sábado, 2 de novembro de 2019

O SENHOR DOS EXÉRCITOS ESTÁ CONOSCO



Sl. 46.1-7
Introdução: Um dos hinos compostos pelos descendentes de Corá, o Salmo 46 enfatiza a confiança do povo de Israel na proteção divina. O cabeçalho não identifica o ambiente histórico do Salmo, mas seu conteúdo se ajusta bem a circunstâncias como o rei Ezequias e o profeta Isaías enfrentou quando os assírios cercaram Jerusalém e ameaçaram destruir a cidade (leia o relato em 2 Crônicas 32:1-23 e Isaías 36 e 37). Esse Salmo nos lembra da importância de sempre confiar em Deus, não importa a dificuldade da nossa circunstância.


I ASPECTOS GERAIS
1-Autor titulo e data
·        Cântico sobre Alamote-Essa observação denota, talvez, que a música tinha de ser tocada em tom alto para a voz de soprano das virgens hebreias.
·        Elas saíram dançando para cantar os louvores de Davi, quando matou Golias.
·        Não é desprezível a informação, segundo a qual o salmo 46 foi escrito ao final de uma experiência de luta.
·        Embora não possamos saber com certeza, o texto mesmo parece indicar este contexto.
·         Essa informação nos deixa à vontade para ler este salmo e crescer com ele.
·        Assim, o salmo 46 é uma canção para ser entoada num culto.
·        Perdemos a melodia, mas o ritmo está ali, inclusive o estribilho, que aparece nos versos 7 e 11.
·        A experiência vivida pelo poeta, e não sozinho, porque junto com outras pessoas, seus familiares, seus companheiros de luta, seu povo, leva-o a concluir que devia acalmar-se, aquietar-se, de desagitar-se, parar de lutar.


2- Classificação.
·        O Salmo 46 é chamado de “O salmo de Lutero” porque o reformador cantava este salmo nas horas de aflição e o parafraseou num hino, “Castelo Forte”.
·        O salmo é um hino que fala da segurança que o povo de Deus pode desfrutar em meio ao caos deste mundo.
·        Para expressar esse tema, tão pertinente em nossos dias também, o salmista escolheu a métrica regular, algo incomum na poesia hebraica.
·         Três estrofes praticamente iguais em tamanho, com refrão e a palavra “Selá” devidamente posicionados, apresentam figuras de contrastes marcantes.
·        Águas turbulentas, montanhas abaladas e um rio tranquilo; nações agitadas, a terra se dissolvendo com a voz do Senhor; a desolação da guerra e Deus governando calmamente sobre as nações.

3-Refugio e fortaleza (Sl. 46.1).
·        Deus é refúgio no perigo.
·        Força para levar a nossa vida para finalidades construtivas, socorro e consolo nas preocupações.
·        Para exemplificar este fato, descrevem-se quatro calamidades que pareceriam ser o fim do mundo, sem atemorizarem aos que tem Deus como refúgio (Rm 8.31-39).
·         A presença e o poder de Deus, reconhecidos e aceitos em nossas vidas, constituem a diferença entre derrotas e vitórias, entre fracassos e êxitos, entre o medo e a fé.
·        Cada uma das três partes do salmo repete a declaração que “Deus é o nosso refúgio” (v. 1, 7 e 11) socorro bem presente.
·         A frase completa diz, literalmente, “encontrou-se uma ajuda extraordinária na tribulação”.
·        Visto que Deus sempre nos ajuda, podemos confiar nEle nas tribulações.
·        Isto é, tendo em vista o que Davi disse no v. 1.
·         Os fenômenos físicos de agitação da natureza, terremoto que lança as montanhas ao mar, a fúria das ondas e o cataclismo de uma onda gigante, bem como comoções e revoluções na política mundial, não devem abalar os que confiam em Deus.
·        Não importa o que aconteça, Deus é um refúgio seguro.


II NÃO TEMEREMOS
1-Superando calamidades (v.2-7)
·        A palavra “tribulações” refere-se a pessoas em lugares apertados, encurraladas num canto e incapazes de sair dessa situação.
·        Veja que estratégia maligna dos exércitos assírios, eles queriam encurralar o povo de Deus, deixarem sem recursos para uma saída.
·         Talvez, você leitor [a] se encontra nessa mesma situação, em que o inimigo quer te encurralar, lhe deixar à mercê de seus ataques.
·        Mas a Palavra de Deus para estas situações é: “Não temas!”.
·         Quando os oficiais assírios ameaçaram Jerusalém, Isaías disse ao rei: “Não temas por causa das palavras que ouviste” (II Rs 19.6).
·         Esta é a palavra de Deus para você.
·         Talvez você não veja o livramento, tudo parece perdido, o inimigo se agiganta, mas ouça a Palavra de Deus – “não temas!”.
·        A terra pode mudar, as montanhas podem ser arremessadas violentamente no mar, podem vir terremotos e maremotos, mas todas as coisas estão sob o controle de nosso Deus.
·        Ele é nossa fortaleza e nosso refúgio em meio às incertezas da vida.


2-Rio que alegra (Sl. 46.4).
·        Deus Está no meio – (Sl 46.4-7)A cena seguinte mostra Jerusalém, onde o povo encontrava-se sitiado pelo exército assírio.
·        A água era um bem precioso na Palestina, especialmente em Jerusalém, uma das poucas cidades da Antiguidade não construída à beira de um rio.
·        Ezequias havia usado de sabedoria e construído um sistema subterrâneo de abastecimento que ligava os mananciais de Giom, no vale de Cedrom, ao tanque de Siloé, dentro da cidade, de modo que havia água disponível (II Rs 20.20; II Cr 32.30).
·         Que fantástico! Ezequias estava querendo dizer: “Ainda que ele [inimigo] corte nosso suprimento de água, e aí, poderia ser caracterizada a derrota do povo de Jerusalém, Ezequias diz:”.
·        “Há um rio, cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo”.
·        O poeta sabia que Deus era o seu rio, aquele que supre a água da vida (Sl 36.8; 65.9; 87.7 e Jo 7.37-39).
·        No tempo do rei Acaz, Isaías comparou uma invasão dos assírios a um rio transbordante, mas lembrou o povo que seu Deus era como um rio tranquilo (Siloé) que lhes traria a paz (Is 8.1-10).

3- Deus nos ajuda (Sl. 46.5).
·        O verso 5 diz: “Deus está no meio dela” – ainda que eles estivessem encurralados, sem saída, o Deus Eterno está no meio dela.
·        Ou seja, ninguém os derrotaria, pois Deus era aquele que comandava tudo!
·        Sem dúvida, Jerusalém era uma cidade santa, separada por Deus, e que abrigava seu santuário, mas isso não era garantia alguma de vitória (Jr 7.1-8).
·        A fim de que o Senhor os ouvisse e salvasse, o rei e o povo precisava voltar-se para o Senhor com uma atitude de contrição e fé – foi o que fizeram.
·        Deus socorreu Jerusalém quando o dia amanheceu (“desde ante manhã”; vs 5), pois o Anjo do Senhor matou 185 mil soldados assírios e mandou Senaqueribe de volta para casa (Is 37.36).


III GARANTIA DE VITÓRIA
1-Vinde contemplai (Sl. 46.8-9).
·        Deus faz cessar a guerra (Sl 46.8-11) – a terceira cena mostra os campos ao redor de Jerusalém, em que os soldados assírios estão mortos, suas armas e equipamentos espalhados e quebrados.
·        Não havia ocorrido batalha alguma, mas o Anjo do Senhor deixara esses vestígios, a fim de estimular a fé do povo de Deus.
·        “Vinde, contemplai as obras do Senhor, que assolações efetuou na terra” (vs 8).
·        O Senhor derrotou e desarmou seus inimigos e destruiu suas armas, de modo que não podiam mais atacar.
·         


2-Aquietai-vos (Sl. 46.10).
·        “Aquietai-vos” quer dizer, literalmente: “Não mexam em nada! Descansem!”.
·         Nós gostamos de “mexer em tudo” e de dirigir nossa vida a nossa maneira, mas Deus é Deus, enquanto nós não passamos de servos do Senhor.
·        Pelo fato de Ezequias e de seus líderes terem permitido que Deus fosse Deus, Ele os livrou de seus inimigos.
·        Foi assim que o rei Ezequias orou: “Agora, pois, ó Senhor, nosso Deus, livra-nos das suas mãos, para que todos os reinos da terra saibam que só tu és o Senhor Deus” (II Rs 19.19).
·       O Senhor chama a si mesmo de “Deus de Jacó”, e lembramos como Jacó meteu-se em apuros em várias ocasiões por tentar intervir nas circunstâncias e fazer o papel de Deus.
·       Há um momento certo para obedecer a Deus e agir, mas até que chegue essa hora, devemos deixar trabalhar livremente, a seu tempo e a seu modo.
·        Em outras palavras, deixe Deus ser Deus em sua vida.

3-O Senhor dos Exércitos (Sl. 46.11).
·        O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. 
·        “Aquietai-vos” quer dizer, literalmente: “Não mexam em nada! Descansem!”.
·        Pelo fato de Ezequias e de seus líderes terem permitido que Deus fosse Deus, Ele os livrou de seus inimigos.
·         Foi assim que o rei Ezequias orou: “Agora, pois, ó Senhor, nosso Deus, livra-nos das suas mãos, para que todos os reinos da terra saibam que só tu és o Senhor Deus” (II Rs.19.19).
·        O povo de Judá pertencia a maior tribo de Israel, que se estabeleceu na parte Sul de Canaã, onde Jerusalém estava localizada (Js. 15.1.12).
·        Davi era de Judá, e ele fez de Jerusalém a capital e o centro de adoração da nação.
·        Jesus também pertencia à tribo de Judá.
·        O Salmista afirmou que chegaria o dia em que Deus traria a justiça a terra, e o povo de Deus alcançaria o respeito merecido.  

               Pr. Carlos Borges (CABB)

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