domingo, 31 de março de 2013

PERSEVERANDO A DOUTRINA A MISSÃO CONSERVADORA DA IGREJA PARTE VI


com os pecadores. A Igreja não pode se excluir da sociedade, pois está no mundo, mas jamais pode compactuar com o pecado, pois não é do mundo. Cabe à Igreja sempre manter-se como porta-voz do Senhor, resistindo bravamente a toda investida do adversário, a toda distorção das Escrituras, a toda heresia e falsa doutrina que se apresente.

- A Igreja é o sal da terra e, como tal, deve preservar o alimento, impedir a sua deterioração. Não deve permitir que a sã doutrina, formada pelos asmos da sinceridade ( I Co.5:8), seja misturada com o fermento dos fariseus(Mc.8:15; Lc.12:1). Por isso, tem a Igreja de defender a doutrina, de contradizer todo e qualquer ensinamento falso, mostrando, nas Escrituras, a Verdade e a vontade de Deus aos homens.

- Ser coluna da verdade é defender a verdade, é defender a fé cristã. Temos aqui a chamada “missão apologética da Igreja”. A Igreja deve defender a sã doutrina, mostrando aos hereges, uma e outra vez, onde estão errados, a fim de que possam se converter e retornar à ortodoxia doutrinária, mas sem contender e sem criar pelejas e debates intermináveis, que não produzam qualquer edificação. É por isso que o apóstolo Paulo recomenda a Tito que admoeste o herege uma e outra vez, mas que, depois, verificada a sua apostasia, seja ele evitado, pois debates intermináveis, polêmicas doutrinárias não devem ser perseguidas quando se verifica que não produzirão qualquer edificação espiritual, pois o convencimento não se dá por força do intelecto ou da razão humanas, mas única e exclusivamente por meio do Espírito Santo (I Tm.1:3,4; 6:3-5).

- Vivemos dias de proliferação dos falsos ensinos, que surgem a cada instante em número cada vez maior, pois o espírito do anticristo já está à solta para enganar a tantos quantos negligenciem no estudo da doutrina (II Ts.2:7-12; I Jo.2:18,19; 4:1-3). Muitos, no entanto, apesar desta situação lamentável, têm se deixado intimidar pelo adversário e, covardemente, se calam diante das distorções doutrinárias, permitindo, inclusive, que verdadeiras “sinagogas de Satanás” sejam erigidas em suas igrejas locais (Ap.2:9; 3:9), tornando-as em verdadeiras “abominações da desolação” (Mt.24:15). Como os sacerdotes apóstatas dos dias dos Macabeus e dos dias de Jesus, permitem que a casa de Deus deixe de ser casa de oração para ser covil de ladrões (Mt.21:13), para ser a abominação da desolação (Dn.11:21). Estes tímidos, porém, pagarão caro por sua covardia, pois ficarão do lado de fora da Jerusalém celestial (Ap.21:8). Devemos, assim como o profeta, cuidar para sempre tirar a morte que se introduza dentro da panela (II Rs.4:40,41).

OBS: “…1.TÍMIDOS. Acreditamos que os tais sejam os apóstatas que, por covardia, viraram as costas ao combate da fé e que, em tempo de tribulação, abandonaram a Criusto e Seu testemunho, a fim de salvarem a pele. Negaram a Cristo na terra e, em conseqüência disso, serão negados no céu (Mt.10:33)…” (SILVA, Severino P. da. Apocalipse versículo por versículo. 3.ed., p.267).

Cumprindo o que havia sido profetizado por Daniel, em Dn.11:21, o rei sírio Antíoco, o Grande, profanou o templo de Jerusalém, com a aquiescência da cúpula sacerdotal que havia apostatado do judaísmo, em 175 a.C., estabelecendo um culto ao deus grego Zeus. O templo seria retomado pelos judeus em 166 a.C. e novamente dedicado a Deus, o que deu ocasião ao surgimento da festa da dedicação, mencionada em Jo.10:22. Este episódio histórico é figura do que o Anticristo fará com o terceiro templo, na metade da Grande Tribulação.

- A Igreja deve ter amplo conhecimento da Palavra de Deus, grande experiência com Deus através da prática da sã doutrina, para, com ousadia, proclamar a Verdade e defendê-la diante dos homens e de suas vãs filosofias, crendices, mitologias, religiões e doutrinas, cada vez mais numerosas. Entretanto, para que possamos defender a Bíblia, é preciso que creiamos nela. A timidez somente desaparece quando surge a fé (Mc.4:40). É preocupante, porém, vermos hoje quantos mestres nas igrejas locais titubeiam e são visivelmente duvidosos no seu contacto com a Bíblia Sagrada. Ensinam sem convicção e, não raras vezes, procuram esconder sua ignorância e falta de fé em expressões como “isto é mistério”, quando não recorrem à “tábua de salvação” mais comum que é Dt.29:29. Isto, porém, não é ser coluna da verdade, não é suportar a verdade, não é resistir, não é defender a Palavra de Deus. A estes claudicantes, repetimos as palavras do Senhor a Tomé: “…não sejas incrédulo, mas crente.” (Jo.19:27 “in fine”).

- Sustentar tem o significado de nutrir, alimentar, matar a fome, satisfazer por muito tempo as necessidades de alimento. A Igreja tem de alimentar os homens com a Palavra de Deus, pois a Palavra do Senhor verdadeiramente é comida (Jo.6:55). Não podemos viver espiritualmente sem o pão da vida, sem Jesus Cristo, que é o Verbo de Deus (Jo.1:1;6:35,48). Ser coluna da verdade é ministrar a Palavra ao povo, é matar-lhe a fome e sede da Palavra de Deus, mantê-lo alimentado para o cotidiano de luta contra o mundo e o mal até a volta de Cristo. Por isso, os apóstolos dedicavam-se com zelo e prioridade ao ministério da Palavra (At.6:2,4).

- Todavia, como não deixamos de escrever seguidamente neste espaço, não é isso que temos presenciado em muitas igrejas locais, onde, como diz o professor Aristóteles Torres de Alencar Filho, há cada vez mais “louvorzão” e cada vez mais “palavrinha”. Muitos não têm mais alimentado o povo com a sã doutrina, com a Palavra de Deus e o resultado é que muitos são crentes subnutridos ou desnutridos, cristãos que estão irremediavelmente comprometidos na sua saúde e desenvolvimento espirituais.

- O escritor aos hebreus foi claríssimo ao mostrar que o risco da apostasia que rondava aqueles crentes a quem escreveu a epístola era resultado direto de um crescimento espiritual defeituoso, conseqüência da falta de uma instrução doutrinária condizente (Hb.5:12-6:3). De igual modo, o apóstolo Paulo apontou que os problemas sérios vividos pela igreja em Corinto era, também, produto de um defeituoso crescimento espiritual (I Co.3:1-3).

- Ser coluna da verdade é ministrar a Palavra, nutrir o povo de Deus com a Palavra, ensinar a Palavra, pregar a Palavra, admoestar e exortar com a Palavra. Entretanto, nos dias em que vivemos, o tempo da Palavra vai diminuindo dia após dia em nossas reuniões, que, cada vez mais, é ocupado por um sem-número de atividades, cujo único propósito é enfraquecer o povo de Deus, que, sem Palavra, seguirá sendo um povo espiritualmente desnutrido. Desnutrir nada mais é que nutri-se mal, de forma inadequada, que deixar de se nutrir, que definhar por falta de alimentação apropriada ou por falta de víveres.

- Quando falamos em desnutrição, logo nos vêm à mente as figuras daqueles crianças esqueléticas do continente africano, testemunhas vivas do horror da fome, a grande vergonha da humanidade, a grande face da perversão gerada pelo pecado no meio dos homens. Espiritualmente, estejamos certos, o Senhor vê muitos crentes em iguais condições, que estão a perecer de forma cruel no aspecto espiritual, porque não têm sido corretamente nutridos nas suas igrejas locais. Vivemos praticamente os dias profetizados por Amós, que dizia que haveria tempo em que haveria fome e sede, não de pão, mas de ouvir a Palavra de Deus (Am.8:11,12).


Ev. Carlos Borges(CABB)

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