quarta-feira, 22 de outubro de 2014

A ADORAÇÃO ACEITÁVEL E INACEITÁVEL

Introdução: A Bíblia fala de adoração aceitável e inaceitável. Ela afirma o seguinte com relação a um culto aceitável: “ Por isso, recendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de  modo agradável, com reverência e santo temor (Hb.12.28).
ADORAÇÃO INACEITÁVEL 
Encontramos um bom exemplo de adoração  inaceitável na história de Caim, registrada em Gn 4.3-5.
Por que Deus se agradou da oferta de Abel, mas não se agradou da de Caim, porque Abel ofertou pela fé, por isso obteve testemunho justo, tendo a aprovação de Deus. Abel aceitou o padrão  que Deus havia estabelecido  com relação as ofertas de sacrifícios, e ás ofereceu pela fé. Já Caim criou seu próprio padrão e foi rejeitado por Deus. Jesus também se referiu à adoração inaceitável, quando citou o profeta Isaías (Mt. 15.7-9). Quantas vezes temos ouvido alguns líderes, dirigentes, pastores e dirigentes de louvores dizendo ao povo – “Não pensem em seus problemas agora, deixem seus problemas do lado de fora. Esqueçam-se de seus problemas e lutas”. Será que é fácil esquecer os problemas e lutas para ao adorarmos ao Senhor. Somente a fé pode nos proporcionar essas condições, pois pela fé sabemos que Deus está no controle de toda situação, e qual seja o resultado ou desdobramento da situação, sempre haverá um propósito de Deus para cada resultado.

ALGUMAS QUESTÕES PRÁTICAS

1-Louvor-Muito do que atualmente chamamos de “adoração”, na verdade, deveria ser chamado de “louvor”. No Antigo Testamento, havia 3(três) termos principais que hoje são traduzidos como “louvor”.
Um deles halal, que significa “fazer barulho.”
O outro é yada, que significa gestos ou movimentos corporais.
E por fim zimar que quer dizer “tocar ou cantar musica”. O Louvor agrada ao Senhor e lhe confere honra. Em  se tratando de  música e  cânticos, o termo
Louvor é mais específico do que adoração.

20- Adoração-Esse termo engloba tudo que fazemos para glorificar ao Senhor. Significa servir, reconhecer, admirar, honrar e proclamar as virtudes de Deus. Podemos praticá-la calado, em silêncio( atitude contemplativa) ou de forma exuberante, com ou sem emprego de música.Consta de adoração: Leitura da Palavra, ofertas, salmos, hinos, cânticos espirituais, testemunhos, teatro (representações visando dramatizar os ensinos Bíblicos)confissão, declaração de cunho espiritual, sermões, apelos, ministério de aconselhamento, evangelismo, assistência aos necessitados e obra social.E ainda é possível praticá-la de forma   ativa  ou  passiva.

3- Intensidade – Existe uma idéia aceita por muitos hoje em dia no sentido de que a adoração deve ser intensa, de que devemos sempre engajar nelas as nossas emoções com grande intensidade. Contudo esse  pensamento traz consigo  algumas tentações  muito  sutis:
1-É achar que nosso principal objetivo (inconsciente) é cultivar fortes emoções a respeito de Deus, e não ter contato com o próprio Deus.
2-É avaliar tudo que se diz, canta ou pratica, com base no estado emocional que se atinge.
3-É pensar que se tem unção espiritual por causa de uma intensidade emocional.
4-É usar de emoções intensas para tentar causar uma boa impressão em Deus, e alcançar maiores bênçãos. Com tudo isso, será  muito fácil ficarmos  física e emocionalmente e  esgotados, esquecendo-nos de que Deus também quer nos dar descanso.

4-Tentar forçar os acontecimentos- À medida que nossos desejos de receber as bênçãos de Deus vão aumentando, cresce também a tentação de “fazer” as coisas acontecerem. Muitas vezes isso é uma decorrência do seguinte pensamento: Eu já orei e fiz minha parte. Deus prometeu, então tenho de receber o que quero, e vou insistir até receber” Parece que a reputação de Deus (e a nossa também) está em jogo. Às vezes achamos que, se dissermos as palavras certas ou pensarmos de forma adequada, se criarmos uma  atmosfera apropriada, Deus irá somar esforços conosco e realizar o que  desejamos. E geralmente se trata de algo que um determinado pregador ou dirigente de louvor tentaram fazer, mas não conseguiram. Quando agirmos assim, começamos a impor nossa vontade sobre outros, e eles se ressentem dessa nossa atitude.

5-Instrumento- Nenhum instrumento é mais sagrado que o outro, qualquer um desses pode ser santo, desde que seja
Consagrado a Deus, no objetivo de promover a glória Dele, e não de exibir o talento daquele que o usa. Entretanto quando alguém os usa para louvar a Deus deve fazê-lo com a preocupação de inspirar os adoradores a voltarem sua atenção totalmente para o Senhor, e não para o instrumento. É muito fácil deixar o barulho da música tomar o lugar da voz de Deus.
6-Recursos Eletrônicos- Parece que em muitas igrejas o símbolo do cristianismo deixou de ser a cruz para ser o microfone. Em salões grandes, com um público numeroso, o microfone é um excelente recurso para auxiliar a  comunicação.Contudo, em salões  menores, ele se torna  uma  barreira entre o  pregador e os  ouvintes.
7 – Mania de Show- Em nossos dias sofremos uma forte influência da indústria do entretenimento. Estamos acostumados a assistir a shows espetaculares, produzidos por profissionais altamente competentes. Muitos dos concertos realizados por cantores e artistas cristãos seguem linhas semelhantes. Será que nossos cultos seriam melhores se fossem dirigidos por músicos  profissionais e pastores bem preparados nesse aspecto? Será que a igreja precisa de grandes artistas para atrair as multidões? A congregação é mesmo um auditório? Será que deveríamos elaborar programas com vista ao entretenimento e à edificação do público, dando mais ênfase ao espetáculo do que a adoração.
8- O centro da nossa atenção- O centro de nossa atenção deve estar sempre no próprio Deus, não em nossos sentimentos a respeito Dele, nem na maneira como os expressamos. Jamais  devemos  adorar a adoração, e claro que devemos sentir desejo ou anseio de adorar a Deus, porém com verdadeiro espírito de adorador.
9-A vontade de Deus- Em Rm 12.1,2, o apóstolo Paulo mostra como podemos experimentar qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Temos de nos apresentar a Deus, em  sacrifício vivo (culto espiritual), não nos conformando ou conformar com a  sociedade de nossa época e ser transformado pela renovação de nossa mente,uma orientação, que abrange 3 (três) capítulos, na qual  ele ensina que atitude devemos ter  para com Deus e com os irmãos no corpo de Cristo.Tais atitudes   constituem o que chamamos de “ adoração” são elas:
·       Descobrir em que parte do corpo de cristo nos encaixamos.
·       Procurar saber qual é o nosso dom espiritual, e exercitá-lo para o benefício de todos.
·       Amar sem hipocrisia.
·       Detestar o mal e nos apegar ao bem.
·       Amar-nos uns aos outros com amor fraternal.
·       Honrar os outros, colocando-os acima de nós mesmos.
·       Ser fervoroso de espírito.
·       Servir ao Senhor.
·       Regozijar-nos na esperança, ser paciente na tribulação e perseverar na oração.
·       Auxiliar os filhos de Deus que passam necessidades.
·       Abençoar aqueles que nos perseguem.
·       Alegrar-nos com os que se alegram.
·       Chorar com os que choram.
·       Viver em harmonia uns com os outros.
·       Não ser orgulhoso.
·       Não pagar o mal com o mal.
·       Fazer o que é certo aos olhos de todos.
·       Viver em paz com todos os homens.
·       Não colocar pedra de tropeço para os irmãos.
·       Não deixar que alguém defina como mau algo que é bom.
·       Agir sempre no sentido de contribuir para a paz e a edificação.
·       Agradar ao nosso próximo naquilo que é bom para a sua edificação.
·       Acolher uns aos outros, assim como Cristo nos acolheu.


10- Nossa herança espiritual- A igreja possui uma rica herança espiritual que deverá ser legada aos membros mais jovens e os filhos destes. Muitos de nossos velhos hinos e o gosto por cânticos são produtos de tempos de avivamento. Nossa hinologia é fruto do que Deus realizou em nosso meio. Jamais devemos ver esses hinos como um meio de forçar Deus a fazer aquilo que queremos que Ele faça. A adoração é uma resposta de nosso coração ao que Deus realiza entre nós. Jamais devemos vê-la como um botão que apertamos para constrangê-lo a operar.
11- Adorar ou trabalhar- Embora Jesus tenha elogiado Maria pelo fato de ele ter escolhido a adoração, isso não significa que uma das irmãs era melhor do que a outra. Todos nós precisamos encontrar o ponto de  equilíbrio no que  se relaciona com   adorar e  trabalhar. Nosso trabalho se torna melhor quando podemos fazer dele um ato de louvor. E quando não adoramos isso afeta nosso labor. Por outro lado quando não somos diligentes no trabalho, tal atitude prejudica nossa adoração. Quando  trabalhamos  em  cooperação com Jesus, estamos lhe  dando  louvor.A adoração é o combustível que precisamos para realizar nosso trabalho.Quando prestamos uma  boa adoração a Deus, sentimo-nos mais feliz em nosso trabalho. Trabalhamos melhor quando não permitimos que amarguras, sentimentos de culpa ou excesso de atividades nos impeça de desfrutar desse relacionamento que é a maior comunhão de amor que se pode ter nesta vida. A oração e a litura da Bíblia são formas de adoração que nos fortalecem para enfrentar as tentações. Não podemos   armar  barraca no monte e permanecer lá,mas também não podemos ficar  o tempo todo no  vale. Precisamos ter momentos de adoração e de trabalho. Melhor ainda será  manter com Jesus um  relacionamento tal que  nossas horas de trabalho sejam um ato de  adoração, assim como o são aquelas  em que  permanecemos silenciosos em sua presença.Todos precisamos praticar a adoração contemplativa de Maria, na qual aspiramos a benção de Deus. E também precisamos da adoração prática de Marta, quando abençoamos outros
“habite, ricamente, em vós a Palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com Salmos, hinos e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração” (Cl. 3.16).

Pr. Carlos Borges(CABB)



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