segunda-feira, 10 de setembro de 2018

O IRMÃO DO FILHO PRÓDIGO QUE FICOU EM CASA




Lc. 15.25-31
Introdução: Mas até hoje, pouco se tem ouvido sobre o irmão do filho Pródigo.
E Jesus registrou os sentimentos desse irmão, a sua raiva, sua indignação, sua inveja, seu ciúme, para que nós possamos entender que também é muito fácil agirmos como o irmão do filho pródigo.
Essa parábola encontra-se no capítulo 15 do Evangelho de Lucas, mas eu quero me deter nos últimos versículos.
O filho mais velho ficou zangado e não quis entrar. Então o pai veio para fora e insistiu com ele para que entrasse. Mas ele respondeu: “Faz tantos anos que trabalho como um escravo para o senhor e nunca desobedeci a uma ordem sua. Mesmo assim o senhor nunca me deu nem ao menos um cabrito para eu fazer uma festa com os meus amigos.”

 I CARACTERÍSTICA DA PARÁBOLA
1-O Pai
·        O filho desistiu do pai, mas o pai nunca desistiu do filho.
·        O filho partiu, mas o pai o aguardou.
·        O pai esperava diariamente que ele aprendesse na escola da vida as lições que não aprendera aos seus pés.
·        O filho sempre pensa nos amigos, nos status, na herança...
·        Por fim, a grande vitória.
·         A dor rompeu a casca das sementes que o pai plantou e lapidou silenciosamente a personalidade do filho.
·         Ele voltou. Adquiriu profundas cicatrizes na alma, mas está mais maduro e experiente.
·        Quantas horas de oração e intersecção pelo filho ausente, quantas lágrimas derramadas nos pés do Senhor pelo filho que havia partido.
·        Hoje, quantos pais estão orando pelos seus filhos, muitos estão presente no lar, mas, ausente da família e da igreja.
·        Pai Misericordioso- O pai não condenou o filho injusto, mas fez-lhe uma grande festa.
·        Ele tipifica o nosso Pai Celestial, que nos ama apesar dos nossos pecados e atitudes.
·        Quantos deixaram a casa do Pai para irem ter as suas experiências no mundo, e quando tudo deu errado, se arrepende e voltam a casa do Pai.

2- O filho mais Velho
·        É possível uma pessoa ter um pai incrível, uma casa maravilhosa, um campo cheio de novilhos, empregados, acesso à boa música, amigos e, mesmo assim, estar insatisfeito, vivendo como um pobre infeliz.
·        “(E o seu filho mais velho estava no campo; e quando veio, e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças”.  E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo.   E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo. )  Mas ele se indignou, e não queria entrar   (Lc 15.25-28).
·        Quando o “filho pródigo” chegou a casa, depois de ter passado muito tempo fora, seu  irmão mais velho estava no campo, e demorou a retornar.
·         Quando estava voltando, ao ver aquela festa promovida pelo pai para celebrar a volta do irmão caçula,  ele deixou vazar do seu coração os sentimentos negativos que fazia dele um “pródigo”,  apesar de não ter saído de casa.
·        Primeiro: Ele não aceitava entrar naquela festa “… indignou-se e não queria entrar”; 
·        Segundo: Ele já não considerava o outro como seu irmão, ele diz ao pai: “Este teu filho…; 
·        Terceiro: O que o pai estava fazendo para o outro filho ele considerava um desperdício: “Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado” 
·        Quarto: Ele, apesar de ter tudo, vivia como um mendigo,  era um rico pobre. 
·        Quinto: Ele cobra do pai aquilo que já era seu,  por direito: “Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas…” 
·        Sexto: Ele nunca conseguiu servir e obedecer ao pai por amor e prazer. “Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos…”
·        Sétimo: Ele sofre de complexo de superioridade e de perfeição.
·        Isto fica explícito quando ele afirma: “…Te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento…
·        Oitavo:  Não querer se envolver na festa do pai, do irmão, enfim, da festa da família,  ele acabou se revelando como uma pessoa que possuía um tipo de estado de mau humor crônico.
·        Quantos hoje na igreja, quando um irmão se afasta dos caminhos do Senhor são desprezados pelos demais “Irmãos do filho pródigo”.
·        Quantos se afastaram  dos caminhos do Senhor, porque alguém os magoou dentro da casa do Senhor, e quando querem voltar encontram resistência dos “Irmãos do filho pródigo”.

II LIÇOES DA  PARÁBOLA
1-Um coração amargurado
·        Um coração cheio de amargura tem dificuldade de perdoar qualquer ofensa.
·        Um coração cheio de amargura, não produz coisas boas, está sempre rancoroso.
·        Amargura no coração impede de vermos o outro lado do nosso semelhante, ficamos insensíveis a dor do outro.
·        A palavra amargura vem do grego pikria, que significa acerbidade(acerbo= Amargo), ira, aspereza, descontentamento e irascibilidade.
·        Amargura é resultado de frustração não resolvida causada por ira ou inveja(a palavra chave é frustração).
·         Torna a pessoa incapaz de manter comunhão com o Senhor, de adorar e servi-lo.

2- Não se alegre com seu irmão
·        Assim como foi difícil para o irmão  mais velho aceitar o retorno do caçula, é difícil  para o cristão  aceitar os irmãos mais jovens na fé.
·        As pessoas  que se arrependem depois de  viver  notoriamente no pecado atraem suspeitas; há igrejas  que se  mostram poucas dispostas  a admiti-las como membros.
·        Em vez disto, devemos nos regozijar como os anjos  no céu quando um incrédulo se arrepende e retorna  para Deus.
·        Como o Pai do filho pródigo, aceite sinceramente os pecadores arrependidos, e dê  a eles  o apoio e encorajamento de que precisam para crescer em Cristo.  
·        “Se teu irmão pecar contra ti, vai argui-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão.” (Mt 18.15.).
·         Depois de examinar a SI MESMO e depois de confessar SEU pecado, então – e somente então – é que você pode confrontar com compaixão, no espírito de Cristo, aquele ou aqueles que o ofenderam.
·        Converse com ele (ou eles) em particular.

3-Não conhecia o que possuía
·        O menino que ficou em casa era tão pródigo quanto seu irmão mais novo.
·        Ele havia vivido todo este tempo comendo as espigas secas da autojustiça enquanto, como seu pai o lembrou, “tudo o que é meu é teu”.
·        Não era por merecer que ele teria toda esta abundância, mas pelo amor do seu pai.
·        Tudo que ele precisava era ter pedido.
·        Esta grande parábola é a imagem de duas figuras: Deus na sua grande bondade e misericórdia e o fariseu na sua miserável mesquinhez espiritual.
·        Como o irmão mais velho, o Fariseu não servia a Deus porque O amava mas porque trouxe a ele um sentido incrível de superioridade pessoal.
·        Ele era abjetamente pobre no seu merecimento imaginário quando ele poderia ser rico pela graça de Deus.
·        Como o irmão mais velho via o seu irmão mais novo os fariseus olhavam com desprezo os “pecadores” socialmente desprezados e jamais viam a sua própria pobreza espiritual.
·        A verdade é que eram, de longe, piores que os publicanos e “pecadores” com os quais acusavam Jesus porque aqueles excluídos frequentemente reconheciam o seu estado pecador—algo de que nenhum Fariseu com respeito próprio seria culpado.
·        Assim, como uma vez Jesus lhes disse, “publicanos e meretrizes vos procedem no reino de Deus” (Mateus 21:31). Porém mesmo assim Deus os ama, e pede a eles que venham para a festa. Que Pai maravilhoso!
III CONCLUSÃO DA PARÁBORA
1-Deus resiste aos orgulhosos
·        Há uma diferença entre o tipo de orgulho que Deus odeia (Pv 8:13) e o tipo de orgulho que sentimos por fazer algo bem feito.
·        O tipo de orgulho que surge de sermos justos aos nossos próprios olhos é pecado e Deus odeia isso porque atrapalha a nossa aproximação dEle.
·        Salmo 10:4 explica que os orgulhosos estão tão cheios de si que seus pensamentos estão longe de Deus: “Pela altivez do seu rosto o ímpio não busca a Deus; todas as suas cogitações são que não há Deus”.
·        Esse tipo de orgulho arrogante é o contrário do espírito de humildade que Deus procura: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mateus 5:3).

3-Convite ao arrependimento
·        O povo de Israel estava vivendo no pecado, cometendo atos semelhantes aos das nações pagãs.
·         Havia assassinatos, idolatrias, injustiças, e outras coisas que desagradavam ao Senhor.
·        Mas mesmo assim o povo ia ao templo com frequência, para cumprir aquilo que já havia se tornado uma tradição, um  ritual e uma liturgia, destituída de fé ou qualquer sentimento ou consciência a respeito da vontade do Senhor.
·        O profeta Isaías havia profetizado a respeito desta situação quando disse: “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim”.
·        Cada pessoa segue um caminho, e todos julgam o seu caminho o melhor de todos.
·         Mas o fim deles muitas vezes é a morte e o abismo.
·        Melhorar o caminho, na verdade, significa buscar o “Melhor Caminho”.
·        Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida.
·         Não há outro caminho melhor e mais agradável a Deus, do que o Senhor Jesus.

3-Qual  a nossa atitude
·        Deus é santo e quer relacionar-se com um povo limpo e santo também!
·        “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra”.(2 Crônicas 7:14).
·        Veja claramente que as palavras grifadas são atitudes que o ser humano deve tomar mediante reconhecimento de seus pecados, ou após ter ouvido a Palavra de Deus.
·        Eu sei que somente mediante a fé em Jesus Cristo nos libertaremos de nossos pecados, mas isso não nos isenta de fazermos as coisas corretas com nossas atitudes depois de termos recebido o conhecimento da Palavra de Deus, pois Ele não nos forçará a isso (Jo 13: 12-17; Cl 3: 1-2; Gl 5: 24,25).
·        Existem batalhas que são de Deus, Ele pagou o preço para nos salvar (At 20:28; 1 Pe 1: 18-19), mas existem batalhas que são nossas, e a batalha pela santificação é uma delas.

Pr. Carlos Borges (CABB) 


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