domingo, 29 de julho de 2018

AS DEZ VIRGENS-Descuido Fatal



Mt 25.1-8
Introdução: A Parábola das Dez Virgens é uma das parábolas de Jesus mais conhecidas pelos cristãos. Embora seja tema de muitos sermões, sem dúvida ela é uma das parábolas mais difíceis de interpretar. Essa parábola encontra-se exclusivamente no Evangelho de Mateus, capítulo 25 e versículos 1 a 13.
A Parábola das Dez Virgens está posicionada no Evangelho de Mateus imediatamente após o Sermão Escatológico de Jesus. Na última parte do sermão (capítulo 24), Jesus faz um alerta sobre a separação entre os bons e os maus (santos e ímpios) que haverá por ocasião de sua repentina vinda.

I CARACTERÍSTICA DA PARÁBOLA
1-Contexto
·        Ao longo dos anos, grandes teólogos aplicaram interpretações diferentes sobre a Parábola das Dez Virgens. Todos concordam que o Noivo é Cristo.
·         Sobre o direcionamento da parábola, alguns defendem que ela se aplica exclusivamente aos judeus, enquanto outros acreditam que ela se refira a todos os que professam a fé cristã (verdadeiros e nominais).
·        O principal argumento utilizado por quem defende a aplicação exclusiva aos judeus, é que a Igreja é a noiva e não as madrinhas.
·         Também defendem que a voz que anuncia o Noivo é a voz dos profetas que proclamaram que o Messias viria.
·        Sob este aspecto as virgens loucas são os judeus que acreditavam que sua religiosidade seria suficiente e não se prepararam para Ele, enquanto as prudentes seriam os judeus que reconheceram que Jesus é o Cristo e, estes, pertencem então aos remanescentes que serão salvos (Rm 9:27).
·        Embora seja possível nessa parábola fazer alguns paralelos com os judeus em relação à primeira vinda de Cristo na terra, penso que se considerarmos o capítulo anterior (capítulo 24), e naturalmente percebermos a continuação dos ensinos apresentados nele ainda na composição do capítulo 25, será impossível não aplicá-la sob as verdades do dia do Juízo de Deus, da separação entre os bons e os maus, dos cristãos verdadeiros e dos hipócritas.

2-Aspecto Culturais
·        Todas eram virgens: historicamente a virgindade sempre esteve relacionada à religiosidade e ao sagrado.
·         Na parábola tanto as prudentes quanto as loucas eram virgens. Isso não significa que alguns perderão a salvação, mas que alguns nunca a tiveram.
·         As virgens loucas em nenhum momento foram prudentes, e as prudentes em nenhum momento se tornaram loucas.
·        A parábola começa e termina com cinco prudentes e cinco loucas.
·         Se aqui a virgindade se refere à religiosidade, claramente podemos perceber então que tal religiosidade não poderá salvar ninguém.
·        Não basta ser virgem, é preciso ter o azeite.
·         As loucas eram virgens, tinham lâmpadas, mas saíram sem o azeite (Mt 25:3).

3-Elementos da Parábola
·        As aparências enganam: as dez eram virgens, possuíam lâmpadas e, pelo que o versículo 8 nos diz, saíram ao encontro do esposo com as lâmpadas acessas.
·        Nesse momento talvez fosse praticamente impossível humanamente separá-las, pois aparentemente eram idênticas.
·        Realmente é muito difícil conseguir separar alguns crentes nominais dos crentes verdadeiros.
·         Eles frequentam as mesmas igrejas, ouvem os mesmos sermões e cantam os mesmos louvores.
·        Alguns se destacam e acabam fazendo grandes prodígios.
·         Eles oram fervorosamente, pregam eloquentemente, curam doentes, expulsam demônios e dizem levar o nome de Cristo.
·         Eles enganam os homens, mas não enganam a Deus.
·         Curiosamente na Parábola das Dez Virgens (vers. 12) Jesus usa praticamente a mesma expressão que Ele já havia utilizado em Mateus 7, “[…] Nunca vos conheci; apartai-vos de mim...” (Mt 7:23). Nosso Deus é justo, e naquele dia não haverá intruso (cf. Mt 22:1-14).
·        As lâmpadas apagaram: Se por um lado inicialmente é muito difícil perceber quem são os prudentes e quem são os insensatos, há um momento em que essa diferença se torna duramente visível: ao apagar das lâmpadas.
·        O cristão nominal, com sua fé histórica, não conseguirá manter sua lâmpada acessa no momento em que o Noivo vier.
·        Sua hipocrisia, sua religiosidade e sua aparência podem até iluminar o caminho de sua vida por um tempo, e de maneira tal que há quem o siga.
·        Quando olhamos para a lua durante a noite ficamos admirados por sua luz, mas logo de manhã a verdade de que ela não possui luz alguma vem à tona.
·        Ela reflete uma luz que não é dela.
·        A fé histórica é assim, brilha por um tempo, mas nunca terá o brilho definitivo da verdadeira fé salvadora.
·        O azeite é pessoal: como já dissemos, nesse ponto os estudiosos defendem significados diferentes para a figura do azeite, porém seja a Graça de Deus ou a presença do Espírito Santo, ambos os significados são insubstituíveis, indivisíveis e notórios na vida do verdadeiro salvo em Cristo Jesus.
·        Quando a Graça de Deus alcança o pecador ele é regenerado pelo Espírito Santo e passa conhecer a fé salvadora.
·        Esse azeite não se pode dividir, é pessoal, suficiente apenas para os prudentes.

II LIÇÕES DA PARÁBOLA
1-Tenha azeite reserva
·        O azeite não pode ser obtido por esforço humano: Talvez as virgens loucas da parábola não levassem consigo azeite porque acharam que o noivo viria rapidamente.
·        Quando perceberam que o noivo tardou em vir, então desesperadamente tentaram comprar o azeite que lhes faltava.
·         A parábola termina com as virgens loucas batendo à porta do Noivo, e sendo por Ele rejeitadas.
·        Pode ser que elas queriam mostrar que se “esforçaram” para estarem ali, correram em busca de azeite para que pudessem participar das bodas, mas seus esforços nada puderam fazer por elas.
·        Assim como as virgens insensatas não puderam usar o óleo das prudentes, ninguém poderá depender da vida espiritual do outro.


2-Não Ignore a vigilância
·        A prudência e a vigilância: muitos pregadores de maneira equivocada pregam apenas que as virgens loucas dormiram, mas as prudentes também dormiram.
·        Como vimos anteriormente, existem diferentes opiniões sobre a natureza desse sono, mas uma coisa é certa: o sono não foi o sinal de loucura, ou seja, as virgens prudentes não passaram a ser loucas pelo fato de terem dormido.
·         Isso quer dizer que a prudência não está relacionada ao sono, mas ao fato de ter ou não o azeite, isto é, ser prudente e estar preparado é possuir o azeite.
·        A lição principal dessa parábola é o mandamento de “vigiar”. A vigilância prudente é aquela que nos prepara para uma longa espera.
·        É fácil esperar pouco tempo.
·         Na fila de um banco, quando o tempo de atendimento é curto, todos permanecem esperando, mas quando a fila é imensa e demorada muitos desistem.
·        A demora da volta de Cristo separa os prudentes dos loucos, os sábios dos tolos.
·        Precisamos ser zelosos todo o tempo de nossas vidas.
·        O zelo temporário pela volta de Cristo não serve para nada.
·         Precisamos estar prontos, e isso pode significar uma longa espera.
·        Essa parábola nos ensina tal diferença, as virgens néscias esperaram o Noivo a qualquer momento, mas apenas as prudentes esperaram a todo tempo.
·        Elas tinham o azeite, elas estavam preparadas para uma longa espera, elas vigiaram.

3-Não seja Imprevidente
·        Historicamente, as sociedades religiosas acreditavam que a virgindade concedia às mulheres capacidades mágicas ou sagradas.
·         Atrelava-se à virgindade a pureza do corpo e da alma, assim essas virgens tinham uma auto percepção de santidade pelo simples fato de serem virgens.
·        E ignoravam o fato de que precisavam de alguma coisa mais, além disso.
·         Por isso não guardaram o azeite precioso do amor ao próximo em reserva.
·        As virgens néscias haviam decidido guardar a sua virgindade em prol de uma prática religiosa, como um meio de sacrifício auto imposto, visando apenas merecer por si mesmas a entrada nas bodas do cordeiro.
·        Porém isto não foi suficiente para manter acesa a chama da luz divina em seus corações. Por final, elas terminam na escuridão fria da religião.

III CONCLUSÕES DA PARÁBOLA
1-Hoje é tempo de preparo
·        E este óleo precioso é de um valor tão alto, que é necessário vender tudo o que se tem para poder comprá-lo.
·         É preciso se doar por completo.
·         Vender tudo é se desfazer do "EU" espiritual, se entregando à Deus em ardente prática da graça.
·        Mas Jesus nos deixou um alerta na parábola das dez virgens, para vivermos nesta prática santa, pois pode não dar tempo de voltar, se por ventura a deixarmos.

2-É necessário conteúdo
·        Vigiar é não deixar de amar o próximo e continuar a levar esta mensagem de perdão e reconciliação entre Deus e os homens, através do seu filho Jesus.
·        Será  que tem faltado oração, perdão, arrependimento, amor, paciência, temperança, paz, fé, mansidão, longanimidade, bondade, diferença, obediência, confiança, meditação na palavra e etc?
·        Se tudo isso faltar na sua vida certamente seu vaso de azeite está vazio!
·        E isso não é um bom sinal, pois o noivo esta as portas. 
·        Comesse a encher a vasilha da reserva, para que a chama do Espírito Santo nunca venha a apagar em sua vida, e quando o noivo chegar você estará pronto!


3- O azeite é intransferível
·        A salvação é individual, então, cada um de nós deverá prestar contas de nossas práticas.
·        Tudo vai depender se vivemos em amor e obediência a Palavra de Deus, ou se praticamos o mal e desejamos apenas o reconhecimento dos homens, e não do Senhor.
·        "Como tem sido a sua espera pelo Noivo? Você tem óleo suficiente para manter a lâmpada do Espírito Santo acesa até a volta de Jesus? Está preocupado (a) em conservar a sua obediência para manter o caminho iluminado que vai te conduzir à salvação?"
·        Entretanto, o Senhor nosso Salvador, diz que o reino dos céus não tem aparência exterior, visível, com formas e estruturas conforme o mundo conhece e sabe que existe.
·         O Senhor está dizendo que o reino dos céus tem outra dimensão e não tem aparência exterior, mas interior, nem visível, mas invisível e que realmente existe.
·        Evangelho de Lucas, capítulo 17, diz o Senhor: "20. E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior; 21. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou, Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está entre vós.”.

       Pr. Carlos Borges (CABB)

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