pais naturais: "não estamos preocupados com vocês, só
queremos as chaves do teu carro para que possamos dar uma voltinha!".
Que duro para um pai ter que ouvir isso, não é? Mas às vezes é assim que temos
nos portado diante do Pai celeste, como "pedintes
espirituais". Deus é muito mais do que podemos imaginar! Ele merece
toda gratidão, louvor, reverência etc.
Lembre-se disso da próxima vez você for
entrar na presença de Deus em adoração. Sempre
que estiver se dirigindo ao culto congregacional tente imaginar a grandeza e a majestade
de Deus, e com certeza a sua adoração será diferente!Pr. Carlos Borges(CABB)
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