ENSINA-NOS A ORAR
Lc. 11.1-4
Introdução: A oração efetiva é a chave
para o sucesso em cada área da vida; é o segredo da vitória no trabalho de Deus
e na vida pessoal. A oração verdadeira é a mais poderosa arma contra os poderes
das trevas; é também a chave que abre os tesouros do céu para o homem. Fica,
pois, claro que cada esforço no reino de Deus só terá sucesso se for gerado e
sustentado pela oração. Todo sucesso na vida cristã é proporcional ao tempo de oração.
10% de oração, 10% de sucesso; 50% de oração, 50% de sucesso; 100% de oração,
100% de sucesso.
I
JESUS ORAVA
1-Jesus praticava e ensinava
·
O que distinguia
os ensinos de Jesus com os ensinos dos escribas e fariseus era a autoridade com
que Ele ensinava. Os evangelistas afirmam que todos se maravilhavam de Sua
doutrina (Mt 7.28,29; Mc 1.21,22).
·
A autoridade da
mensagem de Cristo era decorrente do fato de Ele exemplificar em sua própria
vida.
·
Ele viveu o que
ensinou e ensinou o que viveu! Quando Ele ensinou a orar (Mt 6.9-13; Lc
11.2-4), é porque vivia uma vida de oração e comunhão com o Pai (Mt 14.23;
26.36); Quando ensinou sobre o perdão (Mt 6.14,15; Mc 11.25), é porque
vivenciava no dia-a-dia a prática do perdão (Mc 2.1-11; Lc 23.34).
·
Por esta razão,
Lucas, ao relatar a Teófilo o ministério do Mestre, coloca em primeiro lugar a
ação e depois o ensino, quando diz: “Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo,
acerca de tudo o que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar” (At
1.1).
(a) Oração Secreta (Lc 5.16)
·
“Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto e
ali orava.” (Mc 1.35).
·
Há muitos textos bíblicos que nos revelam
Jesus tendo momentos de orações íntimas Deus. De forma simples, mesmo sendo
Deus, Jesus nos ensina que precisamos investir tempo em orações a sós com o
Pai. É ali, quando estamos sozinhos com Ele, que podemos abrir totalmente o
nosso coração.
·
É a sós com o Senhor que Falamos dos nossos
medos, nossas angústias, conflitos e outros.
·
É nesse ambiente íntimo, que é gerada a
oportunidade de rasgarmos o coração diante do Pai, na certeza de que Ele nos
colocará no colo e enxugará nossas lágrimas.
(b)-Oração pela madrugada (Mc
1.35)
·
"Eu
amo aos que me amam, e os que de madrugada me buscarem, me achará. Provérbios
8:17" (ARC).
·
É incrível como é difícil convencer pessoas a orarem de madrugada, mesmo
sendo tão claro quando a Bíblia diz no versículo acima:...Os que de madrugada
me buscam me acharão.
·
Temos vários exemplos de pessoas abençoadas por DEUS e quase todas elas
tinham o hábito de orar de madrugada. O próprio Jesus tinha este costume, por
diversas vezes ele esteve orando de madrugada com e às vezes sem os seus
discípulos.
·
Más o sentido correto é fazer como Jesus fazia, se retirava
para um lugar deserto para orar, afim de que seu momento de oração fosse mais
íntimo com o Pai. É o dever de todo crente crescer na graça e no conhecimento. 2 Pe 3: 18.
(c)-Oração
à noite inteira (Mc. 631).
·
Cristo, que nisso como em tudo é nosso Modelo, passou
noites inteiras em oração.
·
Seu costume era orar muito. Ele tinha um lugar
habitual para orar. Largos períodos de tempo em oração formaram sua história e
seu caráter. Paulo orava dia e noite.
·
Jesus separava um tempo para estar a sós com Deus em
oração, principalmente quando estava se preparando para escolher os doze
apóstolos.
·
Daniel, no meio de importantes ocupações, orava três
vezes ao dia. As orações de Davi de manhã, ao meio-dia e à noite eram
indubitavelmente mui prolongadas em muitas ocasiões.
·
Ainda que não saibamos exatamente o tempo que estes santos da Bíblia
passaram em oração, temos indicações de que dedicaram boa parte dele, e, em
algumas ocasiões, era do seu costume empregar longos períodos da manhã.
(d) Oração
nas emergências (Jo 11.42,43)
·
Jesus sabia o que era urgente e o que era mais
importante, a terna simpatia de Jesus por estes amigos aflitos manifestou-se por
meio a angústia de seu Espírito.
·
Não temos um Sumo Sacerdote que não possa
compadecer-se de nossas fraquezas.
·
Um bom passo para isso é elevarmos a nossa alma à vida
espiritual é tirarmos a pedra, eliminarmos e superarmos os preconceitos, dando
lugar para que a Palavra entre no nosso coração.
·
O Senhor Jesus nos ensina, através do seu exemplo, a
chamarmos a Deus de Pai em nossas orações, e nos aproximarmo-nos dEle assim
como o filho se aproxima de seu pai, com
humilde reverencia, e santa ousadia.
(e) Oração em
momentos de tentação (Lc 22.42)
·
Estaria Jesus tentando abandonar sua missão? Não é
errado expressar os nossos verdadeiros sentimentos a Deus, Jesus, como homem,
expôs o medo das provações iminentes, mas também reafirmou seu compromisso de
fazer a vontade do pai.
·
O cálice se referia a terrível agonia que Jesus
enfrentaria, não era apenas o horror da crucificação, mas pior do que isso, a
separação total do Pai que o Filho teria de experimentar, ao tomar sobre si na
cruz os pecados da humanidade.
(f) Oração de
gratidão
·
Orações frequentemente incluem palavras de gratidão. Paulo
disse: "Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de
súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os
homens" (1 Timóteo 2:1). Ações de graças fazem parte da
comunicação essencial do servo ao Senhor.
·
Devemos enfatizar
oração em nossas vidas, orando "sem cessar" e dando graças "em
tudo" (1 Tessalonicenses 5:17-18). Como pessoas radicadas e edificadas em
Cristo, vamos crescer em ações de graças (Colossenses 2:7).
·
Percebemos em tais trechos que a oração não é meramente um
ritual ou obrigação de falar certas palavras de rotina. É uma parte fundamental
da vida do servo de Deus (Colossenses 4:2).
·
Ações de graças são um aspecto do louvor a Deus, e
representam uma oferta feita a ele. No Velho Testamento, ações de graças frequentemente
são citadas em relação à adoração musical (Neemias 12:46; Salmo 69:30; 100:4;
etc.).
·
Sob o Novo Testamento, louvamos a Deus com salmos, hinos e
cânticos espirituais, com gratidão em nossos corações (Colossenses 3:16; veja
Efésios 5:19-20).
·
Na antiga aliança, ações de graças são mencionadas várias
vezes quando se fala das ofertas e dos sacrifícios feitos pelo povo judeu (2
Crônicas 33:16; Salmo 107:22; Jeremias 33:11). Na aliança de Cristo, mostramos
a gratidão em nossos sacrifícios e ofertas (2 Coríntios 9:11-12).
(g)
Oração de intercessão (Jo 17)
·
Interceder é
colocar-se no lugar de outro e pleitear a sua causa, como se fora sua própria.
É estar entre Deus e os homens, a favor destes, tomando seu lugar e sentindo
sua necessidade de tal maneira que luta em oração até a vitória na vida daquele
por quem intercede.
·
Há muitas definições que nós poderíamos dar
sobre intercessão. A mais simples está na Bíblia: "Orai uns pelos
outros" (tg. 5:16).
·
A Bíblia está
cheia de exemplos: Abraão suplicou por Ló e este foi liberto da destruição de
Sodoma e Gomorra; Moisés intercedeu por Israel apóstata e foi ouvido; Samuel
orou constantemente pela nação; Daniel orou pela libertação do seu povo do
cativeiro; Davi suplicou pelo povo; Cristo rogou por Seus discípulos e fez
especial intercessão por Pedro; Paulo é exemplo de constante intercessão.
·
Toda a Igreja é chamada
ao fascinante ministério da intercessão. O intercessor é o que vai a Deus não
por causa de si mesmo, mas por causa dos outros. Ele se coloca numa posição de
sacerdote, entre Deus e o homem, para pleitear a sua causa.
·
Intercessão é dar
à luz no reino do espírito às promessas e propósitos de Deus. É uma oração para
que à vontade de Deus seja feita na vida de outros; é descobrir o que está no
coração de Deus e orar para que isso se manifeste.
2-Por que Jesus orava
·
Jesus orava antes de iniciar a obra de Deus. Ele
passou toda a noite orando antes de nomear os Doze (Lucas 6:12). Todos os
pormenores desgastantes para iniciar uma obra não deverão inibir a oração, mas
ordená-la. Continuar avante rumo à "glória de Deus" com uma petição
inadequada sugere egoísmo e demasiada confiança em si mesmo.
·
O cansaço depois da ação também encontrou Jesus em
oração. Ouvindo falar da morte de João, Jesus procurou a solidão, mas foi
tragado pela maré humana que o seguia. Depois de curar os seus doentes, de
alimentá-los, e de mandar embora seus discípulos, ele subiu a um monte para
orar (Mateus 14:13-21). Seguindo-se outros dias estafantes, ele buscou alívio
num lugar deserto (Marcos 1:25; Lucas 5:12-16), para orar.
II ENSINA-NOS A ORAR
1-Aprendendo
com Jesus (Lc. 18.1).
·
Perseverar em oração e não desistir não significa promover
sessões intermináveis de orações repetitivas.
·
A constância na oração significa manter nossos pedidos
continuamente diante de Deus, enquanto vivermos para Ele a cada dia.
·
Deus pode demorar a responder, mas essa demora sempre tem
boas razões, por isso devemos viver pela fé, e não desistir.
2-Eles
não sabiam orar (Lc. 11.1).
·
Observe a ordem da oração do Pai Nosso primeiro Jesus louva
a Deus, então, faz o seu pedido.
·
Louvar a Deus em primeiro lugar nos leva à correta disposição
e atitude para expormos ao Senhor as nossas necessidades.
·
Frequentemente as nossas orações são mais parecidas com
lista de comprar em supermercado, do que um dialogo com Deus.
3-Jesus
ensina a orar (Lc 11.2)
·
"De uma feita, estava Jesus orando em certo lugar;
quando terminou, um dos seus discípulos pediu; Senhor ensina-nos a orar como
também João ensinou aos seus discípulos" (Lucas 11:1).
·
Os primeiros seguidores de Jesus observaram seus hábitos de
oração. Eles o viram frequentemente procurando um lugar deserto para falar com
seu Pai. Numa ocasião dessas, eles pediram sua ajuda. Também desejamos
comunicar- nos com Deus como seu filho estava fazendo. "Senhor,
ensina-nos a orar" (Lucas 11:1).
4-Orando
para saber orar (Ef. 6.18).
·
Como orar em todo tempo? Uma maneira possível é fazer
orações curtas e rápidas a respeito de cada situação que ocorre durante o nosso
dia a dia.
·
Outra maneira é organizar nossa vida em torno da
vontade e dos ensinamentos
do Senhor, de modo que a nossa própria se torne uma oração.
·
Podemos fazer da
oração a nossa vida, assim como transformamos a nossa vida em uma oração, mesmo
vivendo em um mundo que precisa da
poderosa influência de Deus.
III ORAÇÃO QUE JESUS ENSINOU
1-Oração
com proposito
·
Os apóstolos pediram instruções sobre como orar. Jesus
deu-lhes mais do que palavras, quando mostrou um exemplo consistente de fé em
suas orações. Teriam eles aprendido? Dois breves episódios na parte inicial do
livro de Atos mostram que eles aprenderam a importância da oração.
·
Depois que Pedro e João foram perseguidos e passaram algum
tempo na prisão por causa de sua pregação, eles encontraram outros cristãos e
oraram juntos com confiança, pedindo coragem para continuar sua obra (Atos
4:23-31). Sua citação da poderosa mensagem do Salmo 2 mostra que eles
entenderam que o poder da oração é encontrado no poder daquele que ouve essas
orações: o Deus que se assenta nos céus.
2-Vois
oreis assim
·
Repetir as mesmas palavras várias vezes como se fosse um
mantra não é a maneira de assegurar que Deus
ouvirá a oração.
·
Não é errado se dirigir a Deus muitas vezes com os mesmos
pedidos, Jesus encorajou a persistência na oração.
3-Orando
O Pai Nosso
·
Reverenciar e glorificar a Deus: "Pai,
santificado seja o teu nome". Grandes orações de grandes homens e
mulheres são sempre proferidas com grande respeito a Deus. Quando Moisés, Ana,
Davi, Daniel, Neemias e outras importantes personagens da era do Velho
Testamento oraram, começaram com declarações de genuína reverência a Deus, como
criador e comandante do universo.
·
Buscar a vontade de Deus: "Venha o
teu reino". A oração não é um instrumento para manipular Deus para que
faça nossa vontade. Aqui, Jesus orou pelo reino de Deus, sabendo que esse reino
só poderia vir com todo o seu poder através da avenida de sua própria morte.
Aqui, como na oração agonizante no Getsêmani, Jesus colocou a vontade do Pai
acima de seus próprios interesses: "Todavia, não seja como eu quero, e
sim como tu queres" (Mateus 26:39). Quando vemos a oração como nada
mais do que uma oportunidade de fazer pedidos a Deus, colocamos a vontade do
servo indevidamente acima da vontade do Senhor. Deveremos sempre procurar fazer
a vontade de Deus.
·
Reconhecer nossa dependência de Deus para as necessidades
físicas:
"O pão nosso cotidiano dá-nos de dia em dia". Esta não é uma
exigência de abundância e riqueza. Jesus nem praticou, nem ensinou a noção
materialista de que o discípulo pode "dizer e exigir" o que quer na
oração. Diferentemente das orações de certas pessoas hoje em dia, que se
aproximam de Deus como pirralhos mal criados exigindo tudo o que querem, Jesus
mostrou aqui uma dependência de Deus para as necessidades básicas da existência
diária. Precisamos de Deus todos os dias.
·
Reconhecer nossa dependência de Deus para as bênçãos
espirituais: "Perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós
perdoamos a todo o que nos deve. E não nos deixeis cair em tentação". Encontramos
algumas lições valiosas no versículo 4. Primeiro, precisamos do perdão. As
palavras de João 8:7 e Romanos 3:23 nos recordam nossa culpa. Pecamos.
Necessitamos do perdão. Só Deus tem o direito e o poder para perdoar (Marcos
2:7). Segundo, precisamos perdoar. Nossa comunhão com Deus é condicionada a
várias coisas, incluindo-se como tratamos as outras pessoas. Quem se recusa a
perdoar outro ser humano simplesmente não será perdoado por Deus (Mateus
6:14-15; 18:15-35). Terceiro, precisamos do auxílio de Deus para que não
pequemos. Deus não é apenas um guarda-livros registrando os pecados cometidos e
apagando-os depois. Ele tem poder para nos auxiliar a derrotar o inimigo. Paulo
garantiu que há um jeito de escapar de cada tentação (1 Coríntios 10:13). Jesus
"é poderoso para socorrer os que são tentados" (Hebreus 2:18).
Ele nos deixou um exemplo perfeito de obediência para encorajar nossa
fidelidade (1 Pedro 2:21-24). Na hora de sua mais difícil tentação, Jesus
voltou-se para seu Pai em oração fervorosa. Depois daquelas orações ele saiu do
Getsêmani preparado para suportar o poder das trevas, e sofreu o ridículo e a
morte para cumprir a vontade de seu Pai. Jesus encontrou o auxílio necessário
quando apelou para seu Pai, em oração.
Pr. Carlos Borges
(CABB)
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