Tg. 2.14-18
Introdução: Se obras sociais,
como albergues, asilos, centros de recuperação, hospitais, não fossem
compromisso da Igreja e do cristão, que seria das pessoas que viveram em lugares
como estes, construídos por igrejas e cristãos piedosos, e que graças a essas
obras, puderam conhecer o amor de Deus? Quem
não faz ações sociais, não ama o seu próximo. E quem não ama o seu próximo,
constitui-se transgressor da Lei de Deus, pois se não consegue amar a quem vê,
como poderá amar a Deus a quem não vê?.
A CORRETA RELAÇÃO ENTRE FÉ E OBRAS
1- A fé para a salvação
·
Tornamo-nos cristão pelo favor não merecido que
recebemos de Deus, e não pelo resultado de qualquer esforço.
·
A vida cristã envolve trabalho árduo.
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Exige que desistamos de qualquer coisa que
coloque em risco o nosso relacionamento
com Deus, que corramos
pacientemente, que lutemos contra o pecado( inclusive da omissão) como o
poder do Espírito Santo.
·
Para vivermos eficazmente, devemos manter nossos olhos em Jesus
·
Tropeçaremos
e desviarmos o nosso olhar dEle, para observarmos a nós
mesmos ou as circunstâncias que
nos cercam.
·
Devemos estar correndo constantemente para
Cristo, não por nós mesmos (egoistamente), e devemos mantê-lo em vista(agir
como ele agiu).
2- A fé Operante
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Os quatro amigos do paralítico agiram em seu favor por causa
de uma visão de fé.
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Eles se negaram a aceitar a realidade da paralisia no corpo
do companheiro, e, em seus corações, começaram a vê-lo são e totalmente livre
de qualquer deficiência.
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A cura aconteceu primeira,
no coração dos amigos, para depois ser uma realidade no corpo do paralítico.
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É assim que as coisas funcionam no reino espiritual.
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O que desejamos que aconteça primeiro tem de nascer em nossos
corações, para que depois se materializem (Hb 11.1-3).
3- A fé resulta em obras
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Os amigos do paralítico realmente creram que Jesus podia
fazer algo por ele.
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Eles provaram tal fé
quando a demonstraram por meio de atitudes concretas, sem as quais nada
aconteceria.
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Sim, eles revelaram o quanto acreditavam num milagre, por
meio do que fizeram de real.
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Cada um pegou numa ponta da maca, juntos ergueram o doente,
caminharam, por entre a multidão, subiram em cima da casa, tiraram a telha e o
desceram.
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Essa era a parte que lhes cabia, e a fizeram muito bem.
·
Por esse motivo a Bíblia disse: “vendo-lhes a fé” (Mc 2.5a).
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Como Jesus pôde ver algo invisível como a fé?
·
Por meio das obras!
·
É como se a fé fosse o
espírito, e a obra, o corpo.
·
O espírito não se pode ver, mas o corpo sim.
·
É disso que nos fala Tiago 2.14-26, de cujo texto queremos
extrair algumas frases, que consideramos mais relevantes. “Meus irmãos, que adianta alguém dizer que tem fé se não dá provas
disso”?
·
..Portanto a fé é assim: se não vier acompanhada de ação, é
coisa morta em si mesmo.
II O SIGNIFICADO DE OBRAS EM TIAGO
1-Obras como
serviço
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A vida cristã não consiste em mera contemplação
espiritual das belezas de Cristo, mas também em servir a Deus e ao próximo.
·
É sobretudo no exercício do ministério que
recebemos da parte de Deus para cumprir, que crescemos na graça e no
conhecimento de Jesus.
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O bom soldado cristão é feito no campo de
batalha, e não meramente nas salas de treinamento das igrejas e seminários.
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O serviço deve ser segundo a esfera de atuação
que nos foi demarcada pelo Senhor, tanto no que se refere ao tipo de serviço
que deve ser realizado, quanto à (s) área (s) geográfica (s) demarcada (s) por
Ele para a nossa atuação, de modo que não labutemos em campo alheio; cuidado
este, que a propósito, sempre esteve bem presente no apóstolo Paulo.
·
Todos os crentes possuem, portanto, pelo menos
um ministério, ou seja, um serviço específico para o qual recebeu dons e
capacitações de Deus para o seu exercício.
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Mas, para o propósito de formar e edificar a
Igreja, sobretudo para confirmar os crentes na fé e na sã doutrina, Deus
levanta ministérios especiais para tal propósito.
2- Obras como socorro
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Tiago faz uma repreensão particularmente severa
aos ricos que acumulam e aqueles que são autossuficiente.
·
Finalmente, ele termina encorajando os crentes a
serem pacientes no sofrimento, orando e cuidando uns dos outros e reforçando a
nossa fé através da comunhão.
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Paulo diz no verso 13 deste décimo segundo
capítulo de Romanos: “Comunicai com os
santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade;”, a palavra no
original grego para o verbo comunicai é koinoneo, de onde vem a palavra
koinonia, que significa comunhão.
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Então se trata de um compartilhar as
necessidades dos irmãos em comunhão com eles, no Espírito, daí ser seguido este
mandamento pelo de se praticar a hospitalidade; não apenas em nossas casas, mas
em nossos corações.
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O verso 14 contém uma repetição do mandamento
que nos foi dado por Jesus em Seu ministério terreno de abençoarmos os que nos
maldizem e perseguem, a ponto de até mesmo amarmos os nossos inimigos.
3-Obras como compaixão
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Jesus, de maneira alguma nos trouxe um evangelho
teórico.
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Ele não se preocupou em nos deixar um manual de
regras e dogmas para assim o seguirmos.
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Ele se ateve a dois mandamentos que já no Velho
Testamento haviam sido dados ao povo de Israel: “Amarás ao Senhor Teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma,
de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento e amarás ao teu próximo
como a ti mesmo” Dt 6:5, Lv 19:18
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A atitude do samaritano (Lc 10:33) – Esta pessoa
reconhecia que não era merecedora da graça de Deus.
·
Alcançado pelo amor, sua vida agora só teria
sentido se levar esta compaixão a outros que estão feridos à beira do caminho.
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Ele não mediu esforços para ver aquele homem
restaurado. Derramou sobre suas feridas vinho e azeite.
·
Vinho que nos remete à nova aliança do sangue de
Jesus que nos perdoa de todos os nossos pecados e azeite que fala do Espírito
Santo que nos cura e nos faz novas criaturas em Cristo.
·
Buscou ajuda na hospedaria (Igreja) e mesmo que
seguindo viagem, continuou cuidando do homem.
·
A atitude do samaritano foi de cuidar, pois via
aquele homem como irmão.
III A IGREJA E A OBRA SOCIAL
1-A Igreja e o preconceito
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Equivocadamente, há quem utilize os termos
preconceito e discriminação como expressões sinônimas.
·
Mas não
são. Enquanto o preconceito diz respeito a uma opinião formada previamente pelo
indivíduo, seja positiva ou negativa, a discriminação — como veremos logo mais
— é o tratamento desigual e injusto de uma pessoa ou um grupo de pessoas em
razão de classe social, cor da pele, nacionalidade, convicções religiosas, etc.
·
O nosso foco é combater o preconceito negativo, aquele em
que alguém faz um juízo de condenação acerca de outro ou de um grupo de
pessoas, sem conhecimento, reflexão ou com imparcialidade.
·
Esse tipo
de preconceito é prejudicial e perigoso, pois leva à intolerância, à
discriminação e até mesmo à violência.
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A Bíblia não nos oferece uma definição de
preconceito.
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Todavia, encontramos nela advertências contra o
desprezo (Rm 10.12) e o julgamento condenatório dirigido pelas aparências (Jo
7.24) e sem critérios justos (Jo 8.15, 16).
2- A igreja e a assistência social
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É verdade que, em geral, os evangélicos são
bondosa, quebrantada, ajudadores.
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Mas até pouco tempo atrás não era fácil
encontrar uma instituição evangélica de assistência social.
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Mesmo hoje, algumas igrejas ainda relutam em
envolver-se com projetos dessa natureza.
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A ênfase recai na evangelização. Via de regra,
orfanatos, asilos, hospitais e escolas têm sido deixados para católicos e
espíritas.
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Eles, sim, creem na salvação pelas obras.
·
O
encontro pessoal com Jesus, sua aceitação como Salvador, o novo nascimento são
experiências pouco pregadas e experimentadas entre eles.
·
A necessidade da prática de boas obras se deve,
desse modo, à incerteza da sua salvação.
·
O resultado são os muitos projetos de
assistência social.
3- A igreja e o senso de justiça
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A
palavra “justo” é uma tradução do termo grego dikaíos.
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Este
termo indica a Justiça, a retidão ou excelência moral de Deus.
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Segundo
as Escrituras, Deus é um ser absolutamente justo que sempre age de uma maneira
perfeitamente consistente com quem Ele é.
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Não há
nada falso ou incorreto na natureza de Deus ou em suas obras da criação. Pois
suas obras, decretos e juízos são absolutamente perfeitos.
·
Jesus
se depara com a ideia de uma Justiça muito diferente daquela que Ele viera
pregar e exemplificar na sua vida.
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A Justiça do fariseu era uma Justiça
legalista, adquirida pelo indivíduo mediante obediência às exigências da letra
da lei.
·
Era a
Justiça própria da pessoa que a possuía.
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Jesus
substituiu essa relação para com a lei, pela relação pessoal que o homem tem
para com Deus e para com a humanidade (Lc 10.26,27).
·
Em vez
da lei então, existem duas grandes relações pessoais, uma com Deus e outra com
a humanidade.
Pr. Carlos Borges (CABB).
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