domingo, 19 de fevereiro de 2017

O QUE SIGNIFICA UNÇÃO, UNGIR E UNGIDO -PARTE FINAL


– O ÓLEO TEM OU NÃO TEM PODER?
   De forma alguma! No Novo Testamento Jesus curava a todo momento, os discípulos e apóstolos também e quantas vezes o óleo foi citado? São raras as referências de orações por doentes acompanhada de uso de óleo. A cura se dá pelo poder da Palavra e não, pelo azeite.
   O Espírito Santo também não precisa de óleo para alcançar uma pessoa (leia e comprove: Atos 8:17; I João 2:20,27). Em Tiago 5:14,15 lemos que é a oração da fé que salvará o doente e não o óleo em si.
   Se alguém tentar expulsar demônios com óleo, é mais fácil o demônio fritar um ovo do que sair do indivíduo. Jesus ensinou a expulsarmos demônios no nome dEle (Marcos 16:17) e não com rituais ou amuletos.
   Portanto, se o óleo não carrega nenhuma magia e poder, não faz o mínimo sentido o comércio que alguns líderes religiosos, ou melhor, falsos profetas fazem com o mesmo. Dizem que é óleo de Israel, azeite da Oliveira X e coisas semelhantes. Se o óleo é de soja, de milho, de granola ou de peixe não faz a mínima diferença, a menos que você esteja preparando um belo prato para o almoço.

   No Antigo Testamento observamos que objetos eram ungidos com óleo para que fossem santificados ao Senhor. E sabemos que os rituais da Velha Aliança tinham uma simbolização e tudo era sombra do que havia de acontecer, ou seja, tudo apontava e representava Jesus Cristo. No Novo Testamento aprendemos que Deus não habita em templos (e objetos) feitos por homens (Atos 7:48), logo, não há sentido em ungir casas, templos, instrumentos musicais, móveis, veículos, fotos ou utensílios domésticos. Jesus ensinou que quando chegássemos em uma casa, deveríamos saudá-la, dizendo: “Paz seja nesta casa” (Lucas 10:5). Ele não mandou ungi-la. Temos aí mais um exemplo do poder da Palavra e não de uma substância.
   Deus habita em pessoas, em vidas, ou seja, em nós, que somos o templo de Deus (I Coríntios 3:16). Sendo assim, deve-se ungir uma pessoa?
   Enquanto no Velho Testamento pessoas eram “separadas” por unção, no Novo Testamento ocorre imposição de mãos (Atos 6:6, I Timóteo 4:14).
   Nós devemos viver segundo o Evangelho de Cristo, que nos mostra apenas 3 formas de unção: para sepultamento, como forma de hospedagem e para aplicação nos enfermos. Nos dois primeiros casos não é necessário nem detalhes, pois qualquer livro sobre cultura judaica deixa evidente que esses usos eram uma tradição entre eles, fazendo parte daquela cultura. Portanto, resta-nos apenas a última forma: unção para os doentes.



Conclusão:
   Não podemos confundir “recomendação” com “ordenança”. O uso de óleo, seja para unção como ritual ou para uso medicinal foi uma recomendação de Cristo e de Paulo. Se interpretarmos essa unção como uso medicinal do óleo, não há a mínima necessidade do seu uso atualmente, pois a medicina evoluiu muito, a ponto de existirem medicamentos eficazes para boa parte das doenças; se interpretarmos como uma forma de simbolismo do derramamento do Espírito Santo sobre a pessoa (alguns tem essa interpretação devido a Zacarias 4:1-14), só terá valor se quem unge e quem é ungido tiverem plena consciência desse simbolismo. Vimos que o Novo Testamento não dá suporte para unção de objetos e apenas cita a unção de pessoas. E mais: não era qualquer pessoa e sim, as enfermas! Temos que ter prudência, pois uma pessoa pode pedir a unção com óleo porque ficou assistindo esses programas de TV que anunciam um anti-Evangelho. Para esses, o óleo é uma substância mágica, cheia de poderes, que pode mudar a vida da pessoa que for ungida. Assim, o indivíduo desinformado que assiste pode cair nesse paganismo, desejar para si esse tipo de “macumba gospel” e perder a consciência e a fé no poder da Palavra de Deus.
    Quando olhamos para o Evangelho, observamos que essa questão de unção com óleo não tem nenhum poder de salvação, portanto, não será esse tipo de discordância teológica (quanto à possibilidade ou não de utilizar esse tipo de “procedimento” na atualidade) que determinará a salvação ou condenação de alguém. O que temos são apenas evidências que nos levam a entender que isso não é mais necessário. Porém, desde que não estejamos defendendo uma visão por comodidade ou por outros interesses pessoais, isso não influenciará a nossa vida cristã. Portanto, busque servir a Deus com sinceridade, buscando sempre seguir o Evangelho puro e simples. Jamais acredite que uma substância ou um objeto possa ter algum poder. Não troque o poder da Palavra e do sangue de Cristo por um frasco de óleo oferecido por um líder religioso. E lembre-se: Deus é Deus, com ou sem azeite.

Autor: Wesley de Sousa Câmara

Referências:
http://www.luz.eti.br/es_uncaocomoleo-parte1.html (acessado em 02/01/2013)
http://www.luz.eti.br/es_uncaocomoleo-parte2.html (acessado em 02/01/2013)
http://voltemosaoevangelho.com/blog/2011/05/pve-devemos-ungir-com-oleo/#axzz2GyGqfmuP (acessado em 02/01/2013)
Bíblia de Jerusalém
Bíblia Almeida Corrigida e Revisada Fiel
COLEMAN, Willian L. :Manual dos Tempos & Costumes Bíblicos; 1ª Ed, 1991. Editora Betânia.

Gostei muito desse trabalho, pois é muito elucidativo, e proveitoso para a nossa época em que está muito vulgarizado em alguma denominações o uso do termo "unção"sem  saberem a real finalidade.

Pr. Carlos Borges(CABB)

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