segunda-feira, 15 de junho de 2015

HEBREUS E TIAGO



Introdução: Quem trocaria um lustroso carro novo por outro velho e enferrujado, ou um refulgente anel de diamante por uma peça de bijuteria pretejada? Somente uma pessoa insensata faria negócios como esses! O livro de Hebreus foi escrito para pessoas que estavam em perigo de fazer exatamente uma tal troca assim. Eram cristãos pensando em deixar seu relacionamento com Cristo para voltar a viver sob a Lei de Moisés. O escritor de Hebreus estava determinado a mostrar aos seus leitores que escolha idiota seria essa!

HEBREUS
1-Introdução
·       Foi escrito claramente para ouvintes conhecedores das Escrituras do Velho Testamento e, especialmente dos rituais de sacrifícios da Velha Lei.
·       É evidente que os leitores pretendidos eram judeus cristãos (por exemplo, 3:1; 4:14-16). Eles tinham sofrido alguma perseguição, como resultado de sua fé e alguns, provavelmente desanimados por suas tribulações ou em dúvida sobre seu compromisso com Cristo, estavam pensando em voltar para o judaísmo.
·        Outros já tinham deixado de reunir-se com seus irmãos (10:19-39). Como no caso da identidade do autor, não podemos dizer com certeza onde estas pessoas viviam, mas muitos estudantes da Bíblia favorecem Jerusalém ou Roma como possíveis destinos para a epístola (veja 13:24).
·       O tema de Hebreus é a superioridade de Jesus Cristo. O autor argumenta que Jesus é superior aos anjos, Moisés, Josué e Arão (capítulos 1, 3, 4 e 7, respectivamente). Não somente Jesus é um Legislador e Sumo Sacerdote superior, mas sua aliança é superior à Aliança Mosaica (capítulos 8-10). De fato, “melhor” é a palavra chave do livro (1:4; 7:22; 8:6, etc)!
2-Esboço
A superioridade de Jesus (Hb vv.1-4
·       No monte da transfiguração, a voz que vinha da nuvem confirmou a Pedro, Tiago e João que Jesus é o Filho amado de Deus e que devemos ouvir a ele, em vez de Moisés ou Elias (Mateus 17:1-8).
·       O escritor de Hebreus afirma o mesmo ponto, logo no começo de sua epístola. Ele observa que, enquanto Deus usou vários métodos e indivíduos para levar sua palavra à humanidade, no passado, seu porta-voz durante estes “últimos dias” é seu Filho (Hebreus 1:2).
·        O apóstolo Pedro afirmou que estamos vivendo nos últimos dias, quando identificou os acontecimentos de Pentecostes (Atos 2:16-17) como o cumprimento da profecia de Joel a respeito desses dias.
·       Esta afirmação sobre a autoridade de Jesus tem importantes implicações para aqueles que desejam justificar suas práticas religiosas dando ouvidos a Moisés, isto é, apelando para a lei de Moisés em busca de autoridade.

A Superioridade de seu Sacerdócio (Hb vv. 4-10)
·       O autor de Hebreus identificou Jesus como sumo sacerdote de acordo com a ordem de Melquisedeque, tanto no capítulo 5 como no 6. Mas quem é Melquisedeque? Por que Jesus é um sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, em vez da ordem levítica?
·       No capítulo 7, o autor responde a ambas as questões. Melquisedeque aparece na história bíblica durante apenas um curto período (veja Gênesis 14:18-20). Porque a Bíblia não registra seu nascimento, morte nem mesmo sua genealogia, Melquisedeque parece ser de natureza eterna, como o Filho de Deus. Ele é identificado como sendo tanto o rei de Salém como sacerdote do Deus Altíssimo.
·       Mas por que uma outra ordem de sacerdócio, segundo Melquisedeque era necessária? A resposta é que o sacerdócio Levítico não era adequado (7:11, 27). Nem a Jesus era permitido ser sacerdote segundo a ordem de Levi. Os sacerdotes vinham da tribo de Levi, mas Jesus era da tribo de Judá (7:13-14). A lei de Moisés nada dizia sobre homens de Judá se tornarem sacerdotes e, assim, isso era proibido. O homem não deve ir além do que Deus autorizou.
·       Para que Jesus fosse um sacerdote, o sacerdócio tinha que ser mudado. Desde que o sacerdócio e a lei de Moisés estavam intimamente ligados, se o sacerdócio for mudado, então a lei também precisa ser mudada (7:12, 18-19). Aqueles que querem viver sob a lei de Moisés, hoje em dia, desligam-se do sacerdócio de Jesus porque ele não pode ser sacerdote sob essa lei! O sacerdócio de Jesus é, então, uma garantia de que uma lei (ou aliança) melhor foi estabelecida (7:20-22).
·       Por que alguém haveria de querer voltar à Velha Lei e ao sacerdócio levítico? Jesus é um Sumo Sacerdote superior. Ele foi feito sacerdote pelo poder de uma vida infindável, e não através de um mandamento carnal (a Lei de Moisés). Diferente dos sacerdotes levíticos, que eram incapazes de continuar a servir por causa da morte, Jesus vive sempre para fazer intercessão por nós. Jesus foi feito sacerdote através do imutável juramento de Deus.
·       Os sacerdotes levíticos eram fracos porque pecavam assim como os homens pelos quais eles faziam intercessão. Jesus, contudo, é santo, imaculado e separado dos pecadores. Ele não tem que fazer oferenda por si mesmo, como os sacerdotes levíticos tinham que fazer. De muitas maneiras, Jesus é verdadeiramente o sumo sacerdote superior!
·       O tema de Hebreus é a superioridade de Jesus Cristo. Jesus não é só um outro porta-voz; Ele é muito superior em natureza aos profetas que o precederam.
·        Ele não é somente Criador e Redentor (Hebreus 1:2-3); Ele é também Divindade. Ele não é a mesma pessoa que o Pai, mas ele é a “expressão exata” do Pai e, assim, participa da natureza eternal do Pai!
·       O restante do capítulo é dedicado a demonstrar que Jesus é também superior aos anjos. Ele obteve um “mais excelente nome” do que eles (1:4). “Nome” se refere mais ao caráter e à posição do que à palavra pela qual alguém é chamado.
·       O escritor cita Salmo 8 (2:6-8), uma passagem que observa que o homem foi criado um pouco mais baixo do que os anjos. Este fato, provavelmente, levantou uma questão na mente de seus leitores. Se Jesus é superior aos anjos, por que ele tomou a forma de um homem, que foi feito inferior aos anjos?
·       A resposta a esta pergunta é encontrada no papel redentor que Jesus desempenha. O homem precisa de um mediador entre Deus e si mesmo. Porque Jesus sofreu e foi tentado como são os homens neste mundo, ele pode, portanto, ajudar os homens como um misericordioso e fiel Sumo Sacerdote (2:17-18).
·       A comparação entre Jesus e os anjos continua quando o escritor de Hebreus observa que os anjos são espíritos servidores, que adoraram o Filho durante sua encarnação (1:6-7,14). Jesus, contudo, é um Monarca cujos anos não findarão, isto é, ele é um ser eterno.

Heróis da fé
·       Palavras de encorajamento podem ajudar uma pessoa a se comportar bem, mas um bom exemplo é ainda mais poderoso. O autor de Hebreus concluiu o capítulo 10 observando que ele só viverá pela fé (Habacuque 2:4), o tipo de fé que leva uma pessoa a perseverar na obediência ao Senhor até o fim.
·        Somente então se receberá a recompensa prometida (Hebreus 10:35-39). No capítulo 11 ele ilustra esse tipo de fé observando os exemplos de homens e mulheres do Velho Testamento.
·       A fé nos permite esperar aquelas coisas que não podemos ver (11:1; veja Romanas 8:24). Se não podemos ver aquilo em que temos esperança, como saber que isso existe ou que o receberemos?
·        A função da fé é que ela substitui a prova objetiva da coisa na qual temos esperança. O autor ilustra o papel da fé quando ele observa que cremos que o universo foi criado pela palavra de Deus porque as Escrituras revelam esse fato e temos confiança na veracidade tanto de Deus como de sua palavra.
·       Começando com Abel, o escritor cita exemplos específicos de fé. Mas o autor não está escrevendo sobre fé “morta” (Tiago 2:26); em cada caso ele observa que foi a obediência a Deus que resultou da fé (11:4-31).
·       No capítulo 1 de Hebreus, o autor afirmou que Jesus é superior tanto aos outros profetas de Deus como aos anjos. Ele continua sua afirmação no capítulo três, observando que Jesus é superior até mesmo a Moisés!
·        Os judeus tinham muito respeito por Moisés, porque ele recebeu a velha lei de Deus e o escritor de Hebreus reconhece sua fidelidade.
·        Mas Jesus é superior até mesmo a Moisés, do mesmo modo que o construtor de uma casa tem mais honra do que a casa que ele constrói (3:3), assim como o filho do dono da casa é superior a um servo daquela casa (3:1-6).
·        De fato, é sua casa! O escritor fala da igreja (3:6- “qual casa somos nós”; veja também 1 Timóteo 3:15). Mais tarde, no livro, o escritor estenderá este argumento da superioridade de Jesus, observando que sua aliança é também superior àquela dada através de Moisés (capítulos 9 e 10).
·       Os cristãos, contudo, precisam guardar “firme até ao fim” (3:6). É este comentário do autor que introduz o segundo trecho de advertência do livro (veja também 2:1-4; 5:11-6:20; 10:19-39; 12:25-29). Ele cita o Salmo 95:7-11 para introduzir a descrença e o fracasso de Israel, o povo escolhido por Deus, no passado. O restante do capítulo 4 é dedicado a advertir seus leitores a não repetirem o erro de Israel, em se afastar de Deus (4:11).

Deveres Sociais e Espirituais
·       A Israel foi prometido um descanso, mas a nação não herdou esse descanso. O autor afirma que eles não poderiam entrar no descanso prometido por causa da descrença (3:19), por causa da desobediência (3:18). Por que Israel foi forçado a peregrinar no deserto?
·       Descrença ou desobediência? Ambos: sua descrença resultou em sua desobediência (4:6)! É possível para o povo escolhido por Deus, nestes dias, afastar-se do Deus vivo, ao endurecer-se através do engano do pecado (3:12-14).

II TIAGO
1-Introdução
·       Tiago escreve esta carta para ajudar os crentes dispersos a vencerem as provações a que estavam expostos, buscando ao mesmo tempo, o alvo da maturidade cristã.
·       Ele ensinou nos versos 2-4 que as provas são compatíveis com a fé cristã, são variadas, passageiras e pedagógicas.
·       O fato mais importante, porem, é que, inspirado pelo Espírito Santo o autor aconselha os cristãos de sua época e, por extensão, a nós, cristãos que os sucedemos, mostrando-nos princípios que devemos vivenciar para um cristianismo autêntico.
·       Muitos conceitos encontrados em Tiago são também encontrados, algumas vezes, em outras palavras, no livro de Provérbios. O tema visado por ambos os livros é o procedimento correto de um filho de Deus. Alguns estudiosos do Novo Testamento denominam a Epístola de Tiago de “Provérbios do Novo Testamento”.

2-Esboço (Sabedoria e pratica da Palavra)
·       Por que o homem bom sofre? Esta questão tem desafiado as mentes mais inteligentes e os corações mais piedosos.
·       O drama de Jó trata desse tema, o sofrimento de um homem bom e puro. O profeta Habacuque também entrou em profunda crise espiritual e existencial, porque via a injustiça aprofundar-se, o homem desonesto e iníquo prosperar e o homem decente e trabalhador ser oprimido e esmagado.
·       É preciso registrar algo, no entanto: os cristãos têm crises pessoais, e muitas vezes crises violentas. Em nossos dias, na igreja, prolifera uma pregação falsa e que ensina assim: Siga a Cristo e seus problemas se acabarão. Muitos dão crédito a tal ensinamento, envolvem-se com Cristo, passam por tribulações e se desorientam por completo.
Acepção de pessoas fé e obras (Tg 2)
·       Tiago fundamenta, porque o Um seguidor de Cristo não pode fazer acepção de pessoas. E, sejamos honestos, nem sempre obedecemos a esta orientação.
·       O racismo, o regionalismo, o machismo, o homossexualismo, a separação por níveis culturais ou econômicos sempre estão presentes em nosso meio.
·       Não podemos tratar as pessoas de maneira diferente só pela sua situação financeira. Tg diz que dar prioridade aos ricos só pelo fato de serem ricos é pecado.
·       Precisamos lembrar que a igreja de Cristo não pode viver fazendo concessões. Devido um excesso de concessões, hoje a igreja acuda pelo secularismo, o cristianismo se desfigurou e se ouve apenas uma leve lembrança da primeira igreja primitiva do século I.
·       Temos hoje um cristianismo pálido e aguado que a poucos impressiona. Sejamos honestos e falemos a verdade: Olhando para um espelho, a vida que a maior parte dos membros de nossas igrejas leva alguém se sentirá atraído para nossa fé?
·       Somo uma expressão do amor de Deus na terra? Estamos fazendo alguma diferença no meio que vivemos?
·       A primeira é que ela tem o poder de dirigir porque é comparada ao freio na boca de cavalos e ao leme do navio. "Ora, nós pomos freio nas bocas dos cavalos, para que nos obedeçam; e conseguimos dirigir todo o seu corpo. Vede também às naus que, sendo tão grandes, e levadas de impetuosos ventos, se viram com um bem pequeno leme para onde quer a vontade daquele que as governa" (Tiago 3:3 e 4).
·       A segunda lição sobre o tema que ele aponta no livro de Tiago é de que a língua pode destruir, por ser veneno e fogo. "Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal" (Tiago 3:5 e 8).
·       O terceiro ensinamento é a respeito do poder de deleitar, de dar prazer que a língua tem. "Meus irmãos, pode também a figueira produzir azeitonas, ou a videira figos? Assim tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce?" (Tiago 3:12).
·       A expressão ‘morte e a vida estão no poder' não está se referindo a uma forma apenas figurativa ou ilustrativa; está falando de um princípio real e com consequências diretas e tangíveis sobre as nossas próprias vidas, como também nas das pessoas ao nosso redor.
·       O fato triste é que a maioria delas somente descobre esse poder tarde demais, quando os efeitos colocados em ação por palavras torpes liberadas já vieram à tona. Tome cuidado com o que você fala!
Riqueza, Paciência e oração.
·       Esta seção apresenta uma severa denúncia contra os ricos que têm granjeado prosperidade mediante opressão.
·       Os tais são condenados, não por serem ricos, mas porque suas riquezas foram mal adquiridas, permanecendo sobre elas as marcas da corrupção. Tiago concita-os a chorar e a lamentar por causa das desventuras que lhes sobrevirão. Os orientais são muito efusivos na expressão de suas mágoas
Paciência
·       Se uma pessoa é impaciente, ela nunca deve ser um agricultor. O agricultor planta a semente certa, no campo certo, no tempo certo, sob as condições certas. A semente não nasce, cresce, floresce e frutifica da noite para o dia.
·       Apenas o erva daninha cresce sem cuidado. O agricultor não tem nenhum controle sobre o tempo. Muita chuva pode danificar a lavoura. Falta de chuva pode pôr toda a colheita a perder.
·       O nosso coração é o solo. A semente é a Palavra de Deus. Há estações para a vida espiritual como há estações para o solo. Muitas vezes nosso coração se torna seco e cheio de espinhos (Jr 4:3). Então Deus manda a chuva da sua bondade e alimenta a semente plantada, mas devemos ser pacientes para esperar a colheita.
·       Deus está procurando frutos em nossa vida (Lc 13:6-9). Devemos produzir o fruto do Espírito (Gl 5:22-23). E o único meio de darmos frutos doces é sermos provados (1:2-4). Em vez de ficarmos impacientes, devemos saber que Deus está trabalhando em nós.
Oração
·       Por que devemos encarar a oração como grande privilégio, e por que precisamos saber o que a Bíblia ensina sobre ela?
·       Um motivo importante para orar a Jeová é que ele nos convida a fazer isso. A sua Palavra nos incentiva: “Não fiquem ansiosos por causa de coisa alguma, mas em tudo, por orações e súplicas, junto com agradecimentos, tornem os seus pedidos conhecidos a Deus; e a paz de Deus, que está além de toda compreensão, guardará o seu coração e a sua mente por meio de Cristo Jesus.” (Filipenses 4:6, 7).
·       Outro motivo para orar é que as orações regulares a Jeová são um meio de fortalecer nossa relação com ele. Amigos verdadeiros não se comunicam apenas quando precisam de alguma coisa. Em vez disso, bons amigos se interessam um pelo outro, e sua amizade se fortalece à medida que expressam seus pensamentos, preocupações e sentimentos.
·       Será que Jeová atende a todas as orações? Veja o que ele disse aos israelitas rebeldes nos dias do profeta Isaías: “Embora façam muitas orações, não escuto; suas mãos estão cheias de sangue.” (Isaías 1:15) De modo que certas ações de nossa parte podem fazer com que Deus não atenda às nossas orações. Portanto, para que ele as atenda, temos de cumprir certos requisitos básicos.
·       Um dos requisitos principais é ter fé. (Leia Marcos 11:24.)
·       Jeová exige também que aqueles que se aproximam dele em oração façam isso com humildade e sinceridade.
·       Outro requisito para sermos ouvidos por Deus é que as nossas ações devem se harmonizar com as nossas orações.
·       Por exemplo, se pedimos “dá-nos hoje o nosso pão para este dia”, temos de trabalhar arduamente em qualquer serviço que possamos realizar. (Mateus 6:11; 2 Tessalonicenses 3:10) Se oramos pedindo ajuda para vencer certa fraqueza carnal, temos de evitar circunstâncias e situações que poderiam nos levar à tentação. (Colossenses 3:5).
Pr. Carlos Borges(CABB).

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