segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

O QUE SIGNIFICA UNÇÃO, UNGIR E UNGIDO - PARTE 6

 A UNÇÃO DO ESPÍRITO SANTO É DADA POR DEUS AO CRENTE ATRAVÉS:
1) do espírito santo (jo 20:21, 22 - at 2:2).
2) derramada pelos anjos por ordem divina (is 6:6, 7 - ez 1:4, 5 - 2:1, 2).
3) através dos homens e mulheres de deus como canal do Espírito Santo (2 rs 2:13 - at 19:6,7).
durante muitos anos a igreja se esqueceu do batismo do Espírito Santo (unção), somente em meados de 1.900 que a igreja “acordou” e “descobriu” que poderia receber o batismo do Espírito Santo como está descrito em atos 2.
depois do reavivamento com o batismo do espírito a igreja acreditou que esta seria a única unção de Deus, quantas igrejas estão “dormindo”, pois não aceitam outras unções, acreditando que o batismo do Espírito Santo é a única unção de Deus.
porém a unção é ilimitada e infinita, porque Deus é infinito e ilimitado.
Deus sempre terá uma nova unção aos seus filhos (jo 4:14 - 7:37-39 - jl 2:28,29) 
o Senhor quer derramar da sua unção em sua vida espiritual (fervor, fogo) (mt 3:11 - mc 16:17, 18), na sua vida ministerial (1 co 12:28 - rm 12:6-8), na sua vida pessoal (vitória) (lc 10:19).
(disse-lhe Jesus: não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus? -João 11: 40).
basta você crer!  aleluia, glória a Deus!
UNÇÃO

   Embora à primeira vista pareça um assunto simples de ser entendido, é um tema que gera muita polêmica. Por exemplo, os protestantes “históricos” tendem a rejeitar o uso do óleo de unção na atualidade, enquanto os “pentecostais” defendem com convicção esse ato. Portanto, iremos aqui procurar entender o que as Escrituras realmente dizem sobre isso, independentemente do que as diferentes denominações evangélicas defendem.
   O óleo, na bíblia, segundo alguns, simboliza o Espírito Santo, assim como o fogo, a pomba, entre outros. Porém, nela, não há uma afirmação explícita quanto a isso. Portanto, quando se fala em unção com óleo, pode ser que se pretenda produzir uma simbolização do Espírito Santo atingindo alguém.
   Há inúmeras referências nas Escrituras sobre esse tipo de unção, tanto no Velho, quanto no Novo Testamento. Para facilitar, separaremos em dois blocos:

1 - Velho Testamento: O óleo representava a consagração/separação a Deus de pessoas ou objetos.
- Êxodo 30:26-29; 40:9-11 e Levítico 8:10 = Havia o azeite da santa unção, que era usado para ungir objetos (tendas, utensílios diversos, altar, tenda), com o intuito de santificá-los (separá-los, consagrá-los) a Deus. A partir daí, tudo o que tocasse esses objetos tornar-se-ia santo.
- Êxodo 30:30 e Levítico 8:12  = Uso do azeite para ungir pessoas, com o intuito de santificá-los como sacerdotes.
- I Samuel 10:1; 16:13; I Reis 1:39 = Uso de azeite para ungir reis (pessoas).
- I Reis 19:16 = Unção de profetas (pessoas).

2 - Novo Testamento: O óleo tinha diferentes simbolismos e/ou utilidade.
- Marcos 6:13 = Discípulos usando óleo para ungir os doentes.
- Tiago 5:14 = Recomendação de Paulo para que presbíteros usassem azeite para ungir doentes. Essa unção é o ponto de maior discórdia atualmente, pois alguns defendem que era a unção tradicional (como o uso de um pouco de óleo sobre a cabeça), enquanto outros alegam que era o uso medicinal do azeite. Discutiremos isso um pouco à frente.
- Marcos 14:8 e Lucas 23:56 = Mulheres realizando unção em Jesus (como parte de um processo de “embalsamento” para a sepultura).
- Lucas 7:38 e 7:46 = Uma mulher, pecadora, demonstrando sincera alegria, unge os pés de Jesus, como gesto de “boas vindas” (era costume na época).

   Atualmente observamos muito misticismo, magia e superstição quando o assunto é óleo de unção. O que seria uma simbolização ou um uso medicinal (é discutível e veremos logo em seguida) tornou-se uma espécie de “macumba cristã”, em que o óleo é tido como detentor de um poder sobrenatural.
   Como era de se esperar, muitas seitas defensoras da teologia da prosperidade até comercializam supostos óleos milagrosos, que seriam capazes de curar, expulsar demônios, trazer riquezas e a paz. Ou seja, o poder não está mais na Palavra e no sangue de Jesus e sim, engarrafado nas mãos de falsos profetas.
   
Nos tempos bíblicos existiam vários tipos de óleos e várias aplicações.
Por exemplo:
- Azeite de oliva = simbolizava vida útil, saudável e alegre. (Salmo 92:10)
- Óleo medicinal = era muito usado na medicina judaica antiga, seja puro ou misturado com ervas. O incenso e a mirra eram muito utilizados. (Isaías 1:6; Lucas 10:34)
- Unguento = Incenso, mirra ou azeite de oliva associado a perfumes. Era muito usado até mesmo pelos pobres (embora fosse uma substância de alto valor) quando recebiam uma visita em casa, como sinal de boas-vindas. (Lucas 7:46)
- Unguento fúnebre = na cultura da época, fazia parte do processo de preparo para o sepultamento. (Mateus 26:12; Lucas 23:55,56)

   A aplicação era feita na cabeça, na face, nos pés ou sobre as lesões de pele. Devemos salientar que os principais líderes da Reforma Protestante não aprovavam a continuidade da unção com óleo, porém, posteriormente, outros líderes foram adotando esta prática, como podemos ver no predomínio desta aplicação entre pentecostais e neopentecostais.

Analisando Tiago 5:14 :
   Primeiramente devemos observar que o contexto desse versículo nos traz um ensino sobre o poder e a importância da oração. A unção foi um “detalhe” colocado no assunto do texto. Tanto é que há os dizeres: “a oração da fé salvará o doente”. Ou seja, o resultado virá da oração e não, da unção.
   Porém a dúvida persiste. Seria essa unção a aplicação de um medicamento da época (que era usado para uma infinidade de problemas de saúde) no doente ou seria um ritual que simbolizaria a ação do Espírito Santo? Não podemos cravar uma resposta, mas tudo leva a crer que tanto essa unção quanto aquela citada por Jesus em Marcos 6:13 se referiam não a essa aplicação de óleo com finalidade espiritual e sim, como medicação para cura do enfermo. Era como se o presbítero chegasse, desse o remédio que fizesse parte do tratamento médico e em seguida fizesse uma oração para que Deus atuasse no processo de cura do doente. Chegamos a essa conclusão quando olhamos para o termo grego que foi traduzido por “unção”. Em grego, a palavra é “aleipho”, que significa “passar gordura, óleo ou unguento” ou ainda: “passar perfume ou substância aromática”. Ou seja, esse termo tem um significado cotidiano, referindo-se a um processo muito usado na época para aplicar óleos. Se essa unção tivesse um sentido espiritual, como para representar a ação divina, o termo usado provavelmente seria “christos”, que significa: “conceder autoridade por meio de unção”.
   Há, porém, aqueles que discordam dessa visão e insistem que o óleo usado era sim uma unção na cabeça da pessoa e que foi uma recomendação apostólica e de Cristo. Porém, mesmo para este grupo, que fique claro: essa unção seria para o doente e não, para a doença. Portanto, jamais deve ser feito o que muitos realizam, que é ungir a barriga, quando a pessoa tem um problema no estômago ou até mesmo o cúmulo de ungir a genitália de pessoas com problemas reprodutivos. Isso é um fetichismo ridículo (ou até mesmo um assédio sexual), uma idolatria, uma superstição e um paganismo sem tamanho, que deve ser combatido por qualquer pessoa, independentemente do que pensar sobre a unção.
  
 - A extrema unção (católica) é válida?

   O catolicismo defende a necessidade de “preparar a alma para a morte”, quando a pessoa tem uma doença grave e está prestes a falecer. Justificam essa visão distorcendo o texto de Tiago 5:14,15. Alegam que os apóstolos já faziam isso, pois interpretam que essa unção seria para a morte. Porém, essa visão é desmentida quando se confronta o Evangelho como um todo com essa distorção. Além disso, podemos descartar essa ideia quando observarmos a história, pois a unção para sepultamento era apenas uma das possibilidades de uso do óleo. A maioria das aplicações não era para morte e sim, para vida. Tanto é que Jesus disse para os apóstolos orarem para os doentes e ungi-los. Seria um preparo para a morte dessas pessoas? Obviamente não. Portanto, a extrema unção não tem nenhum respaldo no Evangelho. 

Pr. Carlos Borges(CABB)

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