Lc 23.40-43
Introdução: É possível alguém ser salvo caso aceite a Cristo na hora da
morte? Essa questão perturba muitas pessoas e divide opiniões, mas nós que
servimos a Deus sabemos que para questões de tão grande importância a palavra
final sempre deve ser a da Bíblia Sagrada. O texto bíblico que melhor comprova que é possível haver salvação para
quem aceita a Jesus no leito da morte é justamente o texto que narra sobre a
crucificação de Jesus. Somos informados que ao lado de Jesus havia um ladrão,
que percebeu que Jesus era, de fato, o salvador. Esse homem pediu ao Senhor que
lhe desse salvação e Jesus lhe deu uma palavra de garantia: AINDA HOJE ESTARÁS
COMIGO NO PARAÍSO (Lucas 23.39-43).
I SALVAÇÃO NA MORTE
1- Um homem perverso
·
A história deste ladrão perdoado nos mostra a
bondade de Deus que sempre se revela quando há arrependimento.
·
O
arrependimento é aquela decisão que nos leva a agir de modo diferente ao modo
errado que vivíamos antes.
·
Mas se
arrependimento é uma ação diferente daquela que um dia agimos, como pode haver
salvação se o arrependimento ocorre pouco ante de uma pessoa morrer?
·
A questão
é que Deus olha para o coração das pessoas e quando há arrependimento
verdadeiro Deus sabe.
·
Ao olhar para uma pessoa arrependida Deus sabe
que se Ele lhe desse mais uma chance, aquela pessoa faria as coisas de um modo
diferente.
·
Veja como Deus é misericordioso, a palavra
MISERICÓRDIA vem de duas outras palavras: MISÉRIA E CARDIA.
·
Miséria é
a nossa condição sem Deus, somos pobres de fé, de salvação e de santidade;
cárdia é a palavra usada para se referi ao coração que é o centro dos nossos
sentimentos.
·
A
misericórdia é o que leva Deus a sentir as nossas misérias e se colocar como
solução para elas.
·
Salvação é resultado de atitudes interiores que
podem ser tomadas até mesmo na hora da morte: 1-Fé –Jo 3.16 ; 2 –
Arrependimento –At 3.19; 3 – Confissão 1 Jo 1.19.
2-Um homem Moribundo
·
Este homem era um transgressor das leis, não há
relato da sua vida pregressa, a única informação bíblica sobre esse homem, é
que ele foi crucificado junto com Jesus.
·
Aquele ladrão estava prestes a morrer, mas
voltou-se a Cristo em busca de perdão, e Ele o aceitou.
·
Isto demonstra que as nossas obras não nos
salva: e sim a nossa fé em Cristo.
·
Nunca é tarde demais para nos voltarmos a Deus.
·
Mesmo em meio à aflição, Jesus teve misericórdia
daquele criminoso que decidiu crer nEle.
·
Nossa vida será muita útil e feliz se voltarmos
rapidamente para a Deus!
·
Mesmo aquele que se arrepende no último momento
de sua vida estará com o Senhor (Jesus Cristo) no Paraíso.
·
O criminoso que estava prestes a morrer teve
mais fé do que os demais seguidores de Jesus.
·
Como é inspiradora a fé daquele ladrão que
sozinho foi capaz de enxergar, além da vergonha presente, a glória vindoura.
3- Um homem arrependido
·
Acho que não é necessário eu dizer que ninguém
deve usar o pretexto de que quando ela chegar perto da morte se converterá a Deus.
·
Conhecendo o coração e vendo que a pessoa está
tentando cometer uma “fraude” ou enganá-Lo considerará tal atitude como uma
blasfêmia digna de condenação eterna.
·
Além disse há também outro risco que é o de a
pessoa sofrer uma morte súbita sendo por essa razão incapacitada de tomar
qualquer decisão na hora da morte.
·
Embora
seja possível que uma pessoa seja salva mesmo aceitando o Salvador na hora da
morte, não é sensato ninguém deixar para tomar a decisão mais importante da sua
vida em horas tão inseguras.
·
Sabemos que
qualquer pessoa pode forjar uma confissão, mas ninguém pode fingir um
arrependimento, pelo menos não para Deus! (Eclesiastes 12.12-14/Hebreus
4.12-13).
·
Um dos primeiros passos para quem deseja andar
nos caminhos do Senhor é o arrependimento.
·
O verdadeiro arrependimento sempre resulta numa
atitude diante de Deus. (Romanos 12:1-2).
II INCREDULIDADE
NA MORTE
1-Dois Malfeitores
·
Um dos
primeiros passos para quem deseja andar nos caminhos do Senhor é o
arrependimento.
·
Através
do arrependimento genuíno é que a verdadeira conversão surge e não um mero
convencimento de mente.
·
O
verdadeiro arrependimento sempre resulta numa atitude diante de Deus. (Rm
12.1,2).
·
O livro
de Ezequiel 33 diz: Todavia se advertires
o ímpio do seu caminho, para que ele se converta, e ele não se com verter do
seu caminho, morrerá ele na sua iniquidade; tu, porém, terás livrado a tua
alma. Demais, quando eu também disser ao ímpio: Certamente morrerás; se ele se
converter do seu pecado, e praticar a retidão se esse ímpio restituir o penhor
devolver o que ele tinha furtado, e andar nos estatutos da vida, não praticando
a iniquidade, certamente viverá, não morrerá. Nenhum de todos os seus pecados
que cometeu será lembrado contra ele; praticou a retidão e a justiça,
certamente viverá (Ez 33.9-14-16).
·
Como
vimos, a conversão genuína depende de uma ação de fé pratica de quem ouve.
·
Neste
versículo citado acima mostra que a pratica da retidão, ou seja, de uma vida
reta e integra são fatores fundamentais para o arrependimento.
·
A
prática de retidão se evidencia com o abandono da prática errada e o desejo de
viver uma nova vida segundo os princípios de Deus.
·
Os dois
malfeitores da Cruz nos trás a uma lição pratica: O malfeitor que se arrependeu, retrata as pessoas que mesmo fazendo
coisas erradas em sua vida, mas, que no último momento se arrepende e obtém a
salvação. A outra situação é o malfeitor que não se arrependeu, e ainda
escarneceu de Jesus. Retrata as pessoas que não aceitam Jesus em seus leitos de
morte e ainda fazem escarnio dEle e de seus servos que vão lhe dar a última
oportunidade de salvação.
2 - Ladrão Presunçoso
·
Nos
seus últimos momentos de vida, este malfeitor teve a chance de ter um encontro
com Jesus, de mudar sua vida mesmo nos últimos segundos.
·
A parte
mais triste da história deste ladrão, é que ele se perdeu, tendo a salvação ao
alcance de suas mãos, bem ao seu lado.
·
Tão
perto de Jesus e da salvação, mas ainda assim, totalmente perdido. Ao invés de
aproveitar sua última chance, preferiu se juntar aos escarnecedores, pondo
Jesus á prova.
·
E
dizia: “Se tu és o Cristo, salva-te a ti
mesmo, e a nós.”.
·
Provavelmente
estava tomado de raiva, ódio e com o coração petrificado.
·
A única
coisa que o impediu de ser salvo foi ele mesmo.
·
Para se
chegar a Jesus é preciso abrir o coração sem nenhum questionamento.
·
Este
ladrão representa todos os que buscam alcançar sua salvação por esforços
pessoais.
·
Todos
os que rejeitam a salvação.
·
Nesta
cruz estão aqueles que como as autoridades, dizem “Salvou aos outros; que se salve a si mesmo”.
·
Representa
todos os que, como o soldado, dizem: “Se
tu és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo”. Na cruz da rejeição estão
aqueles que como o ladrão, dizem:” Não és tu o Cristo?.
·
“Salva-te a ti mesmo e a nós também”. Todos aqueles que buscam a salvação pelos
seus próprios esforços, estão nesta cruz, e esse ladrão os representa perfeitamente.
3-Salvação Rejeitada
·
João
diz que o Verbo/Palavra “veio para o que
era seu, mas os seus não o receberam (Jo 1.11), isto, é, Jesus não foi
aceito como o Messias por Seus compatriotas judeus”.
·
“Contudo, aos que o receberam aos que creram
em seu nome, deu-lhes o direito de se tornaram filhos de Deus, os quais não
nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne, nem pela vontade
de algum homem, mas nasceram de Deus” (Jo 1.12,13).
·
O que
vai evidenciar nossa salvação e comprovar que a fé que temos em Cristo é
genuína será o nosso arrependimento (At 3.19; At 26.20) e a nossa obediência
(Hb 5.9; Jo 14.23).
·
É a
decisão em abandonar o pecado (Hb 12.1-4; Rm 8.5-8), seguida pela transformação
de vida (Rm 12.2), pela perseverança ao enfrentar adversidades (Tg 1.2-4; 1Pe
1.3-9).
III TESTEMUNHO NA MORTE
1-A fé Testemunhada
·
“Mas o meu justo viverá da fé; e se ele
recuar, a minha alma não prazer nele” (Hb 10.38).
·
Ela
demonstra que Abraão, Isaque e Jacó tinham uma promessa de Deus, porém,
morreram sem alcança-las “todos estes
morreram na fé, sem terem recebido as promessas”; mas vendo-as de longe, e
crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na
terra (Hb 11.13).
·
O
escritor aos Hebreus também demonstra que muitos tiveram uma vida vitoriosa.
Ex: Moisés, Raab, Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, Davi, Samuel e alguns
profetas são exemplos de fé, pois venceram as adversidades confiados em Deus e
alcançaram livramento conforme as promessas de Deus ainda em vida (Hb
11.32-34).
·
Do
mesmo modo, ou seja, pela fé, muitos outros experimentaram a morte, a tortura,
o escárnio, os açoites, as prisões, o apedrejamento, foram serrados, mortos à
espada, outros eram necessitados, aflitos, maltratados, etc.. O que demonstra
que, muitos, embora crendo, não alcançaram livramento das agruras deste mundo.
2- O senso do Pecado
·
Todo
pecado na Bíblia é tratado como sendo um ato em desacordo com a vontade
soberana de Deus.
·
Todo
pecado é considerado como um ato de ofensa a Deus e leva à morte, independente
se é um assassinato ou uma mentira, uma ofensa verbal ou uma agressão física: “Então, a cobiça, depois de haver
concebido, dá a luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte (Tg
1.15)”.
·
Essa
morte é a morte espiritual, a distância de Deus, conforme nos ensina também
Isaías 59.2.
·
Dai a
necessidade de sermos perdoados por Deus e dos nossos pecados (1 Jo 1.9).
·
Sob
essa ótica específica podemos perceber que todos os pecados são iguais perante
Deus.
3-amor pelo Próximo
·
O amor
não deve ser apenas professado, deve ser demonstrado.
·
Deus
provou seu amor enviando Cristo; Ele não apenas disse que amava, antes, Ele
agiu. Essa lógica deve ser aplicada a nós.
·
Podemos
e devemos falar de amor, entretanto, nossas ações devem acompanhar nossas
palavras.
·
O
comentarista John Gill faz uma pertinente consideração. Assim ele escreveu: “É legitimo e bom expressarmos nosso amor
uns aos outros, e a todos, em palavras, empregar boas palavras e linguagem
cortês, falando de maneira afetuosa, especialmente aos que estão aflitos; mas
não devemos ficar somente nisso, pois de nada adiantará dizer aos necessitados,
“ides e fartai-vos” e não lhes darmos nada além de palavras”.
Pr. Carlos Borges (CABB)