terça-feira, 1 de setembro de 2015

O FRUTO DO ESPÍRITO SANTO



Gal.5.19-24
Introdução: Na epístola aos gálatas o apóstolo Paulo apresenta as evidentes marcas daqueles que experimentam o novo nascimento. Aqueles que se deixam dominar pelo Espírito Santo dão “fruto”. Um conjunto de virtudes que autenticam o produto daquele que é regenerado em Jesus. Um Espírito agindo no interior, refletindo Cristo no exterior.


I O FRUTO EM RELAÇÃO A DEUS
1-Amor
·       A metáfora do "fruto" aparece várias vezes no Novo Testamento, designando sempre algum "resultado" (Mt 3.8; 7.16; Rm 1.13; Ef 5.9; Hb 13.15). O fruto do Espírito são qualidades morais divinamente implantadas. São resultados da ação do Espírito em nosso caráter.
·       Primeiro, a sua origem é sobrenatural: "do Espírito" (genitivo grego que indica fonte ou causa). Enquanto as "obras da carne" são atos que praticamos naturalmente, o "fruto do Espírito" é de responsabilidade do próprio Espírito. Precisamos ter humildade, pois não podemos produzir este fruto.
·       Amor: Na língua grega "amor" (ágape) é uma palavra distinta usada para descrever a natureza do amor de Deus (Jo 3.16). Ele nos amou sem que oferecêssemos motivos para que Ele nos amasse. E é esse amor que o Espírito derrama em nosso coração (Rm 5.5), para que possamos obedecer ao mandamento de Jesus: O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei (Jo 15.12).
·       O amor introduz a lista de virtudes desse fruto, o amor é sem dúvida a fonte originária das demais virtudes. É o caminho mais excelente para ser trilhado pelo cristão.
·        O amor “ágape” como fora designado por Paulo carrega várias características: É capaz de sofrer, pensar o bem, não invejar, ser humilde, ser puro, não ser egoísta, crer sempre, folgar com a verdade, ter esperança, capacidade de suportar.
·        E resumidamente podemos afirmar que nunca falha! Ocupa o mais alto posto entre as virtudes cristãs. Deus é amor!
·       O amor é exemplificado na Palavra de Deus, designando o próprio Deus, mostrando o amor de Deus e Cristo pelos homens, amor entre os irmãos, enfim, o amor indo à frente em todo o propósito deste Santo Livro.
2-Alegria
·       Alegria: A alegria (no grego "charis") é o gozo da graça, é um bem-estar espiritual, resultado de uma correta relação com Deus. A fonte desta alegria é o Senhor (Fp 3.1; 4.4,10; Rm 12.12). É a chamada "alegria da fé" (Rm 15.13; Fp 1.25) e a "alegria no Espírito Santo" (Rm 14.17; 1 Ts 1.6). Esta alegria independe das circunstâncias externas e pode ser desfrutada em meio às tristezas e aflições desta vida.
·       Fundamenta-se no relacionamento com Cristo. Essa alegria é muito mais que animação, deleite e jubilo, e não depende das circunstâncias boas ou más a nossa volta (Fp 4.11-13; 1 Ts 1.6; 1 Co 15.19).
·       A idéia de alegria e paz como frutos do Espírito (Gál. 5:22 e 23) pode ser mal interpretada. Nosso mundo é pecaminoso; somos seres pecaminosos, cada um de nós sofrendo os efeitos do pecado: doença, perda, separação, medo, preocupação, incerteza... A lista é grande. Ninguém, nem mesmo um cristão, está livre das lutas dolorosas que nos afligem em um mundo caído. Jesus sofreu; nós também vamos sofrer. 
·       É a alegria que se manifesta em meio às situações tristes, pois recebemos o verdadeiro consolo do Espírito (At 13.50-52).
3-Paz
·       Paz é uma palavra que hoje em dia está muito em moda e muitos falam de paz não conhecendo o seu verdadeiro significado.
·       Será que a paz de que fala a Bíblia, em especial a paz como fruto do Espírito, tem algo a ver com a paz que o mundo apregoa e promete? Se assim fosse, essa paz seria normal e sem interesse. Esta paz, fruto do Espírito é totalmente diferente.
·       Penso que como crentes no Senhor Jesus já experimentou em alguma medida o que é essa paz, mas podemos ter a certeza que muito temos a ainda a experimentar, tal á a sua grandeza.
·       Vamos pela graça de Deus procurar estudar e entender alguma coisa sobre essa paz que é de Deus e Fruto do Espírito.
·       Salmos 119:165 “Grande paz tem os que amam a Tua Lei” (Filipenses 4:7) - E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.
·       Em primeiro lugar aquilo que devemos dizer acerca de paz, é falar sobre esta paz que se chama paz de Deus e que  nos é concedida em Jesus. Paz que não existe outra igual.
Que paz é esta afinal?
·       Esta é aquela paz que quem a possui pode até estar passando por tribulações ou grandes provações e mesmo atravessando o vale da sombra da morte, que essa paz continua manifestando-se nessa pessoa que a tem, porque esta paz lhe foi dada por Deus e é guardada por Jesus, sendo por isso indestrutível seja porque circunstância for.
·       Segundo vemos pela palavra de Deus a verdadeira paz é algo inseparável da Pessoa de Jesus. Não havendo por isso verdadeira paz sem Jesus.
Não foi um acaso que logo na ocasião do nascimento do Senhor Jesus que a primeira mensagem trazida pelos anjos foi a de paz na Terra.

II EM RELAÇÃO AOS OUTROS
1-     Longanimidade
·       João 15:5
Este fruto de que fala Jesus é o fruto do Espírito de que  Paulo fala aos Gálatas 5:22, 23.
O fruto do Espírito pode ser comparado a uma laranja de 9 gomos. É um fruto apenas, mas constituído de 9 características.
·       Essas 9 características podemos dividi-las em 3 grupos.
O primeiro grupo de 3 (amor, alegria, paz) é referente às qualidades espirituais do cristão.
O segundo (longanimidade, benignidade e bondade) indica aquelas que são as virtudes que se manifestam em nossas relações sociais.
·       A palavra longanimidade na nossa língua vem do latim que significa ter “longo ânimo”.
Longânimo é aquele que não desiste ou que suporta com muita paciência, ou como se diz na linguagem popular,  ter “pavio comprido”. Alguém que não se exalta ou se ira com rapidez ou facilidade.
·       Deus é por natureza um ser Longânimo e quer que seus filhos também sejam. Isto não quer dizer que nós, nunca nos possamos indignar ou irar, mas que isso só é legítimo segundo aquilo que nos é dito em Efésios 4:26, 27. “Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, não deis lugar ao diabo”.
·       A nossa ira terá de ser proporcional aos fatos e não durar mais de um dia, de contrário, estamos a dar lugar ou oportunidade ao diabo para nos derrotar ou levar à ruína espiritual.

2-Benignidade e Bondade
·       Alguém escreveu este pensamento que é ao mesmo tempo uma pergunta.
“ O que seria de nós, se Deus nos tratasse conforme nós merecíamos?” Tito 3:3-7.
·       Segundo o nosso merecimento, Deus teria de nos castigar condenando-nos à perdição eterna. Mas, devido à Sua grande Benignidade, por meio do Senhor Jesus Ele nos deu a possibilidade de sermos salvos e escaparmos dessa merecida condenação.
·       Agora que já fomos favorecidos por essa tão grande Benignidade, Deus nos chama para sermos benignos como Ele o é.
Revelar o fruto do Espírito não é algo fácil ao crente e ao descrente é impossível, porque só pelo Espírito Santo se pode produzir todas essas virtudes do fruto do Espírito, entre elas a Benignidade de que vamos falar a seguir.
O fruto do espírito não se vê através de manifestações litúrgicas ou verbais. Trata-se de  uma manifestação de caráter é isso que percebemos ao estudar cada uma dessas características.
·       Entre todas as características do fruto do Espírito é entre Benignidade e Bondade que existe a maior relação, pois são as duas características que estão mais intimamente ligadas, não sendo a mesma coisa, pois de contrário Paulo não referia as duas palavras.
·       A Bondade, que é a característica seguinte, a parte visível da Benignidade. Ou seja, a onda de é a Benignidade posta na prática.
·       Benignidade é ter um sentimento que caracterize o crente como alguém que se esforça para evitar que o mal venha sobre alguém.

III EM RELAÇÃO A NÓS
1-Fidelidade
·       A fidelidade não pode ser substituída pela liturgia (rituais religiosos) como pretendiam os fariseus. Aqui nós encontramos o termo traduzido por fé, mas em que fidelidade estaria mais de acordo com o contexto, já que justiça e misericórdia são conceitos éticos assim como a fidelidade, devemos entender a fé aqui referida como fidelidade.
·       Os fariseus eram muito ritualistas, esquecendo  uma parte mais importante da sua vida espiritual que eram estes 3 elementos que Jesus lhes recorda, a justiça, a misericórdia e a fidelidade.

2-Mansidão
·       Gálatas 5:22 - Nos dias que correm defender uma causa ou um ideal implica ser violento usando até o terrorismo. O N.T. fala diversas vezes de que o cristão está numa luta e numa guerra constante, estando rodeado de muitos e fortes inimigos.
·       Vendo as coisas de forma literal e física, o cristão não poderia ser manso, mas a palavra de Deus exorta à mansidão e a viver pacificamente fugindo dos conflitos. Em Ef. 6:12 diz que a luta do crente não é contra a carne o sangue (pessoas), mas que é uma luta espiritual contra inimigos espirituais.
·       Mansidão no sentido Bíblico não significa passividade. Cristianismo autentico tem de ser ativo e lutador, sendo em tudo semelhantes a Jesus que sempre lutou não contra pessoas, mas contra os conceitos e as ideias que eram erradas.
O cristão na pode nem deve ser violento, a sua única arma deverá ser a persuasão. Mansos mas lutando e agindo de acordo com aquele que são os princípios Bíblicos.

3-Domino Próprio
·       Temperança: no grego “egkrateia”, significa autocontrole. Uma referencia à autodisciplina que o cristão precisa ter em sua vida.
·       O apóstolo Tiago diz-nos que todos nós tropeçamos em muitas coisas e que quem não tropeça é porque é perfeito, e então poderoso para refrear todo o seu corpo. (3:2) Conforme Tiago, só alguém perfeito poderá ter esta capacidade para se controlar.
Paulo escrevendo a segunda carta a Timóteo 1:7 diz que Deus nos deu espírito de poder, de amor e moderação (temperança).
·       Em Gálatas 5:16 diz que andando no Espírito não cumpriremos os desejos da carne. Isto significa que se pode ter domínio sobre si próprio, não que sejamos perfeitos, mas por ação do Espírito Santo, porque Ele como Deus é perfeito podendo conceder-nos esse poder de temperança.
·       Pela nossa força existe uma grande dificuldade em exercermos domínio sobre a nossa natureza, mas através do Espírito Santo torna-se uma tarefa relativamente fácil.

Pr. Carlos Borges(CABB)


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