sábado, 3 de novembro de 2018

IGREJA,POLÍTICA E CIDADANIA


Fp. 2.12-16
Introdução: Antes de tudo quero definir as três palavras chaves desse estudo (igreja, política e cidadania), para que se tenha clareza daquilo que pretendemos apresentar.
Não há dúvidas que, desde os tempos da igreja neo testamentária do primeiro século, desde que os discípulos de Jesus foram chamados “cristãos”, na cidade síria de Antioquia, no Império Romano, ficou bem entendido que “cristão” é aquele que segue a Jesus (Cf. At 11:26).
E “cidadão”? Quem é o cidadão?
O cidadão é a pessoa que vive em sociedade, segundo as regras de convivência que foram preestabelecidas pelo grupo social.

I RAZÃO DE SER DA IGREJA
1-Propósito divino
·        Atos 2:42 pode ser considerado como a “frase-propósito” para a igreja: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.”.
·        Então, de acordo com esta Escritura, os propósitos ou atividades da igreja devem ser: (1) o ensino da doutrina bíblica, (2) providenciar um espaço de adoração para os crentes, (3) observar a Ceia do Senhor, e (4) oração.
·        A igreja deve ensinar a doutrina bíblica para que possamos ter os alicerces de nossa fé.
·        Efésios 4:14 nos diz: “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.”.
·        A igreja deve ser um lugar de comunhão, onde os cristãos possam se devotar uns aos outros e honrar uns aos outros (Romanos 12:10), instruir uns aos outros (Romanos 15:14), ser benignos e misericordiosos uns com os outros (Efésios 4:32), encorajar uns aos outros (I Tessalonicenses 5:11), e principalmente, amar uns aos outros (I João 3:11).
·        A igreja deve ser um lugar onde os crentes possam observar a Ceia do Senhor, lembrando-se da morte de Cristo e Seu sangue derramado em nosso favor (I Coríntios 11:23-26).
·         O conceito de “partir o pão” (Atos 2:42) também carrega a ideia de refeições compartilhadas.
·         Este é outro exemplo da igreja promovendo a comunhão. O propósito final da igreja, de acordo com Atos 2:42 é a oração.
·        A igreja também deve ser um lugar que promova a oração, ensine a oração e pratique a oração. Filipenses 4:6-7 nos encoraja: “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças”.
·         “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.”


2-Mensagem abrangente
·        Muitos cristãos se perguntam sobre qual é a missão que devem desempenhar nesse mundo. O que Deus quer de nós?
·        Qual o nosso chamado?
·         Tais perguntas são respondidas quando entendemos a nossa identidade.
·        Para saber o que tenho que fazer, primeiro preciso saber quem eu sou.
·        Se você ainda não sabe qual a é a sua missão, descubra primeiro quem você é.
·        O apóstolo Pedro em apenas dois versículos diz tudo o que precisamos saber. Ele responde quem nós somos e também qual é a nossa missão no mundo.
·        Nós somos geração eleita; Nós somos sacerdócio real; Nós somos nação santa; Nós somos povo de propriedade exclusiva de Deus.
·        Pedro mostra que pertencemos a um povo eleito pelo próprio Deus.
·        O sacerdote era o único que podia entrar na presença de Deus e mediar o pecado do povo.
·        Isso significa que somos separados para servir a Deus, e essa é a nossa real ocupação.
·        Não estamos desgarrados, não pertencemos a qualquer um.
·         Nós temos um dono, nós somos propriedade do próprio Deus, somos um bem precioso para Ele, fomos comprados pelo sangue de Jesus Cristo.
·        Agora que Pedro respondeu a pergunta sobre quem nós somos, ele também fala sobre a missão que temos.
·         Nossa missão é anunciar as grandezas daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.
·         A palavra grega Aretas traduzida como “grandeza” ou “virtude”, era um termo muito utilizado na época e refere-se aos atributos ou qualidades.
·         Isso significa que temos que proclamar os feitos, o poder, a glória, a sabedoria, a graça, a misericórdia, o amor e a santidade de Deus.
·        Através de nossa conduta e palavras, devemos testemunhar que somos filhos de Deus, somos da luz e não mais das trevas, pois Ele nos chamou para essa posição privilegiada.

3-Dimensão Local
·        A missão dada por Jesus foi a de espalhar a mensagem da salvação a todos os povos através da pregação do evangelho e do discipulado dos novos crentes.
·         A missão deveria ser cumprida debaixo da unção do Espírito Santo, o qual seria o grande impulsionador da igreja no cumprimento de sua obra.
·        Ao estudarmos as referências bíblicas sobre a missão da igreja encontramos algumas dimensões do trabalho que devem ser compreendidas para que tenhamos êxito em nossa grandiosa tarefa.
  • Somos chamados a entender que existe o aqui e o lá fora em relação a missões.
  • O aqui se refere ao local onde estamos o qual deve ser usado como base para alcançarmos os que estão próximos a nós.
  • Parentes, vizinhos, amigos, colegas de trabalho ou estudo e demais pessoas que estão próximas a nós. Todas elas necessitam da salvação.
  • Temos que usar toda a nossa rede de relacionamentos para falar de Jesus as pessoas.
  • O lá fora se refere à ordem de Jesus de alcançarmos outros povos e nações.
  •  É necessário entendermos que também é nossa responsabilidade levar o evangelho a lugares mais distantes.
  • Cristo nos fala em Jerusalém, Judéia, Samaria e confins da terra.
  •  Ele nos ensina que devemos nos preocupar com o lugar onde estamos com os lugares próximos a nós e até os lugares mais distantes da terra.
III A IGREJA E SUA RELAÇÃO COM A POLÍTICA
1- A Igreja e Deus
·        Algumas vezes a Bíblia usa a palavra “igreja” no sentido universal, isto é, para falar de todo o povo que pertence a Cristo, não importa de onde ele possa ser.
·        Jesus falou da igreja deste modo: “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16:18).
·        Ele não está falando apenas de uma congregação local, nem está falando de uma organização ou instituição mundial.
·        Ele está falando de pessoas, pedras vivas, construídas sobre Jesus Cristo, a fundação sólida.
·         Paulo falou da igreja, neste mesmo sentido universal, quando escreveu: “... Cristo é o cabeça da Igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo” (Efésios 5:23).
·        Jesus é o cabeça sobre todos aqueles que o servem, todos aqueles lavados e purificados de seus pecados (Efésios 5:26).
·        Frequentemente, a palavra “igreja” é usada para descrever uma congregação local ou assembleia de santos.
·        A igreja é uma organização? Muitas pessoas têm a noção errada de que a igreja é uma organização ou instituição, independente do povo que compõe a igreja.
·         Este não é o conceito bíblico de igreja.
·        Jesus não morreu para estabelecer uma instituição, mas para salvar o povo do pecado (Atos 20:28; 1 Coríntios 6:20).
·         Jesus e o Pai não habitam numa organização, mas no povo que os obedece (João 14:15, 23).

2- A igreja e Cesar
·        Vamos refletir sobre o chamado à santidade no meio de um mundo pecador, segundo a visão de Paulo apresentada na carta aos Filipenses.
·        A santidade ensinada por Paulo aos Filipenses era radical porque com Deus é tudo ou nada, luz ou trevas, quente ou frio.
·        Não existe mais ou menos, talvez ou dúvida qualquer, Santidade Radical nos seguintes aspectos: a) Amor: Filipenses 1.9; b) Testemunho: Filipenses 1.12-14; c) União: Filipenses 1.27; d) Perseverança: Filipenses 1.28-30; e) Humildade: Filipenses 2.3,4; f) Esforço: Filipenses 2.16,17.
·        Se esforçar e sacrificar as vontades em prol da obra de Deus.

3-A Igreja e a política
·        O Brasil está vivendo uma efervescência política em todos os segmentos da sociedade, especialmente na igreja evangélica, incluindo a Assembleia de Deus.
·         O momento político de nosso país requer das lideranças evangélicas, especialmente da Assembleia de Deus, uma postura equilibrada e moderada face às ofertas politiqueiras comprometedoras.
·        A igreja evangélica não deve omitir-se desse momento político de eleições, mas deve fazer-se valer pelo seu papel moral no seio da sociedade brasileira.
·         O poder decisório de nossa igreja requer de nossos líderes o compromisso, antes de tudo, com os valores expressos no Evangelho de Jesus Cristo.
·        A contextualização de nosso papel evangélico não pode jamais significar a absorção do sistema mundano que se opõe às premissas do Evangelho de Cristo.

III A IGREJA E O EXERCÍCIO DA CIDADANIA
1-A pratica da cidadania
·        Jesus, mesmo como autoridade divina, demonstrou senso político civilmente consciente de sua participação no cenário em que vivia.
·        “Daí a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Mt 22:21)  –  Creio que na época de Jesus, sua cidade enfrentava os mesmos problemas que enfrentamos hoje; tais como: deficiência em moradia falta de segurança falta de saneamento básico, doenças terminais, criminalidade, alcoolismo, prostituição e analfabetismo, dentre outros.
·        Os cristãos precisam exercer a sua cidadania de modo digno do evangelho. A obra de Deus é marcada pela ordem e pela harmonia que implica também em responsabilidade social. (I Coríntios 14:40).

2-O que é cidadania
·        É o conjunto de direitos e deveres exercidos por um indivíduo que vive em sociedade, no que se refere ao seu poder e grau de intervenção no usufruto de seus espaços e na sua posição em poder nele intervir e transformá-lo.
·        Essa expressão vem do latim civitas, que quer dizer cidade.
·        Antigamente, cidadão era aquele que fazia parte da cidade, tendo direitos e deveres por nela habitar. Atualmente, esse conceito extrapola os limites urbanos, podendo ser compreendido no espaço rural.
·        Às vésperas de qualquer eleição, uma palavra que sempre vem à tona e está na boca da maioria dos candidatos a cargos é cidadania.
·         O problema é que o conceito da palavra tem sido desvirtuado e até banalizado na política.
·        Se recorrermos à história, veremos que, na Grécia antiga dos grandes filósofos, eram considerados cidadãos aqueles que estivessem em condições de opinar sobre os rumos da sociedade.
·         Um aspecto, no entanto, está bem claro em todas estas linhas de pensamento.
·         A cidadania pressupõe participação ativa e não apenas reativa ou passiva diante da sociedade em que se vive.

3- O Ensino da cidadania
·        A expressão da cidadania frequentemente está associada ao campo do Direito, em que existe uma série de legislações voltadas para os direitos e deveres que o cidadão possui.
·         Entre os deveres, destaca-se o voto eleitoral (que também é um direito), o zelo pelo espaço e o cumprimento das leis.
·         Entre os direitos, destaca-se o de ir e vir, bem como o de ter acesso à saúde, moradia, alimentação e educação.
·        O conceito de cidadania também está relacionado à nacionalidade do indivíduo, isto é, à legalidade de sua permanência em um determinado território administrado por um Estado Nacional.
·     Fala-se, por exemplo, de cidadania brasileira, cidadania portuguesa e cidadania americana.
·        Em casos de descumprimento aos deveres, o indivíduo poderá ter parte de sua cidadania caçada, a exemplo de presidiários que possuem o direito de votar vetado, entre outras limitações impostas pela lei penal.
      
       Pr. Carlos  Borges(CABB). 

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