Tt. 3.1-5
Introdução: Em Tito 3, Paulo adverte Tito sobre o comportamento dos
cristãos na sociedade de uma maneira geral. Assim como em Tito
2 devia ensiná-los
sobre como proceder no trabalho, nos relacionamentos e que deviam fugir dos
pecados da língua. Estes cristãos deviam ser influenciados
pelo Espírito Santo, isto
porque já haviam sido lavados pelo poderoso sangue de Jesus.
I DEVERES SOCIAIS
1- Respeito às Autoridades (Tt. 3.1ª).
·
Admoesta-os. -Paulo já instruíra os
cretenses quanto à submissão e obediência às autoridades em suas comunidades.
·
Tito deveria lembrar-lhes que era seu dever
serem bons cidadãos, uma virtude que os cretenses sabidamente não tinham (Tt
1.12).
·
A
expressão principados e potestades costuma referir-se ao domínio dos anjos,
tanto os bons (Ef 3.10) quanto os maus (Ef 6.12).
·
Aqui, ela faz referência aos líderes e às
instituições civis.
·
A desobediência permeava o estilo de vida
cretense, tanto na igreja (v.10) como no governo.
·
Tito deveria aconselhá-los a manter boas
relações com as autoridades civis e a viver em paz com seu próximo.
·
Viver
assim refletiria positivamente na fé cristã e, dessa forma, glorificaria Deus.
2-Pontualidade nas boas Obras (Tt. 3.1b).
·
Paulo dá outro motivo para praticar boas obras
explicando como funciona a vida cristã.
·
Os
cristãos deviam tratar os outros da mesma forma como, em Sua graça, Deus os
tratara quando se envolviam nas atividades ímpias assinaladas neste versículo
(Rm 5.8).
·
Não pelas obras de justiça. - Como Paulo
andara exortando Tito a enfatizar as boas obras no seu ministério junto aos
cretenses, ele quer deixar claro que tais obras não têm valor para salvar o
homem.
·
É somente
pela misericórdia divina que somos libertos da pena de nosso pecado.
·
A
expressão lavagem da regeneração se refere à obra do Espírito Santo, que, em um
momento, renova a pessoa por meio da limpeza da regeneração (o novo
nascimento).
·
Essa nova natureza é a base para uma vida cristã
e a realização das boas obras.
·
Renovação do Espírito Santo.
·
O processo contínuo da vida cristã existe graças
ao Espírito Santo, resultando no crescimento de caráter e nas boas obras.
3-Cortesia para com todos (Tt. 3.2).
·
Para que não sejam infrutuosos. - Um tema
recorrente em todo o Novo Testamento é que os cristãos precisam viver à altura
de sua sagrada missão.
·
Eles
devem permanecer em santidade (Hb 10.14,23-26).
·
A justificação é um dom exclusivo de Deus, mas
seremos recompensados segundo o que tivermos feito nesta terra (Ap 22.12).
·
Será uma
tragédia para certas pessoas a vergonha que sentirão na volta de Cristo (1 Jo
2.28).
·
É muito
melhor sobejar nas boas obras que o Espírito Santo nos capacitou a praticar (Fp
4.17).
·
Os que nos amam refere-se aos amigos cristãos de
Paulo em Creta.
II PECADO E SALVAÇÃO
1- Passado de Trevas (Tt. 3.3).
·
O
apóstolo Paulo nos lembra de nossa conduta passada.
·
“Éramos
néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e
prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosa e odiando-nos uns aos outros” (3:3).
·
A
bondade e o amor de Deus foram manifestados quando salvou os homens pecadores
como Paulo e aqueles com os quais Tito trabalhava.
·
Contudo, esta divina misericórdia tem
consequências.
·
Deus não salvou os homens para que eles
continuassem na sua conduta pecaminosa.
·
Tito é
mandado lembrar seus irmãos de que o comportamento deles como cristãos precisa
ser muito diferente do passado (3:1-2).
·
Observe
que a conduta ordenada nestes versículos é diretamente oposta à que é descrita
no versículo 3.
·
Ao
invés de odiar aos outros ou agir com maldade, os cristãos têm que ser
pacíficos e gentis com as pessoas, evitando falar mal delas.
2-Benignidade Manifestada (Tt. 3.4-5).
·
Tudo isso,
no entanto, mudou quando se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador.
De acordo com o vs. 3, a principal preocupação de Paulo aqui era mais com a
experiência da graça de Deus pelo pecador do que com a primeira vinda de Cristo
(2Tm 1.10).
·
Ao mesmo
tempo, a linguagem de Paulo chama a atenção para o fato de que a experiência do
pecador com a graça de Deus envolve participação com a nova vida e nova criação
que Cristo inaugurou na sua primeira vinda (veja 2Co 5.17).
·
A salvação é pela graça e não por obras (vs. 6;
Ef 2.8-9; 2Tm 1.9).
·
Ele nos
salvou. Veja 2Tm 1.9.
·
Ele nos lavou - limpeza espiritual, da qual o
batismo é sinal e selo (1Co 6.11; Ef 5.26).
·
Ele nos
regenerou e nos renovou. Ambas as palavras caracterizam "limpeza".
·
"Regeneração" é a nova vida que se
inicia quando a pessoa começa a ter fé em Cristo (Jo 3.3,5; 1Pe 1.3,23).
3- Herdeiros com Cristo (Tt. 3.7).
·
Paulo
ressalte a necessidade dos cristãos estarem prontos para fazerem boas obras
(veja 1:16; 2:7, 14; 3:1, 8,14).
·
Paulo
não quer que ninguém pense que sua salvação resultou de suas obras de justiça
(3:5). Somos justificados pela graça através da lavagem espiritual cumprida no
batismo (3:5; 1 Pedro 3:21; Efésios 1:7; Atos 22:16; Apocalipse 1:5; Romanos
6:3-4).
·
Não
merecemos a herança que nos é dada, a vida eterna (3:7).
·
Enquanto
os cristãos precisam buscar boas obras, precisam evitar discussões tolas e
contendas que não edificam.
·
Precisam também ser cuidadosos com os irmãos
facciosos.
·
Estes
indivíduos devem ser admoestados uma e duas vezes e, se não se arrependerem, os
irmãos devem evitá-los (3:9-11).
III RECOMENDAÇÕES FINAIS
1- Solícitos para o
Bem (Tt. 3.8).
·
O
apóstolo Paulo encerra sua breve e rica carta ao jovem discípulo-pastor
orientando-o nos procedimentos ministeriais adequados na liderança das igrejas
na ilha de Creta.
·
Reforça alguns conselhos e alerta Tito a fazer
uso inteligente do tempo e das palavras tanto na proclamação da sã doutrina
como na disciplina cristã.
·
Atitude
ser adotada com os insubmissos e divisionistas que insistiam em ser ouvidos na
igreja.
·
Os fiéis que se ocupam
na prática das boas obras oferecem as respostas mais eficazes àqueles que pela
negligência tumultuam o ambiente de paz a existir na igreja de Cristo. .
·
No final de sua carta a
Tito, o apóstolo Paulo relembra-o de que deve reafirmar as verdades
fundamentais do Evangelho.
·
Deus em Cristo
manifestou o Seu amor em graça e misericórdia na salvação daqueles que pela fé
Nele creem como Senhor e Salvador. Efésios 2. 8 – 10.
·
Na salvação o que conta
é o que Deus fez em Cristo por nós e em nós e não o que poderíamos fazer para
alcançá-la ou merecê-la.
·
Ela não é conquista, é presente divino. João
3. 16; Romanos 5. 8.
2- Evitar debates vazios e hereges (Tt. 3.9-11).
·
Nossos dias são poucos, e são muito melhor
gastos em fazer o bem, do que em disputas sobre assuntos que são, na melhor das
hipóteses, de menor importância.
·
Os velhos escolásticos fizeram um mundo de
discórdias pela sua incessante discussão de assuntos de nenhuma importância
prática, e as nossas Igrejas sofrem muito com guerras mesquinhas sobre pontos
obscuros e questões sem importância.
·
Depois de tudo o que foi dito que poderia ser
dito, nenhuma das partes é a mais sábia, e, portanto, a discussão não mais
promove conhecimento do que o amor, e é insensatez semear em um campo tão
estéril.
·
Questões sobre pontos onde a Escritura é
silenciosa; sobre mistérios que pertencem somente a Deus.
·
Sobre profecias de interpretação duvidosa, e
sobre meros modos de observar cerimoniais humanos, são questões tolas, e os
homens sábios as evitam.
·
Nosso negócio não é nem perguntar nem responder
a questões tolas.
·
É evitá-las completamente, e se observarmos o
preceito do apóstolo em ter o cuidado de manter as boas obras (Tito 3.8).
·
Vamos nos encontrar bastante ocupados com algo
lucrativo para nos acharmos muito interessados com contendas inúteis,
contenciosas e desnecessárias.
3- bons amigos e boas Obras (Tt. 3.12-15).
·
Havia dois missionários que precisavam do apoio
de Tito: Zenas (diminutivo de Zenodoro) e Apolo.
·
Zenas é
chamado de “doutor da lei”.
·
O termo
grego é nomikos e era
empregado para juristas e, provavelmente, era ele uma autoridade no direito
romano.
·
Apolo já é conhecido desde o livro de Atos, como
excelente orador.
·
Isto mostra que Tito tinha capacidade mobilizar
uma rede de apoio aos missionários.
·
Talvez a
autoridade moral e espiritual de Paulo sobre as igrejas desse ao apóstolo uma
margem de manobra muito grande, em decisões (embora ele sempre respeite as
igrejas locais), e ele atribui esta responsabilidade a Tito.
·
Mas Paulo insiste nas boas obras que os crentes
devem ter (v. 14).
·
Parece que é no contexto de suprir os
missionários, que, dedicando-se ao estudo e à pregação, não poderiam prover seu
sustento de outra fonte.
·
O final é a costumeira bênção, desejando a graça
sobre todos.
Pr. Carlos Borges (CABB)
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