quarta-feira, 23 de setembro de 2015

DONS ESPIRITUAIS



1 Co. 12.4-10
Introdução: Foi uma das promessas de Jesus que após morrer e ressuscitar Ele enviaria o Espírito Santo (o consolador), para habitar no crente (salvo) e disse: “Ele me glorificará, porque há de receber do que é e vo-lo há de anunciar” (Jo. 16.14). Em outras palavras o Espírito Santo revelaria Cristo ao mundo. Os dons espirituais não procedem do homem, mas de Deus. Não podem ser confundidos com talentos naturais. Não é um pendor humano nem uma habilidade inata que alguém desenvolve. Os dons espirituais são concedidos aos membros do corpo de Cristo, pelo Espírito Santo, quando creem em Cristo, e são desenvolvidos na medida em que os fiéis os utilizam para a glória de Deus e edificação dos salvos.
                                                              
I DONS DE REVELAÇÃO
1-Palavra de Sabedoria
·       É saber o que falar em determinada ocasião (solucionar um problema específico) é um fragmento da sabedoria divina dada ao crente. Não se trata de conhecimento humano ou inteligência. Exemplo: José (Gn 41.38,39); Salomão e as duas mães. (1Rs 3.16-28), Josué (Dt 34.9).
·       Dom da Palavra da Sabedoria (12.8). Trata-se de uma mensagem vocal sábia, enunciada mediante a operação sobrenatural do Espírito Santo. Tal mensagem aplica a revelação da Palavra de Deus ou a sabedoria do Espírito Santo a uma situação ou problema específico (At 6.10; 15.13-22).
·        Não se trata aqui da sabedoria comum de Deus, para o viver diário, que se obtém pelo diligente estudo e meditação nas coisas de Deus e na sua Palavra, e pela oração (Tg 1.5,6).
·       A palavra de sabedoria é um conhecimento dos mistérios do Evangelho e a capacidade de explica-los, um entendimento exato do propósito, da natureza e das doutrinas da fé cristã.

2-Palavra de Conhecimento
·       Dom da Palavra do Conhecimento (12.8). Trata-se de uma mensagem vocal, inspirada pelo Espírito Santo, revelando conhecimento a respeito de pessoas, de circunstâncias, ou de verdades bíblicas. Frequentemente, este dom tem estreito relacionamento com o de profecia (At 5.1-10; 1Co 14.24,25).
·       É uma revelação do que está acontecendo no momento. Não se trata de adivinhação, fenômeno psíquico ou telepatia e nem resultado de um profundo estudo teológico.
·       Através desse dom a igreja tem acesso a fatos a respeito de pessoas, circunstâncias e de verdades bíblicas. É a penetração na ciência de Deus. (Ef 3.3-6). Exemplo: Eliseu (2 Rs 6.12); Aías (1 Rs 14.1-6); Em Atos 20.23 O Espírito Santo revelava a Paulo o que ia acontecer.   
3-Discernimento de Espíritos
·       A Bíblia confirma o fato do mundo espiritual de que há verdadeiros seres incorpóreo (sem corpo físico). Na verdade, estes seres existem em grandes números e em três esferas principais, e eles têm personalidade e caracteres peculiares.
·       Deus soprou o espírito de vida para dentro do homem e ele passou a ser uma alma vivente. Quando o espírito parte, o homem morre (Gênesis 2.7; Eclesiastes 8.8; 12.7; 3.18-21; Tiago 2.26; Jó 32.8; 33.4). Ainda que tenhamos a tendência de ser inconscientes do mundo dos espíritos que nos cerca, somos, na realidade, altamente influenciados e controlados por ele.
·       Bíblia diz que os pecadores são tomados cativos pelo diabo e são controlados por sua vontade no âmbito espiritual (2 Timóteo 2.26).
·       Isto não é algo estanho ou incomum; ao invés, é a maneira como as coisas têm sido desde pouco depois de Adão ter sido criado.
·       Normalmente, é necessário que tenhamos uma experiência ou contato com o campo espiritual antes que, de fato, nos inteiremos de sua realidade. Antes disso, ele é mais uma teoria do que realidade.

II DONS DE PODER
A Fé
·       O termo “pistis”, em grego, que geralmente é traduzido por fé, tem inúmeros significados, por esse motivo, faz-se necessário ter cautela na interpretação dessa palavra, e principalmente, o contexto no qual se encontra. Isso porque a fé, nas Escrituras, pode ser salvífica, enquanto condição para a salvação (Ef. 2.8,9), aspecto do fruto do Espírito, que tem a ver com fidelidade e confiança (Gl. 5.22) e enquanto dom do Espírito Santo (I Co. 12.9).
·       A fé salvífica é manifestada no ato da conversão, quando o pecador reconhece que não há outro modo de ser salvo senão mediante Cristo. A fé fruto do Espírito é a fidelidade do cristão que, mesmo em meio às perseguições e adversidades, não desiste da caminhada, agradando a Deus em sua confiança irrestrita nEle, e que tem os heróis da fé como modelo (Hb. 11).
·       Essa fidelidade a Deus não decorre do dom, mas da disposição para crer, depois de ouvir continuamente a Palavra de Deus (Rm. 10.17). A fé enquanto dom trata-se de uma manifestação sobrenatural, pelo Espírito Santo, que capacita o cristão para a realização de milagres (I Co. 13.2).
·       Esse dom está interligado à cura e à operação de milagres, pois, a partir da fé dada instantaneamente pelo Espírito, diante de determinadas circunstâncias, o cristão pode fazer proezas em Deus, assim como fizeram os apóstolos, em diversas ocasiões registradas em Atos, em cumprimento às palavras de Jesus (Mc. 16.15-18).

2-Don de curar
·       No grego, a expressão “dons de curar” se encontra no plural, “iamaton”, ressaltando, assim, a pluralidade dentro desse dom diante das diversas doenças e enfermidades.
·       Isso quer dizer que existem cristãos a quem são dados dons específicos para que sejam instrumentalizadas por Deus para curar determinadas doenças e enfermidades.
·       Mas nem todos os membros da igreja recebem os dons de curar (I Co. 12.11,30), mesmo assim, como somente o Espírito Santo sabe a quem o dom foi concedido, compete aos cristãos, indistintamente, orarem pelos enfermos, cientes que a cura é proveniente de Deus, que decide, soberanamente, se quer ou não realizá-la.
·       Esse é um dom do Espírito Santo, não do crente, que cumpre a determinação de Jesus, que dotou os discípulos com a mesma autoridade “para curar toda sorte de doenças e enfermidades”.
·       Os que crerem no Seu nome, disse Jesus aos discípulos, “imporão as mãos sobre os enfermos e eles serão curados (Mc. 16.18)”. Os dons para curar os diversos tipos de doenças e enfermidades é uma capacitação divina sobrenatural para que a igreja atue na restauração física e mental das pessoais (At. 3.6-8; 4.30).

3-A Operação de Milagres
·       Os sinais, semeion em grego, acompanhavam a pregação, pois as pessoas ouviam a mensagem. O dom de operação de maravilhas, “energemata dynameon” em grego, possibilita a realização de atos sobrenaturais no poder do Espírito Santo.
·        Os milagres advindos da manifestação desse dom vão além das leis físicas conhecidas naturalmente pelos seres humanos. Basta citar, como exemplo, a atuação de Jesus sobre a natureza, que chamou a atenção dos discípulos, após acalmar a tempestade: “E eles, possuídos de grande temor, diziam uns aos outros: Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?” (Mc. 4.41).
·       A mente finita do ser humano, pautada nas leis que reconhece como naturais, é incapaz de compreender a sobre naturalidade dos eventos divinos (I Co. 2.14).
·        O Espírito Santo agiu, “pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários, a ponto de levarem aos enfermos lenços e aventais do seu uso pessoal, diante dos quais as enfermidades fugiam das suas vítimas e os espíritos malignos se retiravam” (At. 19.11,12).
III DONS DE EXPRESSÃO
1-Variedades de Línguas
·       O dom de línguas é a habilidade dada por Deus a alguém para que haja comunicação numa língua desconhecida, e para que seja interpretada na assembleia a fim de que todos possam compreendê-la.  II Co. 12:10 ; I Co. 14:5.
·       É uma manifestação do Espírito (I Co. 12:7), e não uma habilidade humana.  Isto não tem absolutamente nada a ver com habilidades linguísticas naturais, eloquência em discursos, ou uma nova maneira Santificada de falar-se. 
·        Ainda que o Espírito possa estar envolvido nestas características estão todas á parte do assunto em consideração. O dom de línguas é uma manifestação ou expressão sobrenatural do Espírito Santo, através dos órgãos vocais de uma pessoa. Ela é uma manifestação direta da esfera dos milagres.   A Bíblia revela três categorias gerais quanto ao falar-se em línguas.
·       Línguas que são faladas no momento em que recebemos o Batismo no Espírito Santo.
 (Atos 2:4 –6; 10:45-47 e 19:6).
·       Línguas para uma comunhão pessoal com Deus numa maneira contínua.
 (I Co. 14:1-15;  Judas 20; Rm. 8:26, 27 e Ef. 6:18).
·       Línguas que são dadas na igreja  para  uma  comunicação ao Corpo e  para  serem  um sinal ao incrédulo. ( I Co.12:10; 14:5; 14:21-22).  
·       Foi à confusão destas três categorias de línguas que o Senhor procurou corrigir na Igreja de Corinto. Aparentemente, alguns falavam em línguas demasiadamente nas reuniões, sem que interpretações fossem dadas e  isso produzia confusão e abusos. Portanto, o Senhor, através de Paulo, classificou-as para eles. Além disso, deveríamos entender que há três maneiras gerais em que a Bíblia usa a palavra “dom” ou “graça”.
·       1-O “dom” de Deus da Salvação através de Cristo. (Rm. 5:15-18; II Co. 9:15), o qual inclui:

2 – O “dom” do Espírito Santo. (Atos 2:38; 8:20 e 10:45) o qual inclui;

3 – Os “dons” do Espírito Santo. (I Co. 12:1, 4,9 e 28; Hb. 2:4). 
2-Interpretação de línguas
·       O Dom de interpretação de línguas é a revelação sobrenatural pelo Espírito do significado de uma expressão vocal em outras línguas. Não é tradução das línguas; é a interpretação das línguas. O dom da interpretação de línguas sempre vai depender de outro dom para poder operar. (Variedades de línguas).
·       O propósito desse dom é tornar o dom de variedades de línguas  inteligível aos ouvintes, para que a Igreja e aquele que possui o dom possam saber o que foi dito a possa ser edificada. (1 Co. 14:5).
·       Você pode perguntar; “Mas Deus não pode falar conosco de alguma outra maneira?” Sim! Ele pode e o faz. Temos mensagens que não é uma interpretação de línguas; é uma manifestação do dom da profecia.
·       Todos esses dons operam pela fé, mas é necessária mais fé para profetizar do que para dar uma expressão vocal em línguas ou interpretação de línguas.
·        Isso porque os que operam nestes outros dons têm outra pessoa de quem possa depender. Em outras palavras: a pessoa com o dom de variedades de línguas pode depender de quem tem o dom da interpretação de línguas, e vice-versa. Mas a pessoa que tem o dom da profecia precisa ter fé suficiente para simplesmente começar a falar aquilo que recebeu.
3-Profecias
·       Profeta é aquele que fala por outro; que entrega uma mensagem alheia. Moisés, profeta de Deus. Arão, de Moisés (Êxodo 7:1-2).
·       Para que Deus deu os profetas? - Para aperfeiçoamento, edificação e unidade (Efésios 4:11-13). - Para edificação, exortação (encorajar, aconselhar) e consolação (1 Coríntios 14.3).
·       A mensagem do profeta deve atrair o povo para Deus e não para si mesmo ou para outra coisa qualquer. (1 Samuel 7:3) - (Lamentações 3:40) - (Amós 5:4) - (Zacarias 1:3) (Malaquias 3:7) .- Falar uma falsa profecia em nome do Senhor significa transgredir o 3º mandamento: “Não usarás o nome do Senhor em vão” (Êxodo 20:7). Exemplos de falsos profetas: Jeremias 23; Ezequiel 13.
·       É comum o profeta de o Velho Testamento dizer; ASSIM DIZ O SENHOR! Quando transmitia a palavra de Deus: Pois Deus se comunicava verdadeiramente pela boca dos profetas, sendo assim a voz do profeta estava acima até do próprio rei, e não podia ser desobedecida por ser a Palavra de Deus, afinal a Bíblia, que é a revelação não estava completa.
·       Como os caminhos dos homens não é o Caminho de Deus, vários ou quase todos os profetas foram mortos por falar a verdade e recriminar o pecado dos poderosos.
Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, apedrejas os que a ti são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não o quiseste! Mateus 23:37. Palavra de Jesus sobre os profetas verdadeiros.
Pr. Carlos Borges(CABB)

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