sexta-feira, 11 de abril de 2025

EVANGELHO, GRAÇA E CIRCUNCISÃO

 


Gal.2.1-21

Introdução: A cada apóstolo foi destinada a esfera mais bem apropriada ao seu temperamento: Tiago, que era tenaz a lei, foi encomendada a obra entre os judeus de Jerusalém; a Pedro, foi-lhe encomendado a obra entre os judeus da dispersão; a Paulo, que pelo inusitado de sua milagrosa conversão, na qual todos seus primeiros preconceitos judaicos tinham tomado uma direção completamente contrária. Foi-lhe encomendado a obra entre os gentios.

  

I DEFESA DO EVANGELHO EM JERUSALÉM

1-Viagem revelada a Jerusalém (Gal.2.2)

1.      Gálatas 2.2 E subi por uma revelação. 

2.      Revelação aqui pode referir-se à profecia de Ágabo em Atos 11.27-30, ou pode referir-se a uma revelação particular do Senhor a Paulo.

3.      Talvez semelhante à que ele recebera antes, em Jerusalém (At 22.17- 21).

4.      Mais tarde, Jesus apareceu a Paulo em outra visão (At 23.11).

5.      E lhes expus o evangelho que prego entre os gentios.

6.      O pronome lhes aqui pode referir-se à Igreja em Jerusalém, ou particularmente aos que estavam em estima, provavelmente o círculo interno formado por Tiago, Cefas (Pedro) e João (Gl.2.9).

7.      O fato de Paulo ter exposto seu evangelho a esses líderes particularmente não significa que Paulo pensou em alterá-lo, como mostra com clareza a seção seguinte (G1 2.3-10).

8.      Para que de maneira alguma não corresse ou não tivesse corrido em vão.

9.      A expressão em vão não se refere à eficácia do evangelho de Paulo, mas, em vez disso, a seus esforços para manter uma unidade na Igreja sem sacrificar a verdade do evangelho (Gl.2.5).

 2-Os falsos irmãos (Gal.2.4)

1.      Gálatas 2.4 Falsos irmãos. 

2.      Ao que parece, essa expressão indica que, embora essas pessoas se passassem por cristãs de maneira convincente, havia razão para ver a profissão de fé delas como um fingimento.

3.      Esses pseudocristãos não anunciavam seu objetivo, que era restringir a liberdade cristã (Gl.5.1,13) e levar Paulo e os novos convertidos à servidão do legalismo judaico (Gl.6.12-15).

4.      Esses falsos irmãos afirmavam que o cristão tinha de cumprir a Lei judaica para ser salvo.

5.      Eles se recusavam a confessar que a salvação era dom de Deus por meio da fé em Cristo, e nada mais.

6.      Por essa razão, Paulo não os reconhecia como verdadeiros cristãos.

 3- O Evangelho é superior aos homens (Gal.2.6)

1.      Gálatas 2.6 Embora reconhecesse a liderança de Tiago, a de Cefas (Pedro) e a de João (Gl.2.9).

2.      Como colunas da Igreja em Jerusalém, Paulo mostrou que eles não eram, de modo algum, superiores a ele quanto à compreensão do evangelho.

3.      Tampouco o eram aqueles que se vangloriavam e aparentavam ser alguma coisa.

4.      Sobre estes, Paulo declara: Não me acrescentaram nada (NVI).

5.      Por outro lado, os outros apóstolos estavam satisfeitos com o modo de Paulo entender o evangelho.

6.      É fácil classificar as pessoas conforme sua posição social e nos deixar intimidar pelos poderosos.

7.      Mas Paulo não ficou intimidado perante esses líderes “de maior influência” porque todos os crentes são iguais diante de Cristo.

8.      Devemos mostrar respeitos pelos nossos líderes espirituais, porém nossa maior lealdade deve ser para com Jesus.

 II ÚNICO EVANGELHO PARA JUDEUS E GENTIOS

1- O Evangelho da incircuncisão (Gal.2.7)

1.      O evangelho da incircuncisão – O dever de pregar o evangelho à parte incircuncisa do mundo; isto é, aos gentios.

2.       Paulo recebeu isso como seu cargo único quando foi convertido e chamado ao ministério (veja Atos 9:15; Atos 22:21).

3.      E agora percebiam que ele fora especialmente confiado com esse cargo, pelo notável sucesso que havia participado de seus trabalhos. 

4.      Evidentemente, não significa aqui que Paulo deveria pregar apenas aos gentios e Pedro apenas aos judeus.

5.      Paulo frequentemente pregava nas sinagogas dos judeus, e Pedro foi o primeiro a pregar a um gentio Atos 10.

6.      Isto, mas significa que era o principal negócio de Paulo pregar aos gentios, ou que isso era especialmente confiado a ele.

7.      Os líderes (colunas)-Tiago, Pedro, e João, entenderam que Deus estava usando Paulo para alcançar os gentios (não judeus), exatamente como Pedro estava sendo usado de forma tão intensa para alcançar os Judeus.

 2- O Evangelho da circuncisão (Gal.2.8)

1.      No início do cristianismo, havia uma grande discussão sobre a necessidade da circuncisão para aqueles que queriam seguir a Jesus.

2.      Alguns acreditavam que apenas os judeus convertidos deveriam ser circuncidados, enquanto outros defendiam que todos os seguidores de Jesus, independentemente de sua origem, deveriam se submeter a esse ritual.

3.      Essa questão causou muita controvérsia e divisão entre os primeiros cristãos.

4.      Foi nesse contexto que Pedro e Paulo se tornaram figuras centrais na história do cristianismo. Pedro era um dos doze apóstolos originais de Jesus e era conhecido por seu trabalho entre os judeus convertidos.

5.      Paulo, por sua vez, era um judeu convertido que se tornou um dos maiores missionários do cristianismo primitivo, pregando principalmente entre os gentios.

6.      Em uma reunião em Jerusalém, Pedro e Paulo apresentaram suas experiências e visões sobre a relação entre a circuncisão e a salvação em Jesus.

7.      Pedro argumentou que a circuncisão era necessária para os judeus convertidos, enquanto Paulo defendeu que a salvação era pela fé em Jesus, independentemente da circuncisão.

8.      Foi nesse contexto que Paulo escreveu a carta aos Gálatas, na qual ele defendeu sua visão de que a salvação era pela fé em Jesus, não pela observância da lei judaica.

 3- O ministério de Paulo é aprovado (Gal.2.9)

1.      Gálatas 2:9 é uma passagem das Escrituras que trata da liberdade que temos no Senhor Jesus Cristo.

2.      Começando com gálatas 2:4, Paulo explica que ele e outros líderes da Igreja foram a Jerusalém para discutir algumas questões relacionadas à fé cristã.

3.      Esta passagem se refere ao debate que eles tiveram com os líderes judaicos, chamados de circuncisão.

4.      Os líderes quiseram impor às pessoas a circuncisão como parte do cumprimento da lei mosaica para serem consideradas justas diante de Deus.

5.      Paulo, por outro lado, defendeu que a justiça diante de Deus vem pela fé em Jesus Cristo e não através da obediência a leis humanas.

6.      Pode-se ver isso no verso 9 deste capítulo: “E, conhecendo a graça que me foi dada, Jacó, que antes era chamado de Tiago, Cefas e João, que eram reputados como colunas, deram-me e à Barnabé a mão direita de comunhão, para que nós fôssemos às nações, e eles à circuncisão”.

7.      Aqui, Paulo explica que os líderes de Jerusalém (Jacó, Tiago, Cefas e João) reconheceram que Deus os havia dado a graça de serem embaixadores da fé cristã aos gentios (pessoas que não eram judeus).

8.      Eles deram sua mão direita de comunhão a Paulo e Barnabé, para que ambos pudessem pregar o Evangelho às nações.

9.      Eles não impuseram às pessoas a circuncisão como parte da salvação, o que mostra que eles entenderam que a justiça diante de Deus vem pela fé em Jesus Cristo, e não através da obediência à lei

 III PAULO RESISTE A PEDRO

1- O mau exemplo de Pedro (Gal.2.11)

1.      Nele aprendemos que Pedro comia com os gentios até a chegada de uma delegação de crentes judeus, vindos de Jerusalém, enviados por Tiago.

2.      Porém, com a chegada dessa delegação a Antióquia, ele ficou receoso de ser reprovado pelos legalistas e, para passar-lhes uma boa impressão, afastou-se dos irmãos gentios.

3.      A harmonia do Concílio de Jerusalém (Atos 15) não durou muito.

4.      Logo em seguida, o apóstolo Pedro (Cefas) mostra favoritismo aos crentes judeus que ensinavam que os gentios deveriam obedecer à lei, o que era uma grave deturpação do Evangelho. Paulo repreende a Pedro na frente de todos por sua hipocrisia.

5.      Aqui, Paulo descreve como Pedro (Cefas) tropeça e defende o legalismo.

6.      Os primeiros dez versículos deste capítulo mostram como Paulo e todos os apóstolos e anciãos em Jerusalém participaram do Concílio (Atos 15).

7.      Onde se estabeleceu que os crentes gentios não precisavam assimilar as práticas religiosas judaicas, ser circuncidados e obedecer às regras religiosas judaicas.

8.      Como o próprio Pedro afirmara no Concílio a respeito da salvação de Deus: "Ele não fez distinção entre nós e eles, purificando seus corações pela fé" (Atos 15:9).

2- A justificação é somente pela fé (Gal.2.16)

1.      A expressão “obras da lei” aparece nas cartas de Gálatas e Romanos escritas por Paulo e descreve um sistema por meio do qual alguns cristãos tentavam obter a justificação. 

2.      Mas o que são as obras da lei? Paulo não explica.

3.      Hoje, há um consenso quase universal de que essa expressão se refere à obediência à Lei de Deus e/ou um compromisso para com outras boas obras que visem obter a salvação.

4.      Na Nova Versão Internacional, de 1984, isso é descrito como “prática da lei” (Gl.2:16).

5.      Mas, como surgiu essa compreensão?

6.      A Reforma-A Reforma Protestante começou no ano de 1517 com Martinho Lutero.

7.      Nos doze anos que se antecederam, ele foi um monge agostiniano que se devotava ao jejum, a muitas horas em oração, a peregrinações e a confissões frequentes. 

8.      A sua ordem tinha indicações de como se devia andar, de qual deveria ser a postura correta do corpo e de como se devia viajar.

9.      Além disso, a ordem impunha que os monges não olhassem para pessoas do sexo oposto e também tinha imposições sobre o que deviam vestir e como deviam cuidar das roupas.

10.   Ademais, decretava o cuidado com os doentes e exigia a obediência aos superiores.

11.   Lutero se esforçava para fazer tudo isso, a fim de obter o favor de Deus e a salvação, mas, em vez disso, sentia-se espiritualmente miserável e longe de Cristo.4

 3- A crucificação com Cristo (Gal.2.20)

1.      De que maneira nós fomos crucificados com Cristo?

2.      Do ponto de vista legal, Deus nos olha como se tivéssemos morrido com Cristo.

3.      Como nossos pecados morreram com Ele, deixamos de ser condenados (Cl.2.13-15).

4.      Em termos de relacionamento, tornamo-nos um com Cristo.

5.      Suas experiências também são nossas.

6.      Nossa vida cristã começou quando, em unidade com Ele, morremos para nossa vida antiga (ver Rm.6.5-11).

7.      Em nossa vida cotidiana, devemos regularmente crucificar os desejos pecaminosos que nos impedem de seguir a Cristo.

8.      Essa é uma forma de morrer com Ele (Lc.9.23-25).

9.      Não estamos mais sozinhos, pois Cristo vive em nós.

10.   Ele é a nossa força para a vida e nossa esperança para o futuro (Cl.1.27).

Pr. Capl. Carlos Borges (CABB)

 

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