terça-feira, 22 de abril de 2025

A SUPERIORIDADE DO EVANGELHO DA GRAÇA

 

GÁLATAS 4.1-20

Introdução; Deus não faz nada antes do tempo devido, mas, sim, prevendo o resultado desde o começo, espera até que tudo esteja amadurecido para a execução de Seu propósito. Se Cristo tivesse vindo imediatamente depois da queda, a enormidade e os frutos mortais do pecado não teriam sido devidamente entendidos pelo homem de modo que sentisse a gravidade do seu estado pecaminoso, da desesperada situação e necessidade de um Salvador.

 

I FILHOS E HERDEIROS DE DEUS

1-Escravos ou Filhos (Gl.4.1-2)

1.      Esta declaração que Paulo faz aqui é usada, principalmente, para mostrar a situação de um crente sob o concerto do Antigo Testamento (isto, é, a maneira de manter um relacionamento com Deus com base nas leis e sacrifícios do Antigo Testamento, antes que Cristo fizesse o sacrifício perfeito pelo pecado com a sua própria vida).

2.      No entanto, o principio desta passagem também indica que os pais piedosos normalmente supervisionam a instrução de seus filhos (veja Dt.6.7- os hebreus foram extremamente bem sucedido ao tornar a religião parte integral de sua vida).

3.      O motivo do sucesso foi a combinação entre educação religiosa e uma prática de vida.

4.      Porém digo que, enquanto o herdeiro é menor de idade, em nada difere de um escravo, embora seja dono de tudo

5.      No entanto, ele está sujeito a guardiães e administradores até o tempo determinado por seu pai. 

6.      Assim também nós, quando éramos menores, estávamos escravizados aos princípios elementares do mundo.

7.       Enquanto o herdeiro é menor de idade: O termo menor de idade não sugere uma idade específica, mas sim alguém que ainda não é legalmente reconhecido como um adulto.

 2-A Plenitude do Tempo (Gl.4.4)

1.      (4-5) A libertação dos herdeiros de sua escravidão.

2.      Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da Lei, a fim de redimir os que estavam sob a Lei

3.      Para que recebêssemos a adoção de filhos.

4.      Mas, quando chegou a plenitude do tempo: A ideia por trás da frase a plenitude do tempo é “quando estivesse na hora certa”.

5.       Jesus veio na hora exata do plano redentor de Deus, quando o mundo estava perfeitamente preparado para a obra de Deus.

6.      Mas introduz um contraste.

7.      O controle dos princípios elementares foi somente por um tempo limitado”.

8.      Para aqueles que estavam sob a escravidão da lei, pode parecer que a vinda de Jesus foi tardia.

9.      Paulo nos garante que ela veio.

10.   . “Foi na época em que a Pax Romana (Paz Romana) se estendia pela maior parte do mundo civilizado e quando a viagem e o comércio eram, portanto, possíveis de uma maneira que eram anteriormente impossíveis.

 3- Aba Pai (Gl.4.6)

1.      (6-7) Celebrando nossa filiação.

2.      A prova de que vocês são filhos é o fato de que Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho que chama: Abba, Pai! Portanto, você já não é escravo, mas filho, e se é filho, é também herdeiro por vontade de Deus.

3.      A prova de que vocês são filhos…Abba, Pai (é uma expressão aramaica que significa “Pai” em um sentido carinhoso e íntimo como “papai ou paizinho).

4.      É apropriado que aqueles que são de fato filhos, tenham o Espírito de Filho em seus corações.

5.      Isto nos dá tanto o direito quanto a capacidade de gritar “Papai!” a Deus nosso Pai, assim como Jesus fez com Seu Pai.

6.      Alguns acham que traduzir a ideia de Abba como “Papai” é muito íntimo, e até mesmo impróprio. Cole escreve sobre Abba: “Embora fosse a palavra informal usual usada por uma criança para seu pai dentro de casa, é excessivamente sentimental traduzi-la como ‘Papai’.

7.      Mas como Boice aponta: “Os primeiros pais da igreja – Crisóstomo, Teodoro de Mopsuéstia e Teodoreto de Chipre, que vieram da Antióquia (onde era falado o Aramaico e que provavelmente tiveram enfermeiras de língua aramaica em suas infâncias) – testemunham unanimemente que Aba era o termo que uma criança pequena usava para seu pai”.

8.      Abba é um diminutivo afetuoso aramaico para ‘pai’ usado na intimidade do círculo familiar; ele passou sem alteração para o vocabulário dos cristãos de língua grega”.

9.      Nós temos acesso à mesma intimidade com Deus Pai que Deus Filho, Jesus Cristo teve. Jesus se dirigia a Deus Pai como “papai” quando Ele orava, aba, Pai como registrado em Marcos 14:36.

 II UM PASTOR QUEBRANTADO

1-Apelo Pastoral (Gl.4.12)

1.      O início do argumento de Paulo traz um tom de severidade.

2.      Ele diz: Eu lhes suplico (v.12).

3.      O tom de severidade tinha uma razão de ser.

4.      Os cristãos da Galácia estavam se apostatando da fé, mas Paulo tinha a esperança de que ainda eles não haviam totalmente naufragado, senão não usaria a palavra irmãos (v.12) para com eles.

5.      O apelo de Paulo era para que eles se tornassem (v.12) como ele, pois, ele diz: eu me tornei como vocês (v.12).

6.      Este apelo é para os cristãos da Galácia se tornem livres em Cristo, como Paulo era, e Paulo lembra que ele mesmo, no passado, fora aprisionado na Lei, mas que, quando esteve entre eles, o apóstolo tinha se libertado da Lei e vivia com os gentios viviam.

7.      Sejam como eu-Ele desejava que todos os ressentimentos sejam colocados de lado e que eles pudessem ter o mesmo ânimo mental em relação à Paulo, como ele tinha por eles, nenhum mal.

8.      Ao culpar a conduta deles, ele lhes garante que não era por causa de qualquer senso de prejuízo ou afronta pessoal, completamente pelo zelo da verdade e da pureza do evangelho e para o bem estar deles.

 2-Enfermo, recebido como anjo (Gl.4.14)

1.      Para descrever a incrível hospitalidade que os gálatas tiveram, Paulo lembra-lhes a condição em que ele se encontrava quando lhes pregou o evangelho pela primeira vez (13).

2.      Paulo os lembra de que em nada vocês me ofenderam (nenhum mal me fizeste, muito embora ele estivesse doente e que a sua doença lhes tinha sido uma provação (14).

3.      Não sabemos ao certo qual era a doença que levou Paulo a pregar o Evangelho aos Gálatas.

4.      Alguns sugerem que era algum problema de vista com base no contexto do versículo quinze, mas isso parece improvável.

5.      Nos tempos antigos, muitos viam enfermidades como maldição dos deuses, o que explicaria a provação para os gálatas receberem bem a Paulo.

6.      Mesmo diante disto, Paulo diz a eles: vocês não me trataram com desprezo ou desdém; ao contrário, receberam-me com um anjo de Deus, como o próprio Cristo Jesus (14)

 3- Dores de parto (Gl.4.19)

1.      Para expressar seu grande amor, carinho e cuidado com os gálatas, Paulo usa um termo peculiar, “teknon”, é o termo grego traduzido por filhos (19).

2.      Este é um modo carinhoso de dizer do seu cuidado para com filhos na fé.

3.      Paulo se apresenta como uma mãe que novamente (19) está sofrendo dores de parto (19), haja visto que não era a primeira vez que lhes pregara o evangelho.

4.      Sofrer dores de parto significa que Paulo estava sofrendo muito. Assim como uma mulher sofre muito até dar luz à uma criança, Paulo sofria muito até que Cristo seja formado em vocês (19).

5.      Note a diferença de atitude entre Paulo e os judaizantes.

6.      Enquanto estes queriam ganhar a atenção do povo e distanciá-los, Paulo queria que eles fossem moldados por Cristo.

7.      Ainda que Paulo os amasse, Paulo não queria a atenção dos gálatas, mas queria conduzi-los a Cristo.

 III SARA E AGAR DUAS ALIANÇAS

1-Agar Antiga Aliança (Gl.4.23)

1.      O segundo contraste era que o filho da escrava nasceu de modo natural, mas o filho da livre nasceu mediante promessa (23).

2.      Algumas versões dizem que o filho da escrava nasceu segundo a carne e, ainda que o sentido aqui seja realmente “nascer de modo natural”, a palavra “carne” vai contrastar com “Espírito” no v.29, e vai dar início a estes dois temas importantes nesta carta.

3.      O fato é que Ismael nasceu de modo natural, mas Isaque nasceu milagrosamente.

4.      Neste trecho, Paulo nos ensina duas grandes verdades.

5.      Embora quase não existam judaizantes nas igrejas, existem àqueles que creem que pelo próprio esforço serão salvos.

6.      Esses vivem aprisionados em “faça isso e faça aquilo”, ou, “não faça isso e não faça aquilo”.

7.      São escravos dos ritos religiosos.

8.      Isto não significa que regras não devem ser obedecidas, mas sim que delas não procedem a nossa salvação.

 2- Sara: Nova Aliança (Gl.4.23)

1.      Aqui começa uma nova aliança, Deus prometeu que o filho de Abraão, não seria filho de escrava, mas sim da livre.

2.      As coisas de Deus não podem ser feitas conforme a nossa vontade, e sim conforme a vontade Dele o Todo Poderoso.

3.      A obediência a Deus trás melhores resultados do a desobediência.

4.      Abraão tinha conversado com Deus, a promessa seria para ele e Sara, ele não poderia aceitar qualquer arranjo que não fosse da vontade de Deus.

5.      Sara ao ouvir a conversa entre Abraão e Deus, ela não deveria persuadir Abraão a coabitar com Agar a escrava, apenas pelo fato de obter um filho (ele era estéril), para cumprir a promessa de Deus, do seu jeito e não do jeito de Deus.

6.      Há uma analogia no Eden, Deus disse a Adão para não comer da árvore do bem e do mal, Adão tinha conhecimento disso, é possível que ele tenha passado para Eva essa informação, mas o que aconteceu, Eva foi persuadida por Satanás e acabou comenda do fruto proibido, e deu a Adão, que não questionou a origem do fruto, simplesmente comeu também, se ele tivesse questionado, hoje não estaríamos na situação que estamos no momento.    

 3-Filhos da promessa (Gl.4.28)

1.      A história Sagrada registra duas alianças: a antiga e a nova.

2.       A nossa Bíblia está dividia assim. John Stott explica que “uma aliança é um acordo solene entre Deus e os homens, através do qual ele os transforma em seu povo e promete ser o seu Deus”. E continua: “a antiga aliança (mosaica) fundamentava-se na lei; mas a nova aliança (cristã), figurada em Abraão e profetizada por Jeremias, fundamenta-se em promessas. Na lei Deus colocou responsabilidades sobre as pessoas e disse: ‘Farás… não farás...’; mas, na promessa, Deus o assume a responsabilidade, dizendo: ‘Eu farei...’”.

3.      Para explicar a Antiga Aliança, Paulo usa a imagem de Agar, ele diz que ela procede do monte Sinai e gera filhos para a escravidão (24).

4.       No monte Sinai foi onde Israel recebeu a Lei e, logo no versículo 25, Paulo conecta Agar ao monte Sinai e diz que fica na Arábia (25).

5.      É pouco provável que Paulo queira ensinar Geografia aos Gálatas.

Pr. Capl. Carlos Borges (CABB)

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