Lc 16.26-31
Introdução: Quando analisamos essa narração à luz das Escrituras e seus
contextos históricos, entendemos imediatamente que se trata de uma alegoria,
uma história popular daquele tempo; a qual Jesus usou para destacar uma lição
espiritual àqueles que conheciam a lei, mas não a praticavam. Nunca houve
intenção de que ela fosse entendida literalmente.
I CARACTERÍSTICA DA PARÁBOLA
1-Parábola ou fato?
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“Na história de Cristo, Deus era a única fonte
de ajuda do mendigo porque, certamente, o rico nunca faria nada por ele! …
·
É importante ver esta parábola de Jesus
como uma continuação de Seu conflito com os fariseus sobre as riquezas.
·
Cristo tinha dito: ’Não podeis servir a Deus e a
Mamon [dinheiro]’ (16:13).
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Quando os
fariseus zombaram, Jesus respondeu: ‘… o que entre os homens é elevado, perante
Deus é abominação’ (16:15).
·
“Se
olharmos apenas para esta vida, o homem rico parece ser ao mesmo tempo
abençoado e feliz, e o homem pobre, rejeitado e amaldiçoado.
·
Não há dúvida de que as pessoas na primeira
situação seriam tidas como de alto valor e as outras seriam vistas
como detestáveis.
·
“Então, Jesus disse que ambos morreram. E assim,
repentinamente, as suas posições são invertidas!
2-O Contexto
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Lázaro encontra-se no ‘seio de Abraão’, uma
expressão que o mostra reclinando-se, no lugar de honra, num banquete que
simboliza as bênçãos eternas; enquanto que o homem rico encontra-se em
tormento, separado do lugar de bênçãos por ‘um grande abismo’ (Lucas 16:26).
·
“O homem rico tinha recebido muitas coisas
boas, e tinha usado todas egoisticamente para seu próprio benefício.
·
Apesar
das frequentes advertências do Antigo Testamento para que os ricos compartilhem
suas boas coisas com os pobres, a indiferença deste homem rico a Lázaro mostrou
o quanto seu coração estava afastado de Deus e quão longe ele tinha se desviado
dos caminhos de Deus.
·
“E assim, o primeiro ponto de Jesus era
dirigido às atitudes deles.
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Vocês, fariseus, simplesmente não podem amar
a Deus e ao dinheiro.
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O amor ao dinheiro é detestável para Deus,
pois vocês certamente serão levados a fazer escolhas na vida que Lhe são
abomináveis.
3-Resumo da Parábola
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Amar ao dinheiro pode até satisfazê-los bem
nesta vida. Mas, no mundo porvir, vocês certamente irão sofrer
as consequências.
·
“Mas Jesus não para por aqui.
·
Ele mostra o homem rico suplicando a Abraão para
mandar Lázaro prevenir a seus irmãos, que vivem de maneira egoísta, tal como
ele viveu.
·
Novamente
Abraão se recusa, dizendo: Eles têm ‘Moisés e os Profetas’ (Lucas 16:31), ou seja, as Escrituras.
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Se eles
não dão atenção às Escrituras tão pouco ouvirão a alguém que retorne da
morte …
·
“Então, em
suma, Jesus faz uma séria acusação: A dureza e falta de vontade dos fariseus e
mestres da lei em relação às palavras de Jesus refletem um endurecimento à
própria Palavra de Deus, a quem estes homens dizem honrar …
·
“Todo esse
capítulo nos adverte que, se levarmos a sério seu conteúdo, isso vai afetar a
maneira como vemos e usamos o dinheiro, e a maneira como reagimos aos pobres e
aos oprimidos” .
·
Este é o
ponto de vista de Jesus sobre esse relato.
II LIÇÕES DA PARÁBOLA
1-A Eternidade é Decidida
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Com base nesse ensino, é possível entendermos
que a Parábola do Rico e Lázaro é
um tipo de clímax do ensino de Jesus presente nestes dois capítulos.
·
Nela, ele adverte, de uma só vez, sobre o uso
indevido das riquezas e sobre o modo desprezível de se tratar o próximo.
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O homem
rico dessa parábola cometeu todos os erros descritos por Jesus nos versículos anteriores.
·
Ele
fatalmente serviu às suas riquezas e desprezou os mandamentos de Deus.
·
Seu modo
de vida era egoísta, de modo que ele era “repugnante
aos olhos de Deus” (Lucas 16:15).
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Após a morte, o rico foi para um lugar de
tormento.
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A palavra
que aparece originalmente é o grego Hades.
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Esse termo possui diferentes significados que
dependem do contexto.
·
Neste
caso específico, a tradução correta é inferno, ou seja, o inferno em seu estado intermediário.
·
A referência é a um lugar de tormento onde a
alma do ímpio é atormentada enquanto aguarda a ressurreição do corpo para, após
o juízo final, ser lançado no lago de fogo,
isto é, o inferno em seu estado final.
2- O Rico necessitava de Lázaro
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Você consegue perceber que mesmo após a morte o rico continuou com seu
comportamento egoísta?
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Você percebe que ele continuava tratando Lázaro como um servo, um garoto
de recado?
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Outra coisa interessante é que o rico sabia
muito bem quem era Lázaro.
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Ele admite conhecer pelo nome o mendigo que
ficava jogado à sua porta esperando por compaixão.
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Suas palavras no além apenas confirmaram o
quanto ele negligenciou a Palavra de Deus.
·
Ele não amou a Deus sobre todas as coisas, muito
menos seu próximo como a si mesmo.
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Na vida
física o rico aparentemente não necessitava do mendigo, era o mendigo que
necessitava do rico.
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Porém na
morte, era o rico que estava precisando do mendigo, para poder molhar a sua
língua ou avisar seus irmãos que ainda estava vivos.
·
A presença
de Lázaro na porta do rico era uma necessidade para servir de aviso que devemos
ajudar os mais necessitados, independente de suas condições físicas.
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O rico não
aprendeu a lição, continuava com seu egoísmo e orgulho dos seus bens materiais.
3-Vivos e mortos não se falam
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VEIO A MORRER O MENDIGO E FOI LEVADO PELOS
ANJOS... MORREU TAMBÉM O RICO E FOI SEPULTADO- Ao contar esta história, Jesus
mostrou que todos os seres humanos, ricos ou pobres, cultos ou ignorantes,
sábios ou tolos, honrados ou desonrados, poderosos ou humildes, famosos ou
anônimos, crentes ou ateus, todos passarão pelo mesmo Vale da Sombra da Morte.
(Salmo 23:4).
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NO HADES, ERGUEU OS OLHOS, ESTANDO EM TORMENTOS
Jesus mencionou aqui dois destinos: o Paraíso e o Hades. Portanto, quando uma pessoa morre, é levada para um deles.
Jesus mencionou aqui dois destinos: o Paraíso e o Hades. Portanto, quando uma pessoa morre, é levada para um deles.
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O Hades é o lugar de tormento para onde vão os
ímpios e todos os que se esquecem de Deus: “Os ímpios irão para o Seol, sim,
todas as gentes que se esquecem de Deus” (Salmo 9:17). Seol é a palavra
hebraica equivalente à grega Hades.
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O Paraíso é um lugar de delícias e descanso,
para onde vão os justificados, no mesmo dia em que morrem. Ao ladrão
arrependido que morria ao seu lado, Jesus prometeu: “Ainda hoje estarás comigo
no Paraíso.” (Lc 23:43).
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Portanto, nenhum espírito de defunto ficará
dormindo até o Juízo ou perambulando aqui na Terra.
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Tanto o Paraíso como o Hades são lugares
provisórios, onde os espíritos aguardam o Dia do Juízo Final.
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Aquele rico foi para o Hades porque se esqueceu
que tinha recebido de Deus todos os bens e, como mordomo, deveria
administrá-los com prudência, responsabilidade e sagacidade, compartilhando-os
com os necessitados.
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Lázaro foi para o Paraíso porque também era
mordomo e administrava com fidelidade o pouco que tinha recebido. Como sabemos
disso? Pelo detalhe dos cães que vinham lamber-lhe as chagas: nenhum cão de rua
faria amizade com um mendigo se não recebesse amor e carinho. E Lázaro ainda
dividia com cães famélicos as poucas migalhas que conseguia.
III CONCLUSÃO DA PARÁBOLA
1-A morte vem para todos.
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As
pessoas que não acreditam na existência de Deus, obviamente, negam a ideia de
vida após a morte.
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Outros, mesmo entre aqueles que se proclamam
seguidores de Jesus, ensinam que os injustos deixarão de existir, quando
morrerem.
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Em contraste, Jesus claramente ensinou que a
existência não cessa com a morte (Mateus 22:31-32; Lucas 16:19-31).
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O
problema fundamental nesta doutrina humana que diz que a existência cessa com a
morte, é o erro de não entender que a morte é uma separação, e não o fim da
existência da pessoa (veja Tiago 2:26).
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Algumas igrejas, seguindo doutrinas de homens,
negam a existência do inferno, mas a Bíblia mostra que todos serão julgados e
separados, os justos para a vida eterna e os ímpios para o castigo eternamente,
separados de Deus para sempre (João 5:28-29; Mateus 25:41,46).
2-Moisés e os profetas
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“Se não
ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que
ressuscite alguém dentre os mortos.”
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Não porque fossem duros o bastante para não
reconhecer o poder de Deus em ressuscitar, mas porque não foi este o método
designado por Deus para a salvação, que é o de ter fé na Sua palavra revelada,
de modo que a fé vem pelo ouvir a Palavra.
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Não será pela visão do arcanjo Miguel, de um
Serafim, dos querubins, do próprio Cristo, que alguém será salvo.
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A salvação sempre ocorrerá somente quando
acolhermos com mansidão e fé a Palavra do Senhor.
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Hoje, temos mais do que Moisés e os profetas,
porque por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, temos também as Escrituras do
Novo Testamento. Então temos uma maior e melhor razão para cremos, lendo,
amando, acolhendo e praticando a Palavra de Deus. Pela fé em tudo o que nos tem
sido revelado por Ele, para que crendo em Sua Palavra, que nos aponta Cristo,
como nossa única esperança, sejamos salvos.
3-O inferno é real
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Muitos incrédulos têm questionado a realidade do
inferno, entre eles Bertrand Russell, disse que quem ameaça pessoas com o
castigo eterno, como Jesus fez, é desumano.
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No
entanto As Escrituras afirmam enfaticamente a doutrina do inferno.
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A Bíblia fala daqueles cujo nome não está
escritos no livro da vida, serão lançados no lago de fogo (Ap 20. 11-15).
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Alguns
estudiosos da Bíblia não excitam em afirma que o mestre ensinou mais sobre o
inferno que o céu.
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Ele acrescentou sobre os aqueles que o rejeitam:
“Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim também acontecerá no fim
desta era” (Mt 13.38).
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Nas Escrituras são usadas algumas palavras para
descrever esse lugar de sofrimento. Dentre outras palavras são usadas
frequentemente: Inferno, Sheo, Geema, Abismo, Queber, Abadom, Apoliliom,
Tártaro, Poço do Abismo, Hades, Lago de Fogo, etc.
Pr. Carlos Borges (CABB).
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