Cl 1.13-17
Introdução: Jesus, como homem, tinha sentimentos humanos. Ele foi o
único que nasceu com um destino pré-determinado. Deus, todavia, nos deu uma
história e também deu um livro em branco, no qual o homem pode continuar ou
modificar a própria história. Ele não escreveu uma história de dores ou
assassinatos para o homem, nem nos deu filhos para a perdição. Jesus, enquanto
filho de Maria, recebeu toda a carga inerente aos humanos.
I A HUMANIDADE DE JESUS
1-Encarnação
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Não foi o trino Deus, mas a segunda pessoa da Trindade
que assumiu a natureza humana.
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Por essa razão,
é melhor dizer que o Verbo se fez carne, do que dizer que Deus se fez homem.
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Ao mesmo tempo, devemos lembrar que cada uma das
pessoas divinas agiu na encarnação(Mt 1.20; Lc 1.35; Jo 1.14; At 2.30; Rm 8.3;
Gl 4.4; Fp 2.7)
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Quer dizer também que a encarnação não foi uma coisa
que simplesmente aconteceu com o Logos, mas foi uma ativa realização da parte
dele.
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Ao se falar de encarnação em distinção do nascimento do
Logos, dá-se ênfase à Sua participação ativa neste fato histórico, e se
pressupõe a Sua preexistência.
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Não é possível falar da encarnação de alguém que não
teve existência prévia. Esta preexistência é claramente ensinada na Escritura: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava
com Deus, e o Verbo era Deus”, Jo 1.1. “eu desci do céu”, Jo 6.38.
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“Pois
conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre
por amor de vós, para que pela sua pobreza vos tornásseis ricos”, 2 Co 8.9
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As Escrituras testemunham que um dia quando chegou a “plenitude dos tempos”( Gl 4.4).
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Ele enviou Seu
Filho Jesus Cristo ao mundo e aqui Ele nasceu e viveu.
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A este fato dá-se
o nome de “ encarnação”, que significa
“ na carne”, e aplica-se a Cristo porque a Bíblia diz que Ele se “ encarnou” (Jo1.14).
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Os dias de Jesus
entre os homens foram os “ os dias de sua
carne”. (Hb 5.7).
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A encarnação de
Cristo se deu no tempo exato de acordo com o que Deus havia planejado.
2-Genealogia
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Muitas pessoas já tiveram contato através da leitura ou pelo menos já
ouviram falar nas genealogias de Jesus Cristo apresentadas na Bíblia nos dois
Evangelhos sinóticos, Mateus e Lucas.
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Infelizmente pouquíssimas pessoas
se aprofundam nessas passagens encontradas nos dois Evangelhos, chegando a
ponto de pularem esses versículos em suas leituras, exceto, alguns exegetas
bíblicos e acadêmicos de teologia, mesmo assim, a maioria ainda segue uma linha
ortodoxa e tendenciosa em suas investigações, não permitindo assim, uma leitura
mais imparcial e libertadora de dogmas pré-concebidos.
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A genealogia de Jesus no Evangelho de Mateus (Mt.1.1-17) apresenta
quarenta e dois antepassados divididos em três módulos de catorze gerações
cada: de Abraão a Davi, em seguida até o cativeiro babilônico, chegando por
último em José, marido de Maria, mãe de Jesus.
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Em Lucas (Lc.3.23-38), esta
genealogia é diferente, são descritos cinquenta e quatro antepassados, sendo
que a partir de Davi, a lista segue por Natan e não por Salomão como está em
Mateus
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Segundo a interpretação conservadora da igreja, a diferença
entre essas duas genealogias encontra-se no objetivo de cada autor.
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No caso de Mateus, a intenção seria apresentar Jesus como o Messias Rei
da linhagem de Davi, que veio para libertar o povo eleito do julgo da
escravidão.
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Em Lucas, a preocupação do autor encontra-se em apresentar Jesus como o
Salvador Universal (Sóter), que tem sua linhagem desde Adão, ou seja, Jesus
seria um segundo Adão, que veio para resgatar a humanidade da queda ocorrida no
Éden.
3- Limitações
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Nasceu
como todo ser humano (Lc 2.7). O nascimento de Jesus foi natural, embora com
diferencial milagroso.
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Sua
concepção foi pelo Espírito Santo e Seu nascimento virginal.
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Jesus
nasceu como humano e assim teve a natureza humana aliada à Sua divindade.
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Foi
o nascimento virginal de Cristo que tornou- Lhe possível a existência da
natureza humana sem a herança do pecado.
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Jesus foi concebido pelo Espírito Santo e
assim teve a herança do pecado de Adão quebrada ao nascer. Conforme Lucas 1.35,
Deus declara que Seu filho nasceria Santo.
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Jesus
era um ser humano normal com algumas limitações humanas, pois teve fome, sede,
cansaço, dormia quando tinha sono, mas, operava nEle a vontade do Pai Celeste,
Ele anda conforme a vontade do Pai sob a orientação do Espírito Santo.
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Nós
seus servos também podemos agir sob a direção do Pai e sob a supervisão do
Espírito Santo, mas, para isso precisamos obedecer incondicionalmente a Deus e
amar sua Palavra que é o manual de sobrevivência espiritual do verdadeiro
crente (servo de Deus, e discípulo de Jesus).
II DEIDADE DE JESUS
1-Atributos
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Examinar o texto e tratar honestamente com o
mesmo é ver a divindade de Jesus Cristo como o único verdadeiro Deus.
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Em
João 8:58-59, encontramos uma acirrada discussão entre os fariseus e Jesus.
Esse debate faz aumentar o ódio contra Cristo por parte dos judeus.
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Diz o texto: "Disse-lhes
Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou.
Então pegaram em pedras para lhe atirarem; mas Jesus ocultou-se, e saiu do
templo, passando pelo meio deles, e assim se retirou."
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Por
que eles lançaram mão de pedras para apedrejá-lo? Porque sabiam exatamente o
que Jesus estava dizendo. Jesus estava afirmando ser Aquele que havia libertado
os israelitas do Egito.
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Ele
era o "Eu Sou", que havia falado a Moisés, conforme Êxodo 4, na sarça
ardente. Isso fica mais forte, quando nos lembramos da discussão anterior com
eles, em João 5:17-19, em que Jesus faz algumas declarações que os judeus não
puderam suportar: "E
Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também. Por
isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não só quebrantava
o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a
Deus. Mas Jesus respondeu, e disse-lhes: Na verdade, na verdade vos digo que o
Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma, se o não vir fazer o Pai;
porque tudo quanto ele faz, o Filho o faz igualmente."
2-Atributos Naturais
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Você
precisa ter em mente que Jesus era 100%
homem e também 100% Deus.
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Usando a Bíblia como nosso instrumento
principal, vamos estudar referências sobre a divindade de Cristo.
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Nossa
doutrina afirma que Jesus era, e, é plenamente Deus e plenamente homem.
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Essas duas naturezas não transformam Jesus em
duas pessoas e, sim, numa pessoa com duas naturezas.
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Em
João 17.21-22. Nesse texto, o homem Jesus declara ser um só com o Pai.
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A referência nada declara sobre a humanidade
de Jesus, mas o fato Dele mesmo declarar Sua divindade mostra que tinha o
entendimento de que, mesmo sendo homem, possuía uma natureza em comum com o
Pai, ou seja, a natureza divina.
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Outros
dois textos são importantes para nosso estudo (Jo 3.13 e 1Tm 3.16).
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Em João temos o uso do termo Filho do Homem
(humanidade de Cristo) com a referência sobre ter descido do céu (divindade).
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Em
Timóteo encontramos uma referência a Cristo no céu antes de Sua encarnação
(contemplado por anjos – divindade), Sua encarnação como homem (manifestado na
carne – humanidade) e depois na Sua ressurreição e ascensão aos céus (recebido
na glória – divindade e humanidade).
3-Atributos Morais
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Muitas características do Deus (Jesus) único e verdadeiro, especialmente
seus atributos morais, têm certa similitude com as qualidades humanas; sendo,
porém, evidente que todos os seus atributos existem em grau infinitamente
superior aos humanos.
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Por exemplo, embora Deus (Jesus)
e o ser humano possuam a capacidade de amar, nenhum ser humano é capaz de amar
com o mesmo grau de intensidade como Deus (Jesus) ama.
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Além
disso, devemos ressaltar que a capacidade humana de ter essas características
vem do fato de sermos criados à imagem de Deus (Gn 1.26,27); noutras palavras,
temos a sua semelhança, mas Ele não tem a nossa; i.e., Ele não é como nós.
Jesus era humano mas, também era divino, ele vivia conforme a vontade de Deus, e obedecia mais a Deus do que a homens, um exemplo disso está na narração da bodas de Caná( Jo. 2).
Jesus era humano mas, também era divino, ele vivia conforme a vontade de Deus, e obedecia mais a Deus do que a homens, um exemplo disso está na narração da bodas de Caná( Jo. 2).
III AS OBRAS DE JESUS
1-Morte
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"Àquele
que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós; para que nele fôssemos
feitos justiça de Deus." 2Co5:21.
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Todas as pessoas falam e até mesmo os incrédulos sabem
que Jesus morreu pelos nossos pecados.
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Mas não teremos revelação espiritual enquanto não
soubermos por que foi necessária esta morte.
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Por que Deus exigiu a morte de seu único filho?
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Para conhecermos o amor de Deus é necessário conhecer
também sua santidade e justiça.
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Deus é
perfeitamente santo e perfeitamente justo. Não pode suportar nem mesmo aquilo
que para nós seria um "pequeno erro".
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Sua santidade se ofende com qualquer forma de pecado e
sua justiça exige punição (Rm1:18 ). Assim é Deus.
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Se a exigência é assim tão grande, e se só um homem
totalmente perfeito pode agradar a Deus, então quem poderá agradá-lo? Será que
existe alguém que preenche tais condições? A resposta clara da Escritura é NÃO.
2-Ressurreição
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"Ao qual Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da
morte, pois não era possível que fosse retido por ela." At 2:24
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Se
a morte de Jesus está coberta de glória, quanto mais a sua ressurreição! As
Escrituras nos mostram vários aspectos da ressurreição e seu amplo significado.
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A ressurreição de Jesus é a sua vitória sobre a morte. (1Co
15:54-57 ).
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O que é a morte ? A morte não é
deixar de existir. A morte física ocorre quando o espírito e a alma deixam o
corpo.
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Quando se quebra a unidade entre
o espírito, a alma e o corpo então acontece a morte física.
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Para vencer a morte, Jesus precisava de uma
ressurreição física, ressurreição do corpo. Um corpo de carne e osso e não um
espírito (Lc 24:39-40).
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Para provar isso
Jesus comeu na presença dos discípulos ( Lc 20:20;24-27).
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Entretanto era um corpo transformado. Não
estava preso a espaço nem ao tempo. Podia aparecer e desaparecer. ( Lc 24:31
Jo20:19;26).
3-Ascensão e
ressurreição
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“Esse
Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o
céu o vistes ir” (Atos 1.11). A Ceia do Senhor é ligada diretamente à
ressurreição e à ascensão de Cristo. E a ressurreição e a ascensão declaram a
Sua exaltação.
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Se a
celebração da Ceia do Senhor anuncia vividamente a humilhação do Senhor pela
Sua morte, as instruções de celebrá-la, “até que venha”, proclamam
convincentemente a Sua ascensão ao Pai.
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A ascensão de Cristo anuncia para todos que têm
ouvidos para ouvir a exaltação soberana de Cristo pelo Pai.
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Os anjos convidaram os discípulos a ver o lugar onde
Cristo jazia (Mateus 28.6).
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Vendo
o lugar vazio, confirmaram a veracidade da profecia de Cristo e todos os
profetas, que Ele ia ressurgir. O testemunho ocular do túmulo vazio deveria ter
fortalecido a fé dos discípulos na obra redentora de Cristo.
Pr. Carlos Borges (CABB)
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