sábado, 4 de novembro de 2017

ESTUDO SOBRE APOCALIPSE 21.1-9



O Mar já não existe!
"E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram e o mar já não existe". Ap 21:1.
·        O alvo e a expectativa final da fé da Igreja é de um novo mundo, transformado e redimido, onde Cristo permanecerá com seu povo e a justiça reinará em santa perfeição.
·        O amoroso apóstolo João, tem o vislumbre de um futuro bem próximo onde os Escolhidos do Senhor terão uma recompensa por todas as adversidades que enfrentaram aqui neste tempo presente (Rm 8:18), ele observa atentamente a visão de um novo céu e de uma nova terra na qual nunca havia visto antes, fico a imaginar que visão maravilhosa teve nosso irmão João.
·        Porém, o que me chama a atenção nesse episódio vivido pelo apóstolo, é justamente o que ele (João) não viu, é a última parte do versículo supracitado onde ele diz: "E O MAR JÁ NÃO EXISTE", Interessante não? fiquei a meditar então na referência que João faz por não contemplar naquela visão o MAR, a partir de então, Deus me fez entender a mensagem que João queria passar para os leitores deste capítulo tão peculiar.
·        Quando João enfatizou que O mar não existe entendi que alguns significados importantes existem por traz desta frase.

MAR SIMBOLIZA: INQUIETAÇÃO, DÚVIDAS E SEPARAÇÃO

·        O apóstolo do amor era um pescador por profissão (Mc 1:19,20), portanto sabia muito bem lidar com o mar e as suas intempéries.
·         Quantas madrugadas frias e escuras não passou João nas águas geladas do mar da Galiléia exercendo seu papel de pescador, porém, sabia ele o quanto era difícil lutar contra o vai e vem das ondas, as cheias das marés e a dificuldade de pescar em um mar revolto e Inquieto.
·        João ao contemplar a visão, enfatiza que o Mar já não existe, entendo que ele lembrou-se de quantas vezes teve que enfrentar águas agitadas, tempestades com fortes ventos, a própria inquietação dos discípulos ao ver o seu barco indo quase a pique e Jesus levantando-se na ocasião e repreendendo a Inquietação do mar e a fúria do vento (Mc 4:35 ao 41), então, ele se depara com a visão dizendo: Eu ví um novo céu, e uma nova terra, mas Mar eu não vi. oh glória.
·        Quando chegarmos ao céu e desfrutarmos desta gloriosa visão que teve João, não existirá mais Inquietação alguma que nos tire a paz, a tranquilidade, a bonança, não viveremos mais preocupados com o amanhã, nem com o que vai acontecer no futuro.
·        Não haverá mais ansiedade que corrói a alma e nem frustrações que dilaceram corações, mas, somente haverá alegria e gozo eternal, pois, O Mar já não existe .

NÃO HAVERÁ MAIS DÚVIDAS
·        Assim como Inquietação, o mar simboliza Dúvida, porquê?
·        Porque todas as vezes que os discípulos levavam seus barcos para o mar para a pesca, eles não sabiam o que iriam encontrar pela frente, simplesmente se preparavam, colocavam suas redes no barco, seus acessórios de pesca e partiam para mar alto no intuito de trazerem seu sustento, porém, não havia uma certeza de pesca bem sucedida e quantas vezes eles voltaram para praia de mãos vazias sem nenhum peixe em suas redes, lembremos que em uma ocasião Jesus manda os discípulos voltarem ao mar alto e jogarem as redes, pois naquela madrugada não haviam pescado nada, mas, segundo a palavra de Jesus, eles entraram novamente no barco e obedeceram a palavra do Mestre, quando recolheram as redes haviam muitos peixes que quase rompiam as redes (Mc 5:1 ao 11).

·        Nosso dia a dia não é diferente, fazemos nossos deveres, tomamos decisões, porém, em muitas situações encontramos dúvidas, faço ou não faço prego ou não prego, canto ou não canto, e muitas outras interrogações que invadem a nossa mente, quanto mar de dúvidas não enfrentamos no nosso dia a dia, mas João nos anima afirmando com toda avidez, que quando chegar o grande dia o Mar de Dúvidas não existirá, tudo será visível, esclarecedor, limpo, claro e objetivo, não haverá mais SEPARAÇÃO , como existem nos mares aqui desta terra, como por exemplo os OCEANOS ( Índico, Pacífico, Atlântico) que separam os continentes e os povos , nações e etnias, mas na visão de João o Mar não existe, então podemos afirmar segundo a Palavra que lá não haverá separação alguma, Jesus disse:

·        "Quem vencer herdará todas as coisas, e eu serei seu Deus, e ele será meu filho." ( Ap 21:7), estaremos então para sempre com Ele, veremos seu rosto, e reinaremos com ele em glória para todo sempre, amém.

·        Tenhamos a certeza que este glorioso dia está muito mais perto de nós, do que quando aceitamos a fé, ora vem Senhor Jesus.

·        Ao escrever o apóstolo do amor as palavras: o mar já não existe, seu gozo deve ter sido inexprimível, pois isolado como estava na ilha penal de Patmos, o mar só tornava mais real a cruel separação e a solidão que lhe consumiam a alma. Mas quando Deus refizer a Terra, tudo que lembre a triste história do pecado e da tristeza será apagado.
·         Na Terra feita nova não haverá fúria de tempestades, praias juncadas de destroços, mas tão somente a calma paz da eternidade. Não haverá apenas uma nova humanidade, mas uma nova geografia.
·        Este presente mundo tem muito mais água em sua superfície do que terra; com efeito, três quintos da superfície da Terra estão cobertos por oceanos.
·         Nos dias de Noé “irromperam-se as fontes do grande abismo”. Gn. 7:11. Isto foi o que provocou o dilúvio, não meramente a queda de chuvas.
·         A Terra foi convulsionada, resultando em tremendas mudanças físicas.
·        Depois do dilúvio, Deus disse: “Não tornarei mais a amaldiçoar a Terra por amor do homem.” Gn. 8:21. O dilúvio foi a última maldição em virtude do pecado e corrupção do homem.
·        Por toda parte da Terra acumulam-se evidências de uma vasta destruição pela água. Não somente poderosos oceanos, mas enormes abismos e contorcidos estratos geológicos permanecem como lápides tumulares de uma civilização sepultada.
·         A Palavra de Deus diz: “Pereceu o mundo de então, sendo sepultado pelas águas do dilúvio.” II Pedro 3:6.
·         Somente a ação da água poderia depositar a abundante vida marinha que se encontra hoje na forma de fósseis em montanhas com 15 a 20 mil pés de altura. O mundo de hoje é, na verdade, um vasto cemitério.
·        Mas quando Deus recriá-lo, não haverá mais “depósitos” a nos lembrar pecado e catástrofes.
·        Assim como para João o mar representava separação e solidão, para muitos o mar só lembra tragédias e perdas envolvendo pessoas queridas. Contudo o plano de Deus é que na Nova Terra não tenhamos mais que sofrer separações e tão pouco perdas, por isso o mar não mais existirá.

Isaías 65 e 66

·        As predições de Isaías 65 e 66 causaram problemas para os que buscam aplicar à nova terra descrita em Apocalipse 21 e 22 as descrições que Isaías faz da morte, do nascimento de meninos e da presença de cadáveres (Isa. 65:20, 23; 66:24).
·        Estas dificuldades surgem se se ignora o fato da revelação progressiva entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento.
·        Como se descreveu na primeira parte, nos capítulos 3 e 4, Cristo e seus apóstolos anunciaram que com Jesus começou o tempo dos antítipos (ver Mat. 12:6, 41, 42; Rom. 5:14, 15; 1 Cor. 15:22).
·        Este conceito teológico denota que a consumação das esperanças de Israel será imensamente maior que o que foi predito pelos profetas.
·        O Novo Testamento proclama que Cristo Jesus é "fiador de um melhor pacto" (Heb. 7:22). Isto significa que "Deus tinha já disposto algo melhor para nós, de modo que não chegassem eles [os fiéis hebreus] sem nós à perfeição" (11:40, BJ).
·        Esta hermenêutica do evangelho não requer que Apocalipse 21 e 22 repitam as restrições do velho pacto. A esperança cristã é melhor que a antiga esperança de Israel.
·         O Apocalipse declara que no estado eterno não haverá barreiras étnicas ou raciais na Nova Jerusalém (ver Apoc. 21:14), não haverá mais morte (20:14), não haverá pessoas ímpias nem coisas impuras (19:20, 21; 21:27).
·         Não haverá nenhuma das maldições de Deus. Tudo será feito "novo" (21:5).
·        As diferenças entre o panorama futuro que João apresenta e o panorama do futuro de Isaías revelam a progressão da revelação divina. Para ter uma investigação dos princípios de interpretação no Novo Testamento, ver também o ensaio que sobre isto aparece no Comentário bíblico adventista, tomo 4, páginas 27-40.

Já Não Haverá Mais Mar

·        Outro tema de interpretação é a notável declaração de João: "E o mar já não existe" (Apoc. 21:1).
·        Os comentadores tratam em forma detalhada se esta expressão deve tomar-se de maneira literal ou simbólica. Para que esta predição tenha sentido, precisamos recordar que o "mar" em Daniel e no Apocalipse é o símbolo padrão do caos, do reino dos poderes ímpios e inquietos (Dan. 7 e Apoc. 13; também Ezeq. 28:8; Isa. 57:20) e da morte (Apoc. 20:13). Henry B. Swete faz o seguinte comentário:
·        "O mar desapareceu, porque na mente do escritor está associado com ideias que estão em desacordo com o caráter da nova criação".
      Portanto, João assinala ao mar como o "separador de nações e igrejas".
·        Nesse sentido negativo, João nos assegura que já não haverá mais nenhum "mar".
·        A humanidade não necessitará ter nenhum temor à separação ou ao levantamento do mal. Em Salmos 104:25 e 26 se menciona o "mar" como uma parte da criação original de Deus em Gênesis 1:10, que permanece sob o total domínio do Criador.

A Nova Jerusalém como a Esposa

·        Outro problema aparente é causado pelo fato de que tanto a igreja defeituosa como a Nova Jerusalém é chamada de a "esposa" de Cristo.
·         João denominou a igreja que se preparou para encontrar-se com Cristo, a "esposa" de Cristo (Apoc. 19:7).
·         Depois o anjo declara que a cidade é "a noiva, a esposa do Cordeiro" (21:9).
·        Isto tem feito com que alguns intérpretes concluam que a Jerusalém celestial e a igreja redimida de Cristo são uma e a mesma.
·        De acordo com a lei judaica, uma mulher comprometida em matrimônio era considerada como uma mulher casada que podia ser castigada por adultério.
·        Isto explicaria por que o anjo chama à Nova Jerusalém ao mesmo tempo "a noiva" e "a esposa" do Cordeiro (Apoc. 21:9).
·        À luz do ensino apostólico, a identificação da igreja com a Nova Jerusalém contém um ponto importante de verdade: a igreja na terra é uma com a igreja no céu. Contudo, a distinção entre a comunidade terrestre e a celestial não deve abolir-se.
·        A Jerusalém celestial, como a cidade do Deus vivente, permanece como a "mãe" da igreja sobre a terra (Gál. 4:26).
·         Esta cidade celestial descerá do céu, como Cristo prometeu à sua igreja em Apocalipse 3:12.
·        O cumprimento desta promessa tem lugar à conclusão do milênio (Apoc. 21:2).
·        Então, o fato de que à Nova Jerusalém seja chamada "a noiva, a esposa do Cordeiro" (v. 9), indica que os santos estão todos dentro da Nova Jerusalém, o que confirma o ensino de Cristo (João 14:1-3) e o do Paulo (1 Tes. 4:16, 17): que os santos serão levados ao céu por ocasião da segunda vinda.
·        Além disso, a Nova Jerusalém sobre a terra é descrita com detalhe em Apocalipse 21:1-22:5. Tem o trono de Deus e do Cordeiro, e dela flui "o rio puro da água da vida, claro como cristal". De um e do outro lado, na praça, está a árvore da vida, que dá cada mês seu fruto (22:1, 2). Isto afirma a realidade desta cidade.

Pr. Carlos Borges(CABB)

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