SANTA CEIA
I Co. 11.26-Lição
nº9
Introdução: A ceia do Senhor ou “eucaristia” original parece ter sido
uma festividade, uma refeição, provavelmente em “imitação” à celebração da
páscoa pelos judeus. Na secção bíblica de ICo. 11.17-34, foi mister que Paulo
repreendesse aos Corinto por motivo de
“glutonaria” e “bebedeira” e isso, obviamente, implica em um banquete de alguma
envergadura, e não em uma simples cerimônia
litúrgica.A ceia do Senhor foi
reduzida a um ato litúrgico, não mais acompanhado por uma
refeição real; bem provavelmente se tornou parte da adoração dominical.
I O QUE É A SANTA CEIA – A
Ceia do Senhor ou comunhão – também é chamada no N.T. original de “ágape, que
significa “festa do amor”. Essa palavra “ágape” é usada pelos comentadores com
alusão tanto à festa maior como à própria Ceia. Não possuímos qualquer
informação direta sobre como era providenciado o alimento para o banquete ou
ágape. É possível que cada família trouxesse alguma coisa; mas também podia
haver um “ fundo comum”, usado para essa finalidade. Seja como for, de alguma maneira,
os membros bem mais pobres terminavam com bem pouco ou mesmo com nada para
comer, ao passo que os membros mais abastardo se empanturravam e bebiam
abundantemente. A condenação de Paulo sobre os cultos dos Coríntios tem sentido
de “DESQUALIFICAÇÃO” o que deveria
ser uma ocasião para “EDIFICAÇÃO”
mútua tornou-se uma ocasião “DESTRUTIVA”
para a unidade da Igreja.
Reuniam-se fisicamente, mas
estavam espiritualmente divididos. As refeições para grandes grupos eram
servidas na sala de jantar e no átrio, e os membros “ricos” forneciam a maior
parte da comida. O problema era que cada um dos ricos tomava “antecipadamente a
sua própria ceia” (I Co. 11.21), deixando pouco ou nada para os pobres, que
constituíam a maioria da congregação. Os ricos podiam chegar cedo, os pobres e
os escravos só podiam vir após concluir o seu dia de trabalho. Deste modo os
ricos se fartavam e alguns até se
embriagavam, enquanto os pobres permaneciam famintos.
1-Definição e designações (I Co. 11.24,25). -A igreja primitiva
“lembrava-se” de que Jesus a instituiu na noite da refeição da páscoa (Lc. 22.13-20).
Da mesma maneira que a Páscoa celebrava à libertação da escravidão no Egito.A
ceia do Senhor celebrava a libertação do pecado por meio da morte de Cristo.
(1)- Alguns acreditam que o
pão realmente se torna no corpo físico de Cristo e o vinho em seu sangue.
(2) – Outros acreditam que o
pão e o vinho permanecem inalterados, mas Cristo está espiritualmente presente no
pão e no vinho.
(3) – Outros acreditam que o
pão e o vinho simplesmente “simbolizam” “o corpo” e o “sangue” de Cristo.
2-Ordenança ou sacramento- Na antiga aliança, as pessoas podiam aproximar-se
de Deus, somente por meio dos sacerdotes, e do sistema sacrificial.
A morte de Cristo na Cruz
introduziu uma nova aliança entre Deus e nós (os homens). Agora todas as
pessoas podem aproximar-se pessoalmente de Deus e comunicar-se com Ele.
A Antiga aliança, quebrada
pelos judeus seria substituída por uma nova. A base desta aliança é Cristo
(Hb8. 6). Ela é revolucionária, envolve
não somente Israel e Judá, mas até os gentios. A nova aliança oferece uma relação pessoal única com Deus e com suas
leis,que são escritas no coração de cada crente, não em pedra. Mas para nós,
hoje, esta aliança já está em vigor.Temos a maravilhosa oportunidade de começar
de novo e estabelecer uma relação permanente e pessoal com Deus.
II OS ELEMENTOS DA SANTA CEIA
1- O pão- As pessoas comem pão para satisfazer a fome de seu corpo
e para sustentar a vida física. Só podemos satisfazer a fome de nosso espírito
e sustentar a vida espiritual por meio de um relacionamento correto com Jesus
Cristo. Não é de admirar que Ele tenha declarado ser o “Pão da vida”. O pão
deve ser comido para sustentar a vida física, e Cristo deve ser convidado a
participar de nosso cotidiano para sustentar nossa vida espiritual.
2-Vinho- A uva e seus produtos têm valor alimentício, isto é, “valor nutricional”, com
vitaminas C e ferro, e capacidade de
reduzir o colesterol, mas os hebreus eram um povo do vinho, mulheres e canções,
e seu vinho aumentava a diversão. Os hebreus sabiam que o prazer é quase tão
importante quanto a nutrição que os alimentos trazem.
A morte sacrificial de Cristo
indica as idéias de reinado (Jo. 1.13), da natureza humana (Mt 16.17), de morte
violenta (vinte e cinco maneiras diferentes); e de animais sacrificados. Quanto
ao sangue de Cristo e o seu valor expiatório, tem um grande significado para
nos os crentes.
Quando Jesus estava reunido
com seus discípulos, naquele momento da ceia, Ele disse
este cálice é o Novo Testamento no meu sangue”.
III LIÇÕES DOUTRINÁRIAS DA
SANTA CEIA
1-Santa Ceia é um mandamento do Senhor- Quando Jesus estava reunido
com seus discípulos, naquele momento da ceia, Ele não disse “Este cálice é o
meu sangue, mas este cálice é o Novo Testamento no meu sangue”.
O vinho que trazia alegria
para aquele que dele bebesse, alegrando-o, tornando-o uma pessoa muito alegre e
satisfeita, fala da vida terrena, materialmente falando, de igual modo o sangue
de Cristo também nos traz alegria espiritual, pois fala da vida futura, pois quando
Jesus disse aos seus discípulos “Fazei isto, todas as vezes que beberdes em
memorial de mim...”, isto nos fala de um “mandamento” que deve ser observado e
praticado até a volta do Senhor.
2-E um memorial divino- Um memorial consiste em qualquer coisa
escrita, ou mental, mediante o as pessoas têm sua memória avivada quanto a
algum acontecimento ou personalidade. A páscoa, por exemplo, fazia o povo de
Israel relembrar como Yahweh poupara
aos primogênitos de Israel, mas tirou a vida dos primogênitos dos egípcios. Um
monte de pedras deixado no leito do Rio Jordão, serviu de memorial no
cruzamento desse rio. Quando Maria ungiu
a Jesus com um dispendioso ungüento, Ele cuidou para que o mundo não se
esquecesse do evento. O nome do
Senhor, por si mesmo, é um memorial para os
seus filhos.
Os crentes devem recordar o
significado de sua morte e serem edificados por fazê-lo, Jesus disse: “em
memória de mim, e não em memória de minha morte”... .
Se a Ceia do Senhor tornar-se apenas
uma “cerimônia” ou “hábito” religioso, então não mais celebrará a morte de
Cristo, e perderá sua “importância”.
3-É uma profecia a respeito da volta de Jesus-Jesus assegurou
novamente a seus discípulos a vitória sobre a morte e o futuro deles. As
próximas horas trariam uma aparente derrota, mas logo experimentaram o poder do
Espírito Santo e testemunhariam, espalhando as Boas Novas por todo o mundo. E,
um dia, estariam todos juntos de novo no
Reino de Deus.
4-Deve ser precedida de auto- exame do participante-(v.31)- Paulo
agora deixa claro que é exigido daquele que se sentam à mesa do Senhor, não
devem participar de maneira “indigna”, pois o fazendo, seriam “culpados do
corpo e do sangue do Senhor”.
Só é “indigna” a participação,
quando o crente persiste no pecado, e pecar especificamente neste contexto, é
pecar “contra os irmãos” crentes, e conseqüentemente contra o “próprio corpo de
Cristo”, tal pessoa compartilha a culpa daqueles que crucificaram o Senhor
5- A ceia do Senhor o discernimento espiritual do crente - Por não
discernirem apropriadamente o corpo de Cristo, tais pessoas não são somente
culpadas do corpo e do sangue do Senhor, elas também “comem” e “bebem” para seu
próprio Juízo, para sua própria condenação. Este juízo pode tomar a forma
de “fraquezas”,”enfermidades” ou da
própria morte(espiritual).
A mensagem é clara: A
enfermidade espiritual poderá resultar na enfermidade física, e enfermidade
física poderá levar a morte (física).
6-É ocasião propicia ao recebimento de benção- A ceia serve de
lembrança da nossa libertação da escravidão do pecado através de sua morte.
Quando a igreja celebra a ceia, ela olha para trás,
à morte de Cristo, contudo,
mais não está envolvido somente lembrar da cruz. “lembrar” também significa que
a morte de Cristo traz renovação espiritual e benção no presente. A ceia é um
ato profundo de Adoração.
7-A santa ceia é um momento de gratidão a Deus-Jesus tomou o pão,
e, tendo dado “graças” (eucharisteo), o
partiu. Lucas usa esta mesma palavra como ação de graça nos sinópticos ; Mateus e Marcos usam o termo (eulogeo)abençoar. A diferença dos
verbos não é significativa, já que a benção judaica sobre o pão da Páscoa e
sobre o vinho era expressão de ação de graças a Deus. A menção da ação de graça
é a razão pela qual alguns
cristãos(católicos) preferem chamar esta observância de Eucaristia.
8-A santa ceia é para os discípulos do Senhor- Jesus expressou o
quão intensamente Ele desejou comer esta refeição com seus discípulos antes do
seu sofrimento. Tendo tão pouco tempo, ele não iria celebrar outra Páscoa com
seus discípulos. As celebrações da Páscoa pressagiam o banquete messiânico, a ceia de casamento do
Cordeiro(Ap19.9), quando Cristo celebrará com todos os remidos a vitória
final sobre o pecado e o mal. Esta
celebração de Jesus com seus discípulos
reflete a alegria inexprimível
que experimentaremos na festa de casamento celestial.
9-É um momento de profunda e solene devoção e louvor a Deus (Mt.26.30)-
O hino, se refere a um dos hinos conclusivos da celebração da Páscoa. Este
versículo serve de transição, que conclui a refeição da Páscoa e muda a
jurisdição para o Monte das Oliveira. Jesus prediz que todos os discípulos se
escandalizarão. Também terá cumprimento a profecia de Zacarias 13.7, referente
ao ferimento do pastor e a dispersão do rebanho de Israel no exílio.
Zacarias 9 a 14 apresenta o pastor-rei
como figura messiânica. Aqui Jesus prediz a ressurreição e antecipa a reunião
deles na Galiléia (Mt.26.32).
10-A santa ceia é alimento espiritual- Sempre que falamos em ceia,
sempre vem a nossa mente a idéia de alimento, por isso temos a ceia de natal,
ceia de fim de ano etc...,.Aqui também lembra
um ato de se alimentar, a diferença está no fato que se trata de um alimento espiritual, e como tal requer dos
participantes, uma consciência espiritual, reverência, adoração e gratidão por
tudo que Jesus fez por nós, inclusive se doando como sacrifício vivo, o
cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, ou o pecado do coração do crente.
Moisés não teve grande dificuldade de tirar o povo israelita do Egito, o mais
difícil foi tirar o Egito do coração dos israelitas. Jesus pode e vai tirar o
pecado do mundo, porém tirar o pecado do coração do homem, Ele terá o livre-arbítrio
como obstáculo( Deus não avilta o nosso
livre-arbítrio), o homem é que escolhe se serve a Deus ou a Satanás.
11- A ceia do Senhor condena a duplicidade religiosa (v.21)- O que
dizer do crente que numa seqüência linear
participa da Ceia do Senhor( pode ser pela manhã ou a noite), e após o termino do
culto vai participar dos “arraiais” profanos, come das comidas típicas,passeias
nos brinquedos se “divertindo”, contribui com seu dinheiro para a manutenção e eternização desta “festa”, porém não
contribui na sua congregação para a expansão do Reino de Deus aqui na
terra.Também pode acontecer que tal crente primeiro vai ao “arraial profano”,
faz tudo que tem direito, depois vai a sua congregação e participa da Ceia do
Senhor, com a maior naturalidade, como se nada tivesse acontecido, mente
“cauterizada”, vida fora do altar, Corpo de Cristo aviltado, não discerne o
Corpo do Senhor, pecado que contribui para possível morte espiritual.
Créditos:
Lições Bíblicas de Jovens e
Adultos, 2º semestre-lição nº9
Bíblia de Estudos aplicação
Pessoal
Comentário Bíblico Pentecostal
Novo Testamento
Enciclopédia de Bíblia
Teologia e Filosofia Vol. 1,4,5,6
Laboratório
Didático – Escola Bíblica Dominical –
Cong. Tavares Bastos I - Belém - Pará
|
Ev. Carlos Borges(CABB)
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