Nm. 11.25-28
Introdução: O papel do
Espírito Santo no Antigo Testamento é muito parecido com o seu papel no Novo
Testamento. Quando falamos do papel do Espírito Santo, podemos discernir quatro
áreas gerais nas quais o Espírito Santo trabalha: 1) regeneração, 2) habitação
(ou enchimento), 3) contenção e 4) capacitação para o serviço. Evidências
dessas áreas do trabalho do Espírito Santo são tão presentes no Antigo
Testamento quanto no Novo Testamento.
I
CARACTERÍSTICA DA AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO
1-Temporaria
·
“E disse o SENHOR
a Moisés: Ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel, que sabes serem
anciãos do povo e seus oficiais; e os trarás perante a tenda da congregação, e
ali estejam contigo. Então eu descerei e ali falarei contigo, e tirarei do espírito que está sobre ti, e o porei sobre eles;
e contigo levarão a carga do povo, para que tu não a leves sozinho.” Nm.
11.16,17.
·
Como está claro
nesta passagem, Moisés tinha espírito e o tinha sobre
ele. É importante apontar duas coisas aqui: primeiro que o espírito não estava em Moisés, mas sobre ele. Segundo:
o fato de que Moisés tinha o espírito de Deus sobre ele, não era porque ele decidiu que gostaria de ter espírito.
·
Mesmo se ele
decidisse que gostaria de ter espírito, não havia nenhuma garantia que ele
teria, pela simples razão de que o espírito não estava disponível.
·
Na verdade, era Deus que decidiu colocar Seu espírito sobre Moisés e não o
contrário. O mesmo é verdade para aqueles setenta homens também: o espírito de
Deus veio sobre eles, não porque eles decidiram
recebê-lo, mas porque Deus o colocou sobre eles para
fazer a comunicação com eles possível. Aqui estão mais algumas passagens do
Antigo Testamento sobre Deus colocando seu espírito sobre
as pessoas:
2-Por Medida.
·
O Espírito de
Deus também vinha sobre indivíduos a fim de equipá-los para serviços especiais.
Um exemplo notável, no AT, era José, a quem fora outorgado o Espírito para
capacitá-lo a agir de modo eficaz na casa de Faraó (Gn 41.38-40).
·
Note, também, Bezalel e Ooliabe, aos quais
Deus concedeu a plenitude do seu Espírito para que fizessem o trabalho
artístico necessário à construção do Tabernáculo, e também para ensinarem aos
outros (ver Êx 31.1-11; 35.30-35).
·
Havia, ainda, uma
consciência no AT de que o Espírito desejava guiar as pessoas no terreno da
retidão. Davi dá testemunho disto em alguns dos seus salmos (Sl 51.10-13;
143.10). O povo de Deus, que seguia o seu próprio caminho ao invés de ouvir a
voz de Deus, recusava-se a seguir o caminho do Espírito (ver Gn 16.2 nota).
·
Os que deixam de
viver pelo Espírito de Deus experimentam, inevitavelmente, alguma forma de
castigo divino (ver Nm 14.29 nota; Dt 1.26 nota).
3-Para um serviço
·
“E os filhos de
Israel clamaram ao SENHOR, e o SENHOR levantou-lhes um libertador, que os
libertou: Otniel, filho de Quenaz, irmão de Calebe, mais novo do que ele. E veio sobre ele o Espírito do SENHOR, e julgou a Israel, e
saiu à peleja…”.
·
Espírito Santo
vinha sobre uns poucos indivíduos selecionados para servirem a Deus de modo
especial, e os revestia de poder (ver Êx 31.3 nota). O Espírito do Senhor veio
sobre muitos dos juízes, tais como Otniel (Jz 3.9,10). Gideão (Jz 6.34), Jefté
(Jz 11.29) e Sansão (Jz 14.5,6; 15.14-16). Estes exemplos revelam o princípio
divino que ainda perdura: quando Deus opta por usar grandemente uma pessoa, o
seu Espírito vem sobre ela.
·
Em várias
ocasiões, os profetas falaram a respeito do papel que o Espírito desempenharia
na vida do Messias. Isaías, em especial, caracterizou o Rei vindouro, o Servo
do Senhor, como uma pessoa sobre quem o Espírito de Deus repousaria de modo
especial (ver Is 11.1-4; 42.1; 61.1-3).
II
O ESPÍRITO NO PENTATEUCO
1-Fé dos Patriarcas
·
Há 4 mil anos, um homem
fundou as bases das três grandes religiões monoteístas do mundo: o judaísmo, o
cristianismo e o islamismo. Ao aderir a um único Deus, Abraão tornou-se o pai
simbólico de 3,5 bilhões de fiéis.
·
Das 6,8 bilhões
de pessoas que habitam o planeta, cerca de 2 bilhões são cristãos.
Aproximadamente 1,5 bilhão são muçulmanos e 15 milhões seguem os preceitos do
judaísmo. Juntas, as denominações compõem a metade da população mundial.
·
São também o pano
de fundo de conflitos sangrentos há vários séculos. Para citar apenas dois: as
cruzadas e os atentados de 11 de setembro de 2001. De certa forma, são brigas
de família.
·
O primeiro relato
sobre ele está no Gênesis, que inicia a Torá judaica e a Bíblia cristã.
Intérpretes do texto consideram que o patriarca era um pastor seminômade que
viveu entre 2100 e 1800 a.C. Tribos costumavam circular entre as principais
cidades da Mesopotâmia para vender o couro, o leite e a carne de seus rebanhos.
·
Terá deixa a cidade natal de Abrão, que a escritura chama de
Ur dos Caldeus, e se muda com a família
para os arredores de Harã (veja o mapa nas págs. 32 e 33). Depois que Terá
morre, com 205 anos (isso mesmo, os personagens da narrativa são
extraordinariamente longevos), Deus determina novo rumo para a vida do pastor.
·
O patriarca, que
agora é responsável pelos negócios da família, ouve a voz de Javé, que promete:
"Sai da tua terra, da tua parentela
e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei. Eu farei de ti um
grande povo, eu te abençoarei, engrandecerei teu nome. Seja tu uma
bênção". E Abrão se muda para Canaã com a esposa e o sobrinho, Ló.
2-Sabedoria de José
·
O que é
sabedoria? É quando eu sei lidar com os fatos da vida, enfrentar as situações,
resolver situações. Isto se chama sabedoria. Ele disse que quem acha sabedoria
e adquire conhecimento é muito feliz.
·
Portanto, note
uma coisa: Quando tu ages sob sabedoria, sob o ensino de Deus, nove coisas
acontecem:
· Segundo: É melhor do que pérolas.
· Terceiro: Produz vida longa. Vive-se mais.
· Quatro: Produz riquezas.
· Cinco: Produz honra.
· Seis: Produz paz.
· Sete: Felicidade.
· Oito: É melhor do que tudo que desejamos.
· Nove: Feliz aquele que a retém.
3-Lideraança de Moisés
·
Um dos exemplos mais notáveis de liderança na Bíblia é o exemplo de Moisés. Eu acho que é
importante notar que ele aprendeu os princípios de liderança e a fé de seus
pais (ver versículo 23) e ele aprendeu princípios de liderança e organização de
seu sogro, Jetro (Êxodo 18:13-27).
·
Moisés foi um aluno capaz e se torna um líder
capaz, com grandes características de liderança. Hebreus 11 lista Moisés na grande galeria dos heróis
da fé e descreve as características de liderança que lhe permitiu ter sucesso
na imensa tarefa que lhe foi dada pelo Senhor.
·
Que incrível história de fé. Moisés, como você
sabe, foi colocado pela fé no rio e salvo das águas pela filha do Faraó e
levado para ser criado como seu próprio filho. No entanto, ele foi realmente
criado por seus próprios pais que fizeram o papel de babá.
·
Mas quando Moisés tinha certa idade, ele
escolheu Deus e seu povo ao invés da casa, fama e riqueza de Faraó. Para isso
foi necessário esperança e fé em Deus, mas isso é o que devemos ter para ser um
grande líder para Deus.
III O ESPÍRITO NOS LIVROS HISTÓRICOS
1-Conquistas de
Josué
·
Após a morte de Moisés, Josué foi encarregado com o trabalho
de guiar os israelitas na próxima fase do desenvolvimento da nação. Sob sua
liderança, o povo tomou posse da terra de Canaã e, desta maneira, Deus cumpriu
mais uma parte da promessa feita a Abraão (Gênesis 12:3). A grande nação
constituída na saída do Egito recebeu a herança prometida.
·
O homem destacado no livro de Josué servira como
auxiliar de Moisés durante a jornada do povo no deserto e se destacou como
guerreiro valente e homem de fé. Josué e Calebe foram os únicos dois dos doze
homens enviados numa missão de reconhecimento que acreditavam na promessa de
Deus, e foram os únicos daquela geração admitidos a terra.
2-Surgimento
dos Juízes
·
Ocorreu que após a morte de Josué (cerca de 1200
AC) as doze tribos de Israel estavam um tanto vulneráveis e não tinha um
líder que as orientasse na defesa contra povos estrangeiros, e a única
autoridade era dos anciãos de cada uma das tribos, e por variarem em número
(algumas tribos muito populosas outras nem tanto) algumas delas estavam mais
suscetíveis a ataques de inimigos dos povos de Israel: filisteus,
moabitas, cananeus e amonitas.
·
Desses, os Filisteus e os Cananeus eram os mais
persistentes na luta para retirarem os israelitas que haviam tomado posse de
parte de seus territórios, por esse motivo a conquista total da terra só correu
no tempo do Rei da Davi.
3-Os reis Saul e
Davi
·
Saul, o primeiro rei de Israel foi à pura
expressão do poder enganoso das aparências. Deus permitiu que o povo de Israel
sofresse ao ser governado por um rei vaidoso, soberbo e desobediente. O
povo não queria um rei aprovado por Deus, mas um rei que tivesse aparência de
rei. Eles queriam imitar as outras nações.
·
A motivação de Saul era satisfazer aos seus
próprios desejos. A desobediência e a
vaidade de Saul lhe reservaram um final trágico: a vergonha e o suicídio.
“Saul morreu
assim porque foi infiel a Deus, o SENHOR. Ele desobedeceu aos mandamentos de
Deus e consultou os espíritos dos mortos” (1Cr 10:13.
·
Com o tempo, foi enchendo de si e perdendo a
humildade, abrindo mão da confiança que tinha no Senhor.
·
Por isso, quando Deus ordenou que exterminasse
os amalequitas (nação inimiga de Israel), Saul os atacou, mas poupou o rei e
seus melhores animais, desobedecendo a Deus. Além disso, Saul chegou a erguer
um monumento em sua própria homenagem.
·
Davi, o segundo rei de Israel, foi um escolhido
e ungido pelo próprio Deus. Nem mesmo o pai de Davi lhe dava qualquer prestígio
ou o estimava. Ele foi o último dos filhos a ser lembrado pelo próprio pai. Todavia, mesmo sem a estatura física de um
Rei, ele era um pastor zeloso, valente defensor das ovelhas do pai e
extremamente reverente diante do poder de Deus.
·
Davi, como qualquer ser humano, cometeu graves
pecados; porém, ao contrário de Saul,
nunca recorreu aos espíritos enganadores e nem procurou desculpas esfarrapadas
para seus pecados. Ele arrependia-se e suplicava pela misericórdia e
pelo perdão de Deus.
IV O ESPÍRITO NOS PROFETAS
I-Despertamento e
Juízo
·
Já com aqueles a quem Deus ungia com o Seu
Espírito Santo, a comunicação adentrava o campo espiritual, o invisível, e por
vezes esses homens ungidos eram arrebatados a uma visão celestial onde o Espírito
do Senhor falava-lhes ao seu espírito humano. Foi o caso do profeta Isaías e do
profeta Ezequiel, por exemplo.
·
Como a plenitude do Espírito Santo ainda não
havia acontecido apenas alguns poucos eram ungidos com o Espírito do Senhor e
estes tinham a incumbência de serem mediadores entre Deus e o Seu povo, já que
ninguém mais podia ouvir a Deus senão pelo Seu Espírito.
·
Estes homens não
tinham formação teológica ou qualquer outro critério de capacitação humana para
que Deus os escolhessem. Eram muitas vezes pessoas simples, camponeses,
criadores de gado, outros eram jovens demais e alguns poucos eram filhos de
sacerdotes.
·
Havia também aqueles em que o Espírito do Senhor vinha
esporadicamente sobre eles para entregar alguma mensagem, e depois o Espírito
se retirava deles, sem atribuir-lhes um cargo ou função sacerdotal. Até mesmo
um animal foi usado pelo Espírito do Senhor para transmitir alguma mensagem ao
homem, mostrando que a diferença não está na pessoa eleita, mas no Espírito que
nela habita.
·
Muitos que se dizem mensageiros de Deus ensinam
que Jesus vem buscar o seu povo ocultamente, que o povo vai desaparecer e os
que aqui ficarem entrarão em desespero… O filho procura a mãe, o pai procura o
filho, os aviões ficam sem seus pilotos, o que estava internado desaparece e os
médicos ficam sem entender, então percebem: aconteceu a vinda do Senhor. Este
ensinamento é absolutamente contrário ao que nos revela a Bíblia Sagrada.
Alguns desses mensageiros ensinam desta forma porque aprenderam com seus superiores
e não examinaram as Escrituras para confirmar; outros o fazem por imposição do
seu ministério, para que não percam seus cargos.
·
No entanto, convém ensinar o que Deus pediu que
fosse ensinado. Por isso, Deus falou: Muitos
pastores destruíram a minha vinha (igreja), pisaram o meu campo (povo);
tornaram em desolado deserto o meu campo desejado (Jr. 12:10), ou seja, deixou
seu povo vazio e sem conhecimento. O Senhor Jesus disse ao sumo sacerdote
Caifás que ele mesmo veria o Filho do Homem assentado à direita do poder, e
vindo sobre as nuvens do céu.
2-Coragem e
sabedoria
·
Quando falamos sobre coragem, é porque
precisamos confrontar os nossos temores. O medo é uma emoção incapacitante.
Jesus nunca pretendeu que Seus seguidores temessem o presente e o futuro. Embora,
às vezes possamos sentir medo, não devemos permitir que ele nos controle.
·
Por que Deus nos pede para termos coragem? Duas
razões:
1. Nós temos uma tendência para sermos rebeldes aos princípios de Deus. Josué viu como o povo sempre se rebelava contra Moisés, o líder a quem ele estava substituindo.
1. Nós temos uma tendência para sermos rebeldes aos princípios de Deus. Josué viu como o povo sempre se rebelava contra Moisés, o líder a quem ele estava substituindo.
·
2. É sobre o espírito de coragem que Deus nos
garante a Sua presença poderosa! Pois o Espírito que Deus nos deu não nos torna
medrosos; pelo contrário, o Espírito nos enche de poder e de amor e nos torna
prudente.
·
O dicionário português define coragem como
bravura em face do perigo, intrepidez, ousadia, resolução, perseverança,
constância e firmeza. Deus o chamou para enfrentar o seu momento de crise com
firmeza, equilíbrio, sem deixar de praticar atos de grandeza, que são
provenientes do “amor”.
·
Deus não depende da sua falta de recursos,
instrução ou dos cursos que você poderia fazer. Ele depende da sua coragem para
obedecê-lo! Quando você obedece a Deus com coragem, os recursos surgem.
Portanto, pare de olhar para si mesmo como um “pobre coitado”, como alguém
perseguido ou sem muitas chances na vida. Coloque-se ao lado de Deus e confie
na Sua bondade.
Pr. Carlos Borges(CABB)
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