– O ÓLEO TEM OU NÃO TEM PODER?
De forma alguma! No
Novo Testamento Jesus curava a todo momento, os discípulos e apóstolos também e
quantas vezes o óleo foi citado? São raras as referências de orações por
doentes acompanhada de uso de óleo. A cura se dá pelo poder da Palavra e não,
pelo azeite.
O Espírito Santo
também não precisa de óleo para alcançar uma pessoa (leia e comprove: Atos 8:17; I João 2:20,27). Em Tiago 5:14,15 lemos que é a oração da
fé que salvará o doente e não o óleo em si.
Se alguém tentar
expulsar demônios com óleo, é mais fácil o demônio fritar um ovo do que sair do
indivíduo. Jesus ensinou a expulsarmos demônios no nome dEle (Marcos 16:17) e não com rituais ou
amuletos.
Portanto, se o óleo
não carrega nenhuma magia e poder, não faz o mínimo sentido o comércio que
alguns líderes religiosos, ou melhor, falsos profetas fazem com o mesmo. Dizem
que é óleo de Israel, azeite da Oliveira X e coisas semelhantes. Se o óleo é de
soja, de milho, de granola ou de peixe não faz a mínima diferença, a menos que
você esteja preparando um belo prato para o almoço.
No Antigo Testamento
observamos que objetos eram ungidos com óleo para que fossem santificados ao
Senhor. E sabemos que os rituais da Velha Aliança tinham uma simbolização e tudo
era sombra do que havia de acontecer, ou seja, tudo apontava e representava
Jesus Cristo. No Novo Testamento aprendemos que Deus não habita em templos (e
objetos) feitos por homens (Atos 7:48),
logo, não há sentido em ungir casas, templos, instrumentos musicais, móveis,
veículos, fotos ou utensílios domésticos. Jesus ensinou que quando chegássemos
em uma casa, deveríamos saudá-la, dizendo: “Paz seja nesta casa” (Lucas 10:5). Ele não mandou ungi-la.
Temos aí mais um exemplo do poder da Palavra e não de uma substância.
Deus habita em
pessoas, em vidas, ou seja, em nós, que somos o templo de Deus (I Coríntios 3:16). Sendo assim,
deve-se ungir uma pessoa?
Enquanto no Velho
Testamento pessoas eram “separadas” por unção, no Novo Testamento ocorre
imposição de mãos (Atos 6:6, I Timóteo
4:14).
Nós devemos viver
segundo o Evangelho de Cristo, que nos mostra apenas 3 formas de unção: para
sepultamento, como forma de hospedagem e para aplicação nos enfermos. Nos dois
primeiros casos não é necessário nem detalhes, pois qualquer livro sobre
cultura judaica deixa evidente que esses usos eram uma tradição entre eles, fazendo
parte daquela cultura. Portanto, resta-nos apenas a última forma: unção para os
doentes.
Conclusão:
Não podemos
confundir “recomendação” com “ordenança”. O uso de óleo, seja para unção como
ritual ou para uso medicinal foi uma recomendação de Cristo e de Paulo. Se
interpretarmos essa unção como uso medicinal do óleo, não há a mínima
necessidade do seu uso atualmente, pois a medicina evoluiu muito, a ponto de
existirem medicamentos eficazes para boa parte das doenças; se interpretarmos
como uma forma de simbolismo do derramamento do Espírito Santo sobre a pessoa
(alguns tem essa interpretação devido a Zacarias
4:1-14), só terá valor se quem unge e quem é ungido tiverem plena
consciência desse simbolismo. Vimos que o Novo Testamento não dá suporte para
unção de objetos e apenas cita a unção de pessoas. E mais: não era qualquer
pessoa e sim, as enfermas! Temos que ter prudência, pois uma pessoa pode pedir
a unção com óleo porque ficou assistindo esses programas de TV que anunciam um
anti-Evangelho. Para esses, o óleo é uma substância mágica, cheia de poderes,
que pode mudar a vida da pessoa que for ungida. Assim, o indivíduo desinformado
que assiste pode cair nesse paganismo, desejar para si esse tipo de “macumba
gospel” e perder a consciência e a fé no poder da Palavra de Deus.
Quando olhamos
para o Evangelho, observamos que essa questão de unção com óleo não tem nenhum
poder de salvação, portanto, não será esse tipo de discordância teológica
(quanto à possibilidade ou não de utilizar esse tipo de “procedimento” na
atualidade) que determinará a salvação ou condenação de alguém. O que temos são
apenas evidências que nos levam a entender que isso não é mais necessário.
Porém, desde que não estejamos defendendo uma visão por comodidade ou por
outros interesses pessoais, isso não influenciará a nossa vida cristã.
Portanto, busque servir a Deus com sinceridade, buscando sempre seguir o
Evangelho puro e simples. Jamais acredite que uma substância ou um objeto possa
ter algum poder. Não troque o poder da Palavra e do sangue de Cristo por um
frasco de óleo oferecido por um líder religioso. E lembre-se: Deus é Deus, com
ou sem azeite.
Autor: Wesley de Sousa Câmara
Referências:
http://www.luz.eti.br/es_uncaocomoleo-parte1.html (acessado em 02/01/2013)
http://www.luz.eti.br/es_uncaocomoleo-parte2.html (acessado em 02/01/2013)
http://voltemosaoevangelho.com/blog/2011/05/pve-devemos-ungir-com-oleo/#axzz2GyGqfmuP (acessado em 02/01/2013)
Bíblia de Jerusalém
Bíblia Almeida Corrigida e Revisada Fiel
COLEMAN, Willian L. :Manual dos Tempos & Costumes Bíblicos; 1ª Ed, 1991. Editora Betânia.
Gostei muito desse trabalho, pois é muito elucidativo, e proveitoso para a nossa época em que está muito vulgarizado em alguma denominações o uso do termo "unção"sem saberem a real finalidade.
Pr. Carlos Borges(CABB)
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