Introdução:
A Bíblia fala de adoração aceitável e inaceitável. Ela afirma o seguinte com
relação a um culto aceitável: “ Por isso, recendo
nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor
(Hb.12.28).
ADORAÇÃO INACEITÁVEL
Encontramos um bom
exemplo de adoração inaceitável na
história de Caim, registrada em Gn 4.3-5.
Por que Deus se agradou da oferta
de Abel, mas não se agradou da de Caim, porque Abel ofertou pela fé, por isso
obteve testemunho justo, tendo a aprovação de Deus. Abel aceitou o padrão que Deus havia estabelecido com relação as ofertas de sacrifícios, e ás
ofereceu pela fé. Já Caim criou seu próprio padrão e foi
rejeitado por Deus. Jesus também se referiu à adoração inaceitável,
quando citou o profeta Isaías (Mt. 15.7-9). Quantas vezes temos ouvido alguns líderes,
dirigentes, pastores e dirigentes de louvores dizendo ao povo – “Não pensem
em seus problemas agora, deixem seus problemas do lado de fora. Esqueçam-se
de seus problemas e lutas”. Será que é fácil esquecer os problemas e lutas para
ao adorarmos ao Senhor. Somente a fé pode nos proporcionar essas
condições, pois pela fé sabemos que Deus está no controle de toda situação, e
qual seja o resultado ou desdobramento da situação, sempre haverá um propósito
de Deus para cada resultado.
ALGUMAS QUESTÕES PRÁTICAS
1-Louvor-Muito do que atualmente
chamamos de “adoração”, na verdade, deveria ser chamado de “louvor”.
No Antigo Testamento, havia 3(três) termos principais que hoje são traduzidos
como “louvor”.
Um deles halal, que significa “fazer barulho.”
O outro é yada, que significa gestos ou movimentos corporais.
E por fim zimar que quer dizer “tocar ou cantar musica”. O Louvor agrada
ao Senhor e lhe confere honra. Em se
tratando de música e cânticos, o termo
Louvor é mais específico do que
adoração.
20-
Adoração-Esse
termo engloba tudo que fazemos para glorificar ao Senhor. Significa servir, reconhecer, admirar, honrar e
proclamar as virtudes de Deus. Podemos praticá-la calado, em silêncio(
atitude contemplativa) ou de forma exuberante, com ou sem emprego de
música.Consta de adoração: Leitura da
Palavra, ofertas, salmos, hinos, cânticos espirituais, testemunhos, teatro
(representações visando dramatizar os ensinos Bíblicos)confissão, declaração de cunho espiritual, sermões, apelos,
ministério de aconselhamento, evangelismo, assistência aos necessitados e obra
social.E ainda é possível praticá-la de forma ativa ou passiva.
3-
Intensidade
– Existe uma idéia aceita por muitos
hoje em dia no sentido de que a adoração
deve ser intensa, de que devemos sempre engajar
nelas as nossas emoções com grande intensidade. Contudo esse pensamento traz consigo algumas tentações muito
sutis:
1-É achar que nosso principal objetivo (inconsciente)
é cultivar fortes emoções a respeito de Deus, e não ter contato com o próprio
Deus.
2-É avaliar tudo que se diz, canta ou
pratica, com base no estado emocional
que se atinge.
3-É pensar que se tem unção espiritual por causa de uma
intensidade emocional.
4-É usar de emoções intensas para tentar causar uma boa impressão em Deus, e alcançar maiores
bênçãos. Com tudo isso, será muito
fácil ficarmos física e emocionalmente e
esgotados, esquecendo-nos de que Deus
também quer nos dar descanso.
4-Tentar
forçar os acontecimentos- À medida que nossos desejos de receber as bênçãos de Deus vão aumentando, cresce também a tentação de “fazer” as coisas acontecerem. Muitas
vezes isso é uma decorrência do seguinte pensamento: “Eu já orei e fiz minha parte. Deus prometeu, então tenho de receber o
que quero, e vou insistir até receber” Parece que a reputação de Deus
(e a nossa também) está em jogo. Às vezes achamos que, se dissermos as palavras
certas ou pensarmos de forma adequada, se criarmos uma atmosfera apropriada, Deus
irá somar esforços conosco e realizar o que
desejamos. E geralmente se trata de algo que um determinado pregador ou
dirigente de louvor tentaram fazer, mas não conseguiram. Quando agirmos assim, começamos a impor nossa vontade sobre outros,
e eles se ressentem dessa nossa atitude.
5-Instrumento-
Nenhum
instrumento é mais sagrado que o
outro, qualquer um desses pode ser santo, desde que seja
Consagrado a Deus, no
objetivo de promover a glória Dele, e não de exibir o talento daquele que o
usa. Entretanto quando alguém os usa para louvar a Deus deve fazê-lo com a
preocupação de inspirar os adoradores
a voltarem sua atenção totalmente para o Senhor, e não para o instrumento. É
muito fácil deixar o barulho da
música tomar o lugar da voz de Deus.
6-Recursos
Eletrônicos- Parece que em muitas igrejas o símbolo
do cristianismo deixou de ser a cruz para ser o microfone. Em salões grandes, com um público numeroso, o microfone
é um excelente recurso para auxiliar a comunicação.Contudo, em salões menores, ele se torna uma barreira entre o pregador e os ouvintes.
7
– Mania de Show- Em nossos dias sofremos uma forte influência da indústria do entretenimento. Estamos acostumados a
assistir a shows espetaculares,
produzidos por profissionais altamente competentes. Muitos dos concertos
realizados por cantores e artistas cristãos seguem linhas semelhantes. Será que
nossos cultos seriam melhores se fossem dirigidos por músicos profissionais e pastores bem preparados nesse
aspecto? Será que a igreja precisa de grandes artistas para atrair as
multidões? A congregação é mesmo um auditório? Será que deveríamos elaborar programas com vista ao entretenimento e à edificação do
público, dando mais ênfase ao espetáculo
do que a adoração.
8-
O centro da nossa atenção- O centro de nossa atenção deve
estar sempre no próprio Deus, não em nossos sentimentos a respeito Dele, nem na
maneira como os expressamos. Jamais
devemos adorar a adoração, e claro que devemos sentir desejo ou anseio de adorar a
Deus, porém com verdadeiro espírito de adorador.
9-A
vontade de Deus- Em Rm 12.1,2, o apóstolo Paulo mostra como
podemos experimentar qual seja a boa,
agradável e perfeita vontade de Deus. Temos de nos apresentar a Deus, em sacrifício vivo (culto espiritual), não
nos conformando ou conformar com a sociedade de nossa época e ser
transformado pela renovação de nossa mente,uma orientação, que abrange 3 (três)
capítulos, na qual ele ensina que
atitude devemos ter para com Deus e com
os irmãos no corpo de Cristo.Tais atitudes
constituem o que chamamos de “ adoração” são elas:
· Descobrir em que parte do corpo
de cristo nos encaixamos.
· Procurar saber qual é o nosso dom
espiritual, e
exercitá-lo para o benefício de todos.
· Amar sem hipocrisia.
· Detestar o mal e nos apegar ao
bem.
· Amar-nos uns aos outros com amor
fraternal.
· Honrar os outros, colocando-os
acima de nós mesmos.
· Ser fervoroso de espírito.
· Servir ao Senhor.
· Regozijar-nos na esperança, ser
paciente na tribulação e perseverar na oração.
· Auxiliar os filhos de Deus que
passam necessidades.
· Abençoar aqueles que nos perseguem.
· Alegrar-nos com os que se
alegram.
· Chorar com os que choram.
· Viver em harmonia uns com os
outros.
· Não ser orgulhoso.
· Não pagar o mal com o mal.
· Fazer o que é certo aos olhos de
todos.
· Viver em paz com todos os
homens.
· Não colocar pedra de tropeço
para os irmãos.
· Não deixar que alguém defina como mau
algo que é bom.
· Agir sempre no sentido de contribuir
para a paz e a edificação.
· Agradar ao nosso próximo
naquilo que é bom para a sua edificação.
· Acolher uns aos outros, assim como Cristo nos acolheu.
10- Nossa herança espiritual- A
igreja possui uma rica herança espiritual que deverá ser legada aos membros mais
jovens e os filhos destes. Muitos de nossos velhos hinos e o gosto por cânticos são produtos de tempos de avivamento. Nossa hinologia é
fruto do que Deus realizou em nosso meio. Jamais devemos ver esses hinos como um meio de forçar Deus a
fazer aquilo que queremos que Ele faça.
A adoração é uma resposta de nosso coração ao que Deus realiza entre nós.
Jamais devemos vê-la como um botão que apertamos para constrangê-lo a operar.
11- Adorar ou trabalhar-
Embora Jesus tenha elogiado Maria
pelo fato de ele ter escolhido a adoração, isso não significa que uma das irmãs
era melhor do que a outra. Todos nós precisamos encontrar o ponto de equilíbrio no que se relaciona com adorar e trabalhar. Nosso trabalho se
torna melhor quando podemos fazer dele um ato de louvor. E quando não adoramos
isso afeta nosso labor. Por outro lado quando não somos diligentes no trabalho, tal atitude prejudica nossa adoração. Quando trabalhamos
em cooperação com Jesus, estamos lhe dando louvor.A adoração é o combustível que
precisamos para realizar nosso trabalho.Quando prestamos uma boa
adoração a Deus, sentimo-nos mais feliz em nosso trabalho. Trabalhamos
melhor quando não permitimos que amarguras,
sentimentos de culpa ou excesso de atividades nos impeça de desfrutar desse
relacionamento que é a maior comunhão de amor que se pode ter nesta vida. A
oração e a litura da Bíblia são
formas de adoração que nos fortalecem
para enfrentar as tentações. Não
podemos armar barraca no monte e permanecer lá,mas também
não podemos ficar o tempo todo no vale.
Precisamos ter momentos de adoração e de trabalho. Melhor ainda
será manter com Jesus um relacionamento tal que nossas horas de trabalho sejam um ato de adoração, assim como o são aquelas em que
permanecemos silenciosos em
sua presença.Todos precisamos praticar a adoração contemplativa de
Maria, na qual aspiramos a benção de Deus. E também precisamos da adoração prática de Marta, quando abençoamos outros
“habite, ricamente, em vós a
Palavra de Cristo; instruí-vos
e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com Salmos,
hinos e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração” (Cl. 3.16).
Pr. Carlos Borges(CABB)
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