Fp. 2.12-16
Introdução: Antes de tudo quero definir as três palavras
chaves desse estudo (igreja, política e cidadania), para que se tenha clareza
daquilo que pretendemos apresentar.
Não há dúvidas que, desde os tempos da igreja neo testamentária do primeiro século, desde que os discípulos de Jesus foram chamados “cristãos”, na cidade síria de Antioquia, no Império Romano, ficou bem entendido que “cristão” é aquele que segue a Jesus (Cf. At 11:26).
E “cidadão”? Quem é o cidadão? O cidadão é a pessoa que vive em sociedade, segundo as regras de convivência que foram preestabelecidas pelo grupo social.
Não há dúvidas que, desde os tempos da igreja neo testamentária do primeiro século, desde que os discípulos de Jesus foram chamados “cristãos”, na cidade síria de Antioquia, no Império Romano, ficou bem entendido que “cristão” é aquele que segue a Jesus (Cf. At 11:26).
E “cidadão”? Quem é o cidadão? O cidadão é a pessoa que vive em sociedade, segundo as regras de convivência que foram preestabelecidas pelo grupo social.
I RAZÃO DE SER DA IGREJA
1-Propósito divino
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Atos 2:42 pode
ser considerado como a “frase-propósito” para a igreja: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir
do pão, e nas orações.”.
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Então, de acordo
com esta Escritura, os propósitos ou atividades da igreja devem ser: (1) o ensino da doutrina bíblica, (2)
providenciar um espaço de adoração para os crentes, (3) observar a Ceia do
Senhor, e (4) oração.
·
A igreja deve
ensinar a doutrina bíblica para que possamos ter os alicerces de nossa fé.
·
Efésios 4:14 nos
diz: “Para que não sejamos mais meninos
inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos
homens que com astúcia enganam fraudulosamente.”.
·
A igreja deve ser
um lugar de comunhão, onde os cristãos possam se devotar uns aos outros e
honrar uns aos outros (Romanos 12:10), instruir uns aos outros (Romanos 15:14),
ser benignos e misericordiosos uns com os outros (Efésios 4:32), encorajar uns
aos outros (I Tessalonicenses 5:11), e principalmente, amar uns aos outros (I
João 3:11).
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A igreja deve ser
um lugar onde os crentes possam observar a Ceia do Senhor, lembrando-se da
morte de Cristo e Seu sangue derramado em nosso favor (I Coríntios 11:23-26).
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O conceito de “partir o pão” (Atos 2:42) também carrega a ideia de refeições
compartilhadas.
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Este é outro exemplo da igreja promovendo a
comunhão. O propósito final da igreja, de acordo com Atos 2:42 é a oração.
·
A igreja também
deve ser um lugar que promova a oração, ensine a oração e pratique a oração.
Filipenses 4:6-7 nos encoraja: “Não
estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo
conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças”.
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“E a paz
de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os
vossos sentimentos em Cristo Jesus.”
2-Mensagem abrangente
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Muitos cristãos
se perguntam sobre qual é a missão que devem desempenhar nesse mundo. O que
Deus quer de nós?
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Qual o nosso
chamado?
·
Tais perguntas são respondidas quando
entendemos a nossa identidade.
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Para saber o que
tenho que fazer, primeiro preciso saber quem eu sou.
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Se você ainda não
sabe qual a é a sua missão, descubra primeiro quem você é.
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O apóstolo Pedro em apenas dois versículos diz tudo o que
precisamos saber. Ele responde quem nós somos e também qual é a nossa missão no
mundo.
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Nós somos geração eleita; Nós
somos sacerdócio real; Nós
somos nação santa; Nós
somos povo de propriedade exclusiva de Deus.
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Pedro mostra que
pertencemos a um povo eleito pelo próprio Deus.
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O sacerdote era o
único que podia entrar na presença de Deus e mediar o pecado do povo.
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Isso significa
que somos separados para servir a Deus, e essa é a nossa real ocupação.
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Não estamos
desgarrados, não pertencemos a qualquer um.
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Nós temos um dono, nós somos propriedade do
próprio Deus, somos um bem precioso para Ele, fomos comprados pelo sangue de
Jesus Cristo.
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Agora que Pedro
respondeu a pergunta sobre quem nós somos, ele também fala sobre a missão que
temos.
·
Nossa missão é anunciar as grandezas daquele
que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.
·
A palavra grega Aretas
traduzida como “grandeza” ou “virtude”,
era um termo muito utilizado na época e refere-se aos atributos ou qualidades.
·
Isso significa que temos que proclamar os
feitos, o poder, a glória, a sabedoria, a graça, a misericórdia, o amor e a
santidade de Deus.
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Através de nossa
conduta e palavras, devemos testemunhar que somos filhos de Deus, somos da luz
e não mais das trevas, pois Ele nos chamou para essa posição privilegiada.
3-Dimensão Local
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A missão dada por
Jesus foi a de espalhar a mensagem da salvação a todos os povos através da
pregação do evangelho e do discipulado dos novos crentes.
·
A missão deveria ser cumprida debaixo da unção
do Espírito Santo, o qual seria o grande impulsionador da igreja no cumprimento
de sua obra.
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Ao
estudarmos as referências bíblicas sobre a missão da igreja encontramos algumas
dimensões do trabalho que devem ser compreendidas para que tenhamos êxito em
nossa grandiosa tarefa.
- Somos chamados a entender que existe o aqui e o lá fora em relação a missões.
- O aqui se refere ao local onde estamos o qual deve ser usado como base para alcançarmos os que estão próximos a nós.
- Parentes, vizinhos, amigos, colegas de trabalho ou estudo e demais pessoas que estão próximas a nós. Todas elas necessitam da salvação.
- Temos que usar toda a nossa rede de relacionamentos para falar de Jesus as pessoas.
- O lá fora se refere à ordem de Jesus de alcançarmos outros povos e nações.
- É necessário entendermos que também é nossa responsabilidade levar o evangelho a lugares mais distantes.
- Cristo nos fala em Jerusalém, Judéia, Samaria e confins da terra.
- Ele nos ensina que devemos nos preocupar com o lugar onde estamos com os lugares próximos a nós e até os lugares mais distantes da terra.
III
A IGREJA E SUA RELAÇÃO COM A POLÍTICA
1- A Igreja e Deus
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Algumas vezes a Bíblia usa a palavra “igreja” no sentido universal, isto
é, para falar de todo o povo que pertence a Cristo, não importa de onde ele
possa ser.
·
Jesus falou da igreja deste modo: “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha
igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus
16:18).
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Ele não está falando apenas de uma congregação local, nem está falando
de uma organização ou instituição mundial.
·
Ele está falando de pessoas, pedras vivas, construídas sobre Jesus
Cristo, a fundação sólida.
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Paulo falou da igreja, neste
mesmo sentido universal, quando escreveu: “... Cristo é o cabeça da Igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo” (Efésios
5:23).
·
Jesus é o cabeça sobre todos aqueles que o servem, todos aqueles lavados
e purificados de seus pecados (Efésios 5:26).
·
Frequentemente, a palavra “igreja”
é usada para descrever uma congregação local ou assembleia de santos.
·
A igreja é uma organização? Muitas pessoas têm a noção errada de que a
igreja é uma organização ou instituição, independente do povo que compõe a
igreja.
·
Este não é o conceito bíblico de
igreja.
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Jesus não morreu para estabelecer uma instituição, mas para salvar o
povo do pecado (Atos 20:28; 1 Coríntios 6:20).
·
Jesus e o Pai não habitam numa
organização, mas no povo que os obedece (João 14:15, 23).
2- A igreja e
Cesar
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Vamos refletir sobre o chamado à santidade no meio de um mundo pecador,
segundo a visão de Paulo apresentada na carta aos Filipenses.
·
A santidade ensinada por Paulo aos Filipenses era radical porque com
Deus é tudo ou nada, luz ou trevas, quente ou frio.
·
Não existe mais ou menos, talvez ou dúvida qualquer, Santidade Radical
nos seguintes aspectos: a)
Amor: Filipenses 1.9; b) Testemunho: Filipenses 1.12-14; c)
União: Filipenses 1.27; d) Perseverança: Filipenses 1.28-30; e)
Humildade: Filipenses 2.3,4; f) Esforço: Filipenses 2.16,17.
·
Se
esforçar e sacrificar as vontades em prol da obra de Deus.
3-A Igreja e a política
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O Brasil está
vivendo uma efervescência política em todos os segmentos da sociedade,
especialmente na igreja evangélica, incluindo a Assembleia de Deus.
·
O momento político de nosso país requer das
lideranças evangélicas, especialmente da Assembleia de Deus, uma postura
equilibrada e moderada face às ofertas politiqueiras comprometedoras.
·
A igreja
evangélica não deve omitir-se desse momento político de eleições, mas deve
fazer-se valer pelo seu papel moral no seio da sociedade brasileira.
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O poder decisório de nossa igreja requer de
nossos líderes o compromisso, antes de tudo, com os valores expressos no
Evangelho de Jesus Cristo.
·
A
contextualização de nosso papel evangélico não pode jamais significar a
absorção do sistema mundano que se opõe às premissas do Evangelho de Cristo.
III
A IGREJA E O EXERCÍCIO DA CIDADANIA
1-A pratica da cidadania
·
Jesus, mesmo como
autoridade divina, demonstrou senso político civilmente consciente de sua
participação no cenário em que vivia.
·
“Daí a César o que é de César, e a Deus o que é de
Deus” (Mt 22:21) – Creio
que na época de Jesus, sua cidade enfrentava os mesmos problemas que
enfrentamos hoje; tais como: deficiência em moradia falta de segurança falta de
saneamento básico, doenças terminais, criminalidade, alcoolismo, prostituição e
analfabetismo, dentre outros.
·
Os cristãos
precisam exercer a sua cidadania de modo digno do evangelho. A obra de Deus é
marcada pela ordem e pela harmonia que implica também em responsabilidade
social. (I Coríntios 14:40).
2-O que é cidadania
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É o conjunto de
direitos e deveres exercidos por um indivíduo que vive em sociedade, no que se
refere ao seu poder e grau de intervenção no usufruto de seus espaços e na sua
posição em poder nele intervir e transformá-lo.
·
Essa expressão
vem do latim civitas, que quer
dizer cidade.
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Antigamente, cidadão
era aquele que fazia parte da cidade, tendo direitos e deveres por nela
habitar. Atualmente, esse conceito extrapola os limites urbanos, podendo ser
compreendido no espaço rural.
·
Às vésperas de
qualquer eleição, uma palavra que sempre vem à tona e está na boca da maioria
dos candidatos a cargos é cidadania.
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O problema é que o conceito da palavra tem
sido desvirtuado e até banalizado na política.
·
Se recorrermos à
história, veremos que, na Grécia antiga dos grandes filósofos, eram
considerados cidadãos aqueles que estivessem em condições de opinar sobre os
rumos da sociedade.
·
Um aspecto, no entanto, está bem claro em
todas estas linhas de pensamento.
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A cidadania pressupõe participação ativa e não
apenas reativa ou passiva diante da sociedade em que se vive.
3- O Ensino da cidadania
·
A expressão da cidadania frequentemente está associada ao campo do Direito, em
que existe uma série de legislações voltadas para os direitos e deveres que o
cidadão possui.
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Entre os deveres, destaca-se o voto eleitoral
(que também é um direito), o zelo pelo espaço e o cumprimento das leis.
·
Entre os direitos, destaca-se o de ir e vir,
bem como o de ter acesso à saúde, moradia, alimentação e educação.
·
O conceito de
cidadania também está relacionado à nacionalidade do indivíduo, isto é, à
legalidade de sua permanência em um determinado território administrado por um
Estado Nacional.
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Fala-se, por
exemplo, de cidadania brasileira, cidadania portuguesa e cidadania americana.
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Em casos de
descumprimento aos deveres, o indivíduo poderá ter parte de sua cidadania
caçada, a exemplo de presidiários que possuem o direito de votar vetado, entre
outras limitações impostas pela lei penal.
Pr. Carlos Borges(CABB).
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