segunda-feira, 19 de agosto de 2013

MORTE E RESSURREIÇÃO DE JESUS

A vida de Jesus foi autêntica, real, quando comia, dormia, caminhava, falava, amava... Também o foi quando morreu. Sua morte foi plenamente humana, A morte não perdoou nada a Jesus (basta lermos os Evangelhos). Jesus foi morto por homens concretos (Mt 27, 20), observantes fiéis da Lei da região, guardiões da ordem, encerrados em um sistema de valores intocável e inquestionável. “A incredulidade de seus parentes” “e a incompreensão de seus discípulos” deixaram Jesus abandonado diante da morte. (Concílio de Puebla) A paixão, morte, ressurreição e ascensão de Cristo, constituem o Mistério Pascal, ou Mistério da Páscoa. “O Mistério Pascal da Cruz e Ressurreição de Cristo está no centro da Boa Nova que os Apóstolos, e depois deles a Igreja, devem anunciar ao mundo. O desígnio salvífico de Deus cumpriu-se «uma vez por todas»(He.9,26) pela morte redentora de seu Filho Jesus Cristo”.(CIC nº 571). O acontecimento celebrado na Páscoa Judaica, isto é, a libertação do povo israelita da escravidão do Egito, é a antecipação da completa libertação conquistada por Cristo para a raça humana.Assim, o Mistério Pascal é o Mistério central da fé Cristã, celebrado no Tríduo da Páscoa com uma solenidade única e sublime.Foi deste Mistério que nasceu a Igreja e, com ela, a vida sacramental.

Muitas atitudes e palavras de Jesus foram «sinal de contradição»(Lc. 2,34) para as autoridades religiosas de Jerusalém, porque, aparentemente, segundo eles, Jesus procedia contra as instituições essenciais do povo eleito. Mas Jesus não aboliu a Lei do Sinal, mas cumpriu-a com tal perfeição que resgatou as transgressões cometidas contra ela. Jesus, o Messias de Israel, fazia questão de cumprir a Lei, executando-a integralmente até nos menores preceitos, porque, segundo Jesus afirmou, Ele não vinha para revogar a Lei, mas para a aperfeiçoar. Jesus praticou atos que O manifestaram como sendo o próprio Deus Salvador e isso, para alguns, em vez de ser uma prova do poder e autoridade de Jesus, foi antes pretexto de blasfêmia, porque o acusavam de «um homem que se fazia Deus»(Jo.10,33). Mas, por fim, Jesus provou eloqüentemente toda a magnitude do seu Mistério Pascal, quando, depois de ter morrido pelos pecados de toda a humanidade, pelo seu próprio poder Ressuscitou, dando-nos a possibilidade da nossa regeneração, e essa foi, para as autoridades do seu tempo, a grande pedra de escândalo.

Por proclamar, com palavras e ações, o Reinado de Deus, ele foi julgado e condenado. É o reinado que prestigia os pobres, os pecadores, os enfermos, sobrepondo-os ao “sábado”, à Lei, ao lugar privilegiado do Templo e da classe sacerdotal dentro da sociedade judaica, aos poderosos (Mc 11, 15-19; 12, 38-44). A morte de Jesus foi sendo preparada ao longo de toda a sua vida. E Jesus preferiu morrer livremente a renunciar à verdade, a justiça, ao ideal da fraternidade universal que derramava o amor sobre todos, ainda que pecadores, inimigos; amor que privilegiava os pobres. Era o enviado do Pai misericordioso, seu Filho, e não o aceitaram como tal. Aquele mundo não pôde suportar Jesus: O mundo do Fanatismo Religioso (Mc 2, 27), do poder (Jo 11, 47-48), da ambição (Mt 23, 6-7), da violência (Mc 15, 7), da hipocrisia (Lc 11, 46)... 

Ev. Carlos Borges(CABB)

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