segunda-feira, 12 de novembro de 2018

A IGREJA E A OBRA SOCIAL



Tg. 2.14-18
Introdução: Se obras sociais, como albergues, asilos, centros de recuperação, hospitais, não fossem compromisso da Igreja e do cristão, que seria das pessoas que viveram em lugares como estes, construídos por igrejas e cristãos piedosos, e que graças a essas obras, puderam conhecer o amor de Deus? Quem não faz ações sociais, não ama o seu próximo. E quem não ama o seu próximo, constitui-se transgressor da Lei de Deus, pois se não consegue amar a quem vê, como poderá amar a Deus a quem não vê?.


A CORRETA RELAÇÃO  ENTRE FÉ E OBRAS
1- A fé para a salvação
·        Tornamo-nos cristão pelo favor não merecido que recebemos de Deus, e não pelo resultado de qualquer esforço.
·        A vida cristã envolve trabalho árduo.
·        Exige que desistamos de qualquer coisa que coloque em risco o nosso relacionamento  com Deus, que corramos  pacientemente, que lutemos contra o pecado( inclusive da omissão) como o poder do Espírito Santo.
·        Para vivermos eficazmente, devemos  manter nossos olhos em Jesus
·        Tropeçaremos  e desviarmos o nosso olhar dEle, para observarmos  a nós  mesmos  ou as circunstâncias que nos cercam.
·        Devemos estar correndo constantemente para Cristo, não por nós mesmos (egoistamente), e devemos mantê-lo em vista(agir como ele agiu).

2- A fé Operante
·        Os quatro amigos do paralítico agiram em seu favor por causa de uma visão de fé.
·        Eles se negaram a aceitar a realidade da paralisia no corpo do companheiro, e, em seus corações, começaram a vê-lo são e totalmente livre de qualquer deficiência.
·         A cura aconteceu primeira, no coração dos amigos, para depois ser uma realidade no corpo do paralítico.
·        É assim que as coisas funcionam no reino espiritual.
·        O que desejamos que aconteça primeiro tem de nascer em nossos corações, para que depois se materializem (Hb 11.1-3).


3- A fé resulta em obras
·        Os amigos do paralítico realmente creram que Jesus podia fazer algo por ele.
·         Eles provaram tal fé quando a demonstraram por meio de atitudes concretas, sem as quais nada aconteceria.
·        Sim, eles revelaram o quanto acreditavam num milagre, por meio do que fizeram de real.
·        Cada um pegou numa ponta da maca, juntos ergueram o doente, caminharam, por entre a multidão, subiram em cima da casa, tiraram a telha e o desceram.
·        Essa era a parte que lhes cabia, e a fizeram muito bem.
·        Por esse motivo a Bíblia disse: “vendo-lhes a fé” (Mc 2.5a).
·        Como Jesus pôde ver algo invisível como a fé?
·        Por meio das obras!
·         É como se a fé fosse o espírito, e a obra, o corpo.
·        O espírito não se pode ver, mas o corpo sim.
·        É disso que nos fala Tiago 2.14-26, de cujo texto queremos extrair algumas frases, que consideramos mais relevantes. “Meus irmãos, que adianta alguém dizer que tem fé se não dá provas disso”?
·        ..Portanto a fé é assim: se não vier acompanhada de ação, é coisa morta em si mesmo.

II O SIGNIFICADO DE OBRAS EM TIAGO
1-Obras como serviço
·        A vida cristã não consiste em mera contemplação espiritual das belezas de Cristo, mas também em servir a Deus e ao próximo.
·         É sobretudo no exercício do ministério que recebemos da parte de Deus para cumprir, que crescemos na graça e no conhecimento de Jesus.
·         O bom soldado cristão é feito no campo de batalha, e não meramente nas salas de treinamento das igrejas e seminários.
·        O serviço deve ser segundo a esfera de atuação que nos foi demarcada pelo Senhor, tanto no que se refere ao tipo de serviço que deve ser realizado, quanto à (s) área (s) geográfica (s) demarcada (s) por Ele para a nossa atuação, de modo que não labutemos em campo alheio; cuidado este, que a propósito, sempre esteve bem presente no apóstolo Paulo.
·        Todos os crentes possuem, portanto, pelo menos um ministério, ou seja, um serviço específico para o qual recebeu dons e capacitações de Deus para o seu exercício. 
·        Mas, para o propósito de formar e edificar a Igreja, sobretudo para confirmar os crentes na fé e na sã doutrina, Deus levanta ministérios especiais para tal propósito.

2- Obras como socorro
·        Tiago faz uma repreensão particularmente severa aos ricos que acumulam e aqueles que são autossuficiente.
·        Finalmente, ele termina encorajando os crentes a serem pacientes no sofrimento, orando e cuidando uns dos outros e reforçando a nossa fé através da comunhão.
·        Paulo diz no verso 13 deste décimo segundo capítulo de Romanos: “Comunicai com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade;”, a palavra no original grego para o verbo comunicai é koinoneo, de onde vem a palavra koinonia, que significa comunhão.
·        Então se trata de um compartilhar as necessidades dos irmãos em comunhão com eles, no Espírito, daí ser seguido este mandamento pelo de se praticar a hospitalidade; não apenas em nossas casas, mas em nossos corações.
·        O verso 14 contém uma repetição do mandamento que nos foi dado por Jesus em Seu ministério terreno de abençoarmos os que nos maldizem e perseguem, a ponto de até mesmo amarmos os nossos inimigos.

3-Obras como compaixão
·        Jesus, de maneira alguma nos trouxe um evangelho teórico.
·        Ele não se preocupou em nos deixar um manual de regras e dogmas para assim o seguirmos.
·        Ele se ateve a dois mandamentos que já no Velho Testamento haviam sido dados ao povo de Israel: “Amarás ao Senhor Teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento e amarás ao teu próximo como a ti mesmo” Dt 6:5, Lv 19:18
·        A atitude do samaritano (Lc 10:33) – Esta pessoa reconhecia que não era merecedora da graça de Deus.
·        Alcançado pelo amor, sua vida agora só teria sentido se levar esta compaixão a outros que estão feridos à beira do caminho.
·        Ele não mediu esforços para ver aquele homem restaurado. Derramou sobre suas feridas vinho e azeite.
·        Vinho que nos remete à nova aliança do sangue de Jesus que nos perdoa de todos os nossos pecados e azeite que fala do Espírito Santo que nos cura e nos faz novas criaturas em Cristo.
·        Buscou ajuda na hospedaria (Igreja) e mesmo que seguindo viagem, continuou cuidando do homem.
·        A atitude do samaritano foi de cuidar, pois via aquele homem como irmão.


III A IGREJA E A OBRA SOCIAL
1-A Igreja e o preconceito
·        Equivocadamente, há quem utilize os termos preconceito e discriminação como expressões sinônimas.
·         Mas não são. Enquanto o preconceito diz respeito a uma opinião formada previamente pelo indivíduo, seja positiva ou negativa, a discriminação — como veremos logo mais — é o tratamento desigual e injusto de uma pessoa ou um grupo de pessoas em razão de classe social, cor da pele, nacionalidade, convicções religiosas, etc.
·        O nosso foco é combater o preconceito negativo, aquele em que alguém faz um juízo de condenação acerca de outro ou de um grupo de pessoas, sem conhecimento, reflexão ou com imparcialidade.
·         Esse tipo de preconceito é prejudicial e perigoso, pois leva à intolerância, à discriminação e até mesmo à violência.
·        A Bíblia não nos oferece uma definição de preconceito.
·        Todavia, encontramos nela advertências contra o desprezo (Rm 10.12) e o julgamento condenatório dirigido pelas aparências (Jo 7.24) e sem critérios justos (Jo 8.15, 16).

2- A igreja e a assistência social
·        É verdade que, em geral, os evangélicos são bondosa, quebrantada, ajudadores.
·        Mas até pouco tempo atrás não era fácil encontrar uma instituição evangélica de assistência social.
·        Mesmo hoje, algumas igrejas ainda relutam em envolver-se com projetos dessa natureza.
·        A ênfase recai na evangelização. Via de regra, orfanatos, asilos, hospitais e escolas têm sido deixados para católicos e espíritas.
·        Eles, sim, creem na salvação pelas obras.
·         O encontro pessoal com Jesus, sua aceitação como Salvador, o novo nascimento são experiências pouco pregadas e experimentadas entre eles.
·        A necessidade da prática de boas obras se deve, desse modo, à incerteza da sua salvação.
·        O resultado são os muitos projetos de assistência social.

3- A igreja e o senso de justiça
·        A palavra “justo” é uma tradução do termo grego dikaíos.
·        Este termo indica a Justiça, a retidão ou excelência moral de Deus.
·        Segundo as Escrituras, Deus é um ser absolutamente justo que sempre age de uma maneira perfeitamente consistente com quem Ele é.
·        Não há nada falso ou incorreto na natureza de Deus ou em suas obras da criação. Pois suas obras, decretos e juízos são absolutamente perfeitos.
·        Jesus se depara com a ideia de uma Justiça muito diferente daquela que Ele viera pregar e exemplificar na sua vida.
·         A Justiça do fariseu era uma Justiça legalista, adquirida pelo indivíduo mediante obediência às exigências da letra da lei.
·        Era a Justiça própria da pessoa que a possuía.
·        Jesus substituiu essa relação para com a lei, pela relação pessoal que o homem tem para com Deus e para com a humanidade (Lc 10.26,27).
·        Em vez da lei então, existem duas grandes relações pessoais, uma com Deus e outra com a humanidade.

      Pr. Carlos Borges (CABB).

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