Sl. 46.1-7
Introdução: Um dos hinos
compostos pelos descendentes de Corá, o Salmo 46 enfatiza a confiança do povo
de Israel na proteção divina. O cabeçalho não identifica o ambiente histórico
do Salmo, mas seu conteúdo se ajusta bem a circunstâncias como o rei Ezequias e
o profeta Isaías enfrentou quando os assírios cercaram Jerusalém e ameaçaram
destruir a cidade (leia o relato em 2 Crônicas 32:1-23 e Isaías 36 e 37). Esse
Salmo nos lembra da importância de sempre confiar em Deus, não importa a
dificuldade da nossa circunstância.
I ASPECTOS GERAIS
1-Autor titulo e data
·
Cântico sobre Alamote-Essa observação denota,
talvez, que a música tinha de ser tocada em tom alto para a voz de soprano das virgens
hebreias.
·
Elas saíram dançando para cantar os louvores de
Davi, quando matou Golias.
·
Não é desprezível a informação, segundo a qual o
salmo 46 foi escrito ao final de uma experiência de luta.
·
Embora não possamos saber com certeza, o texto
mesmo parece indicar este contexto.
·
Essa
informação nos deixa à vontade para ler este salmo e crescer com ele.
·
Assim, o salmo 46 é uma canção para ser entoada
num culto.
·
Perdemos a melodia, mas o ritmo está ali,
inclusive o estribilho, que aparece nos versos 7 e 11.
·
A experiência vivida pelo poeta, e não sozinho,
porque junto com outras pessoas, seus familiares, seus companheiros de luta,
seu povo, leva-o a concluir que devia acalmar-se, aquietar-se, de desagitar-se,
parar de lutar.
2- Classificação.
·
O Salmo 46 é chamado de “O salmo de Lutero”
porque o reformador cantava este salmo nas horas de aflição e o parafraseou num
hino, “Castelo Forte”.
·
O salmo é um hino que fala da segurança que o
povo de Deus pode desfrutar em meio ao caos deste mundo.
·
Para expressar esse tema, tão pertinente em
nossos dias também, o salmista escolheu a métrica regular, algo incomum na
poesia hebraica.
·
Três
estrofes praticamente iguais em tamanho, com refrão e a palavra “Selá”
devidamente posicionados, apresentam figuras de contrastes marcantes.
·
Águas turbulentas, montanhas abaladas e um rio
tranquilo; nações agitadas, a terra se dissolvendo com a voz do Senhor; a
desolação da guerra e Deus governando calmamente sobre as nações.
3-Refugio e
fortaleza (Sl. 46.1).
·
Deus é refúgio no perigo.
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Força para levar a nossa vida para finalidades
construtivas, socorro e consolo nas preocupações.
·
Para exemplificar este fato, descrevem-se quatro
calamidades que pareceriam ser o fim do mundo, sem atemorizarem aos que tem
Deus como refúgio (Rm 8.31-39).
·
A
presença e o poder de Deus, reconhecidos e aceitos em nossas vidas, constituem
a diferença entre derrotas e vitórias, entre fracassos e êxitos, entre o medo e
a fé.
·
Cada uma das três partes do salmo repete a
declaração que “Deus é o nosso refúgio” (v. 1, 7 e 11) socorro bem presente.
·
A frase
completa diz, literalmente, “encontrou-se uma ajuda extraordinária na
tribulação”.
·
Visto que Deus sempre nos ajuda, podemos confiar
nEle nas tribulações.
·
Isto é, tendo em vista o que Davi disse no v. 1.
·
Os
fenômenos físicos de agitação da natureza, terremoto que lança as montanhas ao
mar, a fúria das ondas e o cataclismo de uma onda gigante, bem como comoções e
revoluções na política mundial, não devem abalar os que confiam em Deus.
·
Não importa o que aconteça, Deus é um refúgio
seguro.
II NÃO TEMEREMOS
1-Superando calamidades (v.2-7)
·
A
palavra “tribulações” refere-se a
pessoas em lugares apertados, encurraladas num canto e incapazes de sair dessa
situação.
·
Veja que estratégia maligna dos exércitos assírios,
eles queriam encurralar o povo de Deus, deixarem sem recursos para uma saída.
·
Talvez, você
leitor [a] se encontra nessa mesma situação, em que o inimigo quer te
encurralar, lhe deixar à mercê de seus ataques.
·
Mas a Palavra de Deus para estas situações é: “Não
temas!”.
·
Quando os
oficiais assírios ameaçaram Jerusalém, Isaías disse ao rei: “Não temas por causa das palavras que ouviste” (II Rs 19.6).
·
Esta é a
palavra de Deus para você.
·
Talvez você
não veja o livramento, tudo parece perdido, o inimigo se agiganta, mas ouça a
Palavra de Deus – “não temas!”.
·
A terra pode mudar, as montanhas podem ser
arremessadas violentamente no mar, podem vir terremotos e maremotos, mas todas
as coisas estão sob o controle de nosso Deus.
·
Ele é nossa fortaleza e nosso refúgio em meio às
incertezas da vida.
2-Rio que alegra (Sl. 46.4).
·
Deus
Está no meio – (Sl 46.4-7)
– A cena seguinte mostra
Jerusalém, onde o povo encontrava-se sitiado pelo exército assírio.
·
A água
era um bem precioso na Palestina, especialmente em Jerusalém, uma das poucas
cidades da Antiguidade não construída à beira de um rio.
·
Ezequias
havia usado de sabedoria e construído um sistema subterrâneo de abastecimento
que ligava os mananciais de Giom, no vale de Cedrom, ao tanque de Siloé, dentro
da cidade, de modo que havia água disponível (II Rs 20.20; II Cr 32.30).
·
Que fantástico! Ezequias estava querendo
dizer: “Ainda que ele [inimigo] corte
nosso suprimento de água, e aí, poderia ser caracterizada a derrota do povo de
Jerusalém, Ezequias diz:”.
·
“Há um
rio, cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do
Altíssimo”.
·
O poeta
sabia que Deus era o seu rio, aquele que supre a água da vida (Sl 36.8; 65.9;
87.7 e Jo 7.37-39).
·
No tempo
do rei Acaz, Isaías comparou uma invasão dos assírios a um rio transbordante,
mas lembrou o povo que seu Deus era como um rio tranquilo (Siloé) que lhes
traria a paz (Is 8.1-10).
3- Deus nos ajuda (Sl. 46.5).
·
O verso 5 diz: “Deus está no meio dela” – ainda que eles estivessem
encurralados, sem saída, o Deus Eterno está no meio dela.
·
Ou seja, ninguém os derrotaria, pois Deus era aquele que comandava tudo!
·
Sem dúvida, Jerusalém era uma cidade santa, separada por Deus, e que
abrigava seu santuário, mas isso não era garantia alguma de vitória (Jr 7.1-8).
·
A fim de que o Senhor os ouvisse e salvasse, o rei e o povo precisava
voltar-se para o Senhor com uma atitude de contrição e fé – foi o que fizeram.
·
Deus socorreu Jerusalém quando o dia amanheceu (“desde ante manhã”; vs 5),
pois o Anjo do Senhor matou 185 mil soldados assírios e mandou Senaqueribe de
volta para casa (Is 37.36).
III GARANTIA DE VITÓRIA
1-Vinde contemplai (Sl. 46.8-9).
·
Deus faz
cessar a guerra (Sl 46.8-11) – a terceira cena mostra os campos ao redor de Jerusalém, em que os
soldados assírios estão mortos, suas armas e equipamentos espalhados e
quebrados.
·
Não
havia ocorrido batalha alguma, mas o Anjo do Senhor deixara esses vestígios, a
fim de estimular a fé do povo de Deus.
·
“Vinde,
contemplai as obras do Senhor, que assolações efetuou na terra” (vs 8).
·
O Senhor
derrotou e desarmou seus inimigos e destruiu suas armas, de modo que não podiam
mais atacar.
·
2-Aquietai-vos (Sl. 46.10).
·
“Aquietai-vos” quer dizer, literalmente: “Não mexam em nada! Descansem!”.
·
Nós gostamos de “mexer em tudo” e
de dirigir nossa vida a nossa maneira, mas Deus é Deus, enquanto nós não
passamos de servos do Senhor.
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Pelo fato de Ezequias e de seus líderes terem permitido que Deus fosse
Deus, Ele os livrou de seus inimigos.
·
Foi assim que o rei Ezequias orou: “Agora, pois, ó Senhor, nosso Deus,
livra-nos das suas mãos, para que todos os reinos da terra saibam que só tu és
o Senhor Deus” (II Rs 19.19).
·
O Senhor chama a si mesmo de “Deus de Jacó”, e lembramos como Jacó
meteu-se em apuros em várias ocasiões por tentar intervir nas circunstâncias e
fazer o papel de Deus.
·
Há um momento certo para obedecer a Deus e agir, mas até que chegue essa
hora, devemos deixar trabalhar livremente, a seu tempo e a seu modo.
·
Em outras palavras, deixe Deus ser
Deus em sua vida.
3-O Senhor dos Exércitos (Sl. 46.11).
·
O Senhor dos
Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio.
·
“Aquietai-vos”
quer dizer, literalmente: “Não mexam em nada! Descansem!”.
·
Pelo fato de
Ezequias e de seus líderes terem permitido que Deus fosse Deus, Ele os livrou
de seus inimigos.
·
Foi assim que o rei Ezequias orou: “Agora,
pois, ó Senhor, nosso Deus, livra-nos das suas mãos, para que todos os reinos
da terra saibam que só tu és o Senhor Deus” (II Rs.19.19).
·
O povo de
Judá pertencia a maior tribo de Israel, que se estabeleceu na parte Sul de
Canaã, onde Jerusalém estava localizada (Js. 15.1.12).
·
Davi era de
Judá, e ele fez de Jerusalém a capital e o centro de adoração da nação.
·
Jesus também
pertencia à tribo de Judá.
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O Salmista
afirmou que chegaria o dia em que Deus traria a justiça a terra, e o povo de
Deus alcançaria o respeito merecido.
Pr. Carlos Borges (CABB)
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