sexta-feira, 12 de julho de 2013

A VERDADEIRA MENSAGEM DO MILÊNIO

A VERDADEIRA MENSAGEM DO MILÊNIO
Um famoso historiador revela que esse 2 mil anos aguardam algo de extraordinário.
Por Paul Johnson
O que importa na história nem sempre é o que acontece, mas também o que obstinadamente se recusa a acontecer. Foi  em 1882 que o  filósofo Friedrich Nietzsche fez  o célebre e terrível  anúncio: “Deus está morto.”Falava  em nome  de muitos intelectuais que acreditavam que o progresso da ciência levaria a um declínio da fé religiosa – o cristianismo vindo a ser  o principal perdedor.
Ao aproximar-se o ano 1900, muitos eminentes pensadores seculares, inclusive George Bernard Shaw e H.G.Wells, argumentavam que o raiar do século 20 marcaria o fim da fase religiosa da História.
Ainda em 1957, Julian Huxley, primeiro diretor-geral da UNESCO, escrevia, em triunfo antecipado: ”Operacionalmente, Deus começa a parecer não um governante, mas um último evanescente sorriso cósmico.”.
Mas cá estamos, no limiar de um novo milênio, e o cristianismo está bem vivo e forte no pensamento e no coração de incontáveis crentes. E todas as evidências sugerem que ainda estará florescendo dentro de mais mil anos, pois continua alançar novas raízes e a recuperar territórios perdidos.
Na África Ocidental, cristãos – cujos antepassados há dois séculos eram pagãos – construíram uma das maiores igrejas do mundo, praticamente do tamanho da Basílica de São Pedro em Roma. Na Rússia, o prédio que por 67 anos  abrigou o Museu da Religião ê do Ateísmo é hoje  uma igreja da fé cristã ortodoxa, repleta de fiéis.
Nos Estados Unidos, quase metade da população frequenta regularmente um local de culto – a grande maioria – igrejas cristãs. O catolicismo espalha-se pela África do Sul, o evangelismo protestante, pelo Brasil e pela América Latina. O cristianismo está até mesmo voltando a crescer na China, a despeito de 50 anos de esforço por parte do governo comunista para subvertê-lo.
O milênio, portanto, e nada menos que um jubileu cheio de mistérios notáveis. E o primeiro mistério é este: há dois mil anos uma criança nasceu numa aldeia obscura e remota do Império Romano. A criança cresceu e tornou-se um reformador religioso que pregou  durante três anos e depois foi condenado à morte por ser um estorvo às autoridades colônias romanas.Em resumo,trata-se da história de um fracasso,terminando em morte  horrenda e vergonhosa.
Hoje o mundo de seis milhões de habitantes conta os anos e conduz seu ciclo anual em memória desse fracassado que foi crucificado.Pela  primeira vez, a Igreja Católica  conta com mais  de um bilhão de fiéis e outras igrejas cristãs têm  ao todo quase o mesmo  número de seguidores. É impossível viajar para qualquer parte do globo sem encontrar uma igreja ou capela, um símbolo ou objeto de arte comemorando a obra de Jesus.
De certo modo, o mistério do sucesso póstumo de Jesus e a permanência de suas palavras ajudam a explicar outros mistérios. Pois sua mensagem é: “O poder é efêmero e o sucesso mundano não passa de pó e cinza.”.
É curioso notar que, em todas as eras e todas as sociedades, grandes massas de pessoas são atraídas pelos mansos e não pelos fortes, pelos sofredores e não pelos vencedores, Jesus tocou nesse ponto sensível da humanidade – a bondade e a compaixão que existe dentro de nós - e nisso fundou aquela que muitos acreditam seja a mais influente de todas as religiões.
Se Jesus voltasse às vésperas do terceiro milênio encontraria tanto fenômenos estranhos quanto familiares.
Estranho seria o esplendor das muitas instituições eclesiásticas que Ele fez surgir – a Basílica de São Pedro, por exemplo, ou a Catedral de São Paulo, em Londres.
Familiares a Jesus seria os ecos preciosos de suas próprias Palavras.
Se Ele ouvisse um sermão comum pregado na missa de domingo na igreja católica de uma aldeia italiana, ou no ofício numa capela batista do Texas, ouviria as mesmas injunções que dirigiu ao povo da Judéia há quase 2 mil anos.
Ele observaria ainda que suas palavras não perderam a importância.
Podemos usar a internet e ver o mundo pela TV, mas basicamente somos iguais aos pecadores, plantadores de olivais e pastores que se sentavam aos pés de Jesus no monte. Um dos temas dos ensinamentos de Jesus conserva até hoje  pertinência especial e,  além disso, explica por que  o cristianismo não precisa recear os desafios do terceiro milênio.Esse  tema central é o de que Deus, e não o homem, é a autoridade final.Somente Deus tem  direitos. Os seres humanos têm deveres, e negar a Deus seus direitos é um risco que corremos por nossa conta.
Vivemos um século terrível de guerra e destruição precisamente porque homens poderosos usurparam as prerrogativas de Deus. Denomino o século 20 o Século da Física, inaugurado pelas teorias espaciais e geral de Einstein.Durante esse período, a Física tornou-se  a ciência dominante, produzindo a energia nuclear e as viagens  espaciais.
Este último século também gerou a engenharia social – a prática de mover grandes massas de seres humanos de um lado para outro, como se fossem terra ou concreto.
A engenharia social foi uma característica - chave dos regimes totalitários nazista e comunista, onde se combinou com o relativismo moral – crença de que o certo e o errado podem ser modificados segundo a conveniência das sociedades humanas – e a negociação dos direitos de Deus. Para Hitle, “ a lei  maior do partido” tinha precedência sobre os Dez Mandamentos.
Lênin louvava a “consciência revolucionária” como guia mais seguro para a humanidade do que a consciência inculcada pela religião.
Este século está terminando e a Física não é mais a ciência da moda. Seu lugar  foi ocupado pela Biologia, desde a descoberta da estrutura  em dupla hélice do DNA, em 1953, por Watson-Crick, e o nascimento da moderna ciência da genética.Nestes últimos 50 anos revelamos muitos dos segredos da vida.Agora entramos no século 21, o Século da Biologia, que nos ameaça com experiências em grande escala da engenharia genética – não apenas  em plantações e animais, mas também em seres humanos.
Alguns cientistas acreditam que o recém-adquirido conhecimento de genes nos oferece a oportunidade de transformar o evolucionismo em direções “progressistas”, tornando as pessoas mais sadias, mais inteligentes e longevas. Portanto, o terceiro milênio poderá começar com seres humanos “clonados”, “bebês projetados” e outras demonstrações alarmantes de que  o homem tem hoje o poder  de brincar de Deus.
Diante desse panorama científico, é confortador lembrar que o cristianismo, com sua mensagem essencial de submissão a um ser superior, permanecem tão fortes e expressivos. As palavras de Jesus criaram  um conjunto de fé e moral que permitiu a humanidade derrotar a engenharia  social e hoje fornece defesa contra a ameaça da engenharia genética.
Há dois mil anos um homem chegou ao mundo pregando uma doutrina de bondade, amor e humildade de espírito, que prevaleceu e floresceu. E continua conosco.Esses vinte séculos demonstraram que a doutrina não consegue eliminar completamente  o lado mais tenebroso da humanidade.
Não pode acabar com as guerras, a crueldade, a ganância e o sofrimento dos pobres. Mas  alivia tudo isso e oferece uma visão perene de nosso eu  melhor e mais puro, e do mundo melhor e mais puro que poderíamos criar.Seja  quais forem os males  que surjam entre nós, a mensagem  de Cristo contém os meios de superá-los.
Nos dois milênios da era cristã vencemos muitos flagelos da humanidade – repetidos períodos de fome, a varíola. Mas não vencemos a morte. Talvez o maior mérito do cristianismo seja fornecer uma  chave para esse último mistério.Ele oferece um antídoto ao medo que a morte desperta em nós, uma promessa firme de outro mundo além deste e o meio de nele ingressar.
É este o legado duradouro deixado pelo homem nascido há dois mil anos, legado que não se enfraqueceu em todos esses anos e que nos transporta com fé e esperança para o terceiro milênio, sem temer o que quer que essa nova era nos traga.


Copilado da revista Seleções Reader’s Digest (Dezembro de 1999).

Postado por Alberto (CABB)

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